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Tratamento da dor: Enxaqueca menstrual e relacionada à menstruação com o Dr. André Mansano

Enxaqueca e a Menstruação: Entendendo a Relação

Olá pessoal,

Este vídeo é sobre a relação da enxaqueca com a menstruação. Estou gravando a pedido de uma seguidora do Instagram. Inclusive, convido vocês a seguir a minha página no Instagram porque lá eu consigo interagir com vocês de forma mais rápida.

Bom, então até o final desse vídeo, vocês aprenderão o que é enxaqueca com e sem aura, o que é enxaqueca menstrual e enxaqueca relacionada à menstruação, porque são coisas levemente diferentes. Também entenderão qual é a influência dos hormônios femininos na enxaqueca, se pacientes com enxaqueca podem ou não usar anticoncepcionais e se a estratégia de emendar a pílula pode ajudar uma paciente com enxaqueca.

Vamos começar falando rapidamente sobre enxaqueca, que não é sinônimo de dor de cabeça. É apenas um dos tipos de dores de cabeça e normalmente acontece em algumas fases. Nem todo paciente passa por todas essas fases. As fases são muito importantes, de modo que nós temos a enxaqueca com aura e a enxaqueca sem aura. Os pacientes podem ou não obrigatoriamente ter uma fase de pródromos antes da dor de cabeça. Normalmente, quem tem sente alterações físicas e mentais como cansaço, compulsão por certos tipos de alimentos, alterações de humor como irritabilidade ou depressão, e essas sorte de fase pode durar de uma a 24 horas. Cerca de 25% dos pacientes têm aquilo que nós chamamos de aura, que são sintomas visuais como, por exemplo, pontos brilhantes ou diminuição da visão; auditivos, como zumbido ou diminuição da audição e normalmente isso acontece antes da crise.

Então, temos a fase com a dor de cabeça em si que pode ser de moderada a forte intensidade, tipicamente do tipo pulsátil ou latejante, que pode piorar com atividades do cotidiano. Essas dores podem ser de um ou dois lados da cabeça e normalmente acompanhadas de náuseas. Frequentemente também a luz e o barulho incomodam muito. Depois disso, há uma fase de resolução. A maioria das crises vai diminuindo lentamente. Algumas são abruptas, então recolher-se em um quarto escuro e tentar dormir é de grande valia nessa fase. E claro, usar os medicamentos indicados pelo médico. Depois, há o estado de pós-crise, é o estágio final e pode ser descrita pelo paciente como uma sensação de ressaca, podendo durar dias para passar.

E a gente percebe como é inequívoca a relação da enxaqueca com os hormônios femininos. O primeiro dado é que a incidência e a frequência de enxaqueca é três vezes mais comum nas mulheres quando comparamos com os homens, e o pico, ou seja, aquela fase que a mulher tem mais enxaqueca é justamente na fase adulta jovem, normalmente, de 18 até 25, 28 anos. E nós temos, então, fundamentalmente dois tipos: a enxaqueca menstrual, onde a mulher vai ter crises de dor de cabeça única e exclusivamente dois dias antes até dois dias depois do sangramento menstrual, ou a enxaqueca relacionada à menstruação, onde a mulher pode ter crises nesse período pré-menstrual e das crises pode piorar nesse período que eu citei, mas nada impede que ela tenha a crise fora desse período.

A fisiologia e os desafios da menstruação são bastante complexos. Eu confesso é uma saga nada de hormônios que vocês não têm ideia, mas eu queria focar especificamente no estrogênio, que é muito importante na origem da enxaqueca.

Bom, então, animação para entendermos melhor como funciona o ciclo menstrual. O primeiro dia também a situação conta-se a partir do primeiro dia de sangramento. Depois dessa data, há uma série de alterações físicas e hormonais que tem como objetivo principal a proliferação do endométrio e também a promoção da ovulação, que acontece mais ou menos no 14º dia. Se não houver fecundação, essa camada do endométrio é eliminada, e isso é o sangramento.

Há uma série de alterações hormonais durante o ciclo, que vão se repetir no mês a mês até que a mulher entra na menopausa. E da mulher tem sim o número limitado de ciclos menstruais. Mas vamos focar agora na questão do estrogênio. E nós estamos vendo aqui em rosa: após a ovulação, há o aumento dos níveis de estrogênio. Depois da ovulação, esses níveis vão diminuindo e acabam oscilando aqui no período pré-menstrual. São exatamente essas oscilações dos níveis de estrogênio que podem estar relacionadas com as crises de enxaqueca em algumas mulheres. Muito mais do que os níveis absolutos do hormônio no sangue.

Pacientes que têm enxaqueca menstrual ou relacionado à menstruação podem fazer uso de anticoncepcionais. Podem sim! Único cuidado está nas pacientes que têm enxaqueca com aura que vão fazer o uso de anticoncepcionais que contêm estrogênio. A gente sabe que tem anticoncepcional que tem progestágeno, tem anticoncepcional que tem estrógeno e tem anticoncepcional que tem as duas substâncias. Porque esse cuidado? Pacientes que têm enxaqueca com aura têm um risco um pouquinho mais aumentado de ter AVC – um derrame. Não se espera que este risco é só um pouquinho mais aumentado, mas o uso de estrógeno pode aumentar um pouquinho mais o risco de ter esse problema de ter AVC. E de ter estrogênio. Então, não recomendamos o uso de estrógeno nas pacientes com enxaqueca com aura. Nas pacientes que não têm aula, não tem problema algum.

Então, baseado em tudo isso que aprendemos nesse vídeo hoje, também nos estudos científicos que já foram feitos, nós temos uma arma muito valiosa no tratamento e na prevenção da enxaqueca menstrual ou da enxaqueca relacionada à menstruação, que é o uso de anticoncepcionais orais que contêm estrógeno de forma contínua, sem aquela semana sem usar a medicação, sem aquela semana placebo que vai causar o fluxo menstrual. É o popular emendar a pílula que vai, então, suprimir o ciclo menstrual. Muitas pacientes melhoram com essa técnica, lembrando que pacientes com enxaqueca com aura não são as melhores pacientes para fazerem esse tipo de tratamento.

Fonte: Enxaqueca Menstrual e Enxaqueca Relacionada a Menstruação – Dr. André Mansano Tratamento da Dor. por Dr. André Mansano – Tratamento da Dor