Pular para o conteúdo

Atualização sobre mioma uterino: Causas, Sintomas e Tratamentos


Boa tarde para vocês! Espero que tenham tido uma ótima semana. No TVMulher de hoje, falarei sobre uma patologia ginecológica muito presente no dia a dia dos ginecologistas e que há muito tempo atrás eu gravei um programa abordando sobre esse tema e hoje vou dar uma atualizada no assunto: vou falar sobre mioma uterino.
O mioma uterino, conhecido como fibra longa por muitos, é um tumor benigno, não é câncer e é muito comum. Para que vocês possam ter uma ideia, uma em cada duas mulheres terá mioma ao longo de suas vidas. Ele é mais frequentemente encontrado na raça negra, em mulheres que têm histórico familiar de mioma, nas obesas, quando há deficiência de vitamina D e entre os 35 e 50 anos de idade. Sua ocorrência está relacionada à ação dos hormônios estrogênio e, mais recentemente, descobriu-se que a progesterona também tem participação na sua gênese.
Um mioma pode ser único ou múltiplo e, dependendo da sua localização, pode ser subseroso, intramural ou submucoso. Tanto o submucoso quanto o subseroso podem ter uma haste, podem ficar grudados na parede ou podem ter uma arte separando e são chamados de pediculados.
Grande parte das pacientes não apresentam sintomas e acabam descobrindo que têm mioma ocasionalmente através de um exame ginecológico ou através de exame de ultra-som. As mulheres sintomáticas poderão apresentar sangramento uterino anormal e abundante, dor pélvica, dor na relação sexual, aumento de volume no abdome, sintomas urinários como vontade de urinar frequentemente de dia e de noite, incontinência urinária e retenção urinária, assim como sintomas gastrointestinais como sensação de querer evacuar e hemorroidas. Tanto os sintomas urinários como os gastrointestinais geralmente estão relacionados à miomas de grande volume. Uma vez que, devido ao tamanho, poderão comprimir órgãos localizados próximos a eles.
Um mioma também pode ocasionar infertilidade, abortamento, presença de massa palpável e, além de tudo o que eu acabei de dizer, ele pode causar anemia, uma vez que ele promove o sangramento uterino intenso.
Suspeitamos que uma paciente tenha mioma através das suas queixas e também quando no exame físico ginecológico notamos a presença de um tumor na região do útero. Para ajudar no diagnóstico, nos valemos de exames de imagem, sendo que o mais usado é o ultrassom pélvico ou transvaginal. Outros exames de imagem que podem ser utilizados, dependendo do caso para caso, são a histerossalpingografia, a estereossongrafia e histeroscopia, tomografia computadorizada e a ressonância magnética.
Quando o mioma é pequeno e não produz sintomas, não fazemos nada em termos de tratamento, apenas o acompanhamos periodicamente para avaliar o seu crescimento. Quando os sintomas são discretos e não interferem na qualidade de vida da mulher, dependendo do caso, podemos tratar com anti-inflamatórios, anticoncepcionais hormonais ou até mesmo com a inserção do sistema intrauterino. Nesses casos, a mulher deve ser tratada até a menopausa, pois como falei no início do programa, a ocorrência do mioma está ligada à ação de hormônios que, após a menopausa, declinam, o que faz com que os miomas presentes parem de crescer ou até mesmo diminuam de tamanho.
Para pacientes que apresentam dor intensa, sangramento abundante ou sintoma de compressão gastrointestinal ou das regiões, o tratamento deverá ser a cirurgia. A técnica cirúrgica utilizada vai depender de alguns fatores, como tamanho e localização do tumor, desejo de gravidez, além da idade da paciente.
Antes de terminar, eu acho importante dizer que o tamanho do mioma não está relacionado à sua sintomatologia. Com exceção daqueles sintomas urinários e gastrointestinais por compressão, significa que a gente pode ter um mioma relativamente grande, completamente assintomático, e terminamos bem pequenos. Às vezes, é o tamanho de um grão de feijão que causa uma dor intensa e hemorragia, assim excluindo a possibilidade de compressão de órgãos, não é o tamanho do mioma que vai indicar o tratamento expectante ou cirúrgico, e sim os sintomas da paciente.
E é isso, gente! Com essas informações, termina o TVMulher de hoje, desejando a vocês uma ótima semana. Se tiverem sugestões, envie por e-mail que está na tela, e não se esqueça de cuidar bem do seu corpo, porque não se é o maior instrumento. Até a próxima semana. Tchau!
Fonte: MIOMA UTERINO – ATUALIZAÇÃO por Marcia Silva