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Tratamento inovador para insuficiência renal

O medicamento revolucionário para doença renal

Olá, sou Antonio Laender, médico nefrologista e clínico geral. João amava Teresa, que amava Raimundo, que amava Maria, que amava Joaquim, que amava Lili. Que não amava ninguém, separa Carlos Drummond de Andrade. Os impasses do amor formaram uma quadrilha. A interação entre coração e os dois rins resultou em bem-sucedido triângulo amoroso. Cada órgão do corpo humano tem a sua devida importância, mas não há nada mais verdadeiro que a conexão entre o coração e os rins. Exatamente, os rins e o coração possuem uma poderosa sintonia. Tanto que, se seu coração adoece, os rins também adoecem e vice-versa. Portanto, a doença cardiorrenal é um grande espectro de doença que mais mata no mundo ocidental.

O que é um símbolo de solidariedade e apoio? Coincidência? Não! Seu coração e seus rins têm o tamanho de um punho cerrado. O coração é uma bomba vital que bombeia o sangue pelo corpo todo, fornecendo oxigênio e alimento a todos os outros órgãos e tecidos. Por sua vez, os rins são filtros vitais, que limpam e equilibram o sangue que o coração bombeia. Os rins são formados por milhões de néfrons, e cada néfron é formado por duas estruturas: o glomérulo e o túbulo.

O glomérulo é o nosso filtro propriamente dito, que peneira o nosso sangue, deixando passar as coisas ruins como a toxina creatinina, e segurando as coisas boas, como as proteínas. E por isso, creatinina elevada no sangue e proteína elevada na urina são sinais de doença renal. Já o túbulo é por onde passa a urina recém-formada pela filtração do glomérulo. E então, é conduzida para as vias urinárias para ser eliminada.

A doença renal é silenciosa e progride com o passar dos anos, a ponto de necessitar de diálise ou de transplante renal. Prevenir é melhor que remediar, mas se não foi possível prevenir, podemos contar com o avanço da ciência para o tratamento medicamentoso. A forma medicamentosa mais conhecida de frear a progressão da doença renal é reduzir a perda de elétrons é por meio da redução da pressão de dentro do glomérulo.

E aqui está o cogumelo, nosso filtro propriamente dito, que recebe o sangue por uma via de entrada e devolve o sangue por uma via de saída. Para fins didáticos, há duas formas de se reduzir a pressão de dentro do glomérulo. A primeira é reduzir a pressão de saída, de modo que o influxo de sangue recém-filtrado seja facilitado. A segunda é reduzir a pressão de entrada, de modo que o influxo de sangue a ser filtrado seja controlado. Compreender este mecanismo chave de perda de néfrons serviu de racional para os ensaios clínicos terapêuticos.

Até recentemente, tínhamos uma única classe de medicamentos que reduzem a pressão de dentro do glomérulo: os inibidores do SRA, compostos pelos medicamentos terminados em “pril” e “tan” – captopril, enalapril, Losartana, valsartana, entre outros. E esta tem sido a única classe de medicamentos para o manejo da doença renal por décadas.

O ano de 2020 jamais será esquecido por causa da pandemia com COVID-19. Por outro lado, o mesmo ano trouxe resultados positivos de ensaios científicos e entusiasmo à comunidade de nefrologistas e cardiologistas. Após duas décadas sem inovação, inaugura-se a era de uma nova classe de medicamentos que reduzem a pressão de dentro do glomérulo. Os inibidores do SGLT1, compostos pelos medicamentos terminados em “grifozina”, sem público: Usina (Cana de Usina da HARPAG)grifozina. Tais medicamentos contraem a via de entrada do glomérulo, reduzindo a pressão do seu interior.

E agora, dispomos de duas classes de medicamentos que são complementares e eficazes em reduzir a chance de diálise ou transplante renal. Lembre-se: todo medicamento tem prós e contras, e não seria diferente com a nova classe, apesar de os inibidores do SGLT reduzirem o risco de diálise ou transplante. Alguns efeitos colaterais são candidíase genital, fratura, amputação e cetoacidose. O curioso é que tal nova classe de medicamentos foi originalmente desenvolvida como medicamento para endocrinologistas que cuidam de diabéticos. Revelou-se ser medicamento revolucionário e agora pertence também aos neurologistas e cardiologistas.

A doença cardiorrenal tem evolução silenciosa durante anos, sem que o paciente perceba, para que tenha uma bomba-relógio prestes a explodir, seja na forma de um infarto, derrame, insuficiência cardíaca ou insuficiência renal.

Saudações à nova droga que protege seus rins e seu coração. Finalizando o poema de Drumond: João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre. Maria ficou para tia. Joaquim suicidou-se é Lili casou com J.Pinto Fernandes, que não tinha entrado na história. Curta o vídeo e clique no botão vermelho “inscrever-se” se você não é inscrito. E até o próximo vídeo!

Fonte: Remédio revolucionário para doença renal por Me custou o rim!