Pular para o conteúdo

Bioglic

Como o Bioglic funciona?


Bioglic é um antidiabético oral usado no tratamento do
diabetes do tipo II (não insulino-dependente). Esse tipo de
diabetes inicialmente pode ser tratado com dieta e exercícios
físicos ou com medicamento oral, que atua sobre as células beta do
pâncreas estimulando a produção de insulina.

A provável causa da diabetes do tipo II é um aumento da
resistência à ação da insulina.

Contraindicação do Bioglic

O produto não deve ser usado por pacientes com
hipersensibilidade aos componentes da fórmula, cetoacidose
diabética, pré-coma ou coma diabético, diabetes quando agravado
pela gravidez, diabetes insulino dependente (tipo I ou diabetes
juvenil), paciente sob diálise, insuficiência hepática e renal
graves e durante a gravidez e a amamentação.

Como usar o Bioglic

Os comprimidos de Bioglic devem ser engolidos sem mastigar e com
quantidade suficiente de líquido (aproximadamente meio copo).
Recomenda-se administrar imediatamente antes da primeira refeição
ou da refeição principal. É muito importante alimentar-se bem após
a administração da medicação.

No início do tratamento, a posologia deve ser orientada pela
necessidade de concordância com o nível de açúcar no sangue,
portanto, recomenda-se acompanhamento médico. A redução da
posologia ou interrupção do tratamento sem acompanhamento médico
pode implicar em sérios riscos à saúde do paciente.

Recomenda-se ingerir os comprimidos de
Bioglic imediatamente antes da primeira refeição do dia ou da
refeição principal, inteiros e acompanhados de meio copo de água. É
muito importante alimentar-se bem após a administração da
medicação. Dúvidas e enganos (como esquecimento de uma dose) nunca
devem ser resolvidos (por exemplo, tomando-se uma dose maior mais
tarde) por conta própria.

Posologia do Bioglic


A dose deve ser suficiente para atingir o controle metabólico
exigido. As doses iniciais e de manutenção são baseadas nos
resultados de monitoração regular da glicemia e glicosúria.

Dose inicial recomendada

É de 1 mg de Bioglic diariamente. Se necessário, esta dose
diária poderá ser aumentada.

Recomenda-se que tal aumento se faça de acordo com o
controle do nível de glicose no sangue e de forma gradual, em
intervalos de 1 a 2 semanas, de acordo com as seguintes
etapas:

1 mg, 2 mg, 3 mg, 4 mg, 6 mg. A dose inicial recomendada para
pacientes com diabetes bem controlado é de 1 a 4 mg de Bioglic ao
dia. Doses diárias superiores a 6 mg (até 8 mg) somente são
eficazes para uma minoria de pacientes; portanto doses superiores
não devem ser utilizadas.

A distribuição das doses é determinada pelo médico, levando-se
em consideração o quadro clínico do paciente.

Normalmente, uma única dose diária de Bioglic é suficiente.

Ajuste secundário da dose

A sensibilidade à insulina aumenta à medida que melhora o
controle do diabetes, portanto, as necessidades de glimepirida
podem diminuir durante o tratamento. Para evitar a hipoglicemia,
deve-se considerar oportuna uma temporária redução na dose ou
interrupção da terapia com Bioglic. Um ajuste de dose deverá ser
considerado caso ocorram mudanças no peso ou no estilo de vida
do paciente, ou ainda na ocorrência de outros fatores que
aumentem a susceptibilidade para hipo ou hiperglicemia.

Duração do tratamento

O tratamento com Bioglic é de longa duração, dependente da
resposta e evolução do paciente e da conduta e decisão do médico
responsável.

Substituição de outros antidiabéticos orais por
Bioglic

Não há uma exata relação entre a dose de Bioglic e a de outros
agentes hipoglicemiantes orais. Em caso de substituição desses
agentes por Bioglic, a dose diária inicial deve ser de 1 mg, mesmo
quando se parte de doses máximas de outro agente hipoglicemiante
oral. Todo aumento na dose de Bioglic deve ser realizado de forma
gradual seguindo-se as diretrizes acima descritas. Deve-se ter em
conta a potência e a duração da ação do agente hipoglicemiante
empregado previamente. Pode ser necessário interromper o tratamento
para evitar efeitos aditivos que aumentariam o risco de
hipoglicemia. Em alguns casos de pacientes com diabetes tipo II
anteriormente controlado com insulina, uma substituição por Bioglic
pode ser indicada. A substituição geralmente deve ser feita no
hospital.

Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os
horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu
médico. A doença e/ou seus sintomas poderão retornar.

Precauções do Bioglic

Deve ser usado com cautela em casos de diminuição das funções
das glândulas supra-renais, da hipófise ou da tireóide; idosos;
insuficiência hepática e renal; paciente debilitado ou mal
nutridos.

Durante as primeiras semanas de tratamento, o risco da
ocorrência de hipoglicemia pode estar aumentado necessitando de uma
monitoração cuidadosa, a fim de um possível ajuste da posologia de
Bioglic.

Os fatores que mais favorecem a hipoglicemia
são:

Indisposição ou incapacidade do paciente em cooperar,
desnutrição, alteração na dieta, desequilíbrio entre o esforço
físico e ingestão de carboidratos, consumo de álcool, função renal
comprometida, descompensação hormonal, insuficiência hepática,
superdosagem com Bioglic e associação com outros medicamentos.

Uma dieta adequada, exercícios físicos regulares e, se
necessário, redução do peso corporal são tão importantes quanto o
uso regular de Bioglic para que se obtenha um controle adequado da
glicemia.

O paciente deve ser orientado a informar imediatamente
ao médico qualquer reação do tipo hipoglicêmico que apresenta os
seguintes sinais clínicos:

  • Poliúria;
  • Polidipsia;
  • Secura da boca;
  • Pele ressecada.

A hipoglicemia pode ser prontamente corrigida por administração
de carboidratos (glicose ou açúcar, por exemplo, sob a forma de
açúcar puro, suco de frutas ou chá adoçados).

Para este propósito, os pacientes devem carregar consigo um
mínimo de 20 g de glicose e podem necessitar da ajuda de outras
pessoas para evitar complicações. Adoçantes artificiais não são
efetivos no controle da hipoglicemia. Em casos de hipoglicemia
severa o tratamento deve ser imediato, acompanhamento pelo médico
e, em algumas circunstâncias, o paciente deve ser
hospitalizado.

Atenção especial deve ser mantida nos casos de trauma, cirurgia,
moléstias infecciosas e febris, intervenções cirúrgicas e outras
situações com possibilidade de desequilíbrio metabólico, nestes
casos pode ser necessário administrar um tratamento insulínico,
afim de manter um adequado controle metabólico.

Durante o tratamento com Bioglic devem ser realizadas as
determinações periódicas dos níveis de glicemia e glicosúria,
juntamente medindo-se a proporção de hemoglobina glicosilada e
possivelmente de fructosamina.

Pode ocorrer diminuição do estado de alerta do paciente,
conseqüente à hipo ou hiperglicemia, especialmente no início ou
após alterações no tratamento ou quando Bioglic não
for administrado regularmente, afetando por exemplo, a
habilidade em conduzir veículos e/ou operar máquinas.

Insuficiência renal

Os resultados de estudos realizados com glimepirida sugerem que
a dose de 1 mg pode ser administrada em pacientes com disfunção
renal não grave. Esta dosagem de 1 mg pode ser titulada, baseada
nos níveis de glicose sangüínea do paciente em jejum.

Insuficiência hepática

Não há estudos que comprovem a eficácia e a segurança em
pacientes com disfunção hepática, portanto se torna contra-indicado
o seu uso nesses pacientes.

Reações Adversas do Bioglic

Informe seu médico o aparecimento de reações
desagradáveis, como:

Ansiedade, mudança de comportamento similar a embriaguez, visão
borrada, calafrios, confusão, pele fria, pálida e ressecada,
urticária, pruridos, erupções na pele, boca seca, dificuldade de
concentração, sonolência, diminuição ou aumento de apetite,
constipação, diarréia, flatulência, azia, dor de estômago,
taquicardia, desconforto, náusea e vômito, aumento de volume de
urina, assim como da freqüência de urinar, nervosismo, sono
agitado, manchas vermelhas na língua, fadiga incomum ou fraqueza e
ganho de peso.

Hipoglicemia

Possíveis sintomas de hipoglicemia incluem dor de cabeça,
excesso de apetite, náusea, vômitos, fadiga, insônia, alteração do
sono, inquietação, agressividade, falta de concentração, depressão,
confusão mental, alterações da fala e da visão, afasia, tremor,
paresias, distúrbios sensoriais, tontura, sensação de abandono,
perda do próprio auto controle, delírio, convulsão, sonolência e
alterações da percepção, podendo evoluir para coma, dificuldade de
respiração e bradicardia. Sinais de contra-regulação adrenérgica
apresentam-se sob a forma de sudorese, pele úmida e fria,
ansiedade, taquicardia, hipertensão, palpitação, angina do peito e
arritmias cardíacas. O quadro clínico de um ataque hipoglicêmico
severo pode assemelhar-se à apoplexia. Os sintomas de hipoglicemia
quase sempre diminuem quando esta é corrigida.

Olhos

Especialmente no início do tratamento, podem ocorrer alterações
visuais temporárias, devido às modificações nos níveis de glicose
no sangue.

Trato digestivo

Ocasionalmente, podem ocorrer náusea, vômito, sensação de
plenitude gástrica, dor abdominal e diarréia. Em casos isolados,
pode-se observar aumento das enzimas hepáticas, alterações na
função hepática (por exemplo, colestase e icterícia) e hepatite,
fatores contributivos para insuficiência hepática.

Sangue

Em casos isolados, leucopenia, anemia hemolítica ou ainda
eritrocitopenia, granulocitopenia, agranulocitose e pancitopenia
(por supressão medular) e raramente trombocitopenia. Alterações
severas podem ocorrer na crase sangüínea.

Outras reações adversas

Ocasionalmente, reações alérgicas ou pseudoalérgicas tais como
prurido, urticária ou erupções. Tais reações são leves, mas podem
tornar-se severas, acompanhadas por dispnéia e hipotensão arterial,
às vezes evoluindo até choque.

Em casos isolados, podem ocorrer diminuição do sódio sérico,
vasculite alérgica e hipersensibilidade cutânea à luz.

População Especial do Bioglic

Gravidez e amamentação

Os estudos em humanos, ainda não apresentam dados bem
estabelecidos do uso de glimepirida durante a gravidez, portanto se
torna contra-indicado seu uso durante a gestação.

Informe seu médico a ocorrência de gravidez na vigência
do tratamento ou após o seu término. Informe ao médico se está
amamentando.

O uso de glimepirida durante a amamentação é
contra-indicado.

Pediatria

A segurança e a eficácia do uso de glimepirida em crianças ainda
não estão bem estabelecidas, portanto se torna contra-indicado seu
uso em crianças.

Geriatria (idosos)

Estudos realizados a fim de comparar as diferenças
farmacocinéticas em idosos com menos e com mais de 65 anos,
demostraram que não houve nenhuma diferença significativa entre os
dois grupos.

Composição do Bioglic

Apresentações

Comprimido 1 mg

Caixa com 30 comprimidos.

Comprimido 2 mg

Caixa com 30 comprimidos.

Comprimido 4 mg

Caixa com 30 comprimidos.

Uso adulto.

Composição

Cada comprimido de 1 mg contém

1 mg Glimepirida.

Excipientes:

lactose, celulose microcristalina, amido, silicato de magnésio,
laurilsulfato de sódio, óxido de ferro.

Cada comprimido de 2 mg contém

2 mg Glimepirida.

Excipientes:

lactose, celulose microcristalina, amido, silicato de magnésio,
laurilsulfato de sódio, óxido de ferro, corante azul FDamp;C nº
2.

Cada comprimido de 4 mg contém

4 mg Glimepirida.

Excipientes:

lactose, celulose microcristalina, amido, silicato de magnésio,
laurilsulfato de sódio, corante azul FDamp;C nº 2.

Superdosagem do Bioglic

Sintomas

Superdosagens significativas e reações severas como perda da
consciência ou outros distúrbios neurológicos graves requerem
tratamento imediato, hospitalização e cuidados intensivos.

Tratamento

Em caso de evidente superdosagem, o médico responsável deve ser
informado imediatamente. O paciente deve ingerir açúcar de
imediato, se possível na forma de glicose. Cuidados devem ser
tomados até que o médico comprove que o paciente está fora de
perigo. A hospitalização pode vir a ser necessária em algumas
ocasiões. Se o paciente estiver inconsciente é indicado uma injeção
endovenosa de solução concentrada de glicose (adultos inicia-se com
40 ml de solução a 20%). Para adultos, pode-se considerar a
administração de glucagon em doses de 0,5 a 1 mg por via
endovenosa, subcutânea ou intramuscular.

Em crianças e adolescentes, a dose de glicose deve ser
administrada cuidadosamente, pela possibilidade de ocorrer
hiperglicemia severa e deve ser regulada pelo controle da glicose
no sangue. A ingestão excessiva de Bioglic requer medidas rápidas
de desintoxicação (lavagem gástrica e carvão ativado).

Interação Medicamentosa do Bioglic

O uso concomitante de Bioglic com outros fármacos ou a
interrupção do uso de outros fármacos durante o tratamento com
Bioglic podem levar a modificações no controle do nível de açúcar
no sangue. Portanto, outros medicamentos somente devem ser
administrados com conhecimento ou sob prescrição do médico.

As seguintes substâncias administradas concomitantemente
com glimepirida podem promover a potencialização do seu efeito
terapêutico, com acentuação da diminuição do nível de açúcar no
sangue e conseqüente hipoglicemia:

Insulina ou outro antidiabético oral, inibidores da enzima
conversora de angiotensina (ECA), alopurinol, esteróides
anabolizantes e hormônios masculinos, cloranfenicol, derivados
cumarínicos, ciclofosfamidas, disopiramida, fenfluramina,
feniramidol, fibratos, fluoxetina, guanetidina, ifosfamida,
inibidores da monoaminoxidase, miconazol, ácido paraminosalicílico,
pentoxifilina (uso parenteral em doses elevadas), fenilbutazona e
oxifenilbutazona, azapropazona, probenecida, quinolonas,
salicilatos, sulfimpirazona, sulfonamidas, tetraciclinas,
tritoqualina, trofosfamida.

As seguintes substâncias atuam reduzindo o efeito
hipoglicemiante da glimepirida, quando administradas
simultaneamente, podendo contribuir para aumentar o nível de açúcar
no sangue, ou seja, ação hiperglicemiante:

Acetazolamida, barbitúricos, corticosteróides, diazóxido,
diuréticos, epinefrina (adrenalina) e outros agentes
simpaticomiméticos, glucagon, laxantes (uso abusivo), ácido
nicotínico (em doses elevadas), estrogênios e progestágenos,
fenotiazínicos, fenitoína, rifampicina, hormônios da tireóide.

Antagonistas de receptores H2, clonidina e reserpina podem
induzir tanto à potencialização quanto à diminuição do efeito
hipoglicemiante da glimepirida, quando administrados
simultaneamente.

Beta-bloqueadores diminuem a tolerância à glicose. Em pacientes
com diabetes melito, podem levar à deterioração do controle
metabólico. Além disso, os beta-bloqueadores podem aumentar a
tendência à hipoglicemia (devido a alterações no mecanismo de
contra-regulação).

Sob influência de fármacos simpaticolíticos, como
beta-bloqueadores, clonidina, guanetidina e reserpina, os sinais da
contra-regulação adrenérgica para hipoglicemia podem estar
reduzidos ou ausentes.

Durante o tratamento com Bioglic o paciente não deverá
ingerir bebidas alcoólicas. O álcool pode potencializar ou diminuir
a ação hipoglicemiante de Bioglic, desencadeando uma reação tipo
dissulfiram caracterizada por vermelhidão no rosto e pescoço.

O uso de Bioglic pode potencializar ou diminuir os efeitos dos
derivados cumarínicos.

Interferência em Exames Laboratoriais

Não são conhecidos relatos de interferência da glimepirida nos
resultados de exames laboratoriais.

Informe seu médico sobre qualquer medicamento que esteja
usando, antes do início, ou durante o tratamento.

Não tome remédio sem o conhecimento do seu médico. Pode
ser perigoso para a saúde.

Interação Alimentícia do Bioglic

Tanto a ingestão crônica como a aguda de álcool podem
potencializar ou diminuir a ação hipoglicemiante de Glimepirida de
maneira imprevisível.

Ação da Substância Bioglic

Resultados de eficácia

A Glimepirida é um agente de primeira geração para o tratamento
de pacientes com diabetes mellitus não
insulino-dependentes (DMNID), que não tiveram sucesso de resposta
adequada à dieta e aos exercícios.

Assim como a metformina, a Glimepirida reduz a glicose do jejum
em cerca de 60mg/dL e a hemoglobina glicosilada em 1,5 a 2,0%. O
uso de Glimepirida 1 a 8mg por dia provocou reduções
dose-dependentes nas concentrações da glicose sanguínea do jejum e
pós-prandial.

Esses efeitos se mantiveram por mais de 2 anos, quando a
Glimepirida era usada em monoterapia.

A Glimepirida pode ser usada em combinação com metformina ou com
insulina se um controle glicêmico adequado não for atingido com a
Glimepirida em monoterapia.

Monoterapia

A monoterapia com Glimepirida proporcionou um controle adequado
da glicose sanguínea em pacientes com diabetes mellitus
(DM) tipo 2 precocemente diagnosticados. Em um estudo aberto,
prospectivo, randomizado, 14 homens (entre 32 e 75 anos) com
diabetes tipo 2 precocemente diagnosticados (glicose plasmática no
jejum-GPJ maior ou igual a 140mg/dL) receberam Glimepirida 2mg uma
vez ao dia pela manhã por 24 semanas.

A dosagem era aumentada em 1mg a cada 2 semanas até um máximo de
8mg. Voluntários sadios com idades semelhantes (n=10) sem história
familiar de DM serviu como grupo controle. Uma redução
significativa na GPJ reduziu significativamente com o tratamento
com Glimepirida (252 ± 13mg/dL para 113 ± 4mg/dL, p lt; 0,01;
controle: 95 ± 2mg/dL). O tratamento foi bem tolerado.

Em outro estudo, Glimepirida 1 a 8mg ao dia foi mais eficaz do
que o placebo para o controle do diabetes mellitus não
insulino-dependente. Neste estudo multicêntrico, pararelo,
dose-titulado, 249 pacientes foram designados randomicamente ao
tratamento cego com placebo ou Glimepirida 1mg com titulação a 8mg,
se necessário. A dose permaneceu a mesma durante as 14 próximas
semanas do estudo. Os níveis médios de glicose plasmática no jejum
(p menos que 0,01) e a hemoglobina glicosilada média (p menos que
0,001) foi significativamente menor em pacientes recebendo
Glimepirida versus placebo. No final do estudo, 69% dos pacientes
tratados com Glimepirida atingiram uma hemoglobina glicosilada
menor que 7,2%, comparada a 32% dos pacientes tratados com placebo.
Efeitos adversos foram relatados em 11 e 9% dos pacientes tratados
com Glimepirida e placebo, respectivamente; tontura, astenia e dor
de cabeça ocorreram com a Glimepirida, mas não houve nenhuma
ocorrência de hipoglicemia laboratorial relatada. Pacientes
tratados com placebo relataram sintomas de hiperglicemia.

A administração de Glimepirida uma vez ao dia foi tão eficaz
quanto à administração duas vezes ao dia em pacientes com diabetes
mellitus tipo 2. Neste estudo cruzado de 14 semanas
(n=161), pacientes foram selecionados randomicamente a receber
Glimepirida 3mg duas vezes por semana ou Glimepirida 6mg ao dia por
4 semanas. Uma redução estatisticamente significativa na
concentração média de glicose em 24 h (p=0,018) comparada ao início
do estudo ocorreu em pacientes recebendo Glimepirida 3mg duas vezes
ao dia; contudo, a diferença foi pequena. Os efeitos adversos foram
comparáveis aos do placebo em ambos os grupos de tratamento.

A Glimepirida 4 e 8mg foi mais eficaz do que a Glimepirida 1mg
(p lt; 0,001) ou o placebo (0,001) na redução dos níveis de glicose
pós-prandial e do jejum e da hemoglobina glicosilada. Hipoglicemia
sintomática foi o único efeito adverso que ocorreu em mais de 5%
dos pacientes. Este estudo foi conduzido em pacientes com diabetes
mellitus tipo 2 e com uma duração média da doença de 5 a 7
anos. Todos os pacientes pararam os tratamentos que não eram apenas
a dieta por 3 semanas e então foram randomizados a placebo ou
Glimepirida 1, 4 ou 8mg. O período de tratamento foi de 14 semanas.
Os resultados confirmam que a dosagem mínima é 1mg e que a resposta
é dose-dependente.


Características farmacológicas

Farmacodinâmica

Mecanismo de ação

Tanto em pessoas saudáveis quanto em pacientes com diabetes
mellitus Tipo 2, a Glimepirida diminui as concentrações
sanguíneas da glicose, principalmente pela estimulação da secreção
de insulina pelas células beta do pâncreas. Este efeito está
baseado predominantemente no aumento da resposta das células beta
do pâncreas ao estímulo fisiológico da glicose. Ao mesmo tempo em
que promove uma redução equivalente da glicemia, a administração de
baixas doses de Glimepirida em animais e voluntários sadios leva à
liberação de menores quantidades de insulina comparativamente a
glibenclamida. Este fato sugere a existência de efeitos
extrapancreáticos (sensibilização à insulina e mimetismo da
insulina) da Glimepirida.

Adicionalmente, quando comparada às outras sulfonilureias, a
Glimepirida apresenta menor efeito sobre o sistema cardiovascular.
A Glimepirida reduz a agregação plaquetária (dados de estudos
in vitro e em animais) e promove uma redução marcante na
formação de placas ateroscleróticas (dados de estudos em
animais).

Secreção de insulina

Como todas as sulfonilureias, a Glimepirida regula a secreção de
insulina através da interação com os canais de potássio sensíveis à
ATP presentes na membrana da célula beta. Contrariamente às outras
sulfonilureias, a Glimepirida liga-se especificamente à proteína
65kDa, localizada na membrana da célula beta. Esta interação da
Glimepirida com sua proteína ligadora determina a probabilidade do
canal de potássio sensível a ATP permanecer aberto ou fechado.

A Glimepirida fecha o canal de potássio, o que induz a
despolarização da célula beta e resulta na abertura do canal de
cálcio sensível à voltagem e, consequentemente, no influxo de
cálcio para o interior da célula.

Finalmente, o aumento da concentração intracelular de cálcio
ativa a secreção da insulina por meio da exocitose.

A Glimepirida se associa e se dissocia da proteína ligadora
muito mais rápida e frequentemente do que a glibenclamida.
Acredita-se que a característica alta taxa de
associação/dissociação da Glimepirida à proteína ligadora é
responsável pelo seu pronunciado efeito de sensibilização à glicose
e pelo efeito de proteção da célula beta contra a dessensibilização
e exaustão prematura.

Efeito de sensibilização à insulina:

A Glimepirida aumenta a ação normal da insulina sobre a absorção
periférica de glicose (dados de estudos em humanos e animais).

Efeitos de mimetismo da insulina:

A Glimepirida mimetiza a ação da insulina na absorção periférica
de glicose e produção hepática de glicose.

A absorção periférica de glicose ocorre pelo seu transporte para
o interior das células musculares e lipídicas. A Glimepirida
aumenta diretamente o número de moléculas de glicose transportadas
pela membrana plasmática das células musculares e lipídicas. O
aumento do influxo de glicose leva à ativação da fosfolipase C
glicosilfosfatidilinositol-específica. Como resultado, os níveis
celulares de AMPc diminuem, causando redução da atividade da
proteína quinase A, que, por sua vez, estimula o metabolismo da
glicose.

A Glimepirida inibe a produção hepática de glicose por meio do
aumento da concentração de frutose-2,6-bifosfato, que inibe a
gliconeogênese.

Efeitos sobre a agregação plaquetária e formação de
placas ateroscleróticas

A Glimepirida reduz a agregação plaquetária in vitro e
in vivo. Este efeito é provavelmente o resultado da
inibição seletiva da ciclooxigenase, que é responsável pela
formação de tromboxano A, um importante fator endógeno de agregação
plaquetária.

A Glimepirida reduz significativamente a formação das placas
ateroscleróticas em animais. O mecanismo de ação relacionado a este
efeito ainda não está elucidado.

Efeitos cardiovasculares

As sulfonilureias afetam o sistema cardiovascular por meio dos
canais de potássio sensíveis a ATP. Comparada às sulfonilureias
convencionais, a Glimepirida exerce um efeito significativamente
menor no sistema cardiovascular (dados de estudos em animais). Este
fato pode ser explicado pela natureza específica da interação entre
a Glimepirida e a proteína ligadora do canal de potássio sensível a
ATP.

Farmacodinâmica

Em pessoas saudáveis, a dose oral mínima efetiva é de
aproximadamente 0,6mg. O efeito da Glimepirida é dose-dependente e
reprodutível. A resposta fisiológica ao exercício
físico agudo, como por exemplo, a redução da secreção de
insulina, continua presente sob o efeito de Glimepirida.

Não existem diferenças significativas relacionadas à
administração do fármaco 30 minutos ou imediatamente antes da
refeição. Em pacientes diabéticos, alcança-se um bom controle
metabólico durante 24 horas com a administração de uma única dose.
Adicionalmente, em um estudo clínico, 12 de 16 pacientes com
insuficiência renal (clearance de creatinina entre 4 e
79mL/min) alcançaram um bom controle metabólico.

Apesar do metabólito hidroxi da Glimepirida causar uma redução
pequena, porém significativa da glicose sérica em pessoas
saudáveis, ele é responsável por somente uma pequena parte do
efeito total do fármaco.

Terapia combinada com metformina

Em pacientes que não alcançaram um controle adequado com a dose
máxima tanto de Glimepirida quanto de metformina, pode-se iniciar a
terapia concomitante com ambos agentes antidiabéticos. Em dois
estudos, verificou-se melhora no controle metabólico no tratamento
combinado em comparação ao tratamento com o fármaco isolado.

Terapia combinada com insulina

Em pacientes que não alcançaram um controle metabólico adequado
com a dose máxima de Glimepirida, pode-se iniciar a terapia
concomitante com insulina. Em dois estudos, a terapia com a
associação de insulina e Glimepirida promoveu o mesmo controle
metabólico que insulina em monoterapia; entretanto, foi necessária
uma dose média menor de insulina na terapia associada.

Farmacocinética

Absorção, distribuição, metabolismo e
eliminação

A biodisponibilidade absoluta da Glimepirida é completa. A
ingestão de alimentos não exerce nenhuma influência relevante na
absorção. As concentrações séricas máximas (Cmáx) são
alcançadas aproximadamente 2,5 horas após a administração oral
(309ng/mL durante a administração de doses múltiplas de 4mg por
dia) e existe uma relação linear entre dose/Cmáx e
dose/AUC. A Glimepirida apresenta um pequeno volume de distribuição
(aproximadamente 8,8L), que é aproximadamente igual ao volume de
distribuição da albumina; alta taxa de ligação às proteínas
plasmáticas (gt; 99%) e baixo clearance (aprox. 48mL/min).
A meia-vida sérica média predominante, que é relevante para as
concentrações séricas alcançadas com a administração de
doses-múltiplas, é de cerca de 5 a 8 horas. Após a administração de
doses elevadas, foi observado um leve aumento da meia-vida do
fármaco.

Após a administração de dose única de Glimepirida radiomarcada,
58% da radioatividade foi recuperada na urina e 35% nas fezes. Não
foi detectado fármaco inalterado na urina. Foram identificados dois
metabólitos, provavelmente resultantes do metabolismo hepático (a
principal enzima é a CYP2C9), tanto na urina quanto nas fezes: um
derivado hidroxi e um derivado carboxi. Após a administração oral
de Glimepirida, as meias-vidas terminais destes metabólitos foram
de 3 a 6 horas e de 5 a 6 horas, respectivamente.

A comparação entre a administração diária de dose única e
dose-múltipla não revelou diferenças significativas em relação aos
parâmetros farmacocinéticos e a variabilidade intraindividual foi
muito baixa. Não foi observado acúmulo relevante do fármaco.

Os parâmetros farmacocinéticos obtidos em 5 pacientes
não-diabéticos após cirurgia do ducto biliar foram semelhantes
àqueles obtidos em pessoas saudáveis.

Populações especiais

Sexo

A farmacocinética é semelhante entre homens e mulheres.

Idosos

A farmacocinética é semelhante entre pacientes jovens e idosos
(acima de 65 anos).

Pacientes pediátricos

Um estudo que avaliou a farmacocinética, segurança e a
tolerabilidade de 1mg de Glimepirida em dose única em 30 pacientes
pediátricos (de 10 a 17 anos) com diabetes tipo 2 mostrou AUC média
(0-final), Cmáx e T 12 similar
aos observados previamente em adultos.

Insuficiência renal

Em um estudo fase aberta, dose única, conduzido em 15 pacientes
com insuficiência renal, Glimepirida (3mg) foi administrada em 3
grupos de pacientes com diferentes níveis de clearance de
creatinina médio (CLcr); (Grupo I, CLcr = 77,7mL/min, n = 5),
(Grupo II, CLcr = 27,4mL/min, n = 3) e (Grupo III, CLcr =
9,4mL/min, n = 7). A Glimepirida demonstrou ser bem tolerada em
todos os 3 grupos. Em pacientes com clearance de
creatinina baixo, foi observada tendência de aumento do
clearance da Glimepirida e de redução da concentração
sérica média da mesma, devido provavelmente à eliminação mais
rápida do fármaco, causada pela diminuição da sua ligação às
proteínas plasmáticas. A eliminação renal dos dois metabólitos foi
prejudicada. Resultados de um estudo de titulação multidose
conduzido em 16 pacientes diabéticos Tipo 2 com insuficiência
renal, utilizando doses variando de 1 a 8mg diariamente por 3
meses, foram consistentes com resultados observados após uma dose
única. Todos os pacientes com um CLcr menor que 22mL/min tiveram
controle adequado de seus níveis de glicose com um regime
posológico de apenas 1mg por dia. Em geral, não existem riscos
adicionais de acúmulo do fármaco em tais pacientes.

Não é conhecido se a Glimepirida é dialisável.

Dados de segurança pré-clínica

Toxicidade crônica

Em estudos de toxicidade crônica e subcrônica conduzidos em
ratos, camundongos e cães observou-se declínio da glicose sérica,
assim como desgranulação das células beta do pâncreas; estes
efeitos demonstraram ser, a princípio, reversíveis e relacionados
aos sinais do efeito farmacodinâmico do medicamento. Em um estudo
de toxicidade crônica conduzido em cães, dois dos animais que
receberam a maior dose (320mg/kg de peso corpóreo) desenvolveram
catarata. Estudos in vitro com cristalinos bovinos e
investigações realizadas em ratos não demonstraram nenhum potencial
cataratogênico ou cocataratogênico.

Carcinogenicidade

Estudos prolongados em ratos não revelaram nenhum potencial
carcinogênico. Em camundongos, foi observado aumento da incidência
de hiperplasia e adenoma de células da ilhota; estas observações
foram relacionadas como resultantes da estimulação crônica das
células beta. A Glimepirida não demonstrou nenhum efeito mutagênico
ou genotóxico.

Toxicologia reprodutiva

A administração em ratos não demonstrou nenhum efeito sobre a
fertilidade, o curso da gravidez ou o parto. Os fetos que nasceram
através de cesariana apresentaram um leve retardo no crescimento.
Foram observadas deformações no úmero, fêmur e articulação do
quadril e do ombro em fetos que nasceram por meio de parto normal,
de ratas que receberam altas doses do medicamento. A administração
oral de Glimepirida na fase avançada da gravidez e/ou durante a
lactação aumentou o número de óbitos fetais e produziu as mesmas
deformações de membros citadas anteriormente.

A Glimepirida não apresentou nenhum efeito reconhecível sobre a
audição, desenvolvimento físico, comportamento funcional,
aprendizagem, memória e fertilidade da prole.

Em animais, a Glimepirida é excretada no leite.

A Glimepirida é ingerida pelos lactentes através do leite
materno; a administração de altas doses de Glimepirida em ratas que
estavam amamentando causou hipoglicemia em ratos jovens
lactentes.

Foram observadas malformações fetais (por exemplo: malformações
oculares, fissuras e anormalidades ósseas) em ratos e coelhos; foi
observado aumento do número de abortos e óbitos intrauterinos
somente em coelhos.

Todas as descobertas de toxicologia reprodutiva estão
provavelmente relacionadas aos efeitos farmacodinâmicos de doses
excessivas e não são específicas à substância.

Cuidados de Armazenamento do Bioglic

Mantenha Bioglic em temperatura ambiente (15 a 30ºC) e protegido
da umidade.

Prazo de validade:

24 meses a partir da data de fabricação. Não utilize
medicamentos com a validade vencida.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Bioglic

Número de lote, data de fabricação e prazo de validade:
vide cartucho/rótulo.

Registro MS – 1.0974.0094

Farm.Resp.:

Dr. Dante Alario Junior
CRF-SP nº 5143

Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.

Av. Paulo Ayres, 280 – Taboão da Serra – SP
CEP 06767-220 SAC 0800 724 6522
CNPJ 49.475.833/0001-06
Indústria Brasileira

Venda sob prescrição médica.

Bioglic, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.