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Rapifen

Devido ao seu rápido início de ação e curta duração de efeito,
Rapifen é particularmente útil como analgésico para cirurgias de
curta duração e ambulatoriais. Também é adequado como suplemento
analgésico em procedimentos cirúrgicos de média e longa
duração.

Rapifen também pode ser empregado na indução da anestesia quando
há a necessidade de intubação endotraqueal e ventilação
mecânica.

Rapifen é indicado para analgesia e supressão da atividade
respiratória e para promover proteção analgésica durante as
manobras dolorosas nos pacientes em Unidades de Terapia
Intensiva.

Como Rapifen funciona?

Rapifen pertence ao grupo dos analgésicos opioides e tem início
de ação bastante rápido e de curta ação.

Contraindicação do Rapifen

Você não deverá receber Rapifen caso já tenha apresentado reação
ao medicamento em outra ocasião ou a outros analgésicos
semelhantes.

Como usar o Rapifen

Rapifen deve ser administrado na veia (uso intravenoso).

A administração de Rapifen será realizada apenas por pessoas
treinadas no uso dos agentes anestésicos intravenosos e no manuseio
dos efeitos respiratórios de opioides potentes, exclusivamente em
ambiente hospitalar, e a dose será individualizada de acordo com o
seu peso corpóreo, condições físicas, outras doenças, uso de outros
medicamento concomitantemente, tipo de anestesia e duração do
procedimento cirúrgico.

A dose de Rapifen deve ser individualizada de acordo com: peso
corpóreo, condições físicas, patologias subjacentes, concomitância
de outras drogas, tipo de anestesia e duração do procedimento
cirúrgico.

Em pacientes obesos (com mais de 20% de acréscimo sobre o peso
ideal), a dose de Rapifen deve ser calculada com base no peso
corrigido.

Em pacientes idosos ou debilitados, a dose de Rapifen deve ser
reduzida. Em crianças ela deve ser aumentada. O efeito da dose
inicial deve ser considerado para doses suplementares. Os sinais
vitais devem ser monitorizados de rotina.

Para evitar bradicardia, é recomendado administrar
pequenas doses de um agente anticolinérgico imediatamente antes da
indução. O droperidol pode ser dado para prevenir naúsea e
vômito.

Rapifen deve ser diluído em soluções de cloreto de sódio,
glicose ou Ringer. Tais diluições são compatíveis com o material
plástico de infusão.

Posologia

Para procedimentos de curta duração e emprego em
pacientes ambulatoriais

Rapifen em pequenas doses é muito útil nos procedimentos
cirúrgicos pequenos e de curta duração, mas dolorosos, desde que
esteja disponível um bom equipamento para monitorização. Um bolus
IV de 7 a 15 mcg/kg (1 a 2 mL/70 kg) deve ser suficiente para os
procedimentos que não ultrapassem 10 minutos de duração; neste
caso, os incrementos de dose sugeridos são de 3,5 mcg/kg (0,5 mL/70
kg). Quando esta dose é injetada lentamente, a respiração
espontânea pode ser mantida em muitos casos.

Quando a duração exceder 10 minutos, e quando houver
necessidade, podem ser administradas doses suplementares de 7 a 15
mcg/kg (1 a 2 mL/70 kg) a cada 10 ou 15 minutos, conforme
necessário.

Para se evitar bradicardia, recomenda-se preferentemente a
utilização IV de pequena dose de um agente anticolinérgico
imediatamente antes da indução, em lugar de uma dose IM como
pré-medicação.

A fim de não prolongar o período de recuperação, é preferível
não se administrar droperidol ou benzodiazepínicos aos pacientes
ambulatoriais. Neste tipo de paciente a melhor conduta consiste em
um agente anticolinérgico, indução por hipnótico de ação curta,
Rapifen e N2O/O2.

Quando ocorre náusea pós-operatória, ela é de duração
relativamente curta e de fácil controle através das medidas
habituais.

Para procedimentos de média duração

A dose inicial IV do bolus será administrada com base
numa expectativa de duração do procedimento cirúrgico, tendo como
base o seguinte:

Duração da cirurgia (min.)

Rapifen (cloridrato de alfentanila) IV
bolus

mcg/kgmL/70 kg
10 – 3020 – 403 – 6
30 – 6040 – 806 – 12
gt; 6080 -15012 – 20

Quando a cirurgia for mais prolongada ou mais agressiva,
a analgesia deverá ser mantida com um dos seguintes
procedimentos:

  • Doses suplementares de 15 mcg/kg (2 mL/70 kg) de Rapifen,
    quando necessário (para se evitar depressão respiratória
    pós-cirúrgica, a última dose de Rapifen não deverá ser administrada
    dentro dos últimos 10 minutos de cirurgia).
  • Infusão de Rapifen na base de 1 mcg/kg/min. (0,14 mL/70
    kg/min.) até 5 a 10 minutos antes do final da cirurgia. As fases
    operatórias de estímulos dolorosos muito intensos podem ser
    facilmente controladas por pequenas doses adicionais de Rapifen ou
    pelo aumento temporário da velocidade de infusão.

Quando Rapifen é utilizado sem N2O/O2 ou
outra anestesia inalatória, a manutenção de altas doses de Rapifen
é necessária.

Para procedimentos de longa duração

Rapifen pode ser usado como componente analgésico de anestesia
para procedimentos cirúrgicos de longa duração, especialmente
quando se deseja uma extubação rápida. As condições ótimas de
analgesia e de estabilidade autonômica são mantidas através de uma
dose IV inicial adaptada individualmente e por uma variação na
velocidade de infusão de acordo com os estímulos cirúrgicos e as
reações clínicas do paciente.

Indução anestésica

Um bolus intravenoso igual ou superior a 120 mcg/kg (17 mL/70
kg), administrado lentamente (durante 3 minutos), pode ser
utilizado como agente indutor em cirurgias com duração superior a
45 minutos.

Na unidade de terapia intensiva

Uma vez que o paciente tenha sido intubado, a ventilação
mecânica pode ser iniciada utilizando-se um dos seguintes
esquemas:

A velocidade de infusão inicial recomendada para pacientes
adultos ventilados mecanicamente é de 2 mg por hora (equivalente a
0,4 mL por hora de Rapifen não diluído). O produto deve ser diluído
utilizando-se as soluções de infusão padrões (solução glicosada 5%,
soro fisiológico 0,9%, solução de Ringer).

Para um paciente de 70 kg, isto corresponde a aproximadamente 30
mcg/kg/h. Um controle mais rápido pode inicialmente ser obtido
utilizando-se uma dose ‘carga’ antes da infusão. Por exemplo, uma
dose de 5 mg pode ser administrada em doses divididas durante um
período de 10 minutos, fase na qual deve ser realizada cuidadosa
monitorização da pressão arterial e da frequência cardíaca. Se
ocorrer hipotensão ou bradicardia, a velocidade de administração
deve ser reduzida e outras medidas apropriadas devem ser
instituídas.

A duração máxima recomendada de tratamento com infusões de
Rapifen é de 4 dias.

A dose para produzir os efeitos desejados deve ser
individualmente determinada e avaliada periodicamente para
assegurar que a dose ótima está sendo utilizada. Nos ensaios
clínicos, as necessidades dos pacientes adultos geralmente ficam
entre doses de 0,5 a 10 mg de alfentanila por hora.

Em pacientes adultos, doses únicas adicionais de 0,5 a 1,0 mg de
alfentanila podem ser administradas para promover analgesia durante
procedimentos dolorosos curtos.

O paciente idoso e aqueles com insuficiência hepática ou
portador de hipotireoidismo podem necessitar doses mais baixas.
Pacientes obesos devem ter a dose calculada com base no peso
corrigido.

Adolescentes e adultos jovens poderão necessitar doses mais
altas que a média habitual. Há pouca experiência sobre o uso de
alfentanila para tratar crianças na terapia intensiva.

Dados sugerem que a depuração da alfentanila está inalterada na
insuficiência renal. Contudo, há aumento da fração livre e desta
forma a dose necessária pode ser menor que aquela do paciente com
função renal normal.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os
horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o
tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que eu devo fazer quando eu me esquecer de usar
Rapifen?

Os pacientes não se autoadministram Rapifen. Rapifen é um
medicamento injetável administrado sob a orientação e supervisão
médica.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Rapifen

Rapifen é um medicamento usado para anestesia geral e só deve
ser administrado por profissional habilitado.

Rapifen pode deprimir a respiração. Isto também pode ocorrer
algum tempo após a cirurgia. Portanto, você será mantido em
observação durante um período após a cirurgia. Se você apresentar
tontura intensa ou algum problema para respirar, informe o médico
ou a enfermeira imediatamente.

Informe seu médico se você tiver doenças nos pulmões ou
problemas respiratórios, distúrbios do cérebro, comprometimento das
funções da tireoide, fígado e rins.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar
máquinas

Rapifen pode diminuir seu estado de alerta ou afetar sua
capacidade de dirigir veículos. Após receber Rapifen, é
recomendável aguardar pelo menos 24 horas após Rapifen ter sido
administrado antes de voltar a dirigir veículos ou operar
máquinas.

Gravidez

Se você estiver grávida, o médico decidirá se você pode receber
Rapifen.

Amamentação

Rapifen pode ser eliminado no leite. Portanto, a amamentação
deve ser suspensa durante 24 horas após o tratamento. Não utilize
leite materno que foi bombeado dentro de 24 horas após a
administração de Rapifen.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Interação com outros medicamentos e com
álcool

Informe seu médico se você estiver tomando outros
medicamentos, pois há vários deles que não devem ser usados com
Rapifen. Este medicamentos podem incluir:

  • Medicamentos para depressão chamados de inibidores da
    monoaminoxidase (MAO). Estes medicamentos não devem ser tomados nas
    duas semanas antes do uso de Rapifen.
  • Analgésicos fortes: se você estiver tomando estes medicamentos
    por um longo período, pode ser necessário ajustar a dose.
  • Bebidas alcoólicas ou medicamentos ilegais: se você os utiliza
    regularmente, ou estiver tomando algum medicamento que diminui suas
    reações (por exemplo, medicamentos para dormir, tranquilizantes,
    medicamentos para transtornos mentais), avise seu médico.
  • Eritromicina (um antibiótico), a cimetidina (um medicamento
    para acidez do estômago) ou diltiazem (um medicamento usado para um
    certo tipo de problema no coração). Esses medicamentos aumentam os
    efeitos de Rapifen; uma quantidade menor de Rapifen pode ser
    necessária. Pode ser necessário alterar a dose.
  • Certos medicamentos para tratamento da AIDS (por exemplo,
    ritonavir) ou certos medicamentos para infecção causada por fungos
    (por exemplo, fluconazol, cetoconazol, itraconazol). Pode ser
    necessário alterar a dose de Rapifen.

Este medicamento pode causar doping.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico.
Pode ser perigoso para a sua saúde.

Reações Adversas do Rapifen

Se durante a cirurgia ocorrerem reações adversas ao medicamento,
elas serão acompanhadas pelo médico. Algumas reações adversas podem
ocorrer logo após a cirurgia e, portanto, você permanecerá em
observação por um período.

As reações adversas que podem ocorrer
incluem:

  • Rrespiração anormalmente lenta ou fraca ou interrupção
    temporária da respiração;
  • Espasmos das vias aéreas e das cordas vocais;
  • Soluços;
  • Batimento irregular, lento ou rápido do coração;
  • Pressão sanguínea baixa ou alta;
  • Rigidez muscular ou movimentos involuntários dos músculos,
    incluindo movimentos lentos, rígidos ou involuntários;
  • Tontura, náusea e vômitos.

Outras reações adversas que podem ocorrer:

  • Parada cardíaca ou respiratória;
  • Calafrios, cansaço, febre e dor de cabeça;
  • Sonolência, falta de resposta a estímulos, perda da
    consciência, convulsão;
  • Agitação, choro, desorientação, sensação de bem-estar ou
    exaltação, sedação;
  • Sangramento nasal, tosse, excesso de dióxido de carbono no
    sangue;
  • Distúrbio da visão, pupilas contraídas;
  • Dermatite alérgica, coceira, sudorese excessiva, vermelhidão da
    pele, erupção cutânea.

Outras complicações relacionadas ao procedimento, tais como
agitação ou confusão pós-operatória, complicações das vias aéreas
ou neurológicas da anestesia ou complicações da intubação
endotraqueal também podem ocorrer. Você pode experimentar dor,
inclusive no local de aplicação da injeção, na veia ou dor do
procedimento.

Reações alérgicas graves ocorrem raramente e podem
incluir:

  • Inchaço da face, lábios, boca, língua ou garganta;
  • Dificuldade em engolir ou respirar;
  • Erupção cutânea com coceira (urticária).

Dados pós-comercialização

As reações adversas primeiramente identificadas durante a
experiência pós-comercialização obtidas a partir das taxas de
relatos espontâneos, com Rapifen estão incluídas a seguir:

Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos
pacientes que utilizam este medicamento), incluindo relatos
isolados:

Distúrbios do Sistema Imunológico:

Hipersensibilidade (incluindo reação anafilática, reação
anafilactoide e urticária).

Distúrbios Psiquiátricos:

Desorientação.

Distúrbios do Sistema Nervoso:

Perda da consciênciaa, convulsão, mioclonia.

Distúrbios Oftálmológicos:

Miose.

Distúrbios Cardíacos:

Parada cardíaca.

Distúrbios Respiratórios, Torácicos e do
Mediastino:

Parada respiratória, depressão respiratóriab,
tosse.

Distúrbios de Pele e do Tecido subcutâneo:

Eritema, erupção cutânea.

Distúrbios Gerais e Condições no Local de
Administração:

Pirexia.

Nota:

aPeríodo pós-operatório.
bIncluindo desfecho fatal.

Reações adversas em recém-nascidos e
crianças.

O tipo das reações adversas em crianças é similar àquelas em
adultos. Espasmos musculares ou rigidez muscular podem ocorrer mais
frequentemente em recém-nascidos do que em adultos.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou
farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de
atendimento.

Composição do Rapifen

Cada mL de solução injetável contém

0,544 mg de cloridrato de alfentanila, equivalente a 0,5 mg de
alfentanila.

Excipientes:

água para injetáveis e cloreto de sódio.

Superdosagem do Rapifen

É pouco provável que você receba uma dose excessiva deste
medicamento, mas na eventualidade disto ocorrer, o médico tomará as
ações necessárias. O principal sintoma é dificuldade em
respirar.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você
precisar de mais orientações.

Interação Medicamentosa do Rapifen

Medicamentos que alteram o efeito da
alfentanila

Depressores do Sistema Nervoso Central
(SNC)

Fármacos como barbitúricos, benzodiazepínicos, neurolépticos,
anestésicos gerais e outros depressores não seletivos do SNC (por
exemplo, o álcool) podem potencializar a depressão respiratória de
opioides. Em pacientes que receberam tais fármacos depressores do
SNC, a dose necessária de Cloridrato de Alfentanila (substância
ativa) será menor do que a usual. O uso concomitante de Cloridrato
de Alfentanila (substância ativa) em pacientes que respiram
espontaneamente pode aumentar o risco de depressão respiratória,
sedação profunda, coma e morte.

Inibidores do citocromo P450 3A4 (CYP3A4)

A alfentanila é metabolizada principalmente via isoenzima 3A4 do
citocromo humano P450. Dados in vitro sugerem que outros potentes
inibidores da isoenzima 3A4 do citocromo P450 (por ex. cetoconazol,
itraconazol, ritonavir) podem também inibir o metabolismo de
alfentanila. Dados de farmacocinética humana disponíveis indicam
que o metabolismo de alfentanila é inibido pelo fluconazol,
voriconazol, eritromicina, diltiazem e cimetidina (inibidores
conhecidos da isoenzima 3A4 do citocromo P450). Isto pode aumentar
o risco de depressão respiratória prolongada e tardia. O uso
concomitante de tais drogas requer cuidado especial e observação do
paciente; em particular, pode ser necessário reduzir a dose de
Cloridrato de Alfentanila (substância ativa).

Inibidores da monoamina oxidase (IMAO)

É geralmente recomendado suspender-se o uso de inibidores da MAO
duas semanas antes de qualquer procedimento cirúrgico ou
anestésico.

Medicamentos serotoninérgicos

A coadministração de alfentanila com um agente serotoninérgico,
como os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs),
os inibidores de recaptação da serotonina e norepinefrina (IRSNs)
ou os inibidores da monoamina oxidase (IMAOs) pode aumentar o risco
de síndrome serotoninérgica, uma condição potencialmente fatal.

Efeitos de Cloridrato de Alfentanila (substância ativa)
em outros medicamentos

Como na administração de Cloridrato de Alfentanila (substância
ativa), a dose de outros fármacos depressores do SNC deve ser
reduzida. Isto é particularmente importante após uma cirurgia, pois
a analgesia profunda é acompanhada por uma depressão respiratória
acentuada, que pode persistir ou reaparecer no período
pós-operatório. A administração de depressores do SNC, tal como
benzodiazepina, durante este período pode aumentar
desproporcionalmente o risco de depressão respiratória.

Em combinação com Cloridrato de Alfentanila (substância ativa),
a concentração sanguínea de propofol é 17% maior do que na ausência
de Cloridrato de Alfentanila (substância ativa). O uso concomitante
da alfentanila e propofol pode requerer doses menores de Cloridrato
de Alfentanila (substância ativa).

Ação da Substância Rapifen

Resultados de eficácia

Uso como agente anestésico de indução

Cinquenta e sete pacientes mulheres em idade fértil, que foram
admitidas para procedimentos cirúrgicos ginecológicos curtos
(esterilização por laparoscopia em 90% dos casos), foram
selecionadas para um estudo aberto para avaliar a alfentanila
como agente de indução. A pré-medicação consistiu em 10 a 15 mg de
diazepam via oral, uma hora antes da indução e 0,5 mg de atropina
via intramuscular, meia hora antes da indução. A anestesia foi
induzida com 2 a 2,5 mg de alfentanila intravenosa, seguido de
administração intravenosa de 10 a 20 mg (mediana 16 mg) de
etomidato um minuto após a indução. A intubação da traqueia foi
feita após a administração de 75 a 100 mg de suxametônio.

A anestesia foi mantida com uma mistura de óxido
nitroso/oxigênio (2:1) em combinação com enflurano (até 1%) e 40 mg
de galamina para relaxar a musculatura. Todos os pacientes
receberam ventilação com pressão positiva intermitente. Ao final da
cirurgia, o bloqueio neuromuscular foi revertido com 0,5 mg de
atropina e 1 mg neostigmina. Praticamente nenhuma depressão
respiratória foi observada: em todos os pacientes a respiração
espontânea normal retornou em 7 minutos após a operação e a
naloxona não foi administrada. A pressão sanguínea e a frequência
cardíaca permaneceram estáveis. Nenhuma complicação ocorreu durante
o procedimento e não houve ocorrência de eventos adversos
graves.

Uso como analgésico opioide para procedimentos
cirúrgicos curtos

Um estudo comparativo duplo-cego foi realizado, incluindo
90 mulheres a serem submetidas a cirurgias ginecológicas curtas.
Quarenta e cinco mulheres foram randomizadas para receber
alfentanila e outras 45 mulheres receberam fentanila. A anestesia
foi induzida pelo metoexital seguida pela injeção duplo-cega de
alfentanila (0,5 mg/mL) ou fentanila (0,05 mg/mL). Dependendo da
duração esperada para o procedimento foram administrados 3 ou 5 mL
de analgésico. Para uma mesma duração de anestesia, a depressão
respiratória teve que ser revertida em 11% para o grupo da
alfentanila e 51 % para o grupo da fentanila e o tempo para
despertar foi significativamente mais curto no grupo da
alfentanila. Parâmetros cardiovasculares permaneceram estáveis com
ambos analgésicos. Não houve eventos adversos problemáticos.

Uso como analgésico opioide para procedimentos
cirúrgicos de média ou longa duração

Injeções em bolus complementadas por
incrementos

A conveniência e o potencial clínico da alfentanila como um
suplemento ao óxido nitroso/oxigênio isolado foram
avaliados em 141 pacientes passando por cirurgias de média e
longa duração. Seguindo a indução da anestesia com tiopental foi
injetado 1 mg de alfentanila imediatamente antes da intubação, a
fim de atenuar a resposta de estresse frente à intubação.

A anestesia foi mantida com uma mistura de óxido
nitroso/oxigênio (2:1), com analgesia alcançada através de uma dose
de ataque de 0,1 mg/kg de alfentanila lentamente infundida durante
5 a 10 minutos antes da cirurgia. Incrementos adicionais (10-15
mcg/kg) foram administrados ao longo da cirurgia a cada 10-15
minutos e em resposta a estimulação cirúrgica intensa. O curso da
anestesia foi avaliado como bom em 96,4% dos pacientes. A
estabilidade cardiovascular observada foi característica em quase
todos os pacientes. A recuperação foi extremamente rápida e sem
eventos adversos. Raramente houve a necessidade de reversão de
depressão respiratória.

Injeção em bolus complementada por infusão
contínua

Em um estudo aberto a alfetanila foi administrada de
maneira análoga ao uso dos anestésicos inalatórios, ou seja,
administrada por infusão contínua em uma taxa variável que é
determinada pela resposta do paciente à estimulação nociva da
cirurgia e de outros procedimentos. O estudo incluiu 12 mulheres. A
anestesia geral foi induzida com alfentanila (150
mcg.kg-1) e 66% de N2O em O2.

A infusão de alfentanila foi iniciada imediatamente após a dose
de indução de alfentanila e foi variada entre 25-150
mcg.kg-1.hr-1, conforme indicado pelas respostas do
paciente a estimulação durante a cirurgia nos últimos 208 ± 22
minutos. Pequenas doses em bolus de alfentanila (7
mcg.kg-1 ) foram administradas para suprimir com precisão e de
maneira rápida, as respostas somáticas hemodinâmicas e outras
respostas simpáticas à estimulação. Sem nenhuma exceção, todas as
respostas em todos os pacientes foram controladas rapidamente pelos
incrementos de alfentanila. A infusão de alfentanila foi cessada
16,2 ± 1,2 minutos antes da descontinuação de N2O.

A recuperação da consciência, juntamente à ventilação
respiratória espontânea, ocorreu imediatamente após a conclusão da
cirurgia (4,0 ± 0,5 minutos após N2O; 20,3 ± 1,4 minutos após
cessar a infusão de alfentanila). O estudo demonstrou a viabilidade
em manter a anestesia geral com N2O e uma infusão contínua de
alfentanila em taxas variadas de acordo com as respostas dos
pacientes, permitindo recuperação rápida de consciência e
ventilação espontânea satisfatória na conclusão de operações de
longa duração, como de 5 horas.

Uso em terapia intensiva

O uso da infusão de alfentanila para sedação de pacientes
criticamente doentes, em terapia intensiva, foi avaliada em 16
pacientes. A duração média de permanência foi de 8 dias. As taxas
de infusão foram bastante variáveis de um máximo de 2,5 mcg/kg/min
para um mínimo de 0,08 mcg/kg/min. Não houve evidência de
correlação entre as taxas de infusão e a duração da infusão. Para
facilitar a comparação entre pacientes, a quantidade total de
alfentanila administrada a cada paciente durante o estudo foi
calculada e expressa como taxa de infusão em mcg/kg/min (IR). A IR
variou de 0,11 para 2,18 mcg/kg/min, com uma exigência
significativamente menor nos pacientes idosos (acima de 50 anos) do
que em jovens (plt;0,05, teste t-Student).

Os valores médios (SEM) foram respectivamente, 0,4 (0,03) e 1,0
(0,08) mcg/kg/min. A maioria dos pacientes foi bem sedada e
facilmente gerenciada e nenhum paciente foi excluído do estudo por
causa de falhas nas técnicas para promover condições satisfatórias.
Não houve evidência significativa de eventos adversos
cardiovasculares associados ao uso do medicamento, mesmo quando o
bolus era administrado. A maioria dos pacientes neste
estudo foi ventilada no modo SIMV (Ventilação Mandatória
Intermitente Sincronizada) e contribuiu significativamente para os
seus volumes de minutos, apesar de estarem em uma infusão de
alfentanila, contudo, a apneia inicial associada ao medicamento foi
frequentemente útil na resolução dos pacientes, em uma ventilação
intermitente com pressão positiva. Todos os pacientes estavam
despertos e prontos para respirar, antes da alfentanila ser
retirada. Naqueles casos em que a analgesia foi requerida, a
infusão foi continuada em um período de desmame.

O estado de vigília na presença da analgesia ajudou os pacientes
cooperarem com a fisioterapia. A naloxona não foi usada em nenhum
paciente. Suplementos de diazepam e relaxantes musculares foram
administrados quando necessário. Nenhuma complicação foi observada,
exceto vigília ocasional, que perturbou a equipe não familiarizada
com a técnica. Nenhum paciente pôde lembrar da sua permanência na
terapia intensiva. Além desses comentários sobre a vigília, as
equipes médica e de enfermagem estavam satisfeitas com a
técnica.

Características farmacológicas

Propriedades farmacodinâmicas

Cloridrato de Alfentanila (substância ativa) é um analgésico
opioide potente quimicamente relacionado ao citrato de fentanila,
com início de ação bastante rápido e de curta duração. A potência
analgésica da alfentanila é ¼ a 1/3 da
fentanila.

Em procedimentos cirúrgicos de curta duração (até 30 minutos),
com doses de 8 a 40 mcg/kg, Cloridrato de Alfentanila (substância
ativa) confere proteção analgésica contra as respostas
hemodinâmicas do trauma cirúrgico. O tempo de recuperação é, em
geral, comparável ao observado com doses equipotentes de citrato de
fentanila.

Em procedimentos de longa duração, doses de até 75 mcg/kg
atenuam as respostas hemodinâmicas à laringoscopia, intubação e
incisão, com um tempo de recuperação comparável ao citrato de
fentanila.

Com doses de 50 a 75 mcg/kg, seguidas de infusão contínua de 0,5
a 3,0 mcg/kg/min, Cloridrato de Alfentanila (substância ativa)
atenua a resposta às catecolaminas com uma recuperação mais rápida,
reduzindo a necessidade de analgésico no pós-operatório, em
comparação aos pacientes em que se utilizou enflurano.

A biodisponibilidade do Cloridrato de Alfentanila (substância
ativa) apresentou grande variabilidade entre diferentes pacientes e
em um mesmo paciente.

A alfentanila é um opioide sintético com efeito μ-agonista usado
apenas por via intravenosa.

Propriedades farmacocinéticas

A farmacocinética do Cloridrato de Alfentanila (substância
ativa) pode ser descrita como do tipo de três compartimentos: a
meia-vida de distribuição sequencial varia de 0,4 a 2,2 minutos e
8-32 minutos.

Os níveis plasmáticos obedecem a uma cinética linear com
concentrações plasmáticas de até 1000 ng/mL. A administração em
bolus de doses maiores, como as utilizadas para indução de
anestesia, produz concentrações plasmáticas mais elevadas e um
acúmulo do fármaco, particularmente nos pacientes com depuração
plasmática diminuída. Cloridrato de Alfentanila (substância ativa)
tem um volume de distribuição aparente de 0,6 a 1,0 L/kg, o que
corresponde a cerca de um quarto do volume obtido com o citrato de
fentanila. A velocidade de eliminação plasmática varia de 1,7 a
17,6 mL/kg/min, em comparação ao citrato de fentanila, que é de
aproximadamente 12,6 mL/kg/min.

O fígado é o principal órgão de biotransformação através do
sistema enzimático de citocromos P-450. Pacientes com
comprometimento da função hepática e aqueles com mais de 65 anos
apresentam velocidade de depuração plasmática diminuída e
eliminação terminal prolongada, o que pode prolongar o período de
recuperação após cessada a administração de alfentanila. Nas
crianças (exceto recém-nascidos e prematuros) a meia-vida de
eliminação e a duração de ação da alfentanila estão diminuídas o
que pode resultar na necessidade de doses mais altas e mais
frequentes.

Cerca de 81% da dose administrada é excretada em um período de
24 horas e apenas 1,0% da dose é eliminada pela urina como fármaco
inalterado.

Os metabólitos são eliminados principalmente por via
urinária.

Uma vez que o estado de equilíbrio tenha sido alcançado após a
infusão, a meia-vida de eliminação permanece inalterada. Quando a
administração é descontinuada, o paciente acorda rapidamente sem
efeitos opioides posteriores.

A alfentanila é rapidamente eliminada após administração
intravenosa. Meias-vidas finais de eliminação de 88- 223 minutos
foram relatadas.

A ligação de Cloridrato de Alfentanila (substância ativa) às
proteínas plasmáticas é de 92%. A ligação se faz principalmente com
a alfa-1- glicoproteína ácida.

Num estudo envolvendo 15 pacientes, aos quais se administrou
Cloridrato de Alfentanila (substância ativa) e
N2O/O2, com uma variação estreita de
concentração plasmática de Cloridrato de Alfentanila (substância
ativa) de cerca de 310 a 340 ng/mL, obteve-se anestesia adequada
para procedimentos intra-abdominais.

Concentrações plasmáticas entre 100 e 200 ng/mL promovem uma
analgesia adequada a cirurgias superficiais.

Concentrações de aproximadamente 190 ng/mL bloqueiam respostas
ao processo de sutura da pele.

Conforme demonstrado em estudos clínicos, as doses de indução
variam de 130 a 245 mcg/kg. Para procedimentos de 30 a 60 minutos
de duração, doses de até 50 mcg/kg produzem respostas hemodinâmicas
à intubação endotraqueal e incisão da pele comparáveis às obtidas
com citrato de fentanila. Uma dose de 50 a 75 mcg/kg,
pré-intubação, seguida de infusão contínua, atenua a resposta à
laringoscopia, intubação e incisão. A administração subsequente de
Cloridrato de Alfentanila (substância ativa) em infusão, num fluxo
de 0,5 a 3,0 mcg/kg/min. com N2O/O2, atenua
as respostas aos estímulos cirúrgicos, com uma recuperação mais
rápida do que a obtida com enflurano.

A necessidade de administração de anestésicos voláteis fica
reduzida em 30 a 50%, durante os primeiros 60 minutos de
manutenção, em pacientes que receberam doses anestésicas de
Cloridrato de Alfentanila (substância ativa) acima de 130 mcg/kg
quando comparada aos pacientes que receberam doses de 4 a 5 mg/kg
de tiopental, como anestésico de indução.

Em doses de indução anestésica, Cloridrato de Alfentanila
(substância ativa) promove um nível de anestesia profunda, durante
a primeira hora de manutenção anestésica, promovendo atenuação das
respostas hemodinâmicas durante a intubação e incisão. Após a
administração de Cloridrato de Alfentanila (substância ativa)
pode-se observar bradicardia. A incidência e o grau de bradicardia
podem ser mais pronunciados quando Cloridrato de Alfentanila
(substância ativa) é administrado em conjunto com outros
bloqueadores neuromusculares não vagolíticos, na ausência ou em
pacientes que receberam quantidades insuficientes de agentes
anticolinérgicos como a atropina.

A administração intravenosa de diazepam imediatamente antes ou
logo após doses altas de Cloridrato de Alfentanila (substância
ativa) produziu diminuição da pressão sanguínea, que pode ser
secundária a uma vasodilatação. A administração de
benzodiazepínicos pode prolongar o tempo de recuperação.

Pacientes que receberam doses de até 200 mcg/kg de Cloridrato de
Alfentanila (substância ativa) não apresentaram aumento
significativo dos níveis de histamina nem evidências clínicas da
liberação de histamina.

A rigidez musculoesquelética está relacionada com a dose e a
velocidade de administração de Cloridrato de Alfentanila
(substância ativa).

A duração e o grau de depressão respiratória normalmente
aumentam com a dose, embora também tenha ocorrido com doses
baixas.

Doses mais elevadas podem produzir apneia e um prolongamento do
período de depressão respiratória, embora também possa ocorrer
apneia com doses baixas.

Cuidados de Armazenamento do Rapifen

Rapifen deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15ºC
e 30ºC).

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Característica física

Rapifen é um analgésico opioide de ação rápida, para uso
intravenoso. É apresentado como uma solução injetável estéril
clara, incolor, isotônica, aquosa e sem conservantes.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Rapifen

MS – 1.1236.0025

Farm. Resp.:

Marcos R Pereira-CRF/SP n°12.304

Registrado por:

Janssen – Cilag Farmacêutica LTDA.
Rua Gerivatiba, 207, São Paulo – SP
CNPJ 51.780.468/0001-87

Fabricado por:

Janssen Pharmaceutica N.V.
Beerse, Bélgica

Importado por:

Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda.
Rodovia Presidente Dutra, km 154
São José dos Campos – SP
CNPJ 51.780.468/0002-68

SAC 0800.7011851

Rapifen, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.