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Tecnoplatin

linfomas e algumas neoplasias da infância.

Espectro de atividade (em combinação com outras
drogas)

Grande eficácia (gt; 70% EO, incluindo gt; 50%
CR)

Câncer testicular, Coriocarcinoma de placenta, Câncer de ovário,
Carcinoma de pulmão de pequenas células.

Eficácia considerável (gt; 30% EO, incluindo gt; 10%
CR)

Câncer de bexiga, Câncer gástrico, Câncer de pulmão de células
não pequenas, Câncer epidermóide, Câncer nasofaringeano,
Osteossarcoma.

Eficácia moderada (2% EO)

Sarcomas de tecidos moles, Câncer de próstata, Câncer medular de
tiróide, Neuroblastoma.

Ineficaz

Hematossarcomas, Leucemias, Câncer de mama, Câncer colo-retal,
Melanoma.

OBS.: EO = efeito observado CR = resposta completa.

A cisplatina faz parte de inúmeros protocolos e apresenta ação
sinergética com outros agentes alquilantes, antraciclinas, 5-FU
entre outros.

Contraindicação do Tecnoplatin

Cisplatina está contra-indicada a pacientes que apresentem
antecedentes de alergia aos derivados da platina. Cisplatina também
não deverá ser utilizada durante a gravidez e lactação, nem por
indivíduos com problemas auditivos e nefropatas.

Como usar o Tecnoplatin

Uso isolado

A dose usual recomendada de cisplatina é de 100
mg/m2, E.V., a cada 4 semanas.

Uso quimioterápico

Nestas situações a dose é reduzida para 50 mg/m2,
E.V., a cada 3 semanas.

Vários esquemas posológicos têm sido sugeridos objetivando
eliminar os problemas de toxicidade renal e auditiva.

Posologia

  • Hidratação e diurese com manitol, quando se utilizam doses
    elevadas e intermitentes de cisplatina (70 – 120
    mg/m2);
  • Curso com doses super altas por 5 dias (200 mg/m2)
    com solução salina hipertônica a 3%;
  • Três a cinco dias com esquemas de perfusão curta e hidratação
    oral, para pacientes ambulatoriais;
  • Infusão contínua (5-7 dias) com 20-25 mg/m2/dia a
    cada 4 semanas.

Com o objetivo de se prevenir a insuficiência renal,
recomenda-se a hidratação do paciente com a infusão de 1-2 litros
de líquidos 8 a 12 horas antes do tratamento. O total da cisplatina
é então diluído em uma solução a 5% de glicose, contendo solução
salina e manitol, administrada intravenosamente por um período de 6
a 8 horas.

Recomenda-se a hidratação continuada por um período de 24 horas
objetivando manter uma eliminação urinária adequada. Alguns autores
recomendam a administração concomitante de 40 mg de furosemida.

Repetição de cursos de drogas não devem ser realizados até que
os testes das funções renal, auditiva e hematológica estejam dentro
dos limites considerados como normais.

Recomenda-se a não utilização de agulhas ou equipamentos
que contenham alumínio quando da preparação ou administração da
droga, pois o alumínio reage com a cisplatina,
inativando-a.

Precauções do Tecnoplatin

A cisplatina deverá ser utilizada com os devidos cuidados
naqueles pacientes com problemas renais e auditivos e com histórico
anterior de alergia de um modo geral.

Recomenda-se ainda a hidratação adequada assim como o uso de
antieméticos.

Uso odontológico

Os efeitos mielodepressores da cisplatina podem acarretar um
aumento da incidência de infecções microbianas, atraso na
cicatrização e hemorragia gengival. O tratamento odontológico deve
ser concluído antes de iniciar a terapia ou adiado se possível, até
que os valores hematológicos voltem aos seus limites normais.

Reações Adversas do Tecnoplatin

Insuficiência renal

Está relacionada com a concentração de platina no ultrafiltrado
glomerular de maneira dose-relacionada. A insuficiência renal
geralmente instala-se durante a segunda semana de tratamento e pode
ser irreversível quando forem administradas altas doses ou
tratamentos repetidos. Este quadro também pode estar associado a
hipovolemia às vezes comuns nestes pacientes e à má hidratação.

O manitol diminui o risco de lesão renal aguda, pela indução da
diurese osmótica. A toxicidade cumulativa da CDDP não pode ser
prevista, mas está relacionada com o número de ciclos de tratamento
e à quantidade de droga administrada; muitos pacientes com cursos
múltiplos de CDDP apresentam uma redução significativa de 30 a 60%
do clearance de creatinina.

Distúrbios eletrolíticos

Hipomagnesemia, hipocalcemia, hipopotassemia e hipofosfatemia
têm sido relatadas e parecem ser devidas às lesões tubulares,
agudas ou crônicas.

Neurotoxicidade

É observada em todos os pacientes em grau subclínico após cursos
repetidos, tornando-se significativa nos regimes em altas
doses.

Ototoxicidade

Está relacionada com lesão neuronal no órgão de Corti, ocorrendo
com mais frequência nos pacientes idosos e com lesões auditivas
prévias. Manifestase por zumbidos e perda da audição para as faixas
de alta-frequência (4000-8000 Hz), podendo ser uni ou bilateral. É
geralmente irreversível.

Hematológicas

Esquemas intermitentes têm apresentado alguma toxicidade sobre
os leucócitos e plaquetas (graus WHO) ao redor dos 14 dias, mas de
grau leve e reversível.

As doses cumulativas influenciam o desenvolvimento de anemia,
devida provavelmente a um mecanismo de envenenamento enzimático por
metal pesado.

Náuseas e vômitos

Ocorrem em quase todos os pacientes.

Outras

Alergia, anemia hemolítica, exantema cutâneo, hiper-uricemia,
convulsões e distúrbios cardíacos têm sido referidas com o uso da
cisplatina. Reações do tipo anafiláticas caracterizadas por edema
facial, broncoconstrição, taquicardia e hipotensão podem ocorrer
dentro de minutos após a administração e devem ser tratadas com
epinefrina intravenosa e corticóide ou anti-histamínicos.

Carcinogenicidade

Os processos malignos secundários são possivelmente efeitos
retardados de muitos antineoplásicos, embora ainda não esteja claro
se este efeito está relacionado com a ação mutagênica ou
imunossupressora. Também não se conhece o efeito da dose e da
duração do tratamento, embora pareça aumentar o risco com o
tratamento a longo prazo. Embora as informações ainda sejam
escassas, os dados disponíveis parecem indicar que os riscos de
carcinogenicidade são maiores com os agentes alquilantes.

Mutagenicidade

A cisplatina é mutagênica em bactérias e se tem demonstrado que
produz alterações cromossômicas em culturas de tecidos de célula de
animais.

Teratogenicidade

A cisplatina tem se mostrado embriotóxica e teratogênica em
animais. A cisplatina pode aumentar os valores séricos do ácido
úrico, uréia e creatinina, devido à sua nefrotoxicidade. Pode
também acarretar uma diminuição do clearance de creatinina
e das concentrações séricas de cálcio, magnésio, fosfato e
potássio. Pode acarretar ainda uma leucopenia e
trombocitopenia.

População Especial do Tecnoplatin

Uso na gravidez

A cisplatina pode ser tóxica para o trato urogenital fetal.
Recomendase de um modo geral evitar, se possível, o uso de agentes
antineoplásicos sobretudo durante o primeiro trimestre da gravidez,
principalmente quando utiliza-se a terapia combinada. Portanto,
devido à escassez de dados quanto à sua utilização durante a
gravidez, o médico quimioterapeuta deve avaliar os riscos e
benefícios de sua utilização, levando em consideração o potencial
mutagênico, teratogênico e carcinogênico destes medicamentos.

Lactação

Ainda não se dispõe de informações suficientes referentes à
excreção de antineoplásicos no leite materno, portanto não se
recomenda a lactação durante o uso de cisplatina devido aos
possíveis riscos para o lactente.

Uso pediátrico

Os efeitos ototóxicos de cisplatina podem ser mais graves nas
crianças.

Composição do Tecnoplatin

Cada mL de solução injetável contém:

Cisplatina0,5 mg
Veículo q.s.p1 mL

Superdosagem do Tecnoplatin

A utilização de infusão contínua, infusão prolongada, doses
pequenas repetidas e boa hidratação, bem como o manitol, têm sido
sugeridos com o intuito de se minimizar a insuficiência renal
proveniente de superdoses.

Interação Medicamentosa do Tecnoplatin

Os níveis plasmáticos de anticonvulsivantes podem tornar-se
subterapêuticos durante a terapia com cisplatina. Em um ensaio
randomizado no câncer avançado de ovário, a duração da resposta foi
negativamente afetada quando do uso de piridoxina com altretamina
(hexametilmelanina) e cisplatina. Os efeitos nefrotóxicos e
ototóxicos da cisplatina podem ser potencializados por medicamentos
nefro ou ototóxicos (aminoglicosídeos, diuréticos de alça).

O efeito dos anticonvulsivantes pode ser diminuído se usados
durante o tratamento com cisplatina. Álcool e ácido
acetilsalicílico devem ser evitados durante o tratamento com
cisplatina, devido ao aumento do risco de hemorragias
gastrintestinais. Vacinas de vírus vivos não devem ser utilizadas
durante o tratamento com cisplatina.

A estabilidade da cisplatina é adversamente afetada na presença
de bissulfito, metabissulfito, bicarbonato de sódio e
fluoruracila.

Ação da Substância Tecnoplatin

Resultados da eficácia

Tumores metastáticos do testículo

Popadiuk et al. (2006) analisaram um estudo
multicêntrico realizado desde 1998 envolvendo 31 meninos de um mês
a 18 anos de idade (média de 14 anos) com tumores testiculares
malignos. Quatro desses pacientes foram excluídos da análise, uma
vez que três já haviam sido tratados e um morreu no segundo dia de
hospitalização.

Vinte e sete meninos foram submetidos à cirurgia (orquiectomia),
nas quais 26 foram primárias (81% completas) e três secundárias
(100% completas). Do total dos pacientes 33% não receberam
quimioterapia após a cirurgia, em 41% foi administrado o protocolo
de tratamento vimblastina, bleomicina e cisplatina e em 26% o
protocolo de tratamento etoposídeo, ifosfamida e cisplatina.

Dois pacientes também receberam o protocolo adriamicina,
bleomicina e carboplatina. Dentre as 26 crianças com tumores de
células germinativas, 25 (96%) permaneceram vivas e 23 (88%)
apresentaram primeira remissão após o término do tratamento. Uma
criança faleceu devido à metástase do sistema nervoso central.

Duas crianças tiveram reincidência local tratadas com
quimioterapia ou cirurgia com bons resultados. A média de
acompanhamento foi de 45 meses. A eficácia e toxicidade de terapia
utilizando etoposídeo e cisplatina em pacientes com tumores
metastáticos de células germinativas foram investigadas por
Shintaku et al

O estudo envolveu 18 pacientes com tumores metastáticos de
células germinativas (seis seminomas e 12 não seminomas, estágio II
8, estágio IIIA 2, estágio IIIB 6, estágio IIIC 2) tratados com
três a cinco ciclos de indução com regime etoposídeo e cisplatina.
Foram administrados 100 mg/m2 de etoposídeo e 20
mg/m2 de cisplatina nos dias 1 a 5 e repetido a partir
do dia 21. Depois da obtenção de níveis normais dos marcadores
tumorais, foram realizados um ou dois ciclos adicionais de
etoposídeo e cisplatina.

Ao final do tratamento, quatro dos 18 pacientes (22%) alcançaram
remissão completa e 14 pacientes (78%), remissão parcial. Destes
últimos, sete foram tratados com excisão dos tumores residuais e
alcançaram remissão completa; outros quatro pacientes que
alcançaram remissão parcial seguiram sem excisão cirúrgica e
não demonstraram evidências de progressão da doença; e outros três
pacientes que receberam quimioterapia de resgate, com ou sem
cirurgia adjuvante, resultaram em remissão completa de dois
pacientes e remissão parcial de um paciente.

Ao final do estudo, 13 pacientes (72%) que alcançaram remissão
completa permaneceram vivos e livres da doença, e cinco pacientes
(28%) apresentaram remissão parcial e permaneceram vivos com
marcadores tumorais negativos sem evidência de recidiva.

Loehrer et al. (1998) estudaram a efetividade da
combinação de vimblastina, ifosfamida e cisplatina em tratamento de
segunda linha de pacientes com tumores de células germinativas.
Foram avaliados 135 pacientes com doença progressiva após terapia
baseada na combinação cisplatina e etoposídeo. Dos pacientes
avaliados 67 (49,6%) apresentaram-se livres da doença após o
tratamento. Foi concluído que esse esquema é capaz de produzir
respostas duráveis nesses pacientes.

González et al. (1995) analisaram um estudo clínico
para avaliar a eficácia de fármacos quimioterápicos para as
neoplasias de células germinativas. O protocolo utilizou
cisplatina, bleomicina, vincristina e etoposídeo em doses semanais
por seis ciclos. Foi estabelecida uma eficácia de 71% após
quimioterapia, com 86% de respostas completas, 14% de respostas
parciais e uma média de recaídas de 28%.

Foi observada uma tolerância adequada com toxicidade mínima,
estatisticamente significativa, apenas para leucócitos e
eritrócitos, pois esse protocolo demonstrou ser menos tóxico e mais
seguro que outros esquemas, requerendo menor hospitalização (média
de dois dias por ciclo), com redução de custos. Em uma análise
retrospectiva de 229 pacientes com tumores disseminados de células
germinativas recebendo o regime de cisplatina, vimblastina e
bleomicina com ou sem doxorrubicina, Roth et al. (1988)
observaram resposta completa em 175 pacientes (76,4%) que
utilizaram apenas quimioterapia ou que foram submetidos à cirurgia
adjuvante. Em uma média de 102,3 meses de acompanhamento (73 a 144
meses), 147 pacientes (64,2%) permaneceram vivos, e 146 ficaram
livres da doença.

A probabilidade estimada de sobrevida em 12 anos foi de 65% e a
probabilidade estimada de sobrevida livre de recidiva, para os
pacientes que obtiveram respostas completas, foi de 83,5%.

Williams et al. (1987) observaram em um estudo com 244
homens com tumor disseminado de células germinativas avançado que o
regime cisplatina, etoposídeo e bleomicina foi mais eficaz que o
regime cisplatina, vimblastina e bleomicina, além de apresentar
menos toxicidade neuromuscular. O esquema utilizado consistiu de
cisplatina 20 mg/m2 por cinco dias, bleomicina 30
unidades nos dias 2, 9 e 16 e vimblastina 0,15 mg/kg nos dias 1 e 2
ou etoposídeo 100 mg/m2 nos dias 1 a 5. Todos os
pacientes receberam quatro ciclos em intervalos de três
semanas.

Verificou-se que 74% dos pacientes que receberam o regime
cisplatina, vimblastina e bleomicina e 83% que receberam o regime
cisplatina, etoposídeo e bleomicina permaneceram livres da doença,
com ou sem cirurgia subsequente. Protocolos com doses reduzidas de
vimblastina (0,2 a 0,4 mg/kg/dose) associada à cisplatina com
bleomicina promoveram bons índices de respostas (remissões
completas de 71% a 97%) e com baixa toxicidade, segundo observações
de Pizzocaro et al. (1986) e Stoter et al.
(1986). Pizzocaro et al. (1985) verificaram em um
estudo clínico utilizando o esquema cisplatina, etoposídeo e
bleomicina, com ou sem cirurgia, remissão completa em 37 dos 40
pacientes (92,5%) com tumores testiculares de células
germinativas.

Os pacientes receberam cisplatina 20 mg/m2 nos dias 1
a 5, etoposídeo 100 mg/m2 nos dias 1 a 5 e bleomicina 18
mg/m2 nos dias 2, 9 e 16, sendo que os ciclos foram
repetidos em intervalos de quatro semanas e nenhum dos pacientes
recebeu quimioterapia ou radioterapia anteriormente. O regime
cisplatina, etoposídeo e bleomicina produziu remissão completa em
25 dos 40 pacientes (62,5%). A cirurgia produziu resposta completa
em outros 12 pacientes (30%), atingindo um índice de resposta
completa global de 92,5%.

Tumores metastáticos do ovário

Brandão et al. (1991) avaliaram 25 casos de pacientes
com tumor germinativo de ovário tratados com quimioterapia à base
de cisplatina. Para avaliação da sobrevida, os casos foram
separados em grupos de sete pacientes com estádio I, sendo que
cinco delas estavam livres de doença e em observação de 16 a 86
meses; grupo de cinco pacientes com disgerminoma avançado, estando
três em remissão completa, dez a 54 meses após o tratamento; grupo
de 13 pacientes com tumor que não o disgerminoma e com doença
residual após a primeira cirurgia.

De 26 a 91 meses após o término da quimioterapia, sete pacientes
obtiveram respostas objetivas e quatro permaneceram vivas e bem. De
nove casos com doença muito avançada, duas permaneceram vivas e
bem. Os resultados sugerem que pacientes com estádio clínico I, com
doenças residuais após a primeira cirurgia menores que 5 cm e com
histologia de disgerminoma obtiveram melhora de prognóstico.

Em um estudo fase II realizado entre 1981 e 1986, Gershenson
et al. (1987) analisaram oito pacientes com tumores do
estroma ovariano metastáticos para determinar a eficácia do regime
quimioterápico combinando cisplatina, doxorrubicina e
ciclofosfamida. As pacientes receberam cisplatina 40-50
mg/m2 intravenosa (IV), doxorrubicina 40-50
mg/m2 IV e ciclofosfamida 400-500 mg/m2 IV,
todos no dia 1 a cada 28 dias, com média de seis ciclos (faixa de
quatro a 14). A idade média era de 43 anos (faixa de 24 a 65
anos).

Três pacientes (38%) obtiveram resposta completa e duas
pacientes (25%) resposta parcial, sendo o índice de resposta global
de 63%. A toxicidade foi mínima. Quatro pacientes permaneceram
livres da doença em um período de avaliação de 13 a 48 meses, uma
paciente permaneceu viva com a doença aos seis meses, e três
pacientes tiveram óbito devido ao tumor em quatro, 17 e 36 meses, a
partir do início da quimioterapia.

Carcinoma avançado da bexiga

Merrin (1978), em um estudo piloto com 19 pacientes com câncer
de bexiga, analisou a eficácia da cisplatina como agente único para
o tratamento de carcinoma de células transicionais. Dos pacientes
envolvidos, 14 tinham lesões estágio D, três em estágio C e dois
pacientes tinham tumores em estágio B.

Os pacientes receberam cisplatina 1 mg/kg misturado com 2.000 cc
de dextrose a 5% em um terço de solução salina normal; 37,5 mg de
manitol e 40 mEq de cloreto de potássio em uma infusão lenta
durante seis a oito horas por semana nas primeiras seis semanas e
depois a cada três semanas.

Nos pacientes com a doença em estágio D foram observadas uma
remissão clínica completa, sete remissões clínicas parciais, uma
resposta objetiva mínima e uma resposta subjetiva, sendo que quatro
pacientes não responderam ao tratamento. Não foram observadas
respostas nos três pacientes em estágio C. Nos pacientes em estágio
B foi observada uma remissão parcial e uma resposta objetiva
mínima. Dos 19 pacientes envolvidos no estudo foi observado um
total de nove pacientes (47%) com respostas objetivas (remissão
completa e remissão parcial).

A duração das respostas variou de dois a dez meses (média de 4,8
meses). Foi concluído que a cisplatina tem um alto grau de eficácia
contra o carcinoma de células transicionais da bexiga.

Carcinomas espinocelulares de cabeça e
pescoço

Um estudo utilizando a combinação de vários fármacos para o
tratamento de pacientes com carcinoma de células escamosas de
cabeça e pescoço metastático ou em recidiva foi analisado por Chang
et al. (2008). Foram envolvidos 28 pacientes, que
receberam: cisplatina 40 mg/m2/d em infusão contínua
durante 24 horas no dia 1; alta dose de fluoruracila 2000
mg/m2/d e ácido folínico 100 mg/m2/d em
infusão contínua durante 48 horas nos dias 1 e 2; metotrexato 40
mg/m2/d em infusão em bolus quatro horas antes
da fluoruracila e do ácido folínico no dia 1. O tratamento foi
repetido a cada duas semanas em um ciclo. O índice de resposta
global foi de 25%, sendo que 14% dos pacientes apresentaram doença
estável.

Análise do subgrupo demonstrou significativa melhora da
sobrevida global (12,0 meses versus 5,3 meses, plt;0,001).
Kim et al. (2005) avaliaram a eficácia e segurança do uso
simultâneo de radioterapia com capecitabina e cisplatina em
pacientes com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço
localmente avançado. No total, 37 pacientes em estágios III ou IV
foram envolvidos no estudo.

A quimioterapia consistiu de dois ciclos de cisplatina
intravenosa de 80 mg/m2 no dia 1 e capecitabina oral de
825 mg/m2 duas vezes ao dia, do dia 1 ao 14 em
intervalos de três semanas. A radioterapia (1,8 a 2,0 Gy1 fração/d
para uma dose total de 70 a 70,2 Gy) foi aplicada no sítio tumoral
e no pescoço. Após a quimioradioterapia, foram confirmadas 29
respostas completas (78,4%) e seis respostas parciais (16,2%). Em
uma duração média de acompanhamento de 19,8 meses, os índices
estimados de sobrevida global e de sobrevida livre de progressão em
dois anos foram de 76,8% e 57,9%, respectivamente. Shin et
al.
(1998) observaram em estudo clínico com 53 pacientes com
carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço, recorrente ou
metastático um índice de resposta global de 58%, sendo 17% de
resposta completa e 40% parcial, mediante esquema terapêutico
combinado de paclitaxel, ifosfamida e cisplatina. O regime foi
administrado com paclitaxel 175 mg/m2 e cisplatina 60
mg/m2 no dia 1, e ifosfamida 1000 mg/m2 nos
dias 1 a 3; este ciclo foi repetido a cada três ou quatro
semanas.

As respostas completas duraram em média 4,9 meses. Entre os
pacientes que apresentaram metástase à distância, com ou sem
recidiva loco-regional, o índice de resposta foi significativamente
superior em comparação aos pacientes só com recidiva loco-regional
(p = 0,003). A média de sobrevida foi de oito meses, com 42,1% dos
pacientes vivos em um ano e 17,9% vivos em dois anos. Gebbia et
al.
(1997) analisaram estudo fase II envolvendo 60 pacientes,
a maioria (78%) com doença estádio IV, com carcinoma de células
escamosas de cabeça e pescoço localmente avançado irressecáveis,
não tratados previamente. Os pacientes receberam cisplatina 80
mg/m2 no dia 1, fluoruracila 600 mg/m2 nos
dias 2 a 5, e vinorelbina 25 mg/m2 nos dias 2 e 8. Cada
paciente recebeu uma média de 3,86 ciclos.

O índice de resposta global foi de 88%, com uma taxa de resposta
completa 23% e 65% de resposta parcial. A doença foi estabilizada
em 10% dos pacientes e a taxa de progressão foi de 2%. Os pacientes
com doença N0-1 obtiveram respostas completas com mais frequência
em relação aos pacientes com doença N2-3 (p = 0,037). Após
tratamento loco-regional (radioterapia e/ou cirurgia), 58% dos
pacientes estavam clinicamente livres da doença. A média de
sobrevida livre da doença foi de 16 meses e a sobrevida global de
23 meses.

Em um estudo clínico, Gasparini et al. (1991)
verificaram que o índice de resposta global de 100% foi alcançado
em 35 pacientes (resposta completa de 75%) com câncer de cabeça e
pescoço localmente avançado ou inoperável. O esquema utilizado foi
cisplatina 80 mg/m2 seguida de radioterapia 60 a 70 Gy.
As reações adversas mais comuns foram toxicidade gastrintestinal e
hematológica. Segundo Dreyfuss et al. (1990), a
administração de terapia combinada com ácido folínico, fluoruracila
e cisplatina no tratamento dos estágios III e IV de carcinoma
escamoso avançado de cabeça e pescoço produziu um índice de
resposta clínica de 80%, com 23 dos 35 pacientes (66%) apresentando
resposta completa. O esquema posológico usado foi cisplatina 25
mg/m2 nos dias 1 a 5; fluoruracila 800 mg/m2
nos dias 2 a 6; e ácido folínico 500 mg/m2 nos dias 1 a
6. O ciclo foi repetido a cada 28 dias e, dependendo da resposta,
os pacientes receberam dois ou três ciclos de tratamento.

Vokes et al. (1990) estudaram 31 pacientes com câncer
de cabeça e pescoço avançado (estágio III e IV) que não haviam
recebido tratamento prévio. O uso concomitante de cisplatina (100
mg/m2 no dia 1), fluoruracila (cinco dias de infusão
contínua a 1000 mg/m2/d) e alta dose de ácido folínico
oral (100 mg a cada quatro horas durante o período de infusão)
resultou em 29% de índice de resposta completa, sendo o índice de
resposta global de 84%.

Características Farmacológicas

A cisplatina é um complexo de metal pesado que contém um átomo
central de platina, ligado a dois átomos de cloro e duas moléculas
de amônia na posição cis, cujo peso molecular é 300,06.

Farmacodinâmica

A cisplatina é um medicamento antineoplásico com propriedades
bioquímicas similares as dos agentes alquilantes bifuncionais. A
cisplatina inibe a síntese do DNA pela produção de ligações
cruzadas interfitas e intrafitas no DNA. As sínteses de proteínas e
RNA também são inibidas, porém em menor extensão. Aparentemente não
é específico do ciclo celular.

Farmacocinética

Após injeção em bolus ou infusão intravenosa de duas a
sete horas, com doses variando de 50 a 100 mg/m2, a
meia-vida plasmática da cisplatina é de aproximadamente 30 minutos.
A razão entre a cisplatina e a platina total livre no plasma varia
de 0,5 a 1,1 após uma dose de 100 mg/m2. A cisplatina
não se liga de forma reversível às proteínas plasmáticas. Todavia,
a platina presente na composição da cisplatina mantém-se ligada às
proteínas plasmáticas. Estes complexos são lentamente eliminados,
com uma meia-vida de cinco dias ou mais.

Com doses de 20 a 120 mg/m2 de cisplatina, as
concentrações de platina são mais altas no fígado, próstata, rins;
um pouco mais baixas na bexiga, músculos, testículos, pâncreas e
baço; e mais baixas nos intestinos, adrenais, coração, pulmões,
cérebro e cerebelo. A platina permanece nos tecidos por até 180
dias após a última administração. Com exceção de tumores
intracerebrais, as concentrações de platina nos tumores são
geralmente mais baixas que as concentrações no órgão onde o tumor
está localizado.

Diferentes sítios metastáticos no mesmo paciente podem ter
diferentes concentrações de platina. Metástases hepáticas
apresentam a mais alta concentração de platina, mas esta
concentração é similar à concentração de platina no fígado normal.
Após uma variação de doses administradas por injeção em
bolus ou infusão até 24 horas aproximadamente, 10 a 40% da
platina é eliminada pela urina em 24 horas. Recuperações urinárias
médias de platina de forma semelhante são encontradas após
administração diária por cinco dias consecutivos. A cisplatina
inalterada constitui-se na maior parte da platina eliminada pela
urina, após uma hora da administração. O clearance renal
da cisplatina excede o clearance da creatinina.

O clearance renal da platina livre também excede o
clearance da creatinina, não sendo linear e dependente da
dose, da taxa de fluxo urinário e da variação individual da
secreção tubular de absorção. Não existe relação entre o
clearance renal da platina livre ou da cisplatina e o
clearance da creatinina. Existe um potencial para o
acúmulo da platina livre no plasma quando a cisplatina é
administrada diariamente, mas isto não ocorre quando a
administração é intermitente. Embora pequenas quantidades de
platina estejam presentes na bile e no intestino delgado após a
administração da cisplatina, a eliminação fecal da platina parece
ser insignificante.

Cuidados de Armazenamento do Tecnoplatin

Conservar o produto em temperatura ambiente (15º – 30ºC) e ao
abrigo da luz.

Prazo de validade: 24 meses (vide embalagem externa do
produto).

Nunca use medicamento com prazo de validade
vencido.

Dizeres Legais do Tecnoplatin

Reg. MS- 1.2214.0022

Resp. Téc.:
Maria Rita Maniezi
CRF-SP nº 9.960

Fabricado por:
Eurofarma Laboratórios Ltda.
Av. Vereador José Diniz, 3465 – Campo Belo – São Paulo – SP

Distribuído por:
Zodiac Produtos Farmacêuticos S/A.,
Sede: Rodovia Vereador Abel Fabrício Dias, 3.400
Pindamonhangaba – SP
C.N.P.J. 55.980.684/0001-27 – Indústria Brasileira
SAC: 0800 -166575

Venda sob prescrição médica.

Uso restrito a hospitais.

Tecnoplatin, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.