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Platistine


Como Platistine funciona?

Platistine é um medicamento antineoplásico, cujo princípio
ativo é a cisplatina, que inibe a síntese do DNA, as sínteses de
proteínas e RNA.

Contraindicação do Platistine

Pacientes com insuficiência pré-existente nos rins e deficiência
auditiva não devem utilizar cisplatina, a menos que no julgamento
do médico e do paciente, os possíveis benefícios do tratamento
excedam os riscos.

A cisplatina não deve ser usada em pacientes com mielodepressão
(depressão da medula óssea) e está também contraindicada em
pacientes com história de reações alérgicas a este produto ou a
outros compostos contendo platina, ou ainda a qualquer outro
componente da formulação. A cisplatina também não deve ser
administrada durante a gravidez e lactação.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em
caso de suspeita de gravidez.

Como usar o Platistine

Orientações gerais

Todos os procedimentos para manuseio, dispensação e descarte
adequado de fármacos e medicamentos antineoplásicos devem ser
considerados. Seu médico irá determinar quanto e quando você
receberá a medicação. Sua medicação será dada através de uma cânula
que será introduzida através de um cateter em uma de suas veias,
normalmente do braço, pulso ou das mãos e algumas vezes do peito
(administração intravenosa ou infusão IV). Um enfermeiro ou outro
profissional capacitado irá administrar os medicamentos para seu
tratamento. Avise imediatamente se algum destes medicamentos caírem
na sua pele ou espirrar em seus olhos; ou se você sentir dor quando
da punção da agulha na veia.

Posologia

As doses terapêuticas variam conforme o estágio da doença. O
limite da dose depende do paciente e do protocolo utilizado.
Converse com seu médico para saber quanto e quando você receberá
seu tratamento.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os
horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o
tratamento sem o conhecimento do seu médico.


O que eu devo fazer quando me esquecer de usar
Platistine?

Este medicamento deve ser dado mediante um esquema regular de
tratamento. Se você perder uma dose, avise seu médico ou
profissional responsável para receber as devidas instruções.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Platistine

Este tipo de medicamento pode fazer com que você tenha
sangramentos ou infecções com maior frequência. É recomendado que
você evite o contato com pessoas doentes; lave as mãos
frequentemente; afaste-se de situações perigosas em que você pode
se machucar, como jogos desportivos e utilização de objetos
cortantes; você deve escovar os dentes e usar o fio dental
suavemente.

Seu médico solicitará exames de sangue e urina regularmente
enquanto você estiver usando este medicamento. Outros exames também
serão necessários com frequência, como testes auditivos.

Mesmo utilizando medicamentos para prevenir náusea e vômito,
você pode continuar a sentir esses efeitos. Converse com seu médico
para tentar controlá-los.

As reações adversas relacionadas a cisplatina podem aparecer
durante ou após o tratamento.

A cisplatina só deve ser manipulada e administrada por
pessoal treinado no uso de medicamentos
antineoplásicos.

A tampa de borracha de fechamento do frasco contém látex
natural.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico.
Pode ser perigoso para a sua saúde.

Reações Adversas do Platistine

Algumas das reações adversas mais comuns relacionadas a
cisplatina são:

Nefrotoxicidade (toxicidade relativa aos rins); ototoxicidade
(toxicidade relativa ao aparelho auditivo); anafilaxia;
mielossupressão; distúrbios eletrolíticos séricos que podem ser
manifestados por irritação muscular ou cãibras, tremor, espasmos;
neurotoxicidade (toxicidade no sistema nervoso); toxicidade ocular
como visão turva e alteração na percepção das cores; náuseas e
vômitos; hepatotoxicidade (podem ocorrer elevações transitórias das
enzimas hepáticas e bilirrubina); diarreia; anorexia; soluços;
erupção cutânea; alopecia (queda de cabelo); mal-estar.

Foram observados casos raros de alterações cardíacas, toxicidade
vascular que pode incluir infarto do miocárdio e acidente vascular
cerebral.

Pacientes que adotaram terapia com doses mais elevadas e com
maiores frequências podem apresentar graves doenças no sistema
nervoso que podem ser irreversíveis. Essas doenças no sistema
nervoso são observadas como sensações anormais dos sentidos e
sensibilidade nas extremidades dos membros inferiores e superiores,
diminuição dos reflexos, perda da percepção, sensação vibratória e
perda da função motora.

Durante a terapia com cisplatina, poderá ocorrer toxicidade no
aparelho auditivo, que pode ser mais pronunciada em crianças, e é
manifestada por zumbido e/ou perda da audição de altas frequências
e, ocasionalmente, surdez. Você poderá apresentar reações
semelhantes às anafiláticas, incluindo edema na face, constrição
dos brônquios, aumento dos batimentos cardíacos e diminuição da
pressão arterial.

Avise seu médico sobre outros efeitos adversos que você achar
que são causados por este medicamento.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou
farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de
atendimento.

População Especial do Platistine

Atenção: este medicamento contém açúcar, portanto, deve
ser usado com cautela em portadores de diabetes.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em
caso de suspeita de gravidez.

Uso pediátrico

A toxicidade no aparelho auditivo pode ser mais pronunciada em
crianças, sendo manifestada por zumbido e/ou perda da audição de
altas frequências e ocasionalmente surdez.

Uso em idosos

Pacientes idosos tem maior risco de apresentar depressão da
medula óssea, toxicidade dos rins e toxicidade neurológica. Devem
ser monitoradas as funções hepáticas e renais.

Uso em pacientes com insuficiência renal

Após administração, a cisplatina encontra-se altamente
concentrada nos rins. Esta concentração geralmente é relacionada à
dose, e pode levar à nefrotoxicidade cumulativa.

Uso em pacientes com insuficiência hepática

A dose usual para adultos deve ser usada com cautela.

Composição do Platistine

Cada mL de Platistine solução injetável
contém:

1 mg de cisplatina.

Excipientes:

cloreto de sódio, manitol, ácido clorídricoa, hidróxido de
sódioa e água para injetáveis.

Superdosagem do Platistine

A superdose aguda de cisplatina pode resultar em dano ao rim,
fígado, ouvido, olhos, medula óssea, náuseas e vômitos intratáveis.
Além disso, pode ocorrer morte após a superdose.

Nenhum antídoto comprovado foi estabelecido para a superdose com
cisplatina.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível.

Interação Medicamentosa do Platistine

Os níveis plasmáticos de anticonvulsivantes podem tornar-se
subterapêuticos durante a terapia com cisplatina. Em um ensaio
randomizado no câncer avançado de ovário, a duração da resposta foi
negativamente afetada quando do uso de piridoxina com altretamina
(hexametilmelanina) e cisplatina. Os efeitos nefrotóxicos e
ototóxicos da cisplatina podem ser potencializados por medicamentos
nefro ou ototóxicos (aminoglicosídeos, diuréticos de alça).

O efeito dos anticonvulsivantes pode ser diminuído se usados
durante o tratamento com cisplatina. Álcool e ácido
acetilsalicílico devem ser evitados durante o tratamento com
cisplatina, devido ao aumento do risco de hemorragias
gastrintestinais. Vacinas de vírus vivos não devem ser utilizadas
durante o tratamento com cisplatina.

A estabilidade da cisplatina é adversamente afetada na presença
de bissulfito, metabissulfito, bicarbonato de sódio e
fluoruracila.

Ação da Substância Platistine

Resultados da eficácia

Tumores metastáticos do testículo

Popadiuk et al. (2006) analisaram um estudo
multicêntrico realizado desde 1998 envolvendo 31 meninos de um mês
a 18 anos de idade (média de 14 anos) com tumores testiculares
malignos. Quatro desses pacientes foram excluídos da análise, uma
vez que três já haviam sido tratados e um morreu no segundo dia de
hospitalização.

Vinte e sete meninos foram submetidos à cirurgia (orquiectomia),
nas quais 26 foram primárias (81% completas) e três secundárias
(100% completas). Do total dos pacientes 33% não receberam
quimioterapia após a cirurgia, em 41% foi administrado o protocolo
de tratamento vimblastina, bleomicina e cisplatina e em 26% o
protocolo de tratamento etoposídeo, ifosfamida e cisplatina.

Dois pacientes também receberam o protocolo adriamicina,
bleomicina e carboplatina. Dentre as 26 crianças com tumores de
células germinativas, 25 (96%) permaneceram vivas e 23 (88%)
apresentaram primeira remissão após o término do tratamento. Uma
criança faleceu devido à metástase do sistema nervoso central.

Duas crianças tiveram reincidência local tratadas com
quimioterapia ou cirurgia com bons resultados. A média de
acompanhamento foi de 45 meses. A eficácia e toxicidade de terapia
utilizando etoposídeo e cisplatina em pacientes com tumores
metastáticos de células germinativas foram investigadas por
Shintaku et al

O estudo envolveu 18 pacientes com tumores metastáticos de
células germinativas (seis seminomas e 12 não seminomas, estágio II
8, estágio IIIA 2, estágio IIIB 6, estágio IIIC 2) tratados com
três a cinco ciclos de indução com regime etoposídeo e cisplatina.
Foram administrados 100 mg/m2 de etoposídeo e 20
mg/m2 de cisplatina nos dias 1 a 5 e repetido a partir
do dia 21. Depois da obtenção de níveis normais dos marcadores
tumorais, foram realizados um ou dois ciclos adicionais de
etoposídeo e cisplatina.

Ao final do tratamento, quatro dos 18 pacientes (22%) alcançaram
remissão completa e 14 pacientes (78%), remissão parcial. Destes
últimos, sete foram tratados com excisão dos tumores residuais e
alcançaram remissão completa; outros quatro pacientes que
alcançaram remissão parcial seguiram sem excisão cirúrgica e
não demonstraram evidências de progressão da doença; e outros três
pacientes que receberam quimioterapia de resgate, com ou sem
cirurgia adjuvante, resultaram em remissão completa de dois
pacientes e remissão parcial de um paciente.

Ao final do estudo, 13 pacientes (72%) que alcançaram remissão
completa permaneceram vivos e livres da doença, e cinco pacientes
(28%) apresentaram remissão parcial e permaneceram vivos com
marcadores tumorais negativos sem evidência de recidiva.

Loehrer et al. (1998) estudaram a efetividade da
combinação de vimblastina, ifosfamida e cisplatina em tratamento de
segunda linha de pacientes com tumores de células germinativas.
Foram avaliados 135 pacientes com doença progressiva após terapia
baseada na combinação cisplatina e etoposídeo. Dos pacientes
avaliados 67 (49,6%) apresentaram-se livres da doença após o
tratamento. Foi concluído que esse esquema é capaz de produzir
respostas duráveis nesses pacientes.

González et al. (1995) analisaram um estudo clínico
para avaliar a eficácia de fármacos quimioterápicos para as
neoplasias de células germinativas. O protocolo utilizou
cisplatina, bleomicina, vincristina e etoposídeo em doses semanais
por seis ciclos. Foi estabelecida uma eficácia de 71% após
quimioterapia, com 86% de respostas completas, 14% de respostas
parciais e uma média de recaídas de 28%.

Foi observada uma tolerância adequada com toxicidade mínima,
estatisticamente significativa, apenas para leucócitos e
eritrócitos, pois esse protocolo demonstrou ser menos tóxico e mais
seguro que outros esquemas, requerendo menor hospitalização (média
de dois dias por ciclo), com redução de custos. Em uma análise
retrospectiva de 229 pacientes com tumores disseminados de células
germinativas recebendo o regime de cisplatina, vimblastina e
bleomicina com ou sem doxorrubicina, Roth et al. (1988)
observaram resposta completa em 175 pacientes (76,4%) que
utilizaram apenas quimioterapia ou que foram submetidos à cirurgia
adjuvante. Em uma média de 102,3 meses de acompanhamento (73 a 144
meses), 147 pacientes (64,2%) permaneceram vivos, e 146 ficaram
livres da doença.

A probabilidade estimada de sobrevida em 12 anos foi de 65% e a
probabilidade estimada de sobrevida livre de recidiva, para os
pacientes que obtiveram respostas completas, foi de 83,5%.

Williams et al. (1987) observaram em um estudo com 244
homens com tumor disseminado de células germinativas avançado que o
regime cisplatina, etoposídeo e bleomicina foi mais eficaz que o
regime cisplatina, vimblastina e bleomicina, além de apresentar
menos toxicidade neuromuscular. O esquema utilizado consistiu de
cisplatina 20 mg/m2 por cinco dias, bleomicina 30
unidades nos dias 2, 9 e 16 e vimblastina 0,15 mg/kg nos dias 1 e 2
ou etoposídeo 100 mg/m2 nos dias 1 a 5. Todos os
pacientes receberam quatro ciclos em intervalos de três
semanas.

Verificou-se que 74% dos pacientes que receberam o regime
cisplatina, vimblastina e bleomicina e 83% que receberam o regime
cisplatina, etoposídeo e bleomicina permaneceram livres da doença,
com ou sem cirurgia subsequente. Protocolos com doses reduzidas de
vimblastina (0,2 a 0,4 mg/kg/dose) associada à cisplatina com
bleomicina promoveram bons índices de respostas (remissões
completas de 71% a 97%) e com baixa toxicidade, segundo observações
de Pizzocaro et al. (1986) e Stoter et al.
(1986). Pizzocaro et al. (1985) verificaram em um
estudo clínico utilizando o esquema cisplatina, etoposídeo e
bleomicina, com ou sem cirurgia, remissão completa em 37 dos 40
pacientes (92,5%) com tumores testiculares de células
germinativas.

Os pacientes receberam cisplatina 20 mg/m2 nos dias 1
a 5, etoposídeo 100 mg/m2 nos dias 1 a 5 e bleomicina 18
mg/m2 nos dias 2, 9 e 16, sendo que os ciclos foram
repetidos em intervalos de quatro semanas e nenhum dos pacientes
recebeu quimioterapia ou radioterapia anteriormente. O regime
cisplatina, etoposídeo e bleomicina produziu remissão completa em
25 dos 40 pacientes (62,5%). A cirurgia produziu resposta completa
em outros 12 pacientes (30%), atingindo um índice de resposta
completa global de 92,5%.

Tumores metastáticos do ovário

Brandão et al. (1991) avaliaram 25 casos de pacientes
com tumor germinativo de ovário tratados com quimioterapia à base
de cisplatina. Para avaliação da sobrevida, os casos foram
separados em grupos de sete pacientes com estádio I, sendo que
cinco delas estavam livres de doença e em observação de 16 a 86
meses; grupo de cinco pacientes com disgerminoma avançado, estando
três em remissão completa, dez a 54 meses após o tratamento; grupo
de 13 pacientes com tumor que não o disgerminoma e com doença
residual após a primeira cirurgia.

De 26 a 91 meses após o término da quimioterapia, sete pacientes
obtiveram respostas objetivas e quatro permaneceram vivas e bem. De
nove casos com doença muito avançada, duas permaneceram vivas e
bem. Os resultados sugerem que pacientes com estádio clínico I, com
doenças residuais após a primeira cirurgia menores que 5 cm e com
histologia de disgerminoma obtiveram melhora de prognóstico.

Em um estudo fase II realizado entre 1981 e 1986, Gershenson
et al. (1987) analisaram oito pacientes com tumores do
estroma ovariano metastáticos para determinar a eficácia do regime
quimioterápico combinando cisplatina, doxorrubicina e
ciclofosfamida. As pacientes receberam cisplatina 40-50
mg/m2 intravenosa (IV), doxorrubicina 40-50
mg/m2 IV e ciclofosfamida 400-500 mg/m2 IV,
todos no dia 1 a cada 28 dias, com média de seis ciclos (faixa de
quatro a 14). A idade média era de 43 anos (faixa de 24 a 65
anos).

Três pacientes (38%) obtiveram resposta completa e duas
pacientes (25%) resposta parcial, sendo o índice de resposta global
de 63%. A toxicidade foi mínima. Quatro pacientes permaneceram
livres da doença em um período de avaliação de 13 a 48 meses, uma
paciente permaneceu viva com a doença aos seis meses, e três
pacientes tiveram óbito devido ao tumor em quatro, 17 e 36 meses, a
partir do início da quimioterapia.

Carcinoma avançado da bexiga

Merrin (1978), em um estudo piloto com 19 pacientes com câncer
de bexiga, analisou a eficácia da cisplatina como agente único para
o tratamento de carcinoma de células transicionais. Dos pacientes
envolvidos, 14 tinham lesões estágio D, três em estágio C e dois
pacientes tinham tumores em estágio B.

Os pacientes receberam cisplatina 1 mg/kg misturado com 2.000 cc
de dextrose a 5% em um terço de solução salina normal; 37,5 mg de
manitol e 40 mEq de cloreto de potássio em uma infusão lenta
durante seis a oito horas por semana nas primeiras seis semanas e
depois a cada três semanas.

Nos pacientes com a doença em estágio D foram observadas uma
remissão clínica completa, sete remissões clínicas parciais, uma
resposta objetiva mínima e uma resposta subjetiva, sendo que quatro
pacientes não responderam ao tratamento. Não foram observadas
respostas nos três pacientes em estágio C. Nos pacientes em estágio
B foi observada uma remissão parcial e uma resposta objetiva
mínima. Dos 19 pacientes envolvidos no estudo foi observado um
total de nove pacientes (47%) com respostas objetivas (remissão
completa e remissão parcial).

A duração das respostas variou de dois a dez meses (média de 4,8
meses). Foi concluído que a cisplatina tem um alto grau de eficácia
contra o carcinoma de células transicionais da bexiga.

Carcinomas espinocelulares de cabeça e
pescoço

Um estudo utilizando a combinação de vários fármacos para o
tratamento de pacientes com carcinoma de células escamosas de
cabeça e pescoço metastático ou em recidiva foi analisado por Chang
et al. (2008). Foram envolvidos 28 pacientes, que
receberam: cisplatina 40 mg/m2/d em infusão contínua
durante 24 horas no dia 1; alta dose de fluoruracila 2000
mg/m2/d e ácido folínico 100 mg/m2/d em
infusão contínua durante 48 horas nos dias 1 e 2; metotrexato 40
mg/m2/d em infusão em bolus quatro horas antes
da fluoruracila e do ácido folínico no dia 1. O tratamento foi
repetido a cada duas semanas em um ciclo. O índice de resposta
global foi de 25%, sendo que 14% dos pacientes apresentaram doença
estável.

Análise do subgrupo demonstrou significativa melhora da
sobrevida global (12,0 meses versus 5,3 meses, plt;0,001).
Kim et al. (2005) avaliaram a eficácia e segurança do uso
simultâneo de radioterapia com capecitabina e cisplatina em
pacientes com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço
localmente avançado. No total, 37 pacientes em estágios III ou IV
foram envolvidos no estudo.

A quimioterapia consistiu de dois ciclos de cisplatina
intravenosa de 80 mg/m2 no dia 1 e capecitabina oral de
825 mg/m2 duas vezes ao dia, do dia 1 ao 14 em
intervalos de três semanas. A radioterapia (1,8 a 2,0 Gy1 fração/d
para uma dose total de 70 a 70,2 Gy) foi aplicada no sítio tumoral
e no pescoço. Após a quimioradioterapia, foram confirmadas 29
respostas completas (78,4%) e seis respostas parciais (16,2%). Em
uma duração média de acompanhamento de 19,8 meses, os índices
estimados de sobrevida global e de sobrevida livre de progressão em
dois anos foram de 76,8% e 57,9%, respectivamente. Shin et
al.
(1998) observaram em estudo clínico com 53 pacientes com
carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço, recorrente ou
metastático um índice de resposta global de 58%, sendo 17% de
resposta completa e 40% parcial, mediante esquema terapêutico
combinado de paclitaxel, ifosfamida e cisplatina. O regime foi
administrado com paclitaxel 175 mg/m2 e cisplatina 60
mg/m2 no dia 1, e ifosfamida 1000 mg/m2 nos
dias 1 a 3; este ciclo foi repetido a cada três ou quatro
semanas.

As respostas completas duraram em média 4,9 meses. Entre os
pacientes que apresentaram metástase à distância, com ou sem
recidiva loco-regional, o índice de resposta foi significativamente
superior em comparação aos pacientes só com recidiva loco-regional
(p = 0,003). A média de sobrevida foi de oito meses, com 42,1% dos
pacientes vivos em um ano e 17,9% vivos em dois anos. Gebbia et
al.
(1997) analisaram estudo fase II envolvendo 60 pacientes,
a maioria (78%) com doença estádio IV, com carcinoma de células
escamosas de cabeça e pescoço localmente avançado irressecáveis,
não tratados previamente. Os pacientes receberam cisplatina 80
mg/m2 no dia 1, fluoruracila 600 mg/m2 nos
dias 2 a 5, e vinorelbina 25 mg/m2 nos dias 2 e 8. Cada
paciente recebeu uma média de 3,86 ciclos.

O índice de resposta global foi de 88%, com uma taxa de resposta
completa 23% e 65% de resposta parcial. A doença foi estabilizada
em 10% dos pacientes e a taxa de progressão foi de 2%. Os pacientes
com doença N0-1 obtiveram respostas completas com mais frequência
em relação aos pacientes com doença N2-3 (p = 0,037). Após
tratamento loco-regional (radioterapia e/ou cirurgia), 58% dos
pacientes estavam clinicamente livres da doença. A média de
sobrevida livre da doença foi de 16 meses e a sobrevida global de
23 meses.

Em um estudo clínico, Gasparini et al. (1991)
verificaram que o índice de resposta global de 100% foi alcançado
em 35 pacientes (resposta completa de 75%) com câncer de cabeça e
pescoço localmente avançado ou inoperável. O esquema utilizado foi
cisplatina 80 mg/m2 seguida de radioterapia 60 a 70 Gy.
As reações adversas mais comuns foram toxicidade gastrintestinal e
hematológica. Segundo Dreyfuss et al. (1990), a
administração de terapia combinada com ácido folínico, fluoruracila
e cisplatina no tratamento dos estágios III e IV de carcinoma
escamoso avançado de cabeça e pescoço produziu um índice de
resposta clínica de 80%, com 23 dos 35 pacientes (66%) apresentando
resposta completa. O esquema posológico usado foi cisplatina 25
mg/m2 nos dias 1 a 5; fluoruracila 800 mg/m2
nos dias 2 a 6; e ácido folínico 500 mg/m2 nos dias 1 a
6. O ciclo foi repetido a cada 28 dias e, dependendo da resposta,
os pacientes receberam dois ou três ciclos de tratamento.

Vokes et al. (1990) estudaram 31 pacientes com câncer
de cabeça e pescoço avançado (estágio III e IV) que não haviam
recebido tratamento prévio. O uso concomitante de cisplatina (100
mg/m2 no dia 1), fluoruracila (cinco dias de infusão
contínua a 1000 mg/m2/d) e alta dose de ácido folínico
oral (100 mg a cada quatro horas durante o período de infusão)
resultou em 29% de índice de resposta completa, sendo o índice de
resposta global de 84%.

Características Farmacológicas

A cisplatina é um complexo de metal pesado que contém um átomo
central de platina, ligado a dois átomos de cloro e duas moléculas
de amônia na posição cis, cujo peso molecular é 300,06.

Farmacodinâmica

A cisplatina é um medicamento antineoplásico com propriedades
bioquímicas similares as dos agentes alquilantes bifuncionais. A
cisplatina inibe a síntese do DNA pela produção de ligações
cruzadas interfitas e intrafitas no DNA. As sínteses de proteínas e
RNA também são inibidas, porém em menor extensão. Aparentemente não
é específico do ciclo celular.

Farmacocinética

Após injeção em bolus ou infusão intravenosa de duas a
sete horas, com doses variando de 50 a 100 mg/m2, a
meia-vida plasmática da cisplatina é de aproximadamente 30 minutos.
A razão entre a cisplatina e a platina total livre no plasma varia
de 0,5 a 1,1 após uma dose de 100 mg/m2. A cisplatina
não se liga de forma reversível às proteínas plasmáticas. Todavia,
a platina presente na composição da cisplatina mantém-se ligada às
proteínas plasmáticas. Estes complexos são lentamente eliminados,
com uma meia-vida de cinco dias ou mais.

Com doses de 20 a 120 mg/m2 de cisplatina, as
concentrações de platina são mais altas no fígado, próstata, rins;
um pouco mais baixas na bexiga, músculos, testículos, pâncreas e
baço; e mais baixas nos intestinos, adrenais, coração, pulmões,
cérebro e cerebelo. A platina permanece nos tecidos por até 180
dias após a última administração. Com exceção de tumores
intracerebrais, as concentrações de platina nos tumores são
geralmente mais baixas que as concentrações no órgão onde o tumor
está localizado.

Diferentes sítios metastáticos no mesmo paciente podem ter
diferentes concentrações de platina. Metástases hepáticas
apresentam a mais alta concentração de platina, mas esta
concentração é similar à concentração de platina no fígado normal.
Após uma variação de doses administradas por injeção em
bolus ou infusão até 24 horas aproximadamente, 10 a 40% da
platina é eliminada pela urina em 24 horas. Recuperações urinárias
médias de platina de forma semelhante são encontradas após
administração diária por cinco dias consecutivos. A cisplatina
inalterada constitui-se na maior parte da platina eliminada pela
urina, após uma hora da administração. O clearance renal
da cisplatina excede o clearance da creatinina.

O clearance renal da platina livre também excede o
clearance da creatinina, não sendo linear e dependente da
dose, da taxa de fluxo urinário e da variação individual da
secreção tubular de absorção. Não existe relação entre o
clearance renal da platina livre ou da cisplatina e o
clearance da creatinina. Existe um potencial para o
acúmulo da platina livre no plasma quando a cisplatina é
administrada diariamente, mas isto não ocorre quando a
administração é intermitente. Embora pequenas quantidades de
platina estejam presentes na bile e no intestino delgado após a
administração da cisplatina, a eliminação fecal da platina parece
ser insignificante.

Cuidados de Armazenamento do Platistine

Este medicamento deve ser mantido em temperatura ambiente
(abaixo de 25ºC), protegido da luz. Não refrigerar.

Prazo de validade: 24 meses a partir da data de fabricação.

Este medicamento é de uso único e qualquer solução não utilizada
deve ser devidamente descartada.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Característica do medicamento:

Solução transparente, incolor a amarelo pálido, isenta de
partículas visíveis.

Dizeres Legais do Platistine

MS – 1.0216.0181

Farmacêutico Responsável:

Carolina C. S. Rizoli
CRF-SP Nº 27071

Registrado por:

Rodovia Presidente Castelo Branco, Km 32,5
CEP 06696-000 – Itapevi – SP
CNPJ nº 46.070.868/0036-99

Fabricado e Embalado por:

Pfizer (Perth) Pty Ltd
Bentley – Austrália

Importado por:

Laboratórios Pfizer Ltda.
Rodovia Presidente Castelo Branco,Km 32,5
CEP 06696-000 – Itapevi – SP
CNPJ nº 46.070.868/0036-99

Venda sob prescrição médica.

Uso restrito a hospitais.

Cuidado: agente citotóxico.

Platistine, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.