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Guia completo sobre estado hiperosmolar hiperglicêmico


Oi rapaziada, seja bem-vindos ao tutorial de medicina. Eu sou Arthur, estudante de medicina, e hoje vamos fazer uma revisão sobre os principais tópicos sobre a crise hiperglicêmica, o Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico.
Recomendo que, caso você ainda não tenha assistido um vídeo sobre cetoacidose diabética, clique aqui em cima, pois durante o vídeo falarei às vezes sobre a diferença entre os dois.
Então, vamos lá!
O Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico é uma crise hiperglicêmica que ocorre em pacientes com diabetes mellitus tipo 2, principalmente em idosos acima de 65 anos, e é causado pela deficiência relativa de insulina. Não é uma deficiência absoluta de insulina, mas sim, um décimo do que é necessário para manter a glicemia. Como resultado, não gera acidose, e é acompanhado por um aumento dos hormônios contra-reguladores, como cortisol e catecolaminas. Isso faz com que haja gliconeogênese, ou seja, a formação de glicose a partir de outros substratos, ocasionando a hiperglicemia.
A hiperglicemia, junto com a deficiência relativa de insulina, gera a perda de água e eletrólitos, o que provoca a desidratação. Além disso, pacientes idosos têm baixa ingesta de água, eventos que aumentam a demanda energética e infecções, o que piora o estado do paciente. Essas infecções incluem pneumonias e infecções do trato urinário.
Sintomas como poliúria, polidipsia e polifagia podem estar presentes por dias antes do quadro abrupto. Os sinais e sintomas neurológicos, associados à depleção de volume, decorrem da aglicemia. A apresentação neurológica será de rebaixamento do nível de consciência, o que pode levar o paciente ao coma. O estado hiperosmolar hiperglicêmico é uma emergência médica, e o tratamento envolve três pilares diferentes: correção das causas subjacentes, infusão de fluidos endovenosos, e insulino terapia. As causas podem ser quatro, e em casos graves, bicarbonato pode ser necessário.
A avaliação diagnóstica é feita através de exames laboratoriais, que auxiliam no preenchimento dos critérios diagnósticos. A modalidade efetiva para o estado hiperosmolar hiperglicêmico pode ser calculada através de duas vezes o sódio mais a glicose sobre 18.
O tratamento deve começar com a infusão de fluidos endovenosos, seguida da insulino terapia. A insulina só será iniciada após a estabilização do paciente, e em todos os pacientes exceto aqueles com potássio menor que 3,3. O potássio deve ser reposto caso ele esteja menor que 5,3.
As infecções são os principais precipitantes, como a pneumonia e a infecção do trato urinário, enquanto as outras doenças agudas podem precipitar o estado hiperosmolar hiperglicêmico.
Em resumo, o Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico é uma emergência médica, que pode ter uma apresentação clínica de sintomas neurológicos e depleção de volume. O tratamento envolve três pilares diferentes e foca na correção das causas subjacentes.
Referências utilizadas:
– Kitabchi, A. E., Umpierrez, G. E., Miles, J. M., & Fisher, J. N. (2009). Hyperglycemic crises in adult patients with diabetes. Diabetes care, 32(7), 1335-1343.
– Pasquel, F. J., & Umpierrez, G. E. (2014). Hyperosmolar hyperglycemic state: a historic review of the clinical presentation, diagnosis, and treatment. Diabetes care, 37(11), 3124-3131.
– Rosival, V. (2011). Hyperosmolar hyperglycemic state in elderly diabetic patients. Acta diabetologica, 48(1), 15-20.
Fonte: Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico por Tutorial Medicina