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Incel

A cisplatina está indicada na poliquimioterapia estabelecida com
outros agentes aprovados, em pacientes portadores de tumores
metastáticos de testículo que já se submeteram ao tratamento
cirúrgico e/ou radioterápicos apropriados.

Tumores Metastáticos de Ovário

A cisplatina está indicada em combinações terapêuticas
estabelecidas com outros agentes quimioterapêuticos aprovados, em
pacientes portadoras de tumores metastáticos de ovário, já
submetidas a procedimentos cirúrgicos e/ou radioterapêuticos
apropriados. A cisplatina como agente isolado é indicada como
terapia secundária em pacientes portadores de tumores ovarianos
metastáticos refratários à quimioterapia padrão, que não tenham
sido previamente tratados com cisplatina.

Câncer Avançado de Bexiga

A cisplatina está indicada como agente único em pacientes
portadores de câncer de células de transição da bexiga não mais
sensível a tratamentos locais, tais como cirurgia e/ou
radioterapia.

Carcinomas Espino-celulares de Cabeça e
Pescoço

A cisplatina está indicada em combinação quimioterapêutica com
outros agentes aprovados, em pacientes portadores de carcinomas
espino-celulares de cabeça e pescoço, como um adjunto aos
procedimentos cirúrgicos e/ou radioterapêuticos apropriados.

Contraindicação do Incel

A cisplatina é contraindicada em pacientes com insuficiência
renal pré-existente e deficiência auditiva, a menos que no
julgamento do médico e do paciente, os possíveis benefícios do
tratamento excedam os riscos. A cisplatina não deve ser usada em
pacientes com mielodepressão.

A cisplatina é contraindicada em pacientes com história de
reações alérgicas à cisplatina ou a outros compostos contendo
platina, ou ainda a qualquer outro componente da formulação.
Cisplatina também não deve ser administrada durante a gravidez e
lactação.

Categoria de risco na gravidez D.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em
caso de suspeita de gravidez.

Este medicamento é contraindicado para
lactantes.

Como usar o Incel

A cisplatina solução deve ser usada apenas por via intravenosa e
deve ser administrada por infusão IV como recomendado abaixo.

Nota: agulhas ou equipos que contenham partes de
alumínio e que possam entrar em contato com a cisplatina, não devem
ser usadas para sua preparação ou administração. O alumínio reage
com a cisplatina, levando à formação de um precipitado e à perda de
potência.

Todos os procedimentos para manuseio, dispensação e
descarte adequado de fármacos e medicamentos antineoplásicos devem
ser considerados

Todo o procedimento de manuseio e dispensação devem ser
realizados por pessoal altamente treinado.

Qualquer manipulação deve ser realizada em capela de fluxo
laminar, mediante material de proteção adequado como luvas,
máscaras e vestimenta apropriada.

Evitar contato acidental da preparação citotóxica com os olhos,
pele ou mucosa. No caso de contato acidental lavar as áreas
imediatamente com grande quantidade de água ou solução salina
isotônica. Se os olhos forem afetados, um médico deverá ser
consultado.

Qualquer preparação citotóxica não deve ser manipulada por
funcionárias que possam estar grávidas.

Todos os dispositivos utilizados na reconstituição (seringas,
agulhas, etc.) devem ser adequada e cuidadosamente descartados.

Em caso de derramamento acidental, o acesso ao local deve ser
restrito. O líquido derramado deve ser absorvido mediante toalhas
absorventes próprias e a área contaminada, limpa com solução de
hipoclorito de sódio 1%. O local deve ser lavado com bastante
água.

O material utilizado deve ser descartado em contêineres e/ou
sacos plásticos duplos, próprios para o descarte. O rótulo deve
conter os seguintes dizeres:

Lixo Tóxico Para Incineração

. A incineração deve ser a 1100°C, no mínimo por 1 segundo.

Os seguintes princípios importantes devem ser levados em
consideração por ocasião da administração da
cisplatina

  • A cisplatina deve ser administrada em solução intravenosa
    contendo pelo menos 0,3% de NaCl. Essa quantidade de íons cloreto é
    essencial para a manutenção da estabilidade da cisplatina na
    solução intravenosa. A droga deve ser diluída em solução
    fisiológica a 0,9% ou em ½ ou 1/3 de solução fisiológica com
    solução glicosada a 5%.
  • Uma diurese de 100 mL/hora ou mais tenderá a minimizar a
    nefrotoxicidade da cisplatina. Isso pode ser obtido através de
    hidratação prévia com 2 litros de uma solução intravenosa
    apropriada e de hidratação similar, após a administração da
    cisplatina (recomenda-se 2.500 mL/m2/24 horas). Se uma
    hidratação vigorosa for insuficiente para manter uma diurese
    adequada, um diurético osmótico pode ser administrado (por exemplo,
    manitol).
  • A cisplatina pode ser administrada por infusão de 1 mg/minuto,
    com pré e pós-hidratação como recomendado acima. Como alternativa,
    a cisplatina pode ser administrada em um período de 6 a 8 horas com
    fluido suficiente para manter uma diurese adequada, durante e após
    a administração.
  • A administração da cisplatina tem sido associada a
    desequilíbrios eletrolíticos, incluindo hipomagnesemia sintomática.
    Portanto, recomenda-se a monitorização dos eletrólitos séricos
    antes, durante e após cada ciclo de cisplatina. Não administrar
    novo ciclo de cisplatina até que a creatinina sérica seja inferior
    a 1,5 mg/100 mL e/ou a uréia esteja abaixo de 25 mg/100 mL e os
    elementos circulantes do sangue estejam em níveis aceitáveis
    (plaquetas maior ou igual a 100.000/mm3 e leucócitos
    maior ou igual a 4.000/mm3). Doses subsequentes de
    cisplatina não devem ser administradas até que uma análise
    audiométrica indique que a acuidade auditiva esteja dentro dos
    limites normais. Assim como outros compostos potencialmente
    tóxicos, deve-se tomar cuidado na manipulação da solução de
    cisplatina. Podem ocorrer reações cutâneas associadas à exposição
    acidental à cisplatina. Recomenda-se o uso de luvas. Se a solução
    de cisplatina entrar em contato com a pele ou mucosa, lavar bem a
    região imediatamente com água e sabão. Devem ser considerados os
    procedimentos quanto à manipulação e descarte das drogas
    anticâncer. Já foram publicados vários guias sobre este assunto (1
    a 7); porém, não há um acordo geral de que todos os procedimentos
    recomendados nestes guias sejam necessários ou apropriados.

Posologia

Cisplatina solução injetável deve ser administrada
exclusivamente por infusão intravenosa.

Como agente terapêutico único, a dose usual em adultos e em
crianças é de 50-100 mg/m2 de superfície corporal em
infusão intravenosa única, a cada 3 ou 4 semanas, por 6 ou 8 horas;
ou infusão lenta de 15-20 mg/m2 de superfície corporal
por 5 dias, a cada 3 ou 4 semanas; de acordo com o tipo de tumor e
o estado do paciente (incluindo a função renal e a extensão de
radioterapia e/ou quimioterapias prévias).

Tumores Metastáticos de Testículo

A dose usual de cisplatina para o tratamento de câncer de
testículo em combinação com outros agentes quimioterápicos
aprovados é de 20 mg/m2 por via IV, diariamente por 5
dias, cada 3 semanas por um mínimo de 4 ciclos.

Tumores Metastáticos de Ovário

A dose usual de cisplatina para o tratamento de tumores
metastáticos de ovário em combinação com outros agentes
quimioterápicos aprovados é de 75-100 mg/m2 por via IV,
uma vez cada 3 a 4 semanas, por um mínimo de 4 ciclos.

Como agente único, a cisplatina deve ser administrada na dose de
100 mg/m2 por via IV, uma vez a cada 4 semanas.

Câncer Avançado de Bexiga

A cisplatina deve ser administrada como agente único na dose de
50 a 70 mg/m2 por via IV, uma vez a cada 3 a 4 semanas
dependendo da extensão dos tratamentos radioterápicos e/ou
quimioterápicos anteriores. Em pacientes com tratamentos prévios
muito agressivos, recomenda-se uma dose inicial de 50
mg/m2, repetida a cada 4 semanas.

Carcinoma espino-celular de cabeça e
pescoço

A dose usual de cisplatina para o tratamento de carcinoma
espino-celulares de cabeça e pescoço em associação com outros
agentes quimioterápicos aprovados é de 60-100 mg/m2 por
via IV, uma vez ao dia a cada 3 semanas.

Precauções do Incel

Hidratação intravenosa

Hidratação pré-tratamento

Os pacientes devem ser adequadamente hidratados antes e 24 horas
após a administração de cisplatina para assegurar fluxo urinário
adequado e minimizar a nefrotoxicidade. A hidratação pode ser
obtida com 2 litros de solução fisiológica a 0,9% ou solução
glico-fisiológica (glicose a 5% em ½ a 1/3 de solução fisiológica)
durante um período de duas a quatro horas.

Preparação da infusão de cisplatina

A solução injetável de cisplatina deve ser adicionada a 1-2
litros de solução fisiológica a 0,9% ou solução de cloreto de sódio
0,45% e dextrose 5%, e infundida pelo período adequado.

Tratamento

Após a pré-hidratação, administrar a infusão de cisplatina
durante 1 ou 2 horas.

Sugere-se que um tempo mais longo de infusão, de seis a oito
horas possa diminuir a toxicidade renal e gastrointestinal.

Hidratação pós-tratamento

Hidratação adequada e fluxo urinário adequado devem ser mantidos
durante 24 horas após a infusão de cisplatina. Recomenda-se que a
hidratação continue após o tratamento com a administração de 2
litros de solução fisiológica a 0,9% para infusão IV ou solução
glico-fisiológica por um período de 6 a 12 horas.

Risco de uso por via de administração não
recomendada

Este medicamento deve ser administrado somente pela via
recomendada. Não há estudos dos efeitos se administrado pelas vias
não recomendadas. Portanto, por segurança e para eficácia deste
medicamento, a administração deve ser feita apenas por via
intravenosa.

Carcinogênese, mutagênese e comprometimento da
fertilidade

O potencial carcinogênico da cisplatina foi observado em animais
de laboratório. O desenvolvimento de leucemia aguda ligada ao uso
da cisplatina raramente foi relatado no homem. Nestes relatos, a
cisplatina foi em geral, administrada em associação a outros
agentes leucemogênicos.

Gravidez

A cisplatina pode causar dano fetal quando administrado na
gravidez. A cisplatina é mutagênica em bactérias e produz
aberrações cromossômicas nas células animais em cultura de tecidos.
Em camundongos, a cisplatina mostrou ser teratogênica
e embriotóxica. Pacientes devem ser aconselhadas a evitarem a
gravidez. Se esta droga for usada durante a gravidez ou se a
paciente engravidar durante o tratamento, a mesma deve ser
informada do risco potencial para o feto.

Categoria de risco na gravidez D.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em
caso de suspeita de gravidez.

Lactação

Existem relatos de que a cisplatina é excretada no leite;
pacientes recebendo cisplatina não devem amamentar.

Uso pediátrico

Poderá ocorrer toxicidade no aparelho auditivo, que pode ser
mais pronunciada em crianças, sendo manifestada por zumbido e/ou
perda da audição de altas frequências e ocasionalmente surdez.

Uso geriátrico

Não existem estudos bem controlados em pacientes idosos. Devem
ser monitoradas as funções hepáticas e renais. Há risco aumentado
de mielossupressão, nefrotoxicidade e neurotoxicidade.

Pacientes com insuficiência hepática

Estudos em humanos mostraram uma alta concentração de cisplatina
no fígado. Foi relatada a elevação das enzimas hepáticas e
bilirrubina em alguns casos. A dose usual para adultos deve ser
usada com cautela.

Pacientes com insuficiência renal

Após administração, a cisplatina encontra-se altamente
concentrada nos rins. Esta concentração geralmente é relacionada à
dose, e pode levar à nefrotoxicidade cumulativa. Além disso, a
cisplatina é eliminada principalmente pela urina. Por isso, a
meia-vida de eliminação plasmática da cisplatina é prolongada em
pacientes com insuficiência renal.

A verificação dos níveis de ureia nitrogenada do soro (UNS),
creatinina sérica e clearance de creatinina, níveis de
magnésio, sódio, potássio e cálcio deve ser realizada antes do
início do tratamento com cisplatina e após as administrações
seguintes, devido à toxicidade cumulativa. Recomendam-se
administrações a cada três ou quatro semanas.

Deve-se tomar cuidado em pacientes com insuficiência renal
pré-existente. A cisplatina é contra indicada em pacientes com
valores de creatinina sérica superiores a 0,2 mmol/L. Não é
aconselhável repetir o tratamento até que a creatinina sérica
atinja valores de 0,14 mmol/L e/ou uremia de 9mmol/L.

Para minimizar a nefrotoxicidade, recomenda-se tratamento de
hidratação intravenosa.

Outros

A cisplatina deve ser administrada sob a supervisão de um
profissional de saúde qualificado e experiente no uso de agentes
quimioterapêuticos antineoplásicos. O hemograma deve ser realizado
semanalmente. A função hepática deve ser monitorada periodicamente.
Exames neurológicos também devem ser realizados regularmente. Os
níveis dos eletrólitos séricos devem ser monitorados antes, durante
e após o tratamento com cisplatina.

Nos pacientes sob tratamento com cisplatina, existe um maior
risco de ocorrência de hemorragias, ferimentos e infecções.
Recomenda-se extrema cautela caso seja necessário realizar
procedimentos invasivos. Pacientes recentemente expostos à catapora
e herpes zoster devem ser cuidadosamente observados.
Tratamentos dentários devem ser evitados durante a terapia com
cisplatina.

A conduta apropriada da terapia e de suas complicações, só é
possível quando se têm prontamente disponíveis diagnósticos
adequados e facilidades de tratamento.

Existem registros de neuropatias graves em pacientes que
adotaram terapia com doses mais elevadas e frequências maiores do
que aquelas recomendadas de cisplatina. Essas neuropatias podem ser
irreversíveis e são observadas como parestesias localizadas nas
extremidades dos membros inferiores e superiores, arreflexia, perda
da propriocepção e sensação vibratória. Perda de função motora
também tem sido relatada.

Ototoxicidade significativa, que pode ser mais pronunciada em
crianças, manifesta-se por zumbido e/ou perda da audição de altas
frequências e ocasionalmente surdez. Como a ototoxicidade é
cumulativa, uma audiometria deve ser realizada antes do início do
tratamento e da aplicação de cada dose subsequente da droga.

Reações semelhantes às anafiláticas foram relatadas e incluem
edema facial, broncoconstrição, taquicardia e hipotensão. Essas
reações ocorreram dentro de minutos após o início da administração
a pacientes com exposição prévia a cisplatina e foram aliviadas
pela administração de epinefrina, corticosteroides e
anti-histamínicos.

Reações Adversas do Incel

Nefrotoxicidade

A insuficiência renal cumulativa e relacionada à dose
administrativa é a principal toxicidade limitante da dose de
cisplatina. Toxicidade renal tem sido notada em 28 a 36% dos
pacientes tratados com uma dose única de 50 mg/m2.

Isso é observado durante a segunda semana após uma dose e é
manifestada por elevações da ureia e da creatinina, do nível sérico
de ácido úrico e/ou uma diminuição no clearance de
creatinina. A toxicidade renal torna-se mais prolongada e grave com
cursos repetidos da droga. A função renal deve voltar ao normal
antes de se administrar outra dose de cisplatina.

A insuficiência renal tem sido associada ao dano tubular renal.
A administração de cisplatina, numa infusão de 6 a 8 horas com
hidratação intravenosa e manitol, tem sido empregada para reduzir a
nefrotoxicidade. Contudo, a toxicidade renal ainda pode ocorrer
após a utilização desses procedimentos.

Ototoxicidade

A ototoxicidade foi observada em até 31% dos pacientes tratados
com uma dose única de cisplatina de 50 mg/m2, e é
manifestada por zumbido e/ou perda auditiva na faixa de alta
frequência (4.000 a 8.000 Hz). Às vezes pode ocorrer uma diminuição
na capacidade auditiva para tons de uma conversação normal. Os
efeitos ototóxicos podem ser mais graves em crianças recebendo
cisplatina. A perda auditiva pode ser unilateral ou bilateral e
tende a se tornar mais frequente e grave com a repetição das doses,
entretanto a surdez foi raramente observada após a dose inicial de
cisplatina.

A ototoxicidade pode ser acentuada com irradiação craniana
prévia ou simultânea e pode estar relacionada ao pico de
concentração plasmática da cisplatina. Não se sabe ao certo se a
ototoxicidade induzida pela cisplatina é reversível. Cabe proceder
a um cuidadoso controle audiométrico antes do início da terapia e
antes das doses subsequentes de cisplatina.

Relatou-se também a ocorrência de toxicidade vestibular.

Hematológicas

A mielodepressão ocorre em 25 a 30% dos pacientes tratados com
cisplatina. Os nadires das plaquetas circulantes e dos leucócitos
ocorrem entre os dias 18 e 23 (variação entre os dias 7,5 ao 45),
com a maioria dos pacientes recuperando-se ao redor do dia 39
(variação entre os dias 13 ao 62). A leucopenia e a trombocitopenia
são mais pronunciadas com doses mais elevadas (gt; 50
mg/m2). A anemia (redução de 2 g de hemoglobina/100 mL)
ocorre aproximadamente na mesma frequência e ao mesmo tempo que a
leucopenia e a trombocitopenia.

A cisplatina tem demonstrado sensibilizar as hemácias,
resultando, às vezes, em anemia hemolítica direta com
Coombs-positivo. A incidência, gravidade e importância relativa
desse efeito em relação à outra toxicidade hematológica não foram
estabelecidas, mas a possibilidade de um processo hemolítico
deve ser considerada em qualquer paciente que esteja recebendo
cisplatina e que apresente uma queda inexplicável na hemoglobina. O
processo hemolítico é reversível cessada a terapia.

O desenvolvimento de leucemia aguda ligada ao uso de cisplatina
raramente foi relatado no homem. Nesses relatos, a cisplatina foi,
em geral, administrada em associação a outros agentes
leucemogênicos.

Gastrintestinais

Quase todos os pacientes tratados com cisplatina apresentam
náuseas e vômitos acentuados, que são, ocasionalmente, tão graves
que a droga deve ser suspensa.

As náuseas e os vômitos começam, em geral, uma a quatro horas
após o tratamento e duram até 24 horas.

Diferentes intensidades de vômitos, náuseas e/ou anorexia podem
persistir por uma semana após o tratamento. Náuseas e vômitos
prolongados (iniciando ou persistindo 24 horas ou mais após a
quimioterapia) ocorreram em pacientes que apresentaram controle
emético completo no dia da terapia com cisplatina. Diarreia também
foi relatada.

Distúrbios eletrolíticos séricos

Hipomagnesemia, hipocalcemia, hiponatremia, hipocalemia e
hipofosfatemia foram observadas em pacientes tratados com
cisplatina e estão, provavelmente, relacionadas a danos nos túbulos
renais. Tetania tem ocorrido ocasionalmente em pacientes com
hipocalcemia e hipomagnesemia.

Geralmente, os níveis de eletrólitos séricos normais são
recuperados através da administração suplementar de eletrólitos e a
suspensão da cisplatina. A síndrome da secreção inadequada do
hormônio antidiurético também foi observada.

Hiperuricemia

Foi relatado que a hiperuricemia, ocorre com aproximadamente a
mesma frequência que o aumento das taxas de ureia e creatinina
séricas. É mais pronunciada após doses maiores que 50
mg/m2 e os níveis máximos de ácido úrico ocorrem, em
geral, entre 3 a 5 dias após a dose. O tratamento com alopurinol
para hiperuricemia reduz eficazmente os níveis de ácido úrico.

Neurotoxicidade

A neurotoxicidade normalmente caracterizada por neuropatias
periféricas ocorreu em alguns pacientes. As neuropatias podem
ocorrer após tratamento prolongado (4 a 7 meses); entretanto,
sintomas neurológicos têm ocorrido após uma dose única.

Embora os sinais e sintomas geralmente se desenvolvam durante o
tratamento, raramente eles podem começar após a última dose, de
cisplatina. A neuropatia pode progredir após a interrupção do
tratamento. Relatou-se a ocorrência de sinal de L’Hermitte,
mielopatia da coluna dorsal e de neuropatia autonômica.

A terapia com cisplatina deve ser suspensa à primeira
constatação de sintomas.

Evidência preliminar sugere que a neuropatia periférica pode ser
irreversível em alguns pacientes.

Câimbras musculares de início súbito e curta duração foram
relatados. Em geral, foram observados em pacientes que receberam
uma dose cumulativa relativamente alta, e que tinham um estágio
relativamente avançado de neuropatia periférica.

Perda do paladar e convulsões também foram relatados.

Toxicidade ocular

Neurite óptica, edema papilar e cegueira cerebral foram
relatados com pouca frequência em pacientes recebendo doses padrões
recomendadas de cisplatina. A melhora e/ou recuperação total ocorre
normalmente após suspensão de cisplatina.

Esteroides com ou sem manitol têm sido utilizados, no entanto,
sua eficácia não foi estabelecida.

Visão turva e percepção alterada de cores foram relatadas após
terapias com doses de cisplatina mais altas ou com maiores
frequências do que aquelas recomendadas.

A percepção alterada de cor manifesta-se como uma perda de
discernimento da cor, particularmente no eixo azul-amarelo. O único
achado com o exame de fundo de olho é uma pigmentação retinal
irregular da retina na área da mácula.

Reações anafiláticas

Reações anafiláticas foram relatadas ocasionalmente em pacientes
expostos previamente à cisplatina. As reações consistem em edema
facial, zumbido, taquicardia e hipotensão, em poucos minutos da
administração da droga. As reações podem ser controladas por
epinefrina intravenosa, corticosteroides e anti-histamínicos.

Os pacientes recebendo cisplatina devem ser cuidadosamente
observados para possíveis reações tipo anafiláticas. Equipo e
medicamentos devem estar disponíveis para tratar tais
complicações.

Hepática

Elevações transitórias das enzimas hepáticas e bilirrubina podem
ocorrer quando a cisplatina for administrada nas doses
recomendadas.

Outras reações

Pode ocorrer diarreia, anorexia, soluços, erupção cutânea,
alopecia, amilase sérica elevada, astenia e mal-estar. Foram
observados casos raros de alterações cardíacas, toxicidade vascular
incluindo infarto do miocárdio, arterite cerebral, microangiopatia
trombótica e síndrome hemolítica urêmica. Vários mecanismos foram
propostos para estas complicações vasculares. Também foi relatada a
ocorrência do fenômeno de Raynaud em pacientes sob terapia
combinada com bleomicina, vimblastina, com ou sem a cisplatina.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de
Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação Medicamentosa do Incel

Os níveis plasmáticos de anticonvulsivantes podem tornar-se
subterapêuticos durante a terapia com cisplatina. Em um ensaio
randomizado no câncer avançado de ovário, a duração da resposta foi
negativamente afetada quando do uso de piridoxina com altretamina
(hexametilmelanina) e cisplatina. Os efeitos nefrotóxicos e
ototóxicos da cisplatina podem ser potencializados por medicamentos
nefro ou ototóxicos (aminoglicosídeos, diuréticos de alça).

O efeito dos anticonvulsivantes pode ser diminuído se usados
durante o tratamento com cisplatina. Álcool e ácido
acetilsalicílico devem ser evitados durante o tratamento com
cisplatina, devido ao aumento do risco de hemorragias
gastrintestinais. Vacinas de vírus vivos não devem ser utilizadas
durante o tratamento com cisplatina.

A estabilidade da cisplatina é adversamente afetada na presença
de bissulfito, metabissulfito, bicarbonato de sódio e
fluoruracila.

Ação da Substância Incel

Resultados da eficácia

Tumores metastáticos do testículo

Popadiuk et al. (2006) analisaram um estudo
multicêntrico realizado desde 1998 envolvendo 31 meninos de um mês
a 18 anos de idade (média de 14 anos) com tumores testiculares
malignos. Quatro desses pacientes foram excluídos da análise, uma
vez que três já haviam sido tratados e um morreu no segundo dia de
hospitalização.

Vinte e sete meninos foram submetidos à cirurgia (orquiectomia),
nas quais 26 foram primárias (81% completas) e três secundárias
(100% completas). Do total dos pacientes 33% não receberam
quimioterapia após a cirurgia, em 41% foi administrado o protocolo
de tratamento vimblastina, bleomicina e cisplatina e em 26% o
protocolo de tratamento etoposídeo, ifosfamida e cisplatina.

Dois pacientes também receberam o protocolo adriamicina,
bleomicina e carboplatina. Dentre as 26 crianças com tumores de
células germinativas, 25 (96%) permaneceram vivas e 23 (88%)
apresentaram primeira remissão após o término do tratamento. Uma
criança faleceu devido à metástase do sistema nervoso central.

Duas crianças tiveram reincidência local tratadas com
quimioterapia ou cirurgia com bons resultados. A média de
acompanhamento foi de 45 meses. A eficácia e toxicidade de terapia
utilizando etoposídeo e cisplatina em pacientes com tumores
metastáticos de células germinativas foram investigadas por
Shintaku et al

O estudo envolveu 18 pacientes com tumores metastáticos de
células germinativas (seis seminomas e 12 não seminomas, estágio II
8, estágio IIIA 2, estágio IIIB 6, estágio IIIC 2) tratados com
três a cinco ciclos de indução com regime etoposídeo e cisplatina.
Foram administrados 100 mg/m2 de etoposídeo e 20
mg/m2 de cisplatina nos dias 1 a 5 e repetido a partir
do dia 21. Depois da obtenção de níveis normais dos marcadores
tumorais, foram realizados um ou dois ciclos adicionais de
etoposídeo e cisplatina.

Ao final do tratamento, quatro dos 18 pacientes (22%) alcançaram
remissão completa e 14 pacientes (78%), remissão parcial. Destes
últimos, sete foram tratados com excisão dos tumores residuais e
alcançaram remissão completa; outros quatro pacientes que
alcançaram remissão parcial seguiram sem excisão cirúrgica e
não demonstraram evidências de progressão da doença; e outros três
pacientes que receberam quimioterapia de resgate, com ou sem
cirurgia adjuvante, resultaram em remissão completa de dois
pacientes e remissão parcial de um paciente.

Ao final do estudo, 13 pacientes (72%) que alcançaram remissão
completa permaneceram vivos e livres da doença, e cinco pacientes
(28%) apresentaram remissão parcial e permaneceram vivos com
marcadores tumorais negativos sem evidência de recidiva.

Loehrer et al. (1998) estudaram a efetividade da
combinação de vimblastina, ifosfamida e cisplatina em tratamento de
segunda linha de pacientes com tumores de células germinativas.
Foram avaliados 135 pacientes com doença progressiva após terapia
baseada na combinação cisplatina e etoposídeo. Dos pacientes
avaliados 67 (49,6%) apresentaram-se livres da doença após o
tratamento. Foi concluído que esse esquema é capaz de produzir
respostas duráveis nesses pacientes.

González et al. (1995) analisaram um estudo clínico
para avaliar a eficácia de fármacos quimioterápicos para as
neoplasias de células germinativas. O protocolo utilizou
cisplatina, bleomicina, vincristina e etoposídeo em doses semanais
por seis ciclos. Foi estabelecida uma eficácia de 71% após
quimioterapia, com 86% de respostas completas, 14% de respostas
parciais e uma média de recaídas de 28%.

Foi observada uma tolerância adequada com toxicidade mínima,
estatisticamente significativa, apenas para leucócitos e
eritrócitos, pois esse protocolo demonstrou ser menos tóxico e mais
seguro que outros esquemas, requerendo menor hospitalização (média
de dois dias por ciclo), com redução de custos. Em uma análise
retrospectiva de 229 pacientes com tumores disseminados de células
germinativas recebendo o regime de cisplatina, vimblastina e
bleomicina com ou sem doxorrubicina, Roth et al. (1988)
observaram resposta completa em 175 pacientes (76,4%) que
utilizaram apenas quimioterapia ou que foram submetidos à cirurgia
adjuvante. Em uma média de 102,3 meses de acompanhamento (73 a 144
meses), 147 pacientes (64,2%) permaneceram vivos, e 146 ficaram
livres da doença.

A probabilidade estimada de sobrevida em 12 anos foi de 65% e a
probabilidade estimada de sobrevida livre de recidiva, para os
pacientes que obtiveram respostas completas, foi de 83,5%.

Williams et al. (1987) observaram em um estudo com 244
homens com tumor disseminado de células germinativas avançado que o
regime cisplatina, etoposídeo e bleomicina foi mais eficaz que o
regime cisplatina, vimblastina e bleomicina, além de apresentar
menos toxicidade neuromuscular. O esquema utilizado consistiu de
cisplatina 20 mg/m2 por cinco dias, bleomicina 30
unidades nos dias 2, 9 e 16 e vimblastina 0,15 mg/kg nos dias 1 e 2
ou etoposídeo 100 mg/m2 nos dias 1 a 5. Todos os
pacientes receberam quatro ciclos em intervalos de três
semanas.

Verificou-se que 74% dos pacientes que receberam o regime
cisplatina, vimblastina e bleomicina e 83% que receberam o regime
cisplatina, etoposídeo e bleomicina permaneceram livres da doença,
com ou sem cirurgia subsequente. Protocolos com doses reduzidas de
vimblastina (0,2 a 0,4 mg/kg/dose) associada à cisplatina com
bleomicina promoveram bons índices de respostas (remissões
completas de 71% a 97%) e com baixa toxicidade, segundo observações
de Pizzocaro et al. (1986) e Stoter et al.
(1986). Pizzocaro et al. (1985) verificaram em um
estudo clínico utilizando o esquema cisplatina, etoposídeo e
bleomicina, com ou sem cirurgia, remissão completa em 37 dos 40
pacientes (92,5%) com tumores testiculares de células
germinativas.

Os pacientes receberam cisplatina 20 mg/m2 nos dias 1
a 5, etoposídeo 100 mg/m2 nos dias 1 a 5 e bleomicina 18
mg/m2 nos dias 2, 9 e 16, sendo que os ciclos foram
repetidos em intervalos de quatro semanas e nenhum dos pacientes
recebeu quimioterapia ou radioterapia anteriormente. O regime
cisplatina, etoposídeo e bleomicina produziu remissão completa em
25 dos 40 pacientes (62,5%). A cirurgia produziu resposta completa
em outros 12 pacientes (30%), atingindo um índice de resposta
completa global de 92,5%.

Tumores metastáticos do ovário

Brandão et al. (1991) avaliaram 25 casos de pacientes
com tumor germinativo de ovário tratados com quimioterapia à base
de cisplatina. Para avaliação da sobrevida, os casos foram
separados em grupos de sete pacientes com estádio I, sendo que
cinco delas estavam livres de doença e em observação de 16 a 86
meses; grupo de cinco pacientes com disgerminoma avançado, estando
três em remissão completa, dez a 54 meses após o tratamento; grupo
de 13 pacientes com tumor que não o disgerminoma e com doença
residual após a primeira cirurgia.

De 26 a 91 meses após o término da quimioterapia, sete pacientes
obtiveram respostas objetivas e quatro permaneceram vivas e bem. De
nove casos com doença muito avançada, duas permaneceram vivas e
bem. Os resultados sugerem que pacientes com estádio clínico I, com
doenças residuais após a primeira cirurgia menores que 5 cm e com
histologia de disgerminoma obtiveram melhora de prognóstico.

Em um estudo fase II realizado entre 1981 e 1986, Gershenson
et al. (1987) analisaram oito pacientes com tumores do
estroma ovariano metastáticos para determinar a eficácia do regime
quimioterápico combinando cisplatina, doxorrubicina e
ciclofosfamida. As pacientes receberam cisplatina 40-50
mg/m2 intravenosa (IV), doxorrubicina 40-50
mg/m2 IV e ciclofosfamida 400-500 mg/m2 IV,
todos no dia 1 a cada 28 dias, com média de seis ciclos (faixa de
quatro a 14). A idade média era de 43 anos (faixa de 24 a 65
anos).

Três pacientes (38%) obtiveram resposta completa e duas
pacientes (25%) resposta parcial, sendo o índice de resposta global
de 63%. A toxicidade foi mínima. Quatro pacientes permaneceram
livres da doença em um período de avaliação de 13 a 48 meses, uma
paciente permaneceu viva com a doença aos seis meses, e três
pacientes tiveram óbito devido ao tumor em quatro, 17 e 36 meses, a
partir do início da quimioterapia.

Carcinoma avançado da bexiga

Merrin (1978), em um estudo piloto com 19 pacientes com câncer
de bexiga, analisou a eficácia da cisplatina como agente único para
o tratamento de carcinoma de células transicionais. Dos pacientes
envolvidos, 14 tinham lesões estágio D, três em estágio C e dois
pacientes tinham tumores em estágio B.

Os pacientes receberam cisplatina 1 mg/kg misturado com 2.000 cc
de dextrose a 5% em um terço de solução salina normal; 37,5 mg de
manitol e 40 mEq de cloreto de potássio em uma infusão lenta
durante seis a oito horas por semana nas primeiras seis semanas e
depois a cada três semanas.

Nos pacientes com a doença em estágio D foram observadas uma
remissão clínica completa, sete remissões clínicas parciais, uma
resposta objetiva mínima e uma resposta subjetiva, sendo que quatro
pacientes não responderam ao tratamento. Não foram observadas
respostas nos três pacientes em estágio C. Nos pacientes em estágio
B foi observada uma remissão parcial e uma resposta objetiva
mínima. Dos 19 pacientes envolvidos no estudo foi observado um
total de nove pacientes (47%) com respostas objetivas (remissão
completa e remissão parcial).

A duração das respostas variou de dois a dez meses (média de 4,8
meses). Foi concluído que a cisplatina tem um alto grau de eficácia
contra o carcinoma de células transicionais da bexiga.

Carcinomas espinocelulares de cabeça e
pescoço

Um estudo utilizando a combinação de vários fármacos para o
tratamento de pacientes com carcinoma de células escamosas de
cabeça e pescoço metastático ou em recidiva foi analisado por Chang
et al. (2008). Foram envolvidos 28 pacientes, que
receberam: cisplatina 40 mg/m2/d em infusão contínua
durante 24 horas no dia 1; alta dose de fluoruracila 2000
mg/m2/d e ácido folínico 100 mg/m2/d em
infusão contínua durante 48 horas nos dias 1 e 2; metotrexato 40
mg/m2/d em infusão em bolus quatro horas antes
da fluoruracila e do ácido folínico no dia 1. O tratamento foi
repetido a cada duas semanas em um ciclo. O índice de resposta
global foi de 25%, sendo que 14% dos pacientes apresentaram doença
estável.

Análise do subgrupo demonstrou significativa melhora da
sobrevida global (12,0 meses versus 5,3 meses, plt;0,001).
Kim et al. (2005) avaliaram a eficácia e segurança do uso
simultâneo de radioterapia com capecitabina e cisplatina em
pacientes com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço
localmente avançado. No total, 37 pacientes em estágios III ou IV
foram envolvidos no estudo.

A quimioterapia consistiu de dois ciclos de cisplatina
intravenosa de 80 mg/m2 no dia 1 e capecitabina oral de
825 mg/m2 duas vezes ao dia, do dia 1 ao 14 em
intervalos de três semanas. A radioterapia (1,8 a 2,0 Gy1 fração/d
para uma dose total de 70 a 70,2 Gy) foi aplicada no sítio tumoral
e no pescoço. Após a quimioradioterapia, foram confirmadas 29
respostas completas (78,4%) e seis respostas parciais (16,2%). Em
uma duração média de acompanhamento de 19,8 meses, os índices
estimados de sobrevida global e de sobrevida livre de progressão em
dois anos foram de 76,8% e 57,9%, respectivamente. Shin et
al.
(1998) observaram em estudo clínico com 53 pacientes com
carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço, recorrente ou
metastático um índice de resposta global de 58%, sendo 17% de
resposta completa e 40% parcial, mediante esquema terapêutico
combinado de paclitaxel, ifosfamida e cisplatina. O regime foi
administrado com paclitaxel 175 mg/m2 e cisplatina 60
mg/m2 no dia 1, e ifosfamida 1000 mg/m2 nos
dias 1 a 3; este ciclo foi repetido a cada três ou quatro
semanas.

As respostas completas duraram em média 4,9 meses. Entre os
pacientes que apresentaram metástase à distância, com ou sem
recidiva loco-regional, o índice de resposta foi significativamente
superior em comparação aos pacientes só com recidiva loco-regional
(p = 0,003). A média de sobrevida foi de oito meses, com 42,1% dos
pacientes vivos em um ano e 17,9% vivos em dois anos. Gebbia et
al.
(1997) analisaram estudo fase II envolvendo 60 pacientes,
a maioria (78%) com doença estádio IV, com carcinoma de células
escamosas de cabeça e pescoço localmente avançado irressecáveis,
não tratados previamente. Os pacientes receberam cisplatina 80
mg/m2 no dia 1, fluoruracila 600 mg/m2 nos
dias 2 a 5, e vinorelbina 25 mg/m2 nos dias 2 e 8. Cada
paciente recebeu uma média de 3,86 ciclos.

O índice de resposta global foi de 88%, com uma taxa de resposta
completa 23% e 65% de resposta parcial. A doença foi estabilizada
em 10% dos pacientes e a taxa de progressão foi de 2%. Os pacientes
com doença N0-1 obtiveram respostas completas com mais frequência
em relação aos pacientes com doença N2-3 (p = 0,037). Após
tratamento loco-regional (radioterapia e/ou cirurgia), 58% dos
pacientes estavam clinicamente livres da doença. A média de
sobrevida livre da doença foi de 16 meses e a sobrevida global de
23 meses.

Em um estudo clínico, Gasparini et al. (1991)
verificaram que o índice de resposta global de 100% foi alcançado
em 35 pacientes (resposta completa de 75%) com câncer de cabeça e
pescoço localmente avançado ou inoperável. O esquema utilizado foi
cisplatina 80 mg/m2 seguida de radioterapia 60 a 70 Gy.
As reações adversas mais comuns foram toxicidade gastrintestinal e
hematológica. Segundo Dreyfuss et al. (1990), a
administração de terapia combinada com ácido folínico, fluoruracila
e cisplatina no tratamento dos estágios III e IV de carcinoma
escamoso avançado de cabeça e pescoço produziu um índice de
resposta clínica de 80%, com 23 dos 35 pacientes (66%) apresentando
resposta completa. O esquema posológico usado foi cisplatina 25
mg/m2 nos dias 1 a 5; fluoruracila 800 mg/m2
nos dias 2 a 6; e ácido folínico 500 mg/m2 nos dias 1 a
6. O ciclo foi repetido a cada 28 dias e, dependendo da resposta,
os pacientes receberam dois ou três ciclos de tratamento.

Vokes et al. (1990) estudaram 31 pacientes com câncer
de cabeça e pescoço avançado (estágio III e IV) que não haviam
recebido tratamento prévio. O uso concomitante de cisplatina (100
mg/m2 no dia 1), fluoruracila (cinco dias de infusão
contínua a 1000 mg/m2/d) e alta dose de ácido folínico
oral (100 mg a cada quatro horas durante o período de infusão)
resultou em 29% de índice de resposta completa, sendo o índice de
resposta global de 84%.

Características Farmacológicas

A cisplatina é um complexo de metal pesado que contém um átomo
central de platina, ligado a dois átomos de cloro e duas moléculas
de amônia na posição cis, cujo peso molecular é 300,06.

Farmacodinâmica

A cisplatina é um medicamento antineoplásico com propriedades
bioquímicas similares as dos agentes alquilantes bifuncionais. A
cisplatina inibe a síntese do DNA pela produção de ligações
cruzadas interfitas e intrafitas no DNA. As sínteses de proteínas e
RNA também são inibidas, porém em menor extensão. Aparentemente não
é específico do ciclo celular.

Farmacocinética

Após injeção em bolus ou infusão intravenosa de duas a
sete horas, com doses variando de 50 a 100 mg/m2, a
meia-vida plasmática da cisplatina é de aproximadamente 30 minutos.
A razão entre a cisplatina e a platina total livre no plasma varia
de 0,5 a 1,1 após uma dose de 100 mg/m2. A cisplatina
não se liga de forma reversível às proteínas plasmáticas. Todavia,
a platina presente na composição da cisplatina mantém-se ligada às
proteínas plasmáticas. Estes complexos são lentamente eliminados,
com uma meia-vida de cinco dias ou mais.

Com doses de 20 a 120 mg/m2 de cisplatina, as
concentrações de platina são mais altas no fígado, próstata, rins;
um pouco mais baixas na bexiga, músculos, testículos, pâncreas e
baço; e mais baixas nos intestinos, adrenais, coração, pulmões,
cérebro e cerebelo. A platina permanece nos tecidos por até 180
dias após a última administração. Com exceção de tumores
intracerebrais, as concentrações de platina nos tumores são
geralmente mais baixas que as concentrações no órgão onde o tumor
está localizado.

Diferentes sítios metastáticos no mesmo paciente podem ter
diferentes concentrações de platina. Metástases hepáticas
apresentam a mais alta concentração de platina, mas esta
concentração é similar à concentração de platina no fígado normal.
Após uma variação de doses administradas por injeção em
bolus ou infusão até 24 horas aproximadamente, 10 a 40% da
platina é eliminada pela urina em 24 horas. Recuperações urinárias
médias de platina de forma semelhante são encontradas após
administração diária por cinco dias consecutivos. A cisplatina
inalterada constitui-se na maior parte da platina eliminada pela
urina, após uma hora da administração. O clearance renal
da cisplatina excede o clearance da creatinina.

O clearance renal da platina livre também excede o
clearance da creatinina, não sendo linear e dependente da
dose, da taxa de fluxo urinário e da variação individual da
secreção tubular de absorção. Não existe relação entre o
clearance renal da platina livre ou da cisplatina e o
clearance da creatinina. Existe um potencial para o
acúmulo da platina livre no plasma quando a cisplatina é
administrada diariamente, mas isto não ocorre quando a
administração é intermitente. Embora pequenas quantidades de
platina estejam presentes na bile e no intestino delgado após a
administração da cisplatina, a eliminação fecal da platina parece
ser insignificante.

Incel, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.