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Cisatracúrio

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) é indicado para ser
utilizado durante procedimentos cirúrgicos e outros procedimentos,
e na terapia intensiva. É utilizado em associação à anestesia ou na
sedação em Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) para relaxamento
da musculatura esquelética e para facilitar a intubação orotraqueal
e a ventilação mecânica.

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) não contém
conservantes antimicrobianos e é produzido com o intuito de uso em
um único paciente.

Contraindicação do Cisatracúrio

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) é contraindicado
para pacientes com conhecida hipersensibilidade ao cisatracúrio,
atracúrio ou ácido benzenossulfônico.

Como usar o Cisatracúrio

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) injetável, quando
diluído, é física e quimicamente estável por até 24 horas entre 5°C
e 25°C, em concentrações entre 0,1 e 2,0 mg/mL, nos seguintes
fluidos de infusão, em recipientes de cloreto de polivinila (PVC)
ou de polipropileno.

  • Infusão intravenosa de solução fisiológica (0,9% p/v);
  • Infusão intravenosa de dextrose (5% p/v);
  • Infusão intravenosa de cloreto de sódio (0,18% p/v) e dextrose
    (4% p/v);
  • Infusão intravenosa de cloreto de sódio (0,45% p/v) e dextrose
    (2,5% p/v).

Em casos raros, determinadas drogas podem agravar ou revelar
miastenia gravis latente ou induzir uma síndrome
miastênica, resultando em aumento da sensibilidade a agentes
bloqueadores neuromusculares não-despolarizantes. Estas drogas
incluem vários antibióticos, betabloqueadores (propranolol,
oxprenolol), antiarrítmicos (procainamida, quinidina), drogas
antirreumáticas (cloroquina, D-penicilamina), trimetafano,
clorpromazina, esteroides, fenitoína e lítio.

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) não contém
conservantes antimicrobianos. Por isso, a diluição deve ser
efetuada imediatamente antes do uso, e a administração deve começar
o mais rápido possível após sua preparação. Qualquer solução
(diluída ou não) remanescente deve ser descartada.

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) não é quimicamente
estável quando diluído com Solução de Ringer Lactato.

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) injetável mostrou-se
compatível com as seguintes drogas perioperatórias de uso comum,
quando misturado em condições simulando a administração numa
infusão IV através de um adaptador Y: cloridrato de alfentanil,
droperidol, citrato de fentanil, cloridrato de midazolam e citrato
de sufentanil.

Quando outras drogas são administradas através da mesma agulha
ou cânula que Besilato de Cisatracúrio (substância ativa), é
recomendado que cada droga seja lavada com um volume adequado de um
fluido intravenoso apropriado como, por exemplo, infusão
intravenosa de solução fisiológica 0,9% (p/v).

Como Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) só é estável em
soluções ácidas, ele não deve ser misturado na mesma seringa ou
administrado simultaneamente através da mesma agulha de soluções
alcalinas como, por exemplo, tiopental sódico. Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) não é compatível com quetorolac
trometamol ou emulsão injetável de propofol.

Como acontece com outras drogas administradas por via
intravenosa, quando uma veia de pequeno calibre é selecionada como
local de injeção, Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) deve
ser passado através da veia com um fluido intravenoso apropriado,
como a infusão intravenosa de solução fisiológica (0,9% p/v).

Assim como outros agentes bloqueadores neuromusculares,
recomenda-se o monitoramento da função neuromuscular durante a
utilização de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) a fim de
se individualizar as doses necessárias.

Uso através de injeção IV em bolus em
adultos

Intubação orotraqueal

A dose de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa)
recomendada para intubação em adultos é 0,15 mg/kg, administrada
rapidamente ao longo de cinco a dez segundos. Essa dose produz
condições de boas a excelentes para a intubação orotraqueal em 120
segundos após a administração.

Doses mais altas reduzem o tempo para o início do bloqueio
neuromuscular. A tabela a seguir resume o valor médio dos dados
farmacodinâmicos quando uma injeção de Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) é administrada em doses de 0,1 a 0,4 mg/kg a
pacientes adultos sadios durante anestesia por opioides
(tiopental/fentanil/midazolam) ou por propofol.

*Resposta contrátil única, assim como o primeiro componente de
uma sequência de quatro respostas do músculo adutor do polegar após
estimulação elétrica supramáxima do nervo ulnar.

A anestesia por enflurano ou isoflurano pode prolongar a duração
clinicamente eficaz de uma dose inicial de Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) em até 15%.

Dose de manutenção

O bloqueio neuromuscular pode ser prolongado com doses de
manutenção de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa). Uma dose
de 0,03 mg/kg proporciona aproximadamente 20 minutos adicionais de
bloqueio neuromuscular clinicamente eficaz durante anestesia
por opioides ou propofol. Doses de manutenção consecutivas não
resultam em prolongamento progressivo do efeito.

Recuperação espontânea

Iniciada a recuperação espontânea do bloqueio neuromuscular, a
velocidade é independente da dose administrada de Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa). Durante anestesia por opioides ou
propofol, os tempos médios de recuperação de 25% a 75% e de 5% a
95% são aproximadamente de 13 e 30 minutos, respectivamente.

Reversão

O bloqueio neuromuscular após a administração de Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) pode ser revertido rapidamente com
doses padrão de inibidores da acetilcolinesterase. Os tempos médios
para 25 a 75% de recuperação e para recuperação clínica completa
(relação T4:T1 ≥ 0,7) são de aproximadamente dois e cinco minutos,
respectivamente, após a administração do agente reversor em uma
média de 13% da recuperação de T1.

Uso através de injeção IV em bolus em crianças
(2 a 12 anos de idade)

A dose inicial de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa)
injetável recomendada para crianças com idade entre 2 e 12 anos é
de 0,1 mg/kg, administrada em cinco a 10 segundos. A tabela
seguinte resume os dados farmacodinâmicos médios obtidos durante
anestesia por opioides.

A dose de 0,1 mg/kg apresenta início de ação mais rápido,
duração clinicamente eficaz mais curta e perfil mais rápido de
recuperação espontânea do que em adultos sob condições anestésicas
semelhantes.

Baseando-se nos dados acima, é esperado que o halotano
potencialize o efeito bloqueador neuromuscular do Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) em aproximadamente 20%. Não há
informação disponível do uso de Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) em crianças durante anestesia por isoflurano ou
enflurano, mas pode-se esperar que estes agentes também prolonguem
a duração clinicamente eficaz de uma dose de Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) em aproximadamente 15% a 20%.

Intubação orotraqueal

Apesar de a intubação orotraqueal não ter sido especificamente
estudada nesse grupo etário, o início de ação é mais rápido do que
em adultos e, portanto, a intubação também deve ser possível em
dois minutos após a administração.

Manutenção

O bloqueio neuromuscular pode ser prolongado com doses de
manutenção de Besilato de Cisatracúrio (substância
ativa)injetável.

Em pacientes de 2 a 12 anos de idade, uma dose de 0,02 mg/kg
proporciona aproximadamente nove minutos de bloqueio neuromuscular
clinicamente eficaz adicional durante anestesia por halotano. Doses
de manutenção consecutivas não resultam em prolongamento
progressivo do efeito.

Não há dados suficientes para se descrever recomendação
específica para a dosagem de manutenção em pacientes pediátricos de
2 a 12 anos de idade durante anestesia com opioides. Entretanto,
dados muito limitados, obtidos de estudos clínicos em pacientes
pediátricos menores de 2 anos de idade, sugerem que a dose de
manutenção de 0,03 mg/kg pode prolongar o bloqueio neuromuscular
clinicamente efetivo por um período de até 25 minutos, durante
anestesia com opioides.

Recuperação espontânea

A taxa de recuperação do bloqueio neuromuscular é independente
da dose de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) Injetável
administrada. Durante anestesia por opioides ou halotano, os tempos
médios de 25% a 75% e de 5% a 95% de recuperação são de
aproximadamente 11 e 28 minutos, respectivamente.

Reversão

O bloqueio neuromuscular após a administração de Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) Injetável pode ser revertido
prontamente com doses padrão de inibidores da acetilcolinesterase.
Os tempos médios para 25% a 75% de recuperação e para recuperação
clínica completa (relação T4:T1 ≥ 0,7) são de, aproximadamente,
dois e cinco minutos, respectivamente, após a administração do
agente reversor a uma média de 13% da recuperação de T1.

Uso através de infusão IV em adultos e crianças (2 a 12
anos de idade)

Dosagem em adultos e crianças com idade entre 2 e 12
anos

A manutenção do bloqueio neuromuscular pode ser alcançada por
infusão de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) injetável.
Uma velocidade de infusão inicial de 3 µg/kg/min (0,18 mg/kg/h) é
recomendada para restaurar 89% a 99% de supressão T1 após
evidências de recuperação espontânea.

Após um período inicial de estabilização do bloqueio
neuromuscular, uma velocidade de 1 a 2 µg/kg/min (0,06 a 0,12
mg/kg/h) deve ser adequada para manter o bloqueio nessa faixa
etária na maioria dos pacientes. A redução da velocidade de infusão
em aproximadamente 40% pode ser necessária quando Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) injetável é administrado durante
anestesia por isoflurano ou enflurano.

A velocidade de infusão depende da concentração de cisatracúrio
na solução de infusão, do grau de bloqueio neuromuscular desejado e
do peso do paciente. A tabela seguinte fornece diretrizes para a
administração de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa)
injetável não-diluído.

Velocidade de infusão de Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) injetável 2 mg/mL:

A infusão contínua de velocidade constante de Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) injetável não está associada a
aumento ou redução progressiva do efeito bloqueador neuromuscular.
Após a descontinuação da infusão de Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) injetável, a recuperação espontânea do bloqueio
neuromuscular ocorre numa velocidade comparável à da administração
em bolus único.

Dosagem em idosos

Não há necessidade de ajustes de dose para pacientes idosos.
Neles, Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) tem perfil
farmacodinâmico similar ao observado em pacientes adultos jovens,
mas, como acontece com outros bloqueadores neuromusculares, o
produto pode ter início de ação um pouco mais lento.

Dosagem para pacientes com insuficiência
renal

Não há necessidade de ajustes de dose para pacientes com
insuficiência renal. Nesses pacientes, Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) tem perfil farmacodinâmico similar ao observado
em pacientes com função renal normal, mas o produto pode ter início
de ação um pouco mais lento.

Dosagem para pacientes com insuficiência
hepática

Não há necessidade de ajustes de dose para pacientes com doença
hepática em estágio terminal. Nesses pacientes, Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) tem perfil farmacodinâmico similar
ao observado em pacientes com função hepática normal, mas o produto
pode ter início de ação um pouco mais rápido.

Dosagem para pacientes com doença
cardiovascular

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) pode ser usado
eficazmente para fornecer bloqueio neuromuscular em pacientes
submetidos à cirurgia cardíaca.

Quando administrado por injeção rápida em bolus (ao longo de
cinco a 10 segundos) a pacientes adultos com doença cardiovascular
grave, Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) não foi
associado a efeitos cardiovasculares clinicamente significativos em
nenhuma das doses estudadas (≥ 0,4 mg/kg ou oito vezes DE95). O uso
de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) não foi estudado em
crianças submetidas à cirurgia cardíaca.

Dosagem para pacientes de unidades de terapia
intensiva

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) pode ser
administrado por bolus e/ou infusão a pacientes adultos em
unidade de terapia intensiva. Uma taxa de infusão inicial de 3
µg/kg/min (0,18 mg/kg/h) é recomendada para pacientes adultos em
UTIs. Pode haver variação interpacientes ampla na necessidade de
dosagem, que pode aumentar ou diminuir com o tempo. Em estudos
clínicos, a velocidade de infusão média foi de 3 µg/kg/min [faixa
de 0,5 a 10,2 µg/kg/min (0,03 a 0,6 mg/kg/h)].

O tempo médio para recuperação espontânea completa, após infusão
de longo prazo (até seis dias) de Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) Injetável em pacientes em UTIs, foi de
aproximadamente 50 minutos.

Velocidade de infusão de Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) Injetável 5 mg/mL:

O perfil de recuperação após infusões de Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) Injetável a pacientes de UTIs é
independente da duração da infusão.

Dosagem em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca
hipotérmica

Não foram realizados estudos com Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) Injetável em pacientes submetidos à cirurgia com
hipotermia induzida (25°C a 28°C). Como acontece com outros
bloqueadores neuromusculares, é esperado que a velocidade de
infusão necessária para manter um relaxamento cirúrgico adequado
nessas condições seja reduzida significativamente.

 

Precauções do Cisatracúrio

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) paralisa a
musculatura respiratória, assim como outros músculos esqueléticos,
mas não tem efeito conhecido na consciência ou no limiar de dor.
Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) injetável deve ser
administrado somente por ou sob a supervisão de um anestesista ou
médicos de outra especialidade familiarizados com o uso e a ação de
agentes bloqueadores neuromusculares.

Devem estar à disposição equipamentos para intubação
orotraqueal, manutenção da ventilação pulmonar e oxigenação
arterial adequada. Deve-se ter cuidado ao se administrar Besilato
de Cisatracúrio (substância ativa) a pacientes que apresentaram
hipersensibilidade a outros bloqueadores neuromusculares, pois
foram reportadas altas taxas de sensibilidade cruzada (superior a
50%) entre agentes bloqueadores neuromusculares.

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) não apresenta
propriedades vagolíticas ou de bloqueio ganglionar. Como
consequência, Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) não
exerce efeito significativo sobre a frequência cardíaca e não irá
compensar a bradicardia produzida por vários agentes anestésicos ou
pela estimulação vagal durante a cirurgia.

Pacientes com miastenia gravis e outras doenças neuromusculares
apresentaram grande aumento da sensibilidade a agentes bloqueadores
não-despolarizantes. Uma dose inicial de não mais do que 0,02 mg/kg
de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) é recomendada para
esses pacientes.

Graves alterações ácido-base e/ou hidroeletrolíticas podem
aumentar ou diminuir a sensibilidade dos pacientes aos bloqueadores
neuromusculares.

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) não foi estudado em
pacientes com histórico de hipertermia maligna. Estudos realizados
em porcos suscetíveis à hipertermia maligna indicaram que Besilato
de Cisatracúrio (substância ativa) não induz essa síndrome.

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) não foi estudado em
pacientes queimados. Entretanto, como acontece com outros
bloqueadores neuromusculares nãodespolarizantes, deve-se
obrigatoriamente considerar a possível necessidade de aumento da
dose e a redução da duração da ação quando Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) for administrado a esses pacientes.

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) injetável é
hipotônico e não deve ser administrado na mesma linha de infusão de
transfusão de sangue.

Pacientes em UTI

Quando administrado a animais de laboratório em altas doses, a
laudanosina, um metabólito do cisatracúrio e do atracúrio, foi
associada à hipotensão transitória e, em algumas espécies, a
efeitos cerebrais excitatórios.

Devido à menor necessidade de infusão de Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa), as concentrações plasmáticas de
laudanosina correspondem, aproximadamente, a um terço (1/3)
daquelas encontradas após a infusão do atracúrio.

Houve raros relatos de convulsões em pacientes em UTI que
receberam atracúrio e outros agentes. Esses pacientes geralmente
apresentavam uma ou mais condições clínicas que predispõem a
convulsões (por exemplo, traumatismo craniano, encefalopatia
hipóxica, edema cerebral, encefalite viral, uremia).

Não foi estabelecida relação causal com a laudanosina.

Mutagenicidade e carcinogenicidade

O risco mutagênico para pacientes submetidos a relaxamento
muscular com Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) é
considerado insignificante.

Não foram realizados estudos de carcinogenicidade.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar
máquinas

Estas precauções não são relevantes em relação a Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa).

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) será sempre usado em
combinação com o anestésico geral e, consequentemente, precauções
usuais relativas à realização de tarefas após anestesia geral são
aplicadas.

Gravidez e lactação

Estudos de fertilidade não foram conduzidos.

Estudos em animais indicaram que o cisatracúrio não exerce
efeitos adversos sobre o desenvolvimento fetal.

Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) somente deve ser
administrado durante a gravidez se o benefício para a mãe for maior
do que qualquer possível risco para o feto.

Não se sabe se o cisatracúrio ou seus metabólitos são excretados
no leite materno.

Categoria B de risco na gravidez. Este medicamento não
deve ser utilizando por mulheres grávidas sem orientação médica ou
do cirurgião-dentista.

Reações Adversas do Cisatracúrio

Os dados relacionados a seguir baseiam-se nos estudos clínicos
internos e foram utilizados na determinação da frequência dos
eventos adversos.

Para a classificação da frequência das reações adversas,
a seguinte convenção tem sido aplicada:

  • Muito comum (≥ 1/10);
  • Comum (≥ 1/100 e lt; 1/10);
  • Incomum (≥ 1/1.000 e lt; 1/100);
  • Rara (≥ 1/10.000 e lt; 1/1.000);
  • Muito rara (lt; 1/10.000).

Dados de estudos clínicos

Reações comuns (gt;1/100 e lt;1/10)

Bradicardia, hipotensão.

Reações incomuns (gt;1/1.000 e lt; 1/100)

Rubor cutâneo, broncoespasmos, rash cutâneo.

Dados pós-comercialização

Reações muito raras (lt;1/10.000)

Reação anafilática:

Reações anafiláticas com grau variável de gravidade foram
observadas após a administração de agentes bloqueadores
neuromusculares. Muito raramente foram relatadas reações
anafiláticas graves em pacientes que receberam Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) em associação a um ou mais agentes
anestésicos.

Miopatia, fraqueza muscular:

Ocorreram alguns relatos de fraqueza muscular e/ou miopatia após
uso prolongado de relaxantes musculares em pacientes gravemente
doentes em UTI. A maioria dos pacientes estava recebendo
corticosteroides concomitantemente. Esses eventos foram relatados
pouco frequentemente associados ao uso de Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) e não possuem relação causal estabelecida.

Em caso de eventos adversos, notifique-os ao Sistema de
Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em
portal.anvisa.gov.br/notivisa, ou à Vigilância Sanitária Estadual
ou Municipal.

Interação Medicamentosa do Cisatracúrio

Muitas drogas mostraram ter influência sobre a magnitude
e/ou duração da ação de agentes bloqueadores neuromusculares
não-despolarizantes, incluindo:

Aumento do efeito

Anestésicos:

  • Agentes voláteis, como enflurano, isoflurano e halotano;
  • Cetamina;
  • Outros agentes bloqueadores neuromusculares
    não-despolarizantes.

Outras drogas:

  • Antibióticos, incluindo aminoglicosídeos, polimixinas,
    espectinomicina, tetraciclinas, lincomicina e clindamicina;
  • Antiarrítmicos, incluindo propranolol, bloqueadores de canal de
    cálcio, lidocaína, procainamida e quinidina;
  • Diuréticos, incluindo furosemida e, possivelmente, tiazidas,
    manitol e acetazolamida;
  • Sais de magnésio;
  • Sais de lítio;
  • Drogas bloqueadoras ganglionares: trimetafano e
    hexametônio.

Em casos raros, determinadas drogas podem agravar ou revelar
miastenia gravis latente ou induzir uma síndrome miastênica,
resultando em aumento da sensibilidade a agentes bloqueadores
neuromusculares não-despolarizantes.

Estas drogas incluem vários antibióticos, betabloqueadores
(propranolol, oxprenolol), antiarrítmicos (procainamida,
quinidina), drogas antirreumáticas (cloroquina, D-penicilamina),
trimetafano, clorpromazina, esteroides, fenitoína e lítio.

A administração de suxametônio para prolongar os efeitos de
agentes bloqueadores neuromusculares não-despolarizantes podem
resultar em um prolongado e complexo bloqueio, o qual pode ser de
difícil reversão com anticolinesterásicos.

Redução do efeito

  • Administração crônica prévia de fenitoína ou
    carbamazepina;
  • Tratamentos com agentes anticolinesterase comumente usados no
    tratamento da doença de Alzheimer (por exemplo, donepezil) podem
    reduzir a duração e diminuir a taxa do bloqueio neuromuscular com
    Besilato de Cisatracúrio (substância ativa).

Não causa efeito

A administração prévia de suxametônio não tem nenhum efeito
sobre a duração do bloqueio neuromuscular, após a administração de
doses em bolus de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa)
injetável ou nos requisitos da taxa de infusão.

Ação da Substância Cisatracúrio

Resultados de Eficácia


Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) demonstrou eficácia
em causar relaxamento muscular em pacientes graves.

Estudo realizado em crianças de 0 a 2 anos de idade demonstraram
eficácia e segurança de Besilato de Cisatracúrio (substância
ativa).

Estudo realizado em crianças demonstrou recuperação da função
muscular mais rápida que outros agentes.

Características Farmacológicas


Propriedades farmacodinâmicas

O Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) é um relaxante da
musculatura esquelética benzilisoquinolínio, não-despolarizante e
de duração intermediária.

Estudos clínicos realizados em homens indicaram que Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) não está associado à liberação
dose-dependente de histamina, mesmo em doses de até (ou igual a)
oito vezes a DE95 (dose necessária para produzir a depressão de 95%
da resposta contrátil do músculo adutor do polegar à estimulação do
nervo ulnar).

O Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) se liga aos
receptores colinérgicos na placa motora terminal, antagonizando a
ação da acetilcolina e resultando em bloqueio competitivo da
transmissão neuromuscular. Essa ação é prontamente revertida pelo
uso de inibidores da acetilcolinesterase, como neostigmina ou
edrofônio.

A DE95 (dose necessária para produzir uma depressão de 95% da
resposta contrátil do músculo adutor do polegar à estimulação do
nervo ulnar) do Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) foi
estimada em 0,05 mg/kg de peso corpóreo, durante anestesia com
opioides (tiopental/fentanil/midazolam). A DE95 de Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) em crianças durante anestesia por
halotano é de 0,04 mg/kg.

Propriedades farmacocinéticas

Farmacocinética em pacientes adultos

A farmacocinética não-compartimental do Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) não se mostrou dose-dependente na faixa estudada
(0,1 a 0,2 mg/kg, ou duas a quatro vezes a DE95).

Os estudos populacionais confirmam e ampliam esses dados para
doses de até 0,4 mg/kg (oito vezes a DE95).

Distribuição

Após a administração de doses de 0,1 e 0,2 mg/kg de Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) a pacientes cirúrgicos adultos
sadios, o volume de distribuição no estado estacionário foi de 121
a 161 mL/kg.

Metabolismo

O Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) é degradado em pH
e temperatura fisiológicos, pela eliminação de Hofmann (um processo
químico), ao laudanosina e a um metabólito acrilato
monoquaternário. O acrilato monoquaternário é hidrolisado por
esterases plasmáticas não-específicas a um álcool monoquaternário.
Esses metabólitos não possuem atividade bloqueadora
neuromuscular.

Eliminação

A eliminação do Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) é
amplamente órgão-independente, mas o fígado e os rins são as
principais vias de eliminação de seus metabólitos.

Injeção IV em bolus

Os parâmetros farmacocinéticos após doses de 0,1 e 0,2
mg/kg de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) administradas
a pacientes cirúrgicos adultos e sadios estão resumidos na tabela
abaixo:

Parâmetro

Variação de valores médios

Clearance

4,7 a 5,7 mL/min/kg

Meia-vida de eliminação

22 a 29 min

Infusão IV

A farmacocinética do Besilato de Cisatracúrio (substância ativa)
após infusão de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) foi
similar à farmacocinética após injeção única em bolus. A
farmacocinética foi estudada em pacientes cirúrgicos adultos e
sadios que receberam dose inicial em bolus de 0,1 mg/kg,
seguida de infusão de manutenção de Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) para manter supressão de 89 a 99% de T1.

O clearance médio do Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa) foi de 6,9 mL/kg/min, e a meia-vida de
eliminação, de 28 minutos. O perfil de recuperação após infusão de
Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) independe da duração da
infusão e é similar ao perfil após injeções únicas em
bolus.

Populações especiais

Idosos

Não há diferenças clinicamente significativas na farmacocinética
do Besilato de Cisatracúrio (substância ativa), bem como no perfil
de recuperação, entre pacientes idosos e pacientes adultos jovens.
Em um estudo comparativo, o clearance plasmático não foi afetado
pela idade.

Pequenas diferenças no volume de distribuição (+17%) e meia vida
(+4%) não afetaram o perfil de recuperação.

Pacientes com insuficiência renal

Não há diferenças clinicamente significativas na farmacocinética
do Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) entre pacientes com
insuficiência renal terminal e pacientes adultos sadios.

Em um estudo comparativo, não houve diferenças estatisticamente
significativas ou clinicamente relevantes nos parâmetros
farmacocinéticos do Besilato de Cisatracúrio (substância ativa). O
perfil de recuperação do Besilato de Cisatracúrio (substância
ativa) permaneceu inalterado nessegrupo de pacientes.

Pacientes com insuficiência hepática

Não há diferenças clinicamente significativas na farmacocinética
do Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) entre pacientes com
insuficiência hepática terminal e pacientes adultos sadios. Em um
estudo comparativo entre pacientes submetidos a transplante de
fígado e adultos saudáveis, houve pequenas diferenças no volume de
distribuição (+21%) e no clearance (+16%), mas que não
afetaram a meia vida de eliminação do Besilato de Cisatracúrio
(substância ativa). O perfil de recuperação permaneceu
inalterado.

Pacientes em UTI

A farmacocinética do Besilato de Cisatracúrio (substância ativa)
em pacientes em UTI, recebendo infusões prolongadas, é similar à de
pacientes cirúrgicos adultos sadios, recebendo infusões ou injeções
únicas em bolus. O clearance médio do Besilato de
Cisatracúrio (substância ativa) foi de 7,5 mL/kg/min, e a meia vida
de eliminação, de 27 minutos. O perfil de recuperação após infusões
de Besilato de Cisatracúrio (substância ativa) nesses pacientes
independe da duração da infusão.

As concentrações dos metabólitos foram mais altas em pacientes
em UTI com função renal e/ou hepática alterada. Esses metabólitos
não contribuem para o bloqueio neuromuscular.

Cisatracurio, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.