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Desforane

O Desforane (desflurano) não é recomendado para a indução
anestésica de pacientes pediátricos (crianças), devido à alta
incidência de eventos adversos de vias aéreas superiores moderados
a graves. Após a indução anestésica com agentes que não o Desforane
(desflurano) e intubação traqueal, o Desforane (desflurano) é
indicado para a manutenção da anestesia em crianças e
lactentes.

Como o Desforane funciona?


Desforane (desflurano) é um agente anestésico líquido, não
inflamável, para o uso em anestesia geral inalatória, por meio de
vaporização, produz uma perda reversível da consciência e da
sensação de dor, supressão (eliminação) da atividade motora
voluntária, redução dos reflexos autonômicos (que envolvem músculos
lisos) e depressão (diminuição) da respiração e sistema
cardiovascular, todos os efeitos são relacionados com a dose.

Contraindicação do Desforane

Desforane (desflurano) não deve ser usado nas seguintes
condições:

  • Suspeita de suscetibilidade genética à hipertermia maligna
    (aumento da temperatura corporal);
  • Em pacientes nos quais a anestesia geral é contraindicada;
  • Indução da anestesia em pacientes pediátricos;
  • Em pacientes com sensibilidade conhecida ao Desforane
    (desflurano) ou a outros agentes halogenados;
  • Em pacientes com histórico de disfunção do fígado moderada a
    grave, seguindo de anestesia com Desforane (desflurano) ou outro
    agente halogenado.

Como usar o Desforane

Desforane (desflurano) deve ser administrado somente por pessoas
treinadas na administração de anestésicos gerais, usando um
vaporizador especificamente designado e desenhado para o uso de
Desforane (desflurano). A manutenção da via aérea do paciente,
ventilação artificial, oxigênio, e reanimação circulatória devem
estar imediatamente disponíveis.

Desforane (desflurano) é administrado por inalação. A
administração de anestesia geral deve ser individualizada com base
na resposta do paciente. Hipotensão e aumento da depressão
respiratória são potencializados na anestesia com Desforane
(desflurano). A concentração alveolar mínima (CAM) de Desforane
(desflurano) diminui com o aumento da idade do paciente. O CAM para
Desforane (desflurano) também é reduzido pela administração
concomitante de N2O (ver Tabela 1). A dose deve ser
ajustada de acordo. A tabela a seguir fornece potência média
relativa em função da idade e efeito do N2O em pacientes
com estado físico ASA I ou II.

Opióides e benzodiazepínicos diminuem o CAM de Desforane
(desflurano). Desforane (desflurano) também diminui as doses de
agentes bloqueadores neuromusculares. A dose deve ser ajustada.

Tabela 1 – Concentração Alveolar Mínima
(CAM):

Posologia do Desforane


Medicação pré-anestésica:

A medicação pré-anestésica deve ser selecionada de acordo com a
necessidade individual do paciente. Em estudos clínicos, pacientes
programados para serem anestesiados com desflurano, frequentemente
receberam uma medicação pré-anestésica IV, como opióide e/ou
benzodiazepínico.

Indução:

Em adultos, alguns pré-medicados com opióides, uma concentração
inicial frequente foi de 3% de desflurano, aumentada em incrementos
de 0,5-1,0% a cada 2 a 3 inspirações. As concentrações expiratórias
finais de 4- 11% de Desforane (desflurano), com e sem
N2O, levaram à anestesia em 2 a 4 minutos. Quando o
desflurano foi testado como um agente primário de indução
anestésica, a incidência de irritação das vias aéreas superiores
(apneia, espasmo da laringe, tosse e secreções) foi alta.

Durante a indução em adultos, a incidência geral de desaturação
de oxihemoglobina (SpO2 lt; 90%) foi de 6%.

Em adultos, após a indução com um medicamento intravenoso, como
tiopental ou propofol, o desflurano pode ser iniciado a,
aproximadamente, 0,5-1 CAM, se o gás condutor for O2 ou
N2O/O2.

Concentrações inspiradas de Desforane (desflurano) superior a
12% foram administradas com segurança em pacientes, particularmente
durante a indução da anestesia em adultos. Estas concentrações irão
proporcionalmente diluir a concentração de oxigénio, portanto, a
manutenção de uma concentração adequada de oxigênio pode exigir uma
redução do óxido nitroso ou ar, se esses gases são usados
simultaneamente.

Manutenção:

Os níveis anestésicos cirúrgicos em adultos podem ser mantidos
com concentrações de 2,5 – 8,5% de Desforane (desflurano), com ou
sem o uso concomitante de óxido nitroso. Em crianças, os níveis
anestésicos cirúrgicos podem ser mantidos com concentrações de 5,2
– 10% de Desforane (desflurano), com ou sem o uso concomitante de
óxido nitroso.

Durante a manutenção da anestesia com taxas de fluxo de 2 L/min
ou mais, a concentração alveolar de Desforane (desflurano)
geralmente estará dentro de 10% da concentração inspirada.

Durante a manutenção anestésica, concentrações crescentes de
Desforane (desflurano) produzem reduções dose-dependentes na
pressão arterial. Reduções excessivas na pressão arterial podem ser
causadas pela profundidade da anestesia e, nestas
circunstâncias, podem ser corrigidas pela redução da concentração
inalada de Desforane (desflurano).

As concentrações de desflurano que excederem 1 CAM podem
aumentar a frequência cardíaca. Portanto, com este medicamento, uma
frequência cardíaca aumentada não indica, de maneira confiável, uma
anestesia inadequada.

Manutenção da anestesia em pacientes pediátricos
intubados:

Desforane (desflurano) é indicado para a manutenção de anestesia
em pacientes pediátricos e lactentes, após a indução de anestesia
com outro agente (que não seja desflurano) e intubação
traqueal.

Desforane (desflurano) com ou sem óxido nitroso, e halotano, com
ou sem óxido nitroso, foram estudados em três ensaios clínicos
realizados com pacientes pediátricos com idades entre 2 semanas a
12 anos (média de 2 anos) e estado físico ASA I ou II. A
concentração de Desforane (desflurano), necessário para a
manutenção da anestesia geral é dependente da idade. As alterações
na pressão sanguínea durante a manutenção e recuperação da
anestesia com desflurano/N2O/O2 são
semelhantes aos observados com halotano
N2O/O2.

A frequência cardíaca durante a manutenção da anestesia por
minutos mais rápidos com o desflurano do que com halotano. Os
pacientes foram considerados adequados para a alta da unidade de
cuidados pós-anestésicos dentro de uma hora tanto com desflurano
como halotano. Não houve diferença na incidência de náuseas e
vômitos entre os pacientes que receberam desflurano ou
halotano.

Recuperação:

A recuperação da anestesia geral deve ser avaliada
cuidadosamente antes de o paciente recebe alta da unidade de
cuidados pós-anestésica.

Uso em pacientes com doença arterial
coronariana:

Em pacientes com doença arterial coronariana, a manutenção da
hemodinâmica normal é importante para prevenir a isquemia do
miocárdio. Um rápido aumento na concentração de desflurano está
associado com o aumento acentuado da frequência cardíaca, pressão
arterial média e os níveis de epinefrina e norepinefrina. O
desflurano não deve ser utilizado como único agente para indução
anestésica em pacientes com doença arterial coronariana ou em
pacientes em que os aumentos na frequência cardíaca ou pressão
arterial indesejável. Deve ser utilizado com outros medicamentos
preferencialmente opióides por via venosa e hipnóticos.

Uso Neurocirúrgico:

O Desforane (desflurano) pode gerar um aumento dose-dependente
na pressão do líquido cefalorraquidiano (PLCR) quando administrado
em pacientes com lesões ocupando o espaço intracraniano. O
desflurano deve ser administrado a 0,8 CAM ou menos e em conjunto
com uma indução por barbitúrico e hiperventilação (hipocapnia), até
que haja descompensação cerebral, em pacientes com aumentos na PLCR
conhecidos ou suspeitos. Deve-se atentar à manutenção da pressão de
perfusão cerebral.

Cuidado Ocupacional:

Não há limite específico de exposição estabelecido para
Desforane (desflurano). No entanto, o Instituto Nacional de
Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH) recomenda que nenhum
trabalhador deve ser exposto a concentrações de teto maior do que 2
ppm de qualquer agente anestésico halogenado ao longo de um período
de amostragem não deve exceder uma hora.

Principais Meios de Exposição incluem:

Contato com a pele:

Pode causar irritação na pele. Em caso de contato, lave
imediatamente a pele com água em abundância. Remova as roupas e
sapatos contaminados. Procurar atendimento médico em caso de
irritação.

Contato com os olhos:

Pode causar irritação nos olhos. Em caso de contato, lavar
imediatamente os olhos com água em abundância por pelo menos 15
minutos. Procurar atendimento médico em caso de irritação.

Ingestão:

Não há outros efeitos terapêuticos específicos. Não provocar
vômitos a menos que provocado pela equipe médica. Nunca dê algo
pela boca a uma pessoa inconsciente. Se grande quantidade desta
substância for ingerida, procure um médico imediatamente.

Inalação:

Se o indivíduo inalar o vapor, ou sentir tonturas ou dores de
cabeça, ele deve ser transferido para uma área com ar fresco.

O indivíduo também poderá detectar os
seguintes:

Efeitos cardiovasculares:

Pode incluir alterações no ritmo cardíaco, alterações na pressão
arterial, dor no peito.

Efeitos respiratórios:

Podem incluir falta de ar, broncoespasmo, espasmo da laringe,
depressão respiratória.

Efeitos gastrointestinais:

Podem incluir náuseas, dor de estômago, perda de apetite.

Efeitos no sistema nervoso:

Podem incluir ataxia, tremor, distúrbios da fala, letargia,
dores de cabeça, tonturas, visão turva.

Os efeitos previstos de superexposição aguda por inalação de
Desforane (desflurano) incluem dor de cabeça, tontura ou (em casos
extremos) inconsciência.

Não há efeitos adversos documentados da exposição crônica aos
vapores de anestésicos halogenados

(Resíduos de Gases Anestésicos ou WAG) no local de trabalho.
Embora os resultados de alguns estudos epidemiológicos sugiram uma
ligação entre a exposição a agentes anestésicos halogenados e
aumento dos problemas de saúde (aborto espontâneo) em particular, a
relação não é conclusiva. Dado que a exposição a WAGs é um fator
possível nos resultados para estes estudos, as pessoas presentes na
sala de cirurgia, e as mulheres grávidas, em particular, devem
minimizar a exposição. As precauções incluem ventilação geral
adequada na sala de cirurgia, o uso de um sistema de eliminação bem
projetado bem conservado, práticas de trabalho para minimizar
vazamentos enquanto o agente anestésico está em uso, e manutenção
de rotina de equipamentos para minimizar vazamentos.

Pelos dados clínicos, as concentrações teriam de chegar
a 2-3% no ar inspirado antes do indivíduo sentir tonturas ou outros
efeitos fisiológicos.

O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o
Desforane?


Em casos de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Desforane

Interações com absorventes de dióxido de carbono
(CO2) dessecados:

Assim como alguns outros anestésicos inalatórios, o Desforane
(desflurano) pode reagir com os absorventes de dióxido de carbono
(CO2) dessecados, produzindo monóxido de carbono, o que
pode resultar em níveis elevados de carboxihemoglobina em alguns
pacientes. Relatos de casos sugerem que a cal de hidróxido de bário
e a cal de soda tornam-se dessecadas quando gases frescos passam
pelo caníster absorvente de CO2 a altas taxas de fluxo,
durante várias horas ou dias. Quando o médico suspeitar que o
absorvente de CO2 possa estar dessecado, este deve ser
substituído antes da administração do Desforane (desflurano).

Distúrbios hepatobiliares:

Com o uso de anestésicos halogenados, distúrbios da função do
fígado, icterícia e necrose do fígado com morte foram relatados,
tais efeitos parecem indicar hipersensibilidade. Como ocorre com
outros agentes anestésicos halogenados, o Desforane (desflurano)
pode causar hepatite por hipersensibilidade em pacientes que foram
sensibilizados por exposição anterior a anestésicos halogenados.
Cirrose, hepatite viral ou outra doença no fígado pré-existente
pode ser uma razão para selecionar um anestésico que não seja um
anestésico halogenado. Tal como acontece com todos os anestésicos
halogenados, repetir a anestesia dentro de um curto período de
tempo deve ser realizado com cautela.

Neurotoxicidade pediátrica:

Estudos em animais publicados demonstram que a administração de
drogas anestésicas e de sedação que bloqueiam os receptores NMDA e
/ ou potencializam a atividade GABA aumentam a apoptose neuronal no
cérebro em desenvolvimento e resultam em déficits cognitivos de
longo prazo quando utilizados por mais de 3 horas. O significado
clínico desses achados não é claro. No entanto, com base nos dados
disponíveis, acredita-se que a janela de vulnerabilidade a essas
mudanças se correlaciona com as exposições no terceiro trimestre da
gestação nos primeiros meses de vida, mas pode prolongar-se para
aproximadamente três anos de idade em seres humanos.

Alguns estudos publicados em crianças sugerem que déficits
semelhantes podem ocorrer após exposições repetidas ou prolongadas
a agentes anestésicos no início da vida e podem resultar em efeitos
cognitivos ou comportamentais adversos. Estes estudos têm
limitações substanciais, e não está claro se os efeitos observados
são devidos à administração do medicamento anestésico / sedativo ou
a outros fatores como a cirurgia ou doença subjacente.

As drogas anestésicas e de sedação são uma parte necessária do
cuidado de crianças que necessitam de cirurgia, outros
procedimentos ou testes que não podem ser adiados e que nenhum
medicamento específico mostrou ser mais seguro do que qualquer
outro. As decisões sobre o momento de qualquer procedimento eletivo
que requer anestesia devem levar em consideração os benefícios do
procedimento pesado contra os riscos potenciais.

Trabalho de Parto e Expulsão do Feto:

A segurança do desflurano durante o trabalho de parto e a
expulsão do feto não foi demonstrada.

Desforane (desflurano) é um relaxante
uterino.

Dados animais:

Os ratos gestantes foram expostos a 8,2% de desflurano (1 MAC,
60% de oxigênio) por 0,5, 1,0 ou 4,0 horas (0,5, 1,0 ou 4,0 horas
MAC) por dia durante a organogênese (Dia de gestação 6-15). A
toxicidade embrio-fetal (aumento da perda de pós-implantação e
fetos viáveis reduzidos) foi observada no grupo de tratamento de 4
horas na presença de toxicidade materna (redução do ganho de peso
corporal). Não houve evidências de malformações em nenhum
grupo.

Os coelhos gestantes foram expostos a 8,9% de desflurano (1 MAC,
60% de oxigênio) por 0,5, 1,0 ou 3,0 horas por dia durante a
organogênese (Gestation Days 6-18). A toxicidade fetal (fetos
viáveis reduzidos) foi observada no grupo de tratamento de 3 horas
na presença de toxicidade materna (peso corporal reduzido). Não
houve evidências de malformações em nenhum grupo.

Os ratos grávidas foram expostos a 8,2% de desflurano (1 MAC,
60% de oxigênio) por 0,5, 1,0 ou 4,0 horas por dia, desde a
gestação tardia até a lactação (Dia de gestação 15 até Dia de
aleitamento 21). Os pesos corporais do cachorrinho foram reduzidos
no grupo de 4 horas por dia na presença de toxicidade materna
(aumento da mortalidade e redução do ganho de peso corporal). Este
estudo não avaliou a função neurocomportamental, incluindo
aprendizado e memória ou comportamento reprodutivo nos filhotes da
primeira geração (F1). Em um estudo publicado em primatas, a
administração de uma dose anestésica de cetamina durante 24 horas
no dia gestacional 122 aumentou a apoptose neuronal no cérebro em
desenvolvimento do feto. Em outros estudos publicados, a
administração de isoflurano ou propofol durante 5 horas no Dia de
Gestação 120 resultou em aumento da apoptose neuronal e
oligodendrocítica no cérebro em desenvolvimento da prole. Com
relação ao desenvolvimento do cérebro, esse período corresponde ao
terceiro trimestre de gestação no ser humano. O significado clínico
desses achados não é claro, no entanto, estudos em animais juvenis
sugerem que neuroapoptose se correlaciona com déficits cognitivos
de longo prazo.

Hipertermia (aumento da temperatura corporal)
Maligna:

Em indivíduos susceptíveis, agentes anestésicos inalatórios
potentes podem desencadear um estado hipermetabólico dos músculos
esqueléticos, levando a uma alta demanda de oxigênio e à síndrome
clínica conhecida como hipertermia maligna. Em porcos geneticamente
susceptíveis, o desflurano induziu a hipertermia maligna. A
síndrome clínica é caracterizada pela hipercapnia (aumento de gás
carbônico no sangue) e pode induzir a rigidez muscular, taquicardia
(aumento da frequência cardíaca), taquipneia (respiração
excessivamente acelerada), cianose, arritmias e/ou pressão arterial
instável.

Alguns destes sinais inespecíficos também podem aparecer
durante a anestesia leve:

Hipóxia aguda (Diminuição da concentração de oxigênio nos
tecidos), hipercapnia e hipovolemia (desidratação).

O tratamento da hipertermia maligna inclui a descontinuação dos
agentes deflagradores, a administração de dantrolene sódico
intravenoso e a aplicação de terapia de suporte. (Consultar
informações de prescrição do médico para o dantrolene sódico
intravenoso para informações adicionais sobre o tratamento do
paciente).

Posteriormente, pode ocorrer uma insuficiência dos rins e o
fluxo urinário deve ser monitorado e mantido, se possível.

Resultados fatais de hipertermia maligna tem sido reportado com
Desforane (desflurano).

Insuficiência renal (dos rins):

As concentrações de 1 – 4% de Desforane (desflurano) em óxido
nitroso/oxigênio têm sido utilizadas em pacientes com insuficiência
renal ou hepática crônica e durante a cirurgia de transplante
renal.

Por causa do metabolismo mínimo, não é esperada a necessidade de
ajuste da dose em pacientes com insuficiência renal e hepática.

Nove pacientes recebendo Desforane (desflurano) (N=9) foram
comparados a 9 pacientes recebendo isoflurano, todos com
insuficiência renal crônica (creatinina sérica de 1,5 – 6,9 mg/dL).
Não foram observadas diferenças entre os dois grupos nos exames
hematológicos ou bioquímicos, incluindo a avaliação da função
renal. De forma similar, não foram encontradas diferenças em uma
comparação entre pacientes recebendo Desforane (desflurano) (N=28)
ou isoflurano (N=30), submetidos a transplante renal.

Insuficiência hepática (do fígado):

Oito pacientes recebendo Desforane (desflurano) foram comparados
a seis pacientes recebendo isoflurano, todos com doença hepática
crônica (hepatite viral, hepatite alcoólica ou cirrose). Não foram
observadas diferenças nos exames hematológicos ou bioquímicos,
incluindo enzimas hepáticas e avaliação da função hepática.

Alterações Laboratoriais:

Elevações transitórias na glicose e no leucograma podem ocorrer,
como com o uso de outros agentes anestésicos.

Agitação pós-operatória em crianças:

A utilização da anestesia em crianças pode provocar um estado
breve de agitação que pode dificultar a cooperação do paciente.

Hipercalemia (aumento de potássio no sangue)
perioperatória:

O uso de agentes anestésicos inalatórios tem sido associado a
aumento raro nos níveis séricos de potássio, que resultam em
arritmias cardíacas e morte em pacientes pediátricos durante o
período pós-operatório.

Pacientes com doença neuromuscular evidente, especialmente
distrofia muscular de Duchenne, parecem ser os mais vulneráveis. O
uso concomitante de succinilcolina tem sido associado com a
maioria, mas não todos, estes casos. Estes pacientes também
apresentaram elevações significativas nos níveis séricos de
creatina-quinase e, em alguns casos alterações consistentes na
urina como mioglobinuria. Apesar da semelhança na apresentação de
hipertermia maligna, nenhum desses pacientes apresentou sinais ou
sintomas de rigidez muscular ou estado hipermetabólico.
Recomenda-se intervenção médica agressiva para tratamento de
hipercalemia e arritmias resistentes.

Interações Medicamentosas:

Não foram relatadas interações adversas clinicamente
significativas com medicamentos pré-anestésicos comumente
utilizados ou medicamentos utilizados durante a anestesia
(relaxantes musculares, agentes intravenosos e agentes anestésicos
locais) em estudos clínicos. O efeito do desflurano na distribuição
de outros medicamentos ainda não foi determinado.

Como o isoflurano, o desflurano não predispõe a arritmias
ventriculares prematuras na presença de infusão exógena de
adrenalina em suínos.

Benzodiazepínicos e opióides (Redução da
CAM):

Opióides e benzodiazepínicos reduzem as quantidades exigidas de
Desforane (desflurano) para produzir anestesia. Este efeito é
mostrado na Tabela a seguir para o midazolam (25-50 ug/kg) e
fentanila por via intravenosa (3-6 mg/kg) em pacientes de dois
diferentes grupos etários.

CAM de Desforane (desflurano) com fentanila ou
midazolam:

Média ± DP (porcentagem de redução):

Dose

18 – 30 anos

31 – 65 anos

Sem fentanila

6,4 ± 0,0

6,3 ± 0,4

3 μg/kg de fentanila

3,5 ± 1,9 (46%)

3,1 ± 0,6 (51%)

6 μg/kg de fentanila

3,0 ± 1,2 (53%)

2,3 ± 1,0 (64%)

Sem midazoalm

6,9 ± 0,1

5,9 ± 0,6

25 μg/kg de midazolam

4,9 ± 0,9 (16%)

50 μg/kg de midazolam

4,9 ± 0,5(17%)

Agentes bloqueadores neuromusculares:

As concentrações anestésicas do desflurano em equilíbrio
(administrado por 15 minutos ou mais antes do teste) reduziram o
ED95 da succinilcolina em, aproximadamente, 30% e o do atracúrio e
do pancurônio em, aproximadamente, 50%, em comparação à anestesia
com N2O/opióide. O efeito do desflurano na duração do
bloqueio neuromuscular não despolarizante não foi estudado.

Dosagem de relaxante muscular que causa 95% da depressão
no bloqueio neuromuscular:


A redução na dose dos agentes bloqueadores neuromusculares
durante a indução anestésica pode resultar no adiamento do início
das condições adequadas para a intubação endotraqueal ou em
relaxamento muscular inadequado, pois a potencialização dos agentes
bloqueadores neuromusculares exige um equilíbrio entre o músculo e
a pressão parcial administrada de desflurano.

Entre os medicamentos não despolarizantes, somente as
interações do pancurônio e do atracúrio foram estudadas. Na
ausência de diretrizes específicas:

  • Para a intubação pela traqueia, não reduzir a dose dos
    relaxantes musculares não despolarizantes ou da
    succinilcolina.
  • Durante a manutenção da anestesia, a dose dos relaxantes
    musculares não despolarizantes é, provavelmente, reduzida, em
    comparação àquela durante a anestesia com N2O/opioide. A
    administração de doses suplementares de relaxantes musculares deve
    ser guiada pela resposta à estimulação nervosa.

Uso concomitante com N2O:

A administração concomitante de N2O reduz a CAM de
Desforane (desflurano).

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico.
Pode ser perigoso para a sua saúde.

Reações Adversas do Desforane

Experiências em Estudos Clínicos:

As informações sobre eventos adversos derivam de estudos
clínicos controlados, sendo que a maioria destes foi conduzida nos
Estados Unidos. Os estudos foram conduzidos utilizando diversos
medicamentos préanestésicos, outros anestésicos e procedimentos
cirúrgicos de extensão variável. A maioria dos eventos adversos
relatados foi leve e transitória e pode refletir os procedimentos
cirúrgicos, características dos pacientes (incluindo a doença) e/ou
os medicamentos administrados.

Dos 2.143 pacientes expostos ao Desforane (desflurano) em
estudos clínicos, 370 adultos e 152 crianças foram induzidos com
desflurano isoladamente e 987 pacientes foram mantidos
principalmente com o desflurano. As frequências obtidas refletem a
porcentagem de pacientes apresentando o evento. Cada paciente foi
contado uma vez para cada tipo de evento adverso.

Frequência de eventos que ocorreram em mais do que 1%
dos pacientes de ensaios clínicos (em relatos julgados como
“provavelmente relacionados causalmente”):

Indução (uso como um agente com máscara de
inalação)

Pacientes adultos (N=370)

Tosse 34%, interrupção respiratória 30%, apneia 15%, secreções
aumentadas*, espasmos da laringe*, dessaturação de Oxihemoglobina
(SpO2 lt; 90%)*, faringite*.

Manutenção ou recuperação

Adultos e Crianças intubados (N = 687)

Corpo como um todo

Cefaleia (dor de cabeça)

Sistema Cardiovascular

Bradicardia (diminuição da freqüência cardíaca), hipertensão
(aumento da pressão arterial), arritmia nodal, taquicardia (aumento
dos batimentos cardíacos).

Sistema Digestivo

Náusea 27%, vômito 16%

Sistema nervoso

Aumento de salivação

Sistema Respiratório

Apneia* (pausas na respiração durante o sono), interrupção da
respiração, aumento de tosse*, espasmo da laringe, faringite

Sentidos Especiais

Conjuntivite (hiperemia conjuntival)

*Incidência dos eventos 3 – 10%.

Frequência de eventos ocorrendo em menos de 1% dos
pacientes (em relatos julgados como de “relação provavelmente
causal”). Relatado em três ou mais pacientes, desconsiderando a
severidade:

Sistema Cardiovascular

Arritmia, bigeminismo, eletrocardiograma anormal, isquemia
miocárdica, vasodilatação

Sistema Digestivo

Hepatite*

Sistema Nervoso

Agitação, vertigem

Sistema Respiratório

Asma, dispneia (sensação de falta de ar), hipóxia (diminuição da
concentração de oxigênio nos tecidos)

*Reações adversas relatadas somente de experiências
pós-comercialização ou em literatura, não vistas em ensaios
clínicos, são consideradas raras.

Frequência de eventos ocorrendo em menos de 1% dos
pacientes em ensaios clínicos (em relatos julgados como de “Relação
causal desconhecida”). Relatados em três ou mais pacientes,
desconsiderando a severidade:

Corpo como um todo

Febre

Sistema Cardiovascular

Hemorragias, infarto do miocárdio

Metabolismo e nutrição

Aumento de creatinofosfoquinase (CPK)

Sistema musculoesquelético

Mialgia (dor muscular)

Pele e anexos

Prurido (sensação de coceira)

Experiências pós comercialização:

As seguintes reações adversas foram identificadas durante a
utilização de Desforane (desflurano) póscomercialização.

Por estas reações serem relatadas voluntariamente por uma
população de tamanho incerto, não é possível estimar com segurança
a sua frequência ou estabelecer uma relação causal com a exposição
de drogas.

Sangue e sistema linfático:

Coagulopatia (distúrbios da coagulação sanguínea).

Distúrbios do metabolismo e da nutrição:

Hipercalemia (Aumento da taxa de potássio no sangue),
hipocalemia (baixa concentração de potássio no sangue), acidose
metabólica.

Distúrbios do sistema nervoso:

Convulsão, agitação pós-operatória em crianças.

Distúrbios oculares:

Icterícia ocular (pigmentação amarelada nos olhos).

Cardiopatias:

Parada cardíaca, Torsade de Pointes, insuficiência
ventricular, hipocinesia ventricular, fibrilação atrial.

Distúrbios vascuares:

Hipertensão maligna (aumento da pressão arterial), hemorragia,
hipotensão (diminuição da pressão arterial), choque.

Distúrbios respiratórios, torácicos e do
mediastino:

Parada respiratória, insuficiência respiratória, dificuldade
respiratória, broncoespasmo, hemoptise (hemorragia).

Distúrbios gastrointestinais:

Pancreatite aguda dor, abdominal.

Distúrbios hepatobiliares:

Insuficiência e necrose do fígado, hepatite, hepatite
citolítica, colestase, icterícia (pigmentação amarelada na pele ou
mucosas), alteração da função hepática, doença do fígado.

Distúrbios de pele e tecido subcutâneo:

Urticária, eritema (vermelhidão da pele).

Distúrbios conjuntivos, musculoesquelético, tecidos e
ossos:

Rabdomiólise (destruição muscular).

Distúrbios gerais e no local de
administração:

Hipertermia maligna, astenia (fraqueza muscular), mal-estar.

Investigações:

Eletrocardiograma (alterações de ST-T), inversão de onda T,
transaminases aumentada, aumento da alanina aminotransferase,
aspartato aminotransferase, bilirrubina no sangue aumentado, teste
de coagulação anormal, aumento da amônia.

Lesões, envenenamento e complicações
processuais*:

Taquiarritmia, palpitações, queimaduras nos olhos, cegueira
transitória, encefalopatia, ceratite ulcerativa, hiperemia ocular
(aumento na quantidade de sangue nos olhos), diminuição da acuidade
visual, sensação de irritação ocular, dor nos olhos, tontura,
enxaqueca, fadiga, exposição acidental, pele queimada, erro a
administração do medicamento.

*Todas as reações categorizados dentro deste SOC eram exposições
acidentais em não-pacientes.

Efeito de drogas anestésicas e de sedação no
desenvolvimento inicial do cérebro:

Estudos realizados em animais jovens e crianças sugerem que o
uso repetido ou prolongado de drogas anestésicas ou de sedação em
crianças menores de 3 anos pode ter efeitos negativos em seus
cérebros em desenvolvimento. Discuta com os pais e cuidadores os
benefícios, os riscos, o tempo e a duração da cirurgia ou
procedimentos que requerem drogas anestésicas e de sedação.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou
farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento.

Informe também à empresa através do seu serviço de
atendimento.

População Especial do Desforane

Gravidez e Lactação:

Não há estudos controlados realizados em mulheres gestantes. Em
estudos de reprodução em animais, toxicidade embrio-fetal (fetos
viáveis reduzidos e / ou aumento da perda pós-implantação) foi
observada em ratos e coelhos gestantes com doses administradas até
a 1 CAM por 4 horas por dia (4 CAM-hora/dia) durante
organogênese.

Estudos publicados em grávidas demonstram que a administração de
drogas anestésicas e de sedação que bloqueiam os receptores NMDA e
/ ou potencializam a atividade GABA durante o período de pico de
desenvolvimento cerebral aumenta a apoptose neuronal no
desenvolvimento do cérebro da prole quando usado por mais de 3
horas. Não há dados sobre a exposição da gravidez em primatas
correspondentes a períodos anteriores ao terceiro trimestre em
humanos.

O risco de fundo estimado de defeitos congênitos maiores e
abortos espontâneos para a população indicada é desconhecido. Todas
as gravidezes têm um risco de fundo de defeito congênito, perda ou
outros desfechos adversos. Na população geral dos EUA, o risco de
fundo estimado de grandes defeitos congênitos e abortos em
gravidezes clinicamente reconhecidas é 2-4% e 15-20%,
respectivamente.

Não é conhecido se Desforane (desflurano) é excretado no leite
humano. Por vários medicamentos serem excretados no leite humano,
deve ter cuidado quando a lactante faz uso de Desforane
(desflurano).

Categoria “B” de risco na gravidez.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Uso Pediátrico (em crianças):

Desforane (desflurano) é aprovado para manutenção de anestesia
em crianças e lactentes após a indução de anestesia com outros
agentes que não seja o Desforane(desflurano) e intubação
traqueal.

Desforane (desflurano) não é aprovado para manutenção de
anestesia em crianças não intubadas devido a um aumento da
incidência de reações respiratórias adversas, incluindo tosse
(26%), espasmo da laringe (13%) e secreções (12%).

Crianças, especialmente com 6 anos de idade ou mais jovens, que
têm a manutenção da anestesia por Desforane (desflurano) entregues
via máscara laríngea tem maior risco de reações respiratórias
adversas, como por exemplo, tosse e espasmos da laringe,
especialmente com a retirada da máscara laríngea das vias aéreas
sob anestesia profunda. Portanto, acompanhar de perto esses
pacientes quanto a sinais e sintomas associados com espasmos da
laringe e tratar adequadamente.

Quando Desforane (desflurano) é utilizado para manutenção da
anestesia em crianças com asma ou histórico recente de infecção de
vias aéreas superiores, existe um risco maior para o estreitamento
das vias aéreas e aumento da resistência das vias aéreas. Portanto,
acompanhar esses pacientes quanto a sinais e sintomas associados
com estreitamento das vias aéreas e tratar adequadamente.

Estudos publicados em animais juvenis demonstram que a
administração de drogas anestésicas e de sedação, como Suprane, que
bloqueiam os receptores de NMDA ou potencializam a atividade de
Gaba durante o período de crescimento rápido do cérebro ou
sinaptogênese, resulta em perda generalizada de neurônios e células
oligodendrocitárias no desenvolvimento cérebro e alterações na
morfologia sináptica e neurogênese.

Com base em comparações entre espécies, acredita-se que a janela
de vulnerabilidade a essas mudanças se correlaciona com as
exposições no terceiro trimestre de gestação nos primeiros meses de
vida, mas pode prolongar-se para aproximadamente 3 anos de idade em
seres humanos.

Em primatas, a exposição a 3 horas de cetamina que produziu um
plano cirúrgico leve da anestesia não aumentou a perda celular
neuronal, no entanto, os regimes de tratamento de 5 horas ou mais
de isoflurano aumentaram a perda de células neuronais. Os dados de
roedores tratados com isoflurano e primatas tratados com cetamina
sugerem que as perdas de células neuronais e oligodendrocitárias
estão associadas a déficits cognitivos prolongados na aprendizagem
e na memória. O significado clínico destes achados não clínicos não
é conhecido, e os profissionais de saúde devem equilibrar os
benefícios da anestesia adequada em mulheres grávidas, neonatos e
crianças pequenas que exigem procedimentos com os riscos potenciais
sugeridos pelos dados não clínicos.

Uso Geriátrico (em idosos):

A dosagem deve ser individualizada e titulada para efeito
desejado de acordo com a idade e quadro clínico do paciente. A
concentração alveolar mínima (CAM) Desforane (desflurano) diminui
com o aumento da idade do paciente. A dose deve ser ajustada de
acordo. O CAM médio de Desforane (desflurano) em um paciente de 70
anos é de dois terços do CAM para um paciente de 20 anos.

Composição do Desforane

Apresentações:

Anestésico inalatório.

Líquido volátil para inalação:

Embalagem contendo 6 frascos com 240 mL.

Via inalatória.

Uso adulto e pediátrico.

Composição:

Cada frasco de Desforane contém:

Desflurano 100%.

Não contém excipientes.

Superdosagem do Desforane

Os sintomas de superdose de Desforane (desflurano) pode
apresentar-se como um aprofundamento da anestesia, depressão
cardíaca e/ou respiratória em pacientes com respiração espontânea,
e depressão cardíaca em pacientes ventilados nos quais podem
ocorrer hipercapnia e hipóxia apenas numa fase tardia.

Em caso de superdose, ou suspeita de sobredosagem, tomar
as seguintes medidas:

Suspender a administração do Desforane (desflurano), manter uma
via aérea permeável, iniciar ventilação assistida ou controlada com
oxigênio, e manter a função cardiovascular adequada.

No caso de superdose ou suspeita de superdose, tome as
seguintes medidas:

Descontinue a administração do Desforane (desflurano), mantenha
uma via aérea desobstruída, inicie ventilação assistida ou
controlada com oxigênio e mantenha uma função cardiovascular
adequada.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você
precisar de mais orientações.

Interação Medicamentosa do Desforane

Não foram relatadas interações adversas clinicamente
significativas com medicamentos pré-anestésicos comumente
utilizados ou medicamentos utilizados durante a anestesia
(relaxantes musculares, agentes intravenosos e agentes anestésicos
locais) em estudos clínicos. O efeito do Desflurano (substância
ativa) na distribuição de outros medicamentos ainda não foi
determinado.

Como o isoflurano, o Desflurano (substância ativa) não predispõe
a arritmias ventriculares prematuras na presença de infusão exógena
de adrenalina em suínos.

Benzodiazepínicos e opióides (Redução da
CAM)

Opióides e benzodiazepínicos reduzem as quantidades exigidas de
Desflurano (substância ativa) para produzir anestesia. Este efeito
é mostrado na Tabela a seguir para o midazolam (25-50 ug/kg) e
fentanila por via intravenosa (3-6 mg/kg) em pacientes de dois
diferentes grupos etários.

CAM de Desflurano (substância ativa) com fentanila ou
midazolam

Média ± DP (porcentagem de redução)

Dose

18 – 30 anos

31 – 65 anos

Sem fentanila

6,4 ± 0,0

6,3 ± 0,4

3 μg/kg de fentanila

3,5 ± 1,9 (46%)

3,1 ± 0,6 (51%)

6 μg/kg de fentanila

3,0 ± 1,2 (53%)

2,3 ± 1,0 (64%)

Sem midazoalm

6,9 ± 0,1

5,9 ± 0,6

25 μg/kg de midazolam

– 

4,9 ± 0,9 (16%)

50 μg/kg de midazolam

4,9 ± 0,5(17%)

Agentes bloqueadores neuromusculares

As concentrações anestésicas do Desflurano (substância ativa) em
equilíbrio (administrado por 15 minutos ou mais antes do teste)
reduziram o ED95 da succinilcolina em, aproximadamente, 30% e o do
atracúrio e do pancurônio em, aproximadamente, 50%, em comparação à
anestesia com N2O/opióide. O efeito do Desflurano
(substância ativa) na duração do bloqueio neuromuscular não
despolarizante não foi estudado.

Dosagem de relaxante muscular que causa 95% da depressão
no bloqueio neuromuscular

Concentração de Desflurano (substância
ativa)

ED95 médio (µg/kg)

Pancurônio

Atracúrio

Succinilcolina

Veruronio

0,65 MAC 60%
N2O/O2

26123

1,25 MAC 60%
N2O/O2

1891

1,25 MAC O2

2212036219

A redução na dose dos agentes bloqueadores neuromusculares
durante a indução anestésica pode resultar no adiamento do início
das condições adequadas para a intubação endotraqueal ou em
relaxamento muscular inadequado, pois a potencialização dos agentes
bloqueadores neuromusculares exige um equilíbrio entre o músculo e
a pressão parcial administrada de Desflurano (substância
ativa).

Entre os medicamentos não despolarizantes, somente as
interações do pancurônio e do atracúrio foram estudadas. Na
ausência de diretrizes específicas:

  • Para a intubação endotraqueal, não reduzir a dose dos
    relaxantes musculares não despolarizantes ou da
    succinilcolina.
  • Durante a manutenção da anestesia, a dose dos relaxantes
    musculares não despolarizantes é, provavelmente, reduzida, em
    comparação àquela durante a anestesia com N2O/opioide. A
    administração de doses suplementares de relaxantes
    musculares deve ser guiada pela resposta à estimulação
    nervosa.

Uso concomitante com N2O

A administração concomitante de N2O reduz a CAM de
Desflurano (substância ativa).

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento
Desforane.

Ação da Substância Desforane

Resultados de Eficácia 


Estudos clínicos foram conduzidos com Desflurano (substância
ativa) usado como anestésico para pacientes adultos e pediátricos.
Quando comparado com os anestésicos padrões, o Desflurano
(substância ativa) foi associado a tempos mais rápidos para
indução e também para eventos do despertar anestésico, como
resposta à ordens e orientação.

Desflurano (substância ativa) foi avaliado em 1.843 pacientes,
incluindo aqueles ambulatoriais (N=1.061), cardiovasculares
(N=277), geriátricos (N=103), neurocirúrgicos (N=40) e pediátricos
(N=235). A experiência clínica com estes pacientes e com 1.087
pacientescontrole desses estudos que não receberam o Desflurano
(substância ativa) está descrita abaixo. Embora o Desflurano
(substância ativa) possa ser utilizado em adultos para a indução
anestésica inalatória por máscara, este produz uma alta incidência
de irritação respiratória (tosse, apneia, aumento das secreções,
espasmo da laringe). Para incidência, vide item Reações adversas.
Ocorreu saturação de oxihemoglobina abaixo de 90% em 6% dos
pacientes (de dados combinados, N=370 adultos).

Cirurgia Ambulatorial

Desflurano (substância ativa) mais N2O foi comparado
ao isoflurano mais N2O em estudos multicêntricos (21
centros) em 792 pacientes com condições físicas ASA I, II ou III e
idade de 18 a 76 anos (média de 32).

Indução

A indução anestésica iniciada com tiopental e continuada com
Desflurano (substância ativa) foi associada a uma incidência de 7%
de saturação de oxihemoglobina de 90% ou menos (de dados
combinados, N=307), em comparação a 5% em pacientes nos quais a
anestesia foi induzida com tiopental e isoflurano (de dados
combinados, N=152).

Manutenção e Recuperação

Desflurano (substância ativa), com ou sem N2O ou
outros anestésicos, foi, em geral, bem tolerado. Não houve
diferenças entre o Desflurano (substância ativa) e os outros
anestésicos estudados nos períodos em que os pacientes foram
considerados passíveis de alta.

Em um estudo ambulatorial, os pacientes receberam anestesia
padrão, consistindo em 4,2 – 4,4 mg/kg de tiopental, 3,5 – 4,0
µg/kg de fentanila, 0,05 – 0,07 mg/kg de vecurônio e N2O
a 60% em oxigênio, com Desflurano (substância ativa) a 3% ou
isoflurano a 0,6%. Os períodos de emergência foram
significativamente diferentes; mas os períodos para levantar-se e
para alta não foram diferentes (vide Tabela).

Perfis de recuperação após Desflurano (substância ativa)
3% em N2O 60% vs isoflurano 0,6% em N2O 60%
em pacientes ambulatoriais: 16 homens, 22 mulheres entre 20 e 65
anos de idade.

Isoflurano

Desflurano (substância ativa)

Número

21

17

Tempo de anestesia (minutos)

127 ± 80

98 ± 55

Tempo de recuperação para:

Seguir comandos (minutos)

11,1 ± 7,9

6,5 ± 2,3*

Levantar-se (minutos)

113 ± 27

95 ± 56

Receber alta (minutos)

231 ± 40

207 ± 54

* As diferenças foram estatisticamente significativas para o
grupo do isoflurano (p lt; 0,05), não ajustadas para comparações
múltiplas.

Cirurgia Cardiovascular

O Desflurano (substância ativa) foi comparado ao isoflurano,
sufentanila ou fentanila para o manejo anestésico de cirurgias de
revascularização da artéria coronária (CABG), aneurisma aórtico
abdominal, endarterectomia vascular periférica e carotídea, em 7
estudos de 15 centros, envolvendo um total de 558 pacientes. Em
todos os pacientes, com exceção do estudo do
Desflurano (substância ativa) vs sufentanila, os anestésicos
voláteis foram suplementados com opioides intravenosos, usualmente
fentanila. A pressão arterial e a frequência cardíaca foram
controladas por alterações nas concentrações dos anestésicos
voláteis ou opioides e medicamentos cardiovasculares, se
necessário. O oxigênio (100%) foi o gás condutor em 253 de 277
casos com o Desflurano (substância ativa) (24 de 277 receberam
N2O/O2 ).

Pacientes cardiovasculares por agente e tipo de
cirurgia: 418 homens, 140 mulheres entre 27 e 87 anos de idade
(média de 64 anos).

Tipo de cirurgia

13 centros

1 centro

1 centro

Isoflurano

Desflurano (substância ativa)SufentanilaDesflurano (substância ativa)Fentanila

Fesflurano

CABG

585710010025

25

Aorta Abd.

2925

Vasc. Perif.

2424

Artéria Carótida

4546

Total

15615210010025

25

Não foram encontradas diferenças no resultado cardiovascular
(morte, infarto do miocárdio, taquicardia ventricular ou
fibrilação, insuficiência cardíaca) entre o Desflurano (substância
ativa) e outros anestésicos.

Indução

O Desflurano (substância ativa) não deve ser utilizado como
agente único para a indução anestésica em pacientes com doenças da
artéria coronária ou em qualquer paciente nos quais aumentos na
frequência cardíaca ou na pressão arterial sejam indesejáveis. No
estudo com Desflurano (substância ativa) vs sufentanila, a indução
anestésica com Desflurano (substância ativa) sem opióides foi
associada a uma nova isquemia transitória em 14 pacientes vs 0 no
grupo do sufentanila. No grupo do Desflurano (substância ativa), a
frequência cardíaca média, pressão arterial e pressão arterial
pulmonar aumentaram e o volume de ejeção diminuiu, em contraste com
a ausência de alterações no grupo do sufentanila.

Os medicamentos cardiovasculares foram utilizados com frequência
em ambos os grupos: especialmente o esmolol no grupo do Desflurano
(substância ativa) (56% vs 0%) e a fenilefrina no grupo do
sufentanila (43% vs 27%). Quando se utilizou 10 mg/kg de fentanila
para suplementar a indução anestésica em um outro centro, a análise
contínua por ECG de 2 derivações demonstrou uma baixa incidência de
isquemia miocárdica e nenhuma diferença entre o Desflurano
(substância ativa) e o isoflurano. Se o Desflurano (substância
ativa) for utilizado em pacientes com doença arterial
coronariana, deverá ser utilizado em combinação com outros
medicamentos para indução anestésica, preferencialmente, opioides e
hipnóticos intravenosos.

Manutenção e Recuperação

Em estudos nos quais a anestesia com Desflurano (substância
ativa) ou isoflurano foi suplementada com fentanil, não houve
diferenças nas variáveis hemodinâmicas ou na incidência de isquemia
miocárdica, nos pacientes anestesiados com Desflurano (substância
ativa), em comparação àqueles anestesiados com isoflurano.

Durante o pré-período de bypass cardiopulmonar (circulação
extracorpórea), no estudo do Desflurano (substância ativa) vs
sufentanila, onde os pacientes do Desflurano (substância ativa) não
receberam opióides intravenosos, mais pacientes anestesiados com
Desflurano (substância ativa) exigiram adjuvantes cardiovasculares
para o controle da hemodinâmica do que os pacientes anestesiados
com sufentanila. Durante este período, a incidência de isquemia
detectada por ECG ou ecocardiografia não foi estatisticamente
diferente entre os grupos do Desflurano (substância ativa) (18 de
99) e do sufentanila (9 de 98). Entretanto, a duração e a gravidade
da isquemia miocárdica detectada por ECG foram significativamente
menores no grupo do Desflurano (substância ativa). A incidência de
isquemia miocárdica após bypass cardiopulmonar e na UTI não diferiu
entre os grupos.

Cirurgia Geriátrica

O Desflurano (substância ativa) mais N2O foi
comparado ao isoflurano mais N2O, em um estudo
multicêntrico (6 centros), com 203 pacientes idosos com estado
físico ASA II ou III e idade entre 57 e 91 anos (média de 71
anos).

Indução

A maioria dos pacientes foram pré-medicados com fentanila (média
de 2 µg/kg), pré-oxigenada e recebeu tiopental (média de 4,3 mg/kg,
IV) ou tiamilal (média de 4 mg/kg, IV), seguidos de succinilcolina
(média de 1,4 mg/kg, IV) para intubação.

Manutenção e Recuperação

A frequência cardíaca e a pressão arterial permaneceram dentro
de uma variação de 20% dos valores basais pré-indução, durante a
administração do Desflurano (substância ativa) a 0,5-7,7% (média de
3,6%) com 50-60% de N2O. A indução, manutenção e
recuperação das medições cardiovasculares não diferiram daquelas
durante a administração do isoflurano/N2O, nem a
incidência pós-operatória de náusea e vômito diferiu. O evento
adverso cardiovascular mais comum foi a hipertensão, ocorrendo em
8% dos pacientes que receberam Desflurano (substância ativa) e em
6% dos pacientes que receberam isoflurano.

Neurocirurgia

O Desflurano (substância ativa) foi estudado em 38 pacientes
entre 26 e 76 anos de idade (48 anos em média), condição física ASA
II ou III, submetidos a procedimentos neurocirúrgicos para lesões
intracranianas.

Indução

A indução consistiu em técnicas neuroanestésicas padronizadas,
incluindo hiperventilação e tiopental.

Manutenção

Não foi observada nenhuma alteração na pressão do líquido
cefalorraquidiano (PLCR) em 8 pacientes apresentando tumores
intracranianos, quando a dose do Desflurano (substância ativa) foi
de 0,5 CAM em 50% de N2O. Em outro estudo de 9 pacientes
com tumores intracranianos, Desflurano (substância
ativa)/ar/O2 a 0,8 CAM não aumentaram a PLCR acima dos
valores basais pós-indução. Em outro estudo de 10 pacientes
recebendo Desflurano (substância ativa)/ar/O2 a 1,1 CAM,
a PLCR aumentou em 7 mmHg (aumento com variação de 3 a 13 mmHg, com
valores finais de 11-26 mmHg), além dos valores de antes do
medicamento.

Todos os anestésicos voláteis podem aumentar a pressão
intracraniana em pacientes com lesões ocupando o espaço
intracraniano. Nestes pacientes, o Desflurano (substância ativa)
deve ser administrado a 0,8 CAM ou menos e em conjunto com uma
indução por barbitúrico e hiperventilação (hipocapnia), no período
anterior à descompensação craniana. Deve-se atentar à manutenção da
pressão de perfusão cerebral. O uso de uma dose mais baixa de
Desflurano (substância ativa) e a administração de um barbitúrico e
manitol seriam previstos para diminuir o efeito do Desflurano
(substância ativa) na PLCR .

Sob condições de hipocapnia (PaCO2 27 mmHg), o
Desflurano (substância ativa) a 1 e 1,5 CAM não aumentou o fluxo
sanguíneo cerebral (CBF) em 9 paciente submetidos a craniotomias. A
reatividade do CBF ao aumento no PaCO2 de 27 para 35
mmHg também foi mantida com Desflurano (substância
ativa)/ar/O2 a 1,25 CAM.

Cirurgia Pediátrica

Em estudo clínico realizado com pacientes pediátricos com idade
entre 2 a 16 anos (média de 7,4 anos de idade), após a indução com
outro agente, Desflurano (substância ativa) e isolurano (em
N2O/O2 ) foram comparados com máscara facial
ou máscara laríngea na manutenção de anestesia, depois da indução
com propofol intravenoso ou sevoflurano inalado, a fim de avaliar a
incidência relativa de eventos adversos respiratórios.

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento
Desforane.

Manutenção em pacientes pediátricos não intubados (com
máscara facial ou máscara laríngea; N = 300): Todos os eventos
respiratórios* (˃1% de todos os pacientes
pediátricos).

Todas as idades
(n=300)

2 – 6 anos
(N=150)

7 – 11 anos
(N=81)

12 – 16 anos
(N=69)

Qualquer evento respiratório

39%42%33%

39%

Obstrução das vias aéreas

4%5%4%

3%

Interrupção da respiração

3%2%3%

4%

Tosse

26%33%19%

22%

Espasmo da laringe

13%16%7%

13%

Secreção

12%13%10%

12%

Dessaturação não especifica

2%2%1%

1%

*Eventos respiratórios mínimos, moderados ou graves.

Desflurano (substância ativa) foi associado a taxas mais
elevadas (comparado com isoflurano) de tosse, espasmo da laringe e
secreções com uma taxa global de 39% para eventos respiratórios.
Dos pacientes pediátricos expostos ao Desflurano (substância
ativa), 5% apresentaram espasmo da laringe grave (associado com
dessaturação significativa, ou seja, SpO2 de ˂90% para
˃15 segundos, ou requerendo succinilcolina), em todas as idades, 2
– 16 anos. Incidências individuais que apresentaram espasmo da
laringe foram de 9% para 2-6 anos de idade, de 1% para 7-11 anos de
idade e de 1% para 12-16 anos de idade.

A remoção da máscara laríngea sob anestesia profunda (CAM
alcance 0,6 – 2,3 com significado de CAM 1,12) foi associada com um
aumento da frequência de eventos adversos respiratórios em
comparação com o despertar e remoção da máscara laríngea sob
anestesia profunda. A frequência e a gravidade dos eventos adversos
não respiratórios foram comparáveis entre os dois grupos.

A incidência de eventos adversos respiratórios sob estas
condições foi maior em crianças entre 2-6 anos de idade. Portanto,
estudos semelhantes em crianças com idade inferior a dois anos não
foram iniciados.

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento
Desforane.

Características Farmacológicas


Desflurano (substância ativa) é um agente anestésico líquido,
não inflamável, para o uso em anestesia geral inalatória, por meio
de vaporização.

O Desflurano (substância ativa) é quimicamente
identificado como éter diflurometil 1-2-2-2-tetrafluoroetil, e
apresenta as seguintes propriedades físico-químicas:

Peso molecular

168,04

Gravidade especifica

1,465

Pressão de vapor (calculada), em
mmHg

a 20°C

A 20°C

a 20°C

669

a 22ºC

731

a 22,8°C

757

a 23° C

764

a 24° C

798

a 26°C

869

Coeficiente de partição a 37°C

Sangue/gás

0,424

Óleo de oliva/gás

18,7

Cérebro/gás

0,54

Média de componente/Coeficiente de partição
gás

Polipropileno

6,7

Polietileno

16,2

Borracha de látex

19,3

Borracha de látex

10,4

Cloreto polivinilico

34,7

Desflurano (substância ativa) não é inflamável, tal como
definido pelas exigências da Comissão Eletrotécnica Internacional
601-2-13.

Desflurano (substância ativa) é um líquido incolor, volátil
inferior a 22,8 °C. Os dados indicam que Desflurano (substância
ativa) é estável quando armazenado em condições de iluminação
ambiente normal de acordo com as instruções.

Desflurano (substância ativa) é quimicamente estável. A única
reação de degradação conhecida é através do contato direto
prolongado com refrigerante de limão que produzem baixos níveis de
fluoroform (CHF3 ). A quantidade de CHF3 obtida é semelhante ao que
é produzido com doses equivalentes de CAM-isoflurano. Nenhuma
degradação perceptível ocorre na presença de ácidos fortes.

Desflurano (substância ativa) não corrói aço inoxidável, latão,
alumínio, alumínio anodizado, latão niquelado, cobre, ou
berílio.

Farmacodinâmica

Mudanças nos efeitos clínicos de Desflurano (substância ativa)
seguem rapidamente as mudanças na concentração inspirada.

A duração da anestesia e medida de recuperação
selecionada para Desflurano (substância ativa) são demonstradas nas
tabelas a seguir:

Em 178 pacientes ambulatoriais do sexo feminino submetidas à
laparoscopia, pré-medicadas com fentanila (1,5 – 2,0 µg/kg), a
anestesia foi iniciada com 2,5 mg/kg de propofol, Desflurano
(substância ativa)/N2O 60% em O2 ou
Desflurano (substância ativa)/O2 isoladamente. A
anestesia foi mantida com 1,5 – 9,0 mg/kg/h de propofol, 2,6 – 8,4%
de Desflurano (substância ativa) em N2O 60% em
O2 , ou 3,1 – 8,9% de Desflurano (substância ativa) em
O2.

Emergência e recuperação após laparoscopia ambulatorial
178 mulheres entre 20 e 47 anos de idade: Períodos em minutos:
média ± DP (variação).

Indução

Propofol

Propofol

Desflurano (substância
ativa)/N2O

Desflurano (substância ativa)/O2

Manutenção

Propofol/N2O

Desflurano (substância
ativa)/N2O

Desflurano (substância
ativa)/N2O

Desflurano (substância ativa)/O2

Número de pacientes

N = 48

N = 44

N = 43

N = 43

Média de idade

30
(20 – 43)
26
(21 – 47)
29
(21 – 42)

30
(20 – 40)

Tempo de anestesia

49 ± 53
(8 – 336)
45 ± 35
(11 – 178)
44 ± 29
(14 – 149)

41 ± 26
(19 – 126)

Tempo para abrir os olhos

7 ± 3
(2 – 19)
5 ± 2*
(2 – 10)
5 ±2
(2-12)

4 ± 2*
(1 – 11)

Tempo para declarar o nome

9 ± 4
(4 -22)
8 ± 3
(3 18)
7 ± 3*
(3 16)

7 ±3*
(2 – 15)

Tempo para se levantar

80 ± 34
(40 -200)
86 ±55
(30 – 320)
81 ± 38
(35 – 190)

77 ± 38
(35 – 200)

Tempo para andar

110 ± 6
(47 – 285)
122 ± 85
(37 – 375)
108 ± 59
(48-220)

108 ±66
(49 – 250)

Tempo para receber alta

152 ± 75
(66 – 375)
157 ± 80
(73 – 385)
150 ± 66
(68 – 310)

155 ± 73
(69 – 325)

*As diferenças foram estatisticamente significativas (p lt;
0,05) pelo procedimento de Dunnett, comparando todos os tratamentos
com o grupo propofol-propofol/N2O (indução e
manutenção). Os resultados das comparações realizadas após mais de
uma hora da anestesia não demonstraram diferenças entre os grupos e
demonstram uma variabilidade considerável dentro dos grupos.

Em 88 pacientes ambulatoriais não medicados anteriormente, a
anestesia foi iniciada com 3-9 mg/kg de tiopental ou Desflurano
(substância ativa) em O2 . A anestesia foi mantida com
isoflurano a 0,7-1,4% em N2O a 60%, Desflurano
(substância ativa) a 1,8-7,7% em N2O a 60%, ou
Desflurano (substância ativa) a 4,4-11,9% em O2.

Períodos de emergência e recuperação na cirurgia
ambulatorial 46 homens, 42 mulheres entre 19 e 70 anos de idade:
Tempo em minutos: média ±DP (variação).

Indução

Propofol

Propofol

Desflurano (substância
ativa)/N2O

Desflurano (substância ativa)/O2

Manutenção

Propofol/N2O

Desflurano (substância
ativa)/N2O

Desflurano (substância
ativa)/N2O

Desflurano (substância ativa)/O2

Número de pacientes

N = 23

N = 21

N = 23

N = 21

Média de idade

43
(20 – 70)
40
(22 – 67)
43
(21 – 42)

41
(21 – 64)

Tempo de anestesia

49 ± 43
(11 – 94)
50 ± 19
(16 – 80)
50 ± 27
(16 – 113)

51 ± 23
(19 – 117)

Tempo para abrir os olhos

13 ± 7
5 – 33)
9 ± 3*
(6 – 16)
12 ± 8
(4 – 39)

8 ± 2*
(4 – 13)

Tempo para declarar o nome

17 ± 10
(6 -44)
11 ± 4*
(6 – 19)
15 ± 10
(6 – 46)

9 ± 3*
(5 – 14)

Tempo para andar

195 ± 67
(124 -365)
176 ±60
(101 – 315)
168 ± 34
(119 – 258)

181 ± 42
(92 – 252)

Tempo para receber alta

205 ± 53
(153 – 365)
202 ± 41
(144 – 315)
197 ± 35
(155-280)

194 ± 37
(134 – 288)

*As diferenças foram estatisticamente significativas (p lt;
0,05) pelo procedimento de Dunnett, comparando todos os tratamentos
com o grupo tiopental-isoflurano/N2O (indução e
manutenção). Os resultados das comparações realizadas após mais de
uma hora da anestesia não demonstram diferenças entre os grupos e
demonstram uma variabilidade considerável dentro dos grupos.

A recuperação anestésica foi avaliada 30, 60 e 90 minutos após
0,5 CAM do Desflurano (substância ativa) (3%) ou isoflurano (0,6%)
em N2O a 60%, utilizando testes subjetivos e objetivos.
Após 30 minutos da anestesia, apenas 43% do grupo do isoflurano foi
capaz de realizar os testes psicométricos, em comparação a 76% no
grupo do Desflurano (substância ativa) (p lt; 0,05).

Teste de recuperação: porcentagem de valores basais
pré-operatórios 16 homens, 22 mulheres entre 20 e 65 anos de idade:
Porcentagem média ± DP.

Manutenção

60 minutos após a anestesia

90 minutos após a anestesia

Desflurano (substância ativa)/
N2O

Isoflurano/ N2O

Desflurano (substância ativa)/
N2O

Isoflurano/ N2O

Confusão D

66 ± 647 ± 875 ± 7*

56 ± 8

Fadiga D

70 ± 9*33 ± 689 ± 12*

47 ± 8

Sonolência D

66 ± 5*36 ± 876 ± 7*

49 ± 9

Inépcia D

65 ± 549 ± 880 ± 7*

57 ± 9

Conforto D

59 ± 7*

30 ± 6

60 ± 8*

31 ± 7

Pontuação DSST †

74 ± 450 ± 975 ± 4*

55 ± 7

Testes de Trieger ††

67 ± 550 ± 990 ± 6

33 ± 7

D Escala analógica -visual (valores de 0-100; 100 = basal).
† DSST = Teste de Substituição de Símbolo Digital.
†† Teste de Trieger = Teste de Conexão de Pontos
* As diferenças foram estatisticamente significativas (p lt; 0,05),
utilizando um teste-t de duas amostras.

O Desflurano (substância ativa) foi estudado em doze
voluntários, que não estavam recebendo nenhum outro
medicamento.

Os efeitos hemodinâmicos durante a ventilação controlada
(PaCO2 38 mmHg) foram:

Efeitos hemodinâmicos do Desflurano (substância ativa),
durante a ventilação controlada 12 voluntários de sexo masculino
entre 16 e 26 anos de idade Média ± DP (variação).

Total
Equivalente
CAM

Concentração
Expirada %
Des O2

Concentração
Expirada %
Des N2O

Frequencia
(batimentos/min)

Pressão Arterial
Cardíaca (mmHg)

Média cardíaca
(L/min/m2)

O2

N2O

O2

N2O

O2

N2O

0

0 / 21%0% / 0%69 ± 4
(63 – 76)
70 ± 6
(62 – 85)
85 ± 9
(74 – 102)
85 ± 9
(74 – 102)
37 ± 0,4
(3,0 – 4,2)

3,7 ± 0,4
(3,0 – 4,2)

0,8

6% / 94%3% / 60%73 ± 5
(67 – 80)
77 ± 8
(67 – 97)
61 ± 5*
(55 – 70)
69 ± 5*
(62 – 80)
3,2 ± 0,5
(2,6 – 4,0)
3,3 ± 0,5
(2,6 – 4,1)

1,2

9% / 91%6% / 60%80 ± 5*
(72 – 84)
77 ± 7
(67 – 90)
59 ±8*
(44-71)
63 ± 8*
(47-74)
3,4 ±0,05
(2,6 – 4,1)

3,1 ±0,4*
(2,6 – 3,8)

1,7

12% / 88%9% / 60%94 ± 14*
(78 – 109)
79 ± 9
(61 – 91)
51 ± 12*
(31 – 66)
59 ± 6*
(46 – 68)
3,5 ± 0,9
(1,7 – 4,7)

3,0 ±0,4*
(2,4 – 3,6)

*As diferenças foram estatisticamente significativas (p lt;
0,05) quando comparadas aos valores com o paciente acordado, pelo
método de Newman-Keul para comparações múltiplas.

Quando os mesmos voluntários respiraram espontaneamente durante
a anestesia com Desflurano (substância ativa), a resistência
vascular sistêmica e a pressão arterial média diminuíram; o índice
cardíaco, frequência cardíaca, volume de ejeção e pressão venosa
central (PVC) aumentaram em comparação aos valores de quando os
voluntários estavam conscientes. O índice cardíaco, volume de
ejeção e PVC foram maiores durante a ventilação espontânea do que
durante a ventilação controlada.

Durante a ventilação espontânea nos mesmos voluntários, o
aumento na concentração do Desflurano (substância ativa) de 3% para
12% diminuiu o volume expiratório e aumentou a pressão arterial de
dióxido de carbono e a frequência respiratória. A combinação de
N2O a 60% com uma determinada concentração de Desflurano
(substância ativa) gerou valores similares àqueles com o Desflurano
(substância ativa) isoladamente. A depressão respiratória produzida
pelo Desflurano (substância ativa) é semelhante àquela produzida
por outros agentes inalatórios potentes. O uso de concentrações de
Desflurano (substância ativa) maiores que 1,5 CAM podem produzir
apneia.

Farmacocinética

Devido à natureza volátil do Desflurano (substância ativa) em
amostras de plasma, seu perfil washin-washout foi utilizado como
substituto da farmacocinética plasmática. O Desflurano (substância
ativa) é um anestésico líquido volátil para inalação, é minimamente
biotransformado no fígado humano. Menos de 0,02% de Desflurano
(substância ativa) absorvido pode ser recuperado na forma de
metabólitos urinários (comparado com 0,2% de isoflurano). Oito
voluntários saudáveis do sexo masculino foram, primeiramente,
submetidos à inalação de 70% de N2O/30% de O2
por 30 minutos e, então, a uma mistura de Desflurano (substância
ativa) a 2,0%, isoflurano a 0,4% e halotano a 0,2%, por mais 30
minutos. Durante este período, foram medidas as concentrações
inspirada e expirada (FI e FA). O valor FA/FI
(washin) após 30 minutos foi de 0,91 para o Desflurano
(substância ativa), em comparação a 1,00 para o N2O,
0,74 para o isoflurano e 0,58 para o halotano (Vide Figura 1). As
taxas de washin para o halotano e o isoflurano foram
similares aos valores da literatura. O washin foi mais
rápido para o Desflurano (substância ativa) do que para o
isoflurano e o halotano em todos os tempos avaliados. O valor
FA/FAO (washout) após 5 minutos foi de 0,12 para o
Desflurano (substância ativa), 0,22 para o isoflurano e 0,25 para o
halotano (Vide Figura 2). O washout para o Desflurano (substância
ativa) foi mais rápido do que para o isoflurano e o halotano em
todos os tempos avaliados de eliminação. Em 5 dias, o FA/FAO para o
Desflurano (substância ativa) é 1/20 daquele para o halotano ou
isoflurano.

Toxicologia não clínica

Carcinogênese, Mutagênese, Comprometimento da
Fertilidade

Carcinogênese

Estudos de longo prazo em animais para avaliar o potencial
carcinogênico do Desflurano (substância ativa) não foram
realizados.

Mutagênese

Estudos de genotoxicidade in vitro e in vivo não
demonstraram mutagenicidade ou lesão cromossômica pelo Desflurano
(substância ativa). Os testes para genotoxicidade incluíram o
ensaio de mutação de Ames, a análise dos linfócitos humanos em
metáfase e o ensaio de micronúcleo em camundongos.

Danos na fertilidade

Em um estudo em que os animais machos foram administrados 8,2%
de Desflurano (substância ativa) (60% de oxigênio) para 0,5, 1,0 ou
4,0 horas por dia, começando 63 dias antes do acasalamento e
administrando-se às fêmeas as mesmas doses de Desflurano
(substância ativa) por 14 dias antes do acasalamento no dia 21 do
aleitamento, não houve efeitos adversos na fertilidade no grupo de
tratamento de 1,0 hora por dia. No entanto, a fertilidade masculina
e feminina reduzida foi observada no grupo de 4 horas por dia. Foi
observado um aumento na mortalidade e diminuição do ganho de peso
corporal, dependente da dose em todos os grupos de tratamento.

Toxicologia animal e/ou Farmacologia

Estudos publicados em animais demonstram que o uso de agentes
anestésicos durante o período de crescimento rápido do cérebro ou
sinaptogênese resulta em perda generalizada de células neuronais e
oligodendrócitos no cérebro em desenvolvimento e alterações na
morfologia sináptica e neurogênese. Com base em comparações entre
espécies, acredita-se que a janela de vulnerabilidade a essas
mudanças se correlaciona com as exposições no terceiro trimestre
nos primeiros meses de vida, mas pode prolongar-se para
aproximadamente 3 anos de idade em seres humanos.

Em primatas, a exposição a 3 horas de um regime anestésico que
produziu um plano cirúrgico leve da anestesia não aumentou a perda
de células neuronais, no entanto, regimes de tratamento de 5 horas
ou mais aumentaram a perda de células neuronais. Os dados em
roedores e em primatas sugerem que as perdas de células neuronais e
oligodendrocitárias estão associadas a déficits cognitivos sutis
mas prolongados na aprendizagem e na memória. O significado clínico
desses achados não clínicos não é conhecido, e os profissionais de
saúde devem equilibrar os benefícios da anestesia adequada em
neonatos e crianças pequenas que exigem procedimentos contra os
riscos potenciais sugeridos pelos dados não clínicos.

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento
Desforane.

Cuidados de Armazenamento do Desforane

Desforane (desflurano) é um líquido incolor, não inflamável,
volátil (abaixo de 22,8 °C) para inalação.

Desforane (desflurano) deve ser conservado em temperatura
ambiente (15 a 30°C). Proteger da luz e umidade. O frasco deve ser
mantido na posição vertical. Para evitar vazamento, ajuste
firmemente a tampa, mas não aperte muito. Desforane (desflurano)
deve ser mantido na embalagem original até imediatamente antes do
uso.

O prazo de validade do medicamento é de 36 meses e está indicado
na sua embalagem. Ao adquirir um medicamento confira sempre o prazo
de validade.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Antes de usar, observe o aspecto do
medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Desforane

Reg. MS n° 1.0683.0167.

Farm. Resp.:

Cintia Priscilla Guedes.
CRF/SP nº 62.366.

Fabricado por:

Baxter Healthcare of Puerto Rico.
Km 142,5 Route # 3.
Guayama, Porto Rico 00784 USA.

Importado por:

Baxter Hospitalar Ltda.
Av. Dr. Chucri Zaidan, 1.240.
Torre B, 12º andar, conj 1201 e 1204 – São Paulo – SP – Brasil.
CNPJ nº 49.351.786/0001-80.
Indústria Brasileira.

SAC – 0800 012 5522.

Venda sob prescrição médica.

Uso restrito a hospitais.

Desforane, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.