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Prevenção de Doenças Cardíacas em Cães

Doença da Valva Mitral em Cães

Olá, meu nome é Lilian Caram Petrus, sou médica veterinária especializada em cardiologia veterinária e seja bem-vindos ao canal da Premier Pet.

No vídeo de hoje, vamos falar sobre a ciência cardíaca em cães, especificamente sobre a doença da valva mitral em algumas raças mais predispostas. Entre elas, temos os cães de pequeno porte e o Cocker Spaniel, um cão de médio porte. Já os cães de grande porte também podem ter essa doença, mas é menos comum em relação às raças menores.

O mais comum na doença da valva mitral são os sintomas após os 10 anos de idade. Pacientes idosos apresentam os sintomas, mas a doença começa um pouco antes. Alguns animais podem ter a doença um pouco mais cedo, o que significa que ela evolui mais rápido do que o usual nos cães.

Existem doenças que levam à insuficiência cardíaca em cães, sendo a mais comum a responsável pela maior número de casos de insuficiência cardíaca, que é a doença mixomatosa da valva mitral. Além disso, a cardiomiopatia dilatada é outra doença que pode levar à insuficiência cardíaca em cães.

A doença mixomatosa da valva mitral é uma degeneração da valva causada por uma alteração do colágeno valvar. Essa alteração causa um aumento da lise do colágeno, que leva à destruição do mesmo. Com isso, os folhetos da valva mitral não se fecham adequadamente quando o ventrículo esquerdo contrai. O sangue retorna ao átrio, e a medida que o sangue retorna ao átrio, ocorre um aumento do volume do átrio e consequentemente do volume do ventrículo. Isso leva à dilatação das duas câmaras cardíacas, e essa dilatação faz com que haja congestão venosa pulmonar, podendo culminar com o edema pulmonar.

De acordo com as diretrizes de 2019 do Colégio Americano de Medicina Interna, foram criados quatro estágios da doença mixomatosa mitral. O Estágio A é o paciente que ainda não apresenta a doença, mas tem predisposição. O Estágio B é o paciente que já tem a doença, mas não apresenta sintomas. O Estágio B1 é aquele paciente que não apresenta aumento de câmaras cardíacas, e o Estágio B2 é aquele paciente que já apresenta aumento tanto de átrio quanto de ventrículo esquerdo, com algumas características ecocardiográficas que já foram definidas em outros estudos. O Estágio C são os pacientes sintomáticos, e o que a gente considera como sintoma é a congestão, presença de edema pulmonar. No Estágio D, são aqueles pacientes que a gente não consegue controlar os sintomas com a terapia tradicional, que é a terapia padrão com inibidor da ECA, espironolactona, pimobendan e furosemida.

O exame principal para diagnóstico da doença mixomatosa é o ecocardiograma. Nele, é possível detectar a presença ou não de insuficiência valvar e quantificar essa insuficiência. É importante avaliar as consequências da doença valvar no coração, mensurando o tamanho das câmaras cardíacas, avaliando como está a contratilidade miocárdica e se há alguma alteração que indique que o paciente está próximo de descompensar. Outros exames, como a radiografia de tórax, auxiliam apenas no diagnóstico diferencial, e o eletrocardiograma avalia apenas o ritmo cardíaco.

Resumindo, o ecocardiograma é o ponto principal na avaliação da doença mixomatosa, não só no diagnóstico, mas também na avaliação das consequências dela.

Espero que vocês tenham gostado do vídeo de hoje. Compartilhe com outros veterinários para que eles também possam ter acesso às mesmas informações, e qualquer dúvida pode deixar aqui nos comentários.

Fonte: Doenças Cardíacas nos Cães – Parte 1 | #VetResponde | PremieRpet por PremieRpet