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Pancuron

Indicado para pacientes com baixos níveis de oxigênio no sangue
(hipoxêmicos) resistindo à ventilação mecânica (fornecimento de ar
através de aparelhos) e cardiovascularmente instável quando o uso
de sedativos é proibido, para pacientes com broncoespasmo
(contração dos brônquis com presença de chiado no peito e
dificuldade respiratória) que não respondem à terapia convencional;
pacientes com tétano grave ou intoxicação por onde o espasmo
muscular proíbe ventilação adequada; pacientes em estado de
mal-epiléptico incapazes de manter sua própria ventilação; para
pacientes com tremores nos quais a demanda metabólica de oxigênio
deve ser reduzida.

Como o Pancuron funciona?

O Pancuron é um medicamento que age como bloqueador
neuromuscular (agente que produz relaxamento muscular).

Após a administração de Pancuron, dentre 90 a 120 segundos,
podem ser alcançadas condições clinicamente aceitáveis para a
intubação. Mas a paralisia muscular geral adequada para qualquer
tipo de procedimento é estabelecida dentro de 2 a 4 minutos.

Contraindicação do Pancuron

O Pancuron é contraindicado para pacientes com miastenia gravis
(transtorno neuromuscular caracterizado por fraqueza dos músculos)
e nos casos de reações alérgicas anteriores ao pancurônio ou ao íon
brometo ou hipersensibilidade a qualquer componente da
formulação.

Categoria de risco na gravidez C.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Como usar o Pancuron

O medicamento deve ser utilizado conforme prescrição médica. O
volume disponível em cada unidade não pode ser inferior ao volume
declarado. Para retirada do conteúdo total do medicamento deve-se
aspirar o volume declarado no item ‘Composição’, podendo permanecer
solução remanescente na ampola devido à presença de um excesso
mínimo para permitir a retirada e administração do volume
declarado.

Pancuron é administrado somente por via intravenosa (injeção
administrada na veia), preferencialmente como injeção em bolus no
equipo de infusão, por profissional de saúde devidamente
habilitado.

Não existem dados suficientes para recomendar a administração
por infusão contínua.

Como os demais bloqueadores neuromusculares, Pancuron deve ser
administrado apenas por ou sob supervisão de médicos especializados
e familiarizados com o uso e efeitos desses medicamentos.

Posologia

A dosagem de Pancuron deve ser individualizada a cada paciente.
A técnica anestésica usada, a provável duração da cirurgia, a
possível interação com outros fármacos que forem administrados
antes ou durante a anestesia e as condições do paciente devem ser
levadas em consideração para se determinar a dose. O uso de uma
técnica apropriada de monitorização neuromuscular é recomendado
para avaliar o bloqueio neuromuscular e sua recuperação. Os
anestésicos inalatórios potencializam o efeito do bloqueio
neuromuscular de brometo de pancurônio. No entanto, esta
potencialização torna-se clinicamente relevante durante a anestesia
quando os agentes voláteis alcançam as concentrações tissulares
requeridas para a referida interação.

Consequentemente, os ajustes de dose de brometo de pancurônio
devem ser feitos pela administração de doses de manutenção menores
em intervalos menos frequentes, durante procedimentos sob anestesia
inalatória. Em adultos, as doses apresentadas a seguir podem
servir de diretriz para intubação traqueal e relaxamento muscular
em procedimentos cirúrgicos de média a longa duração.

É utilizado em clínica com dose inicial de 0,04 a 0,1 mg/Kg,
seguido de 0,01 a 0,02 mg/Kg quando necessário, geralmente em
intervalos compreendidos entre 20 e 40 minutos.

Intubação traqueal

A dose padrão para intubação durante anestesia de rotina é de
0,08 a 0,1 mg de brometo de pancurônio por Kg de peso corpóreo.

Dentro de 90 a 120 segundos após a administração intravenosa de
uma dose de 0,1 mg de brometo de pancurônio por Kg de peso corpóreo
e dentro de 120 a 180 segundos após uma dose de 0,08 mg de brometo
de pancurônio por Kg, já se desenvolvem as condições de intubação
clinicamente aceitáveis.

O tempo desde a administração intravenosa até a recuperação de
25% da contratilidade muscular padrão é de aproximadamente 75
minutos após a dose de 0,08 mg de brometo de pancurônio/Kg e
aproximadamente 100 minutos após a dose de 0,1 mg de brometo de
pancurônio/Kg.

Procedimentos cirúrgicos após intubação comsuxametônio
(succinilcolina)

A dose recomendada é de 0,04 a 0,06 mg de brometo de pancurônio
por Kg de peso corpóreo. Com essas doses, o tempo desde a
administração intravenosa até a recuperação de 25 % da
contratilidade muscular padrão é de aproximadamente 22 a 35
minutos, dependendo da dose de suxametônio (succinilcolina)
administrada.

A administração de Pancuron deve ser adiada até que o paciente
apresente recuperação clínica do bloqueio neuromuscular induzido
pelo suxametônio (succinilcolina).

Manutenção do relaxamentomuscular

A dose de brometo de pancurônio recomendada para a manutenção é
de 0,01 a 0,02 mg/Kg de peso corpóreo. A fim de se limitar efeitos
cumulativos, recomenda-se administrar doses de manutenção de
brometo de pancurônio apenas quando houver recuperação de no
mínimo25% da contratilidade muscular padrão.

Doses em pacientes obesos e com excesso de
peso

Quando utilizado em pacientes acima do peso ou obesos (definido
como pacientes com massa corpórea de 30% ou mais acima do peso
ideal), as doses devem ser reduzidas levando em consideração o peso
corpóreo ideal.

Doses na pediatria

Estudos clínicos demonstraram que as doses necessárias para
neonatos (0 a 1 mês) e crianças (1 a 12 meses) são comparáveis às
doses necessárias para os adultos.

Devido à sensibilidade variável aos agentes bloqueadores
neuromusculares não despolarizantes, é recomendado o uso de uma
dose inicial teste de 0,01 a 0,02 mg/Kg nos neonatos.

Crianças (1 a 14 anos) necessitam de dose mais alta,
aproximadamente 25%.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os
horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o
tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o
Pancuron?

Como os demais bloqueadores neuromusculares, Pancuron deve ser
administrado apenas por ou sob supervisão de médicos especializados
e familiarizados com o uso e efeitos desses medicamentos.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Pancuron

O Pancuron é um medicamento de uso exclusivo em hospitais, e
como qualquer agente bloqueador neuromuscular, deve ser
administrado somente por médicos especialistas ou sob sua
supervisão, devendo ser ajustado para cada paciente, de acordo com
o efeito.

Uma vez que Pancuron provoca paralisia da musculatura
respiratória, pacientes medicados comeste medicamento devem receber
ventilação mecânica até que a respiração espontânea seja
restabelecida.

Devem ser tomadas precauções especiais sempre que for necessária
administração de medicamentos que agem como bloqueadores
neuromusculares, devido ao risco de ocorrer reações alérgicas,
principalmente em caso de reações anafiláticas anteriores. Não há
dados suficientes que recomendem o uso de brometo de pancurônio em
Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Normalmente, após o uso
prolongado de bloqueadores neuromusculares em UTI, foi observada
paralisia prolongada e/ou fraqueza muscular.

Para evitar um possível prolongamento do bloqueio neuromuscular
e/ou superdosagem durante o uso de bloqueadores neuromusculares, é
recomendado que a transmissão neuromuscular seja monitorizada por
profissional de saúde habilitado. Além disso, os pacientes devem
receber analgesia (receber medicamento que cause insensibilidade à
dor) e sedação (administração de medicamentos que moderam a
irritabilidade, nervosismo ou excitação) adequadas.

Uma vez que Pancuron é utilizado como auxiliar em anestesia,
juntamente com outros medicamentos, e que é possível ocorrer
hipertermia maligna (aumento anormal da temperatura corporal)
durante a anestesia, os médicos devem estar familiarizados com
sinais precoces, diagnóstico confirmatório e tratamento da
hipertermia maligna, antes do início de qualquer anestesia. Baseado
no histórico de uso do medicamento pode-se concluir que brometo de
pancurônio não está associado com a hipertermiamaligna.

As condições abaixo podem influenciar no tempo de ação, desde a
absorção até a eliminação (farmacocinética) e nos efeitos e na
forma de ação (farmacodinâmica) do brometo de pancurônio.

Insuficiência renal (diminuição do funcionamento dos
rins)

Uma vez que a urina é a principal via de eliminação do
pancurônio, a eliminação do medicamento é reduzida nos pacientes
com insuficiência renal. O prolongamento da meia-vida de eliminação
nos pacientes com insuficiência renal é frequente, mas nem sempre é
associado a um aumento da duração do bloqueio neuromuscular causado
pelo brometo de pancurônio. Nesses pacientes, a velocidade de
recuperação do bloqueio neuromuscular pode estar diminuída.

Doença hepática e/ou das vias biliares

Aapesar do fígado não ter um papel muito importante na
eliminação do pancurônio, as maiores alterações farmacocinéticas
foram observadas em pacientes com doença hepática (do fígado). Pode
ocorrer resistência à atividade bloqueadora neuromuscular de
brometo de pancurônio. Ao mesmo tempo, doenças hepáticas e/ou das
vias biliares podem prolongar a meia-vida de eliminação de
pancurônio. A possibilidade de ocorrer retardo do início de ação, a
exigência de dosagens mais altas e o prolongamento do tempo de
duração e do tempo de recuperação devem ser levados em
consideração, quando brometo de pancurônio for usado nesses
pacientes.

Tempo de circulação prolongado

Condições associadas com o tempo de circulação prolongado, como
doenças cardiovasculares, idade avançada e estados edematosos
(inchaço, acúmulo de líquidos), resultando em um aumento do volume
de distribuição, podem contribuir para um aumento no tempo de
início de ação.

Doença neuromuscular

Brometo de pancurônio deve ser usado com extrema cautela em
pacientes com doença neuromuscular ou após poliomielite (doença
infecciosa aguda causada em crianças), uma vez que a resposta aos
bloqueadores neuromusculares, nesses pacientes, pode estar
consideravelmente alterada. Nos pacientes com miastenia gravis ou
síndrome miastênica (perturbação da transmissão neuromuscular
caracterizado por fraqueza dos músculos cranianos e esqueléticos),
pequenas doses de brometo de pancurônio podem apresentar profundos
efeitos; portanto, a dose deve ser ajustada, pelo médico, de acordo
com a resposta.

Hipotermia (diminuição da temperatura
corporal)

Em cirurgias sob hipotermia o efeito bloqueador neuromuscular de
brometo de pancurônio é aumentado e a duração prolongada.

Obesidade

Brometo de pancurônio pode apresentar um prolongamento na
duração e na recuperação espontânea em pacientes obesos quando
administrado em doses calculadas com base no peso corporal
ideal.

Queimaduras

Pacientes com queimaduras desenvolvem resistência à ação do
medicamento, sendo necessário ajuste de dose.

Condições que podem aumentar o efeito de brometo de
pancurônio

Hipocalemia (diminuição da concentração de potássio no sangue)
devido a vômitos intensos, diarreia e/ou tratamento com diuréticos;
hipermagnesemia (aumento do teor de magnésio no sangue);
hipocalcemia (diminuição da concentração de cálcio no sangue) após
transfusões maciças; hipoproteinemia (diminuição dos valores das
proteínas no sangue); desidratação, acidose (desequilíbrio
ácido-base, com pH do sangue diminuído); hipercapnia (aumento do
gás carbônico no sangue arterial); caquexia (desnutrição adiantada,
emagrecimento severo).

Distúrbios eletrolíticos graves, pH sanguíneo alterado ou
desidratação devem, portanto, ser corrigidos tão logo quanto
possível.

Pacientes com comprometimento
cardiovascular

O brometo de pancurônio tem um efeito vagolítico (que inibe o
efeito do nervo vago) podendo causar taquicardia (rapidez excessiva
no funcionamento do coração) e hipertensão leve (aumento da pressão
arterial).

Interações Medicamentosas

Os seguintes fármacos demonstraram influenciar a
magnitude e/ou duração de ação dos bloqueadores neuromusculares não
despolarizantes

Medicamentos que causam aumento do efeito de brometo de
pancurônio

Anestésicos halogenados voláteis e éter, altas doses de
tiopental, metohexital, cetamina, fentanil, gamahidroxibutirato,
etomidato e propofol; outros agentes bloqueadores neuromusculares
não despolarizantes; administração prévia de brometo de suxametônio
(succinilcolina); antibióticos aminoglicosídeos, lincosamida e
antibióticos polipeptídeos, tetraciclina, acilaminopenicilínicos,
altas doses de metronidazol; diuréticos, tiamina, agentes
inibidores da MAO (monoaminoxidase), quinidina, protamina, agentes
bloqueadores alfaadrenérgicos, sais de magnésio, agentes
bloqueadores dos canais de cálcio e sais de lítio.

Medicamentos que causam diminuição do efeito de brometo
de pancurônio

Neostigmina, edrofônio, piridostigmina, derivados de
aminopiridina; administração prévia crônica de corticosteroides,
fenitoína ou carbamazepina; noradrenalina, azatioprina (somente um
efeito transitório e limitado), teofilina, cloreto de cálcio e de
potássio.

Efeito variável

Bloqueadores neuromusculares despolarizantes administrados
previamente ao brometo de pancurônio podem produzir potencialização
ou atenuação do efeito bloqueador neuromuscular.

Opioides

Observou-se aumento na frequência cardíaca, redução na pressão
arterial e no índice de resistência vascular sistêmica.

Glicosídeos cardíacos

Pode resultar em aumento da incidência de arritmias.

Sulfato de magnésio

Potencializam o bloqueio neuromuscular induzido pelo brometo de
pancurônio. Pacientes em uso de sulfato de magnésio devem receber
doses menores de brometo de pancurônio, ajustados cuidadosamente à
resposta de contratilidade muscular. Até o momento não há
informação de que brometo de pancurônio possa causar doping. Em
caso de dúvidas, consulte o seu médico.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico.
Pode ser perigoso para a sua saúde.

Reações Adversas do Pancuron

São muito raras as reações adversas, isto é, ocorrem com
frequência de menos de 1 a cada 10.000.

Bloqueio neuromuscular prolongado

A reação adversa mais frequente que pode ocorrer é o bloqueio
neuromuscular prolongado resultando em insuficiência respiratória
ou apneia (parada respiratória).

Cardiovasculares (coração e vasos
sanguíneos)

Moderada elevação da frequência cardíaca, hipotensão (pressão
arterial anormalmente baixa), broncoespasmo, débito cardíaco
(quantidade de sangue que o coração bombeia por minuto) e
taquiarritmias (batimentos cardíacos acelerados). Esses efeitos,
que são devidos à leve ação vagolítica, cardio seletiva do fármaco,
devem ser levados em consideração, particularmente quando forem
administradas doses acima das recomendadas e quando se avaliar a
dosagem e/ou uso de fármacos vagolíticos para a pré-medicação ou
indução de anestesia.

Através de sua ação vagolítica, brometo de pancurônio antagoniza
a depressão cardíaca devido ao uso de alguns anestésicos
inalatórios. Além disso, a bradicardia (lentidão excessiva no
funcionamento do coração) causada por alguns potentes anestésicos e
analgésicos é corrigida pelo uso de brometo de pancurônio. Sem
sedação concomitante, o uso de brometo de pancurônio está associado
à riscos psicológicos, taquiarritmias, paralisia prolongada,
interações medicamentosas e desconexão do ventilador sem ser
detectado.

Oftálmicas (olhos)

Pode produzir uma significativa redução na pressão intraocular
normal e elevada, por alguns minutos após sua administração, e
também produz miose (contração da pupila). Estas alterações podem
atenuar a elevação da pressão intraocular devido à laringoscopia
(exame onde se vê a laringe) e intubação traqueal. O brometo de
pancurônio pode, portanto, ser utilizado em cirurgias
oftálmicas.

Reações alérgicas

Embora muito raras, foram relatadas reações anafiláticas graves
a agentes bloqueadores neuromusculares, incluindo brometo de
pancurônio.

São exemplos de reações
anafiláticas/anafilactoides

Broncoespasmo, alterações cardiovasculares como hipertensão
(aumento anormal da pressão no sangue), taquicardia (rapidez
excessiva no funcionamento do coração), choque/colapso circulatório
(parada repentina da circulação sanguínea) e alterações na pele
como angioedema (inchaço na pele), urticária (placas vermelhas e
coceiras na pele). Em alguns casos essas reações foram fatais.
Devido à possível gravidade destas reações, deve-se sempre supor
que elas possam ocorrer e tomar as precauçõesnecessárias.

Liberação de histamina (substância produzida pelo
organismo que atua no processo inflamatório) e reações
histaminoides

Os bloqueadores neuromusculares são conhecidos como capazes de
induzir a liberação de histamina local ou sistemicamente (que afeta
todo o corpo), por isso é possível ocorrência de prurido (coceira)
e reação eritematosa (placas vermelhas de vários tamanhos) no local
de injeção e/ou reações histaminoides (anafilactoides)
generalizadas devem ser sempre levadas em consideração quando são
administradas essas medicações.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou
farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento. Informe também a empresa sobre o aparecimento de
reações indesejáveis e problemas com este medicamento, entrando em
contato através do Sistema de Atendimento ao Consumidor
(SAC).

População Especial do Pancuron

Uso durante a gravidez e lactação

Não há dados suficientes sobre o uso de brometo de pancurônio
durante a gestação e lactação humana ou animal que possam assegurar
prováveis danos ao feto. O medicamento deve ser administrado em
mulheres gestantes ou que estejam amamentados somente quando o
médico concluir que os benefícios superam os potenciais riscos. A
reversão do bloqueio neuromuscular induzido pelo brometo de
pancurônio pode ser inibida ou insatisfatória em pacientes que
estiverem recebendo sulfato de magnésio para toxemia gravídica,
pois os sais de magnésio potencializam o bloqueio
neuromuscular.

Portanto, pacientes em uso de sulfato de magnésio devem receber
doses menores de brometo de pancurônio, ajustadas cuidadosamente à
resposta de contratilidade muscular.

Estudos com brometo de pancurônio demonstraram sua segurança
para uso em cesarianas. O brometo de pancurônio não afeta o índice
de Apgar (avaliação respiratória, circulatória e neurológica
realizada em recém nascidos), o tônus muscular fetal, nem a
adaptação cardiorrespiratória. Da amostragem do cordão umbilical,
constatou-se que ocorreu apenas uma mínima transferência
placentária de brometo de pancurônio, a qual não leva à observação
de efeitos clínicos adversos no recém-nascido.

Apesar da rápida transferência dos agentes voláteis através da
barreira placentária, a concentração fetal permanece menor que a
materna, mesmo após longo período de exposição, não assegurando
anestesia e imobilidade fetal, permitindo uma terapia intrauterina
segura.

Categoria de risco na gravidez C.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Uso em idosos

Pacientes idosos apresentam clearance plasmático (processo de
eliminação) de pancurônio diminuído devido à diminuição da excreção
renal relacionada à idade.

Efeitos sobre a habilidade de dirigir e operar
máquinas

Não é recomendado utilizar equipamentos potencialmente perigosos
ou dirigir veículos 24 horas após a completa recuperação da ação
bloqueadora neuromuscular de brometo depancurônio.

Composição do Pancuron

Cada mL de solução injetável contém:

Brometo de
pancurônio
2 mg
Veículo estéril
q.s.p.
1 mL

Excipientes:

acetato de sódio tri-hidratado, ácido acético, cloreto de sódio
e água para injetáveis.

Superdosagem do Pancuron

Sinais e Sintomas

Em caso de superdosagem ou bloqueio neuromuscular prolongado, o
paciente deve continuar a receber suporte ventilatório e
sedação.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível. Em caso de intoxicação, ligue para 0800
722 6001, se você precisar de mais orientações sobre como
proceder.

Interação Medicamentosa do Pancuron

Os seguintes fármacos demonstraram influenciar a
magnitude e/ou a duração de ação dos bloqueadores neuromusculares
não despolarizantes

Aumento do efeito

Anestésicos halogenados voláteis e éter; altas doses de
tiopental, metohexital, cetamina, fentanil, gamahidroxibutirato,
etomidato e propofol; outros agentes bloqueadores neuromusculares
não despolarizantes; administração prévia de brometo de suxametônio
(succinilcolina); antibióticos; Aminoglicosídeos, lincosamida
e antibióticos polipeptídeos, tetraciclina, acilaminopenicilínicos,
altas doses de metronidazol; diuréticos, tiamina, agentes
inibidores da MAO (monoaminoxidase), quinidina, protamina, agentes
bloqueadores alfa-adrenérgicos, sais de magnésio, agentes
bloqueadores dos canais de cálcio e sais de lítio.

Diminuição do efeito

Neostigmina, edrofônio, piridostigmina, derivados de
aminopiridina; administração prévia crônica de corticosteroides,
fenitoína ou carbamazepina; noradrenalina, azatioprina (somente um
efeito transitório e limitado), teofilina, cloreto de cálcio e de
potássio. 

Efeito variável

Bloqueadores neuromusculares despolarizantes administrados
previamente ao Brometo de Pancurônio (substância ativa) podem
produzir potencialização ou atenuação do efeito bloqueador
neuromuscular. 

Opioides

Observou-se aumento na frequência cardíaca, redução na pressão
arterial e no índice de resistência vascular sistêmica.

Glicosídeos cardíacos

Pode resultar em aumento da incidência de arritmias. 

Sulfato de magnésio

Potencializa o bloqueio neuromuscular induzido pelo Brometo de
Pancurônio (substância ativa). Pacientes em uso de sulfato de
magnésio devem receber doses menores de Brometo de Pancurônio
(substância ativa), ajustadas cuidadosamente à resposta de
contratilidade muscular.

Ação da Substância Pancuron

Resultados de eficácia

Os relaxantes musculares, por exemplo, pancurônio,
succinilcolina, atracúrio (existem muitos outros), relaxam o
diafragma e os músculos abdominais e podem permitir que a anestesia
seja utilizada. Os relaxantes musculares relaxam as cordas vocais e
facilitam a passagem de um tubo endotraqueal para ajudar a passar
anestésico, gases ou oxigênio. Os pacientes que receberam um
relaxante muscular devem sempre ser assistidos com respiração
controlada quando o fentanil é usado. Tem sido relatada anestesia
satisfatória com altas doses de fentanil citrato (30 a 50µg /kg) em
prematuros quando usado como único anestésico, em conjunto com
pancurônio, para ligadura do canal arterial. 

Um estudo clínico avaliou 40 pacientes que seriam submetidos a
cirurgia. Sendo esses divididos em 2 grupos: grupo A, composto por
20 pacientes que receberam 0,6mL/Kg de lidocaína 0,5% (3 mg/kg) e
grupo B, composto por 20 pacientes que receberam 0,6mL/kg de
lidocaína 0,25% (1,5mg/Kg) com a adição de 1µg/kg de fentanil e
0,5mg de pancurônio.

A anestesia foi um sucesso em 18 pacientes do grupo A e 17 do
grupo B. Não foi verificada diferença entre os dois grupos
analisados em relação à dor. Não foi observado efeitos adversos nos
pacientes do grupo A, e no grupo B apenas 1 paciente apresentou
diplopia transitória. Em resumo, com a adição de fentanil (1µg/kg)
e pancurônio (0,5mg) para a solução de anestésico local, é
possível injetar apenas 1,5mg/kg de lidocaína com uma solução de
0,25% em vez dos habituais 3mg/kg. Essa combinação tripla produz a
mesma qualidade de anestesia que com a solução de lidocaína 0,5%.
Assim, esta modificação da técnica de anestesia regional
intravenosa pode ser uma abordagem interessante para reduzir a dose
e potencial toxicidade do anestésico local. 

Doxacúrio e pancurônio, utilizados para facilitar ventilação
mecânica ou reduzir pressão intracraniana, também apresentaram
idêntico perfil farmacocinético e de efeitos adversos em ensaio
clinico. Apenas se observou que, apos a suspensão de tratamento, o
grupo que recebeu pancurônio apresentou tempo de recuperação mais
prolongado e variável que doxacúrio. 

Foi realizado um estudo com 90 pacientes para avaliar a
capacidade do diazepam em prevenir as fasciculações produzidas pela
succinilcolina (SCh). Divididos em três grupos. Pacientes do grupo
1 não receberam nenhuma medicação e serviram de grupo controle.
Pacientes do grupo 2 foram pré-tratados com diazepam 0,1mg/kg 3
minutos antes da administração de succinilcolina, enquanto que os
pacientes de grupo 3 foram pré-tratados com pancurônio 0,015mg/kg 3
minutos antes da succinilcolina. A dosagem de succinilcolina foi de
1,0mg/kg nos grupos 1 e 2 e de 1,5mg/kg no grupo 3.

Fasciculação e a condição de intubação foram avaliadas em todos
os grupos. A fasciculação apareceu em 93% dos pacientes do grupo
controle e em 17% no grupo do pancurônio, enquanto que o diazepam
se mostrou ineficaz na prevenção da frequência e intensidade
das fasciculações. As condições de intubação foram consideradas
adequadas em todos os pacientes dos três grupos. Concluindo, o
pré-tratamento com o pancurônio é um método efetivo na prevenção da
fasciculação. 

Um estudo avaliou a influência de duas diferentes frequências de
estímulos sobre o tempo de instalação do bloqueio produzido pelo
pancurônio e pelo rocurônio. Foram incluídos no estudo 120
pacientes, estado físico ASA (Associação Americana de
Anestesiologia) I e II, submetidos a cirurgias eletivas sob
anestesia geral, distribuídos aleatoriamente em dois grupos, de
acordo com a frequência de estímulo empregada, para a monitorização
do bloqueio neuromuscular: Grupo I – 0,1Hz (n = 60) e Grupo II –
1Hz (n = 60).

Em cada grupo formaram-se dois subgrupos (n = 30) de acordo com
o bloqueador neuromuscular empregado: Subgrupo P (pancurônio) e
Subgrupo R (rocurônio). A medicação pré-anestésica consistiu de
midazolam (0,1mg/kg) por via muscular, 30 minutos antes da
cirurgia. A indução anestésica foi obtida com propofol (2,5μg/kg)
precedido de alfentanil (50μg/kg) e seguido de pancurônio ou
rocurônio. Foram avaliados: Tempo de início de ação do pancurônio e
do rocurônio; tempo para instalação do bloqueio total e condições
de intubação traqueal. Concluindo-se que o início de ação e o tempo
para obtenção do bloqueio neuromuscular total no músculo adutor do
polegar, produzidos pelo rocurônio e pelo pancurônio, são mais
curtos quando há emprego de maiores frequências de
estímulos. 

Considerando a frequente necessidade de utilização de doses
adicionais de bloqueador neuromuscular em cirurgias abdominais, na
fase de fechamento da parede, foi realizado um estudo para analisar
a vigência de recuperação parcial do bloqueio neuromuscular
induzido pelo pancurônio, o efeito da administração de dose
complementar de atracúrio sobre a recuperação espontânea do
bloqueio neuromuscular. Foram estudados 30 pacientes, divididos em
dois grupos, 14 pacientes formaram o grupo pancurônio e 16
pacientes, o grupo atracúrio. A indução da anestesia foi feita com
propofol, fentanil, pancurônio 0,08mg/kg e a manutenção com
N2O 60% em oxigênio e isoflurano na concentração
expirada de 0,5%. 

Quando a primeira contração da sequência de quatro estímulos
(T1) recuperou 25%, o grupo pancurônio recebeu pancurônio
0,025mg/kg e o grupo atracúrio, 0,20mg/kg de atracúrio. Após a dose
complementar foram anotados os tempos para recuperação espontânea,
concluindo-se que nas condições deste estudo, a complementação com
atracúrio não promoveu alteração na recuperação espontânea inicial
do bloqueio neuromuscular induzido pelo pancurônio e promoveu
diminuição de 20% no tempo de recuperação total. 

Foi realizado um estudo com o objetivo de demonstrar eventuais
diferenças na interação do midazolam com três bloqueadores
neuromusculares (BNM): Pancurônio, atracúrio e alcurônio, com
referência aos efeitos cardiocirculatórios produzidos durante a
indução anestésica e as manobras de laringoscopia e intubação
traqueal (IOT) em 30 pacientes saudáveis, recebendo midazolam
(0,3mg/kg) seguido por um dos três agentes bloqueador
neuromuscular: Pancurônio 0,1mg/kg (n = 10), atracúrio 0,5mg/kg (n
= 10) ou alcurônio 0,3mg/kg (n = 10). Não houve alterações na
frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS) ou
pressão arterial diastólica (PAD) durante o período de indução, no
entanto, após a intubação traqueal, houve aumentos significativos
na frequência cardíaca (HR) nos pacientes que receberam pancurônio
ou alcurônio, sem mudanças ocorridas naqueles que receberam
atracúrio. A pressão arterial sistólica (PAS) aumentou em todos os
pacientes, independentemente do relaxante muscular usado; esses
aumentos foram breves e autolimitados. A pressão arterial
diastólica (PAD) aumentou em todos os grupos, mas o seu aumento foi
sustentado até o final do período de observação apenas nos
pacientes que receberam pancurônio. Houve alta incidência de
sialorreia, lacrimejamento e movimentos anormais durante e após a
indução e intubação traqueal.

Características Farmacológicas

Brometo de Pancurônio (substância ativa) é um aminoéster
bloqueador neuromuscular de longa duração não despolarizante,
quimicamente designado como o aminoesteroide dibrometo 1,1′ (3α,
17β diacetoxi-5α -androstan-2β, 16β-ileno) bis
(1-metilpiperidinio). Possui fórmula molecular igual a
C35H60Br2N2O4
e peso molecular igual a 732,7.

Farmacodinâmica 

Brometo de Pancurônio (substância ativa) bloqueia o processo de
transmissão entre a terminação nervosa e a musculatura estriada
ligando-se, competitivamente com a acetilcolina, aos receptores
nicotínicos localizados na região terminal da placa motora do
músculo estriado. 

Diferente dos agentes bloqueadores neuromusculares
despolarizantes, como o suxametônio (succinilcolina), Brometo de
Pancurônio (substância ativa) não causa fasciculações musculares.
Brometo de Pancurônio (substância ativa) não tem atividade
hormonal, exerce uma ação vagolítica insignificante e dose
dependente; e dentro dos limites de dosagem clínica, não exerce
atividade bloqueadora ganglionar. 

Os inibidores de acetilcolinesterase, como a neostigmina,
piridostigmina ou edrofônio, antagonizam a ação de Brometo de
Pancurônio (substância ativa). A dose necessária para produzir 95%
de supressão da contratilidade muscular padrão (ED95) é
aproximadamente 0,06mg de Brometo de Pancurônio (substância ativa)
por kg de peso corpóreo sob anestesia neuroléptica. 

Após a administração intravenosa de uma dose de 0,1mg de Brometo
de Pancurônio (substância ativa) por Kg de massa corpórea, dentre
90 a 120 segundos, podem ser alcançadas condições clinicamente
aceitáveis para a intubação. 

A paralisia muscular geral adequada para qualquer tipo de
procedimento é estabelecida dentro de 2 a 4 minutos. A duração
clínica (duração até recuperação espontânea em relação ao estímulo
padrão) com esta dose é de aproximadamente 100 minutos. A duração
total (tempo até recuperação espontânea em relação ao estímulo
padrão) é de 120 a 180 minutos. Com doses menores de Brometo de
Pancurônio (substância ativa) o tempo para o início do bloqueio
máximo é prolongado e a duração da ação é reduzida. 

Farmacocinética 

O pancurônio apresenta um volume aparente de distribuição em
condições de equilíbrio de 180 a 290mL/kg. O metabolismo ocorre
principalmente por desacetilação, formando 3-OH pancurônio e em
menor extensão 17-OH e 3,17-OH pancurônio. Estes metabólitos não
contribuem significativamente com o bloqueio neuromuscular que
ocorre após a administração de Brometo de Pancurônio (substância
ativa). 

A excreção renal é a principal via de eliminação, mas a excreção
biliar também foi significativa. A dose inicial de Brometo de
Pancurônio (substância ativa) é excretada de 40 a 70% pela urina,
principalmente na forma de pancurônio inalterado; 5 a 15% é
excretada pela bile; menos de 5% da dose é excretada na urina como
17-OH e 3,17-OH pancurônio e aproximadamente 20% na urina e na bile
como 3-OH pancurônio. O clearance plasmático do pancurônio
é de 0,8 a 3,0mL/min/kg e a meia-vida de eliminação plasmática é de
110 a 190 minutos.

Cuidados de Armazenamento do Pancuron

O Pancuron deve ser mantido em sua embalagem original, devendo
ser armazenado sob refrigeração (temperatura entre 2ºC e 8°C).

O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de
fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Pancuron, sob a forma de solução injetável, é um medicamento
estéril, destina-se a administração em dose única. As soluções não
utilizadas deverão ser descartadas. Evitar o congelamento.

Uma vez que o Pancuron não contém conservante, a solução deve
ser utilizada imediatamente após a abertura da ampola.

Características físicas/organolépticas

A solução injetável de Pancuron é uma solução incolor e límpida,
essencialmente livre de partículas visíveis.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Pancuron

Reg. MS Nº 1.0298.0101

Farmacêutico Responsável:

Dr. José Carlos Módolo
CRF-SP nº 10.446

Registrado por:

Cristália – Produtos Químicos FarmacêuticosLtda.
Rod. Itapira-Lindóia, km 14 – Itapira – SP
CNPJ: 44.734.671/0001-51
Indústria Brasileira

Fabricado por:

Cristália – Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.
Av. Nossa Senhora da Assunção, 574 – Butantã – São Paulo – SP
CNPJ nº 44.734.671/0008-28

SAC (Serviço deAtendimento ao Consumidor):

0800 701 1918

Venda sob prescrição médica.

Uso restrito a hospitais.

Pancuron, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.