Pular para o conteúdo

Haloperidol Legrand

Em delírios e alucinações na esquizofrenia aguda e crônica. Na
paranoia, na confusão mental aguda e no alcoolismo (Síndrome de
Korsakoff).

Como um agente antiagitação psicomotor:

Mania, demência, alcoolismo, oligofrenia. Agitação e
agressividade no idoso. Distúrbios graves do comportamento e nas
psicoses infantis acompanhadas de excitação psicomotora. Movimentos
coreiformes. Soluços, tiques, disartria. Estados impulsivos e
agressivos. Síndrome de Gilles de la Tourette.

Como antiemético:

Náuseas e vômitos incoercíveis de várias origens, quando outras
terapêuticas mais específicas não foram suficientemente
eficazes.

Contraindicação do Haloperidol – Legrand

Estados comatosos, depressão do Sistema Nervoso Central (SNC)
devido a bebidas alcoólicas ou outras drogas depressoras, doença de
Parkinson, hipersensibilidade ao haloperidol ou aos outros
excipientes da fórmula, lesão nos gânglios de base. Afecções
neurológicas acompanhadas de sintomas piramidais ou
extrapiramidais, encefalopatia orgânica grave, formas graves de
nefro e cardiopatia, depressão endógena, primeiro trimestre de
gestação.

Como usar o Haloperidol – Legrand

As doses sugeridas a seguir são doses médias e devem ser
adequadas de acordo com a resposta do paciente. Frequentemente,
isto implica em titulação da dose para cima na fase aguda e redução
gradual na fase de manutenção, a fim de determinar a dose mínima
eficaz. Doses maiores devem ser administradas apenas em pacientes
que não respondem bem às doses menores.

O haloperidol solução oral é fornecido em um frasco
gotejador e é aberto da seguinte forma:

  1. Romper o lacre da tampa girando em sentido anti-horário.

  1. Virar o frasco até a posição indicada para iniciar o
    gotejamento.

O haloperidol solução oral poderá ser administrado junto às
refeições ou entre elas. As gotas podem ser dissolvidas em uma
pequena quantidade de água ou de suco de frutas.

Os estudos clínicos preconizam as seguintes
doses

Administração oral.

Adultos

Dose inicial de 0,5 a 2 mg, 2 a 3 vezes ao dia, podendo ser
aumentada progressivamente em função da resposta terapêutica e da
tolerabilidade.

Dose de manutenção, entre 1 e 15 mg ao dia, deve contudo ser
reduzida até o nível mais baixo de efetividade.

Pacientes idosos geralmente requerem doses menores.

Pacientes gravemente perturbados ou inadequadamente controlados
podem requerer, às vezes, posologia mais elevada. Em alguns casos a
resposta ótima pode exigir dose diária acima de 100 mg,
principalmente em pacientes de alta resistência. Entretanto, não
está demonstrada a segurança de tais doses em administração
prolongada.

Crianças

0,1 mg (1 gota)/3 kg de peso, duas vezes ao dia por via oral,
podendo ser ajustada, se necessário.

Se o paciente perder uma dose, ele deve tomar a próxima dose e
continuar o tratamento normalmente.

Precauções do Haloperidol – Legrand

Mortalidade

Raros casos de morte súbita têm sido reportados em pacientes
psiquiátricos que recebem antipsicóticos, incluindo
haloperidol.

Pacientes idosos com demência relacionada à psicose tratados com
medicamentos antipsicóticos possuem aumento no risco de morte.
Análise dos 17 estudos clínicos placebos controlados (duração modal
de 10 semanas), mostrou que grande parte dos pacientes que
tomam antipsicóticos atípicos apresentaram risco de morte
relacionado ao medicamento entre 1,6 a 1,7 vezes maior do que o
grupo de pacientes tratados com placebo. Durante o período de 10
semanas de estudo controlado, a taxa de morte dos pacientes
tratados com o medicamento foi de cerca de 4,5%, comparada com a
taxa de cerca de 2,6% no grupo do placebo. Embora as causas das
mortes tenham sido variadas, a maioria das mortes parecem ter sido
por razões cardiovasculares (como por exemplo, insuficiência
cardíaca, morte súbita) ou infecção (pneumonia). Estudos
observacionais sugerem que de maneira similar aos medicamentos
antipsicóticos atípicos, o tratamento com antipsicóticos
convencionais podem aumentar a mortalidade.

Não está clara a extensão em que os achados do aumento da
mortalidade em estudos observacionais podem ser atribuídos ao
medicamento antipsicótico em oposição a algumas características do
paciente.

Efeitos cardiovasculares

Relatos muito raros de prolongamento do intervalo QT e/ou
arritmias ventriculares em adição aos raros casos de morte súbita
têm sido relatados com haloperidol. Eles parecem ocorrer com maior
frequência em altas doses e em pacientes predispostos.

Como um prolongamento do intervalo QT tem sido observado durante
o tratamento com haloperidol, recomenda-se cautela em pacientes com
condições de intervalo QT prolongado (Síndrome do QT longo,
hipopotassemia, desequilíbrio eletrolítico, fármacos que
sabidamente prolongam o intervalo QT, doenças cardiovasculares, ou
histórico familiar de prolongamento do intervalo QT),
principalmente quando haloperidol é administrado parenteralmente. O
risco de prolongamento do intervalo QT e/ou arritmia ventricular
pode ser aumentado em casos de doses mais elevadas, ou com o uso
parenteral, particularmente na administração endovenosa.
Monitoramento contínuo do eletrocardiograma deve ser feito para
prolongamento do intervalo QT e arritmias cardíacas sérias, se
haloperidol for administrado por via endovenosa.

Taquicardia e hipotensão também têm sido relatadas em pacientes
ocasionais.

Eventos cerebrovasculares

Em estudos clínicos randomizados, controlados com placebo em
população com demência, houve um aumento de aproximadamente 3 vezes
no risco de eventos adversos cerebrovasculares com algum
antipsicótico atípico. Em estudos observacionais comparando a taxa
de derrame em pacientes idosos expostos a qualquer antipsicótico
com a taxa de derrame em pacientes não expostos a este tipo de
medicamentos, observou-se aumento na taxa de derrame de,
aproximadamente, 1,6 a 1,8 vezes dentre os pacientes expostos. Este
aumento pode ser maior com todas as butirofenonas, incluindo o
haloperidol. O mecanismo para este aumento do risco é desconhecido.
Um aumento do risco não pode ser excluído para outras populações de
pacientes. O haloperidol deve ser usado com precaução em pacientes
com fatores de risco para derrame.

Síndrome neuroléptica maligna

Como outros medicamentos antipsicóticos, o haloperidol tem sido
relacionado com síndrome neuroléptica maligna, resposta
idiossincrática rara caracterizada por hipertermia, rigidez
muscular generalizada, instabilidade autonômica e alteração da
consciência. Hipertermia é geralmente um sinal precoce desta
síndrome. O tratamento antipsicótico deve ser descontinuado
imediatamente e terapia de suporte adequada e cuidadoso
monitoramento devem ser instituídos. 

Discinesia tardia

Como em todos agentes antipsicóticos, discinesia tardia pode
aparecer em alguns pacientes em uso prolongado ou após a
descontinuação. Esta síndrome é principalmente caracterizada por
movimentos involuntários rítmicos da língua, face, boca ou
maxilares. As manifestações podem ser permanentes em alguns
pacientes. A síndrome pode ser mascarada quando o tratamento é
reinstituído, quando há aumento na dose ou quando há a troca para
outro medicamento antipsicótico. O tratamento deve ser
descontinuado assim que possível.

Sintomas extrapiramidais

É comum de todos agentes antipsicóticos, a ocorrência de
sintomas extrapiramidais, tais como tremor, rigidez,
hipersalivação, bradicinesia, acatisia e distonia aguda.

Medicamentos antiparkinsonianos do tipo anticolinérgicos podem
ser prescritos se necessário, mas não devem ser prescritos
rotineiramente como medida preventiva. Se a administração
concomitante de medicamentos antiparkinsonianos é requerida, esta
deve ser mantida após a interrupção do tratamento com haloperidol,
se sua excreção for mais rápida do que a de haloperidol a fim de
evitar o desenvolvimento ou piora dos sintomas extrapiramidais. O
médico precisa estar ciente quanto a um possível aumento da pressão
intraocular quando anticolinérgicos, incluindo agentes
antiparkinsonianos, são administrados concomitantemente com
haloperidol.

Convulsões

Foi relatado que haloperidol pode provocar convulsões. Ele deve
ser usado com cuidado em situações predispondo a convulsões
(abstinência alcoólica e doença cerebral) e em pacientes
epilépticos.

Hepatobiliares

Como haloperidol é metabolizado pelo fígado, deve-se ter cautela
em pacientes com doença hepática.

Casos isolados de anormalidades na função hepática ou hepatite,
mais frequentemente colestática, foram relatados.

Sistema endócrino

A tiroxina facilita a toxicidade do haloperidol. A terapia
antipsicótica em pacientes com hipertiroidismo deve ser
administrada apenas com bastante cautela e precisa sempre ser
acompanhada por terapia para manter o estado tireoidiano.

Efeitos hormonais dos medicamentos antipsicóticos incluem:
hiperprolactinemia, que pode causar galactorreia, ginecomastia,
oligorreia ou amenorreia. Casos muito raros de hipoglicemia e
síndrome de secreção inapropriada de ADH foram relatados.

Tromboembolismo venoso

Casos de tromboembolismo venoso (TEV) foram relatados com
medicamentos antipsicóticos. Já que pacientes tratados com
antipsicóticos frequentemente apresentam fatores de risco
adquiridos para TEV, todos os possíveis fatores de risco para TEV
devem ser identificados antes e durante o tratamento com
haloperidol e medidas preventivas devem ser tomadas.

Considerações adicionais

Na esquizofrenia, a resposta ao tratamento pode não ser
imediata. Igualmente, se o tratamento é interrompido, o
reaparecimento dos sintomas pode não ser aparente por várias
semanas ou meses. Sintomas de abstinência aguda incluindo náusea,
vômito e insônia são raros, mesmo após interrupção abrupta de altas
doses de antipsicóticos. A interrupção do tratamento deve ser
gradual devido ao risco de recaídas. Como para todos os agentes
antipsicóticos. O haloperidol não deve ser usado isoladamente em
casos em que a depressão é predominante. Ele deve ser combinado com
antidepressivos para tratar aquelas condições onde a depressão e a
psicose coexistem.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar
máquinas

O haloperidol pode reduzir a capacidade de atenção,
principalmente no início do tratamento e com doses maiores, redução
essa que pode ser potencializada pela ingestão de bebidas
alcoólicas. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir
veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem
estar prejudicadas.

Durante o tratamento, não deve dirigir veículos ou operar
máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar
prejudicadas.

Gravidez

Recém-nascidos expostos a medicamentos antipsicóticos (incluindo
haloperidol) durante o terceiro trimestre de gravidez correm o
risco de apresentar sintomas extrapiramidais e/ou de retirada, que
podem variar em severidade após o parto. Estes sintomas em
recém-nascidos podem incluir agitação, hipertonia, hipotonia,
tremor, sonolência, dificuldade respiratória ou transtornos
alimentares.

Em estudos populacionais amplos, nenhum aumento significativo
nas anormalidades fetais foi associado com o uso de
haloperidol.

Foram descritos casos isolados de malformação fetal após
exposição ao haloperidol, a maioria associados a outros
medicamentos.

Estudos em animais demonstraram efeito teratogênico do
haloperidol. O haloperidol poderá ser usado durante a gravidez,
quando os benefícios forem claramente superiores aos potenciais
riscos fetais.

Categoria C: este medicamento não deve ser utilizado por
mulheres grávidas, sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Lactação

O haloperidol é excretado no leite materno. Se a sua
administração é considerada essencial para a mãe, os benefícios da
amamentação devem ser balanceados com os riscos potenciais.
Sintomas extrapiramidais têm sido observados em lactentes de
mulheres tratadas com haloperidol.

Uso em idosos, crianças e outros grupos de
risco

Como os pacientes idosos são sensíveis aos efeitos de
haloperidol, recomenda-se prudência na posologia a fim de se evitar
efeitos secundários extrapiramidais e possíveis alterações do
apetite e do sono.

Sintomas extrapiramidais têm sido observados em lactentes de
mulheres tratadas com haloperidol.

Como haloperidol é metabolizado no fígado, sua utilização em
pacientes com doença hepática deve ser feita com cuidado.

A administração deve também ser cautelosa em pacientes com
distúrbios cardiovasculares graves.

Reações Adversas do Haloperidol – Legrand

Nesta seção, as reações adversas são apresentadas. As reações
adversas são eventos adversos considerados
razoavelmente associados ao uso de haloperidol, com base na
avaliação abrangente das informações disponíveis de evento adverso.
Uma relação causal com o haloperidol não pode ser estabelecida de
forma confiável em casos individuais. Além disso, como os estudos
clínicos são conduzidos sob condições amplamente variadas, as taxas
de reação adversas observadas dos estudos clínicos de um
medicamento não podem ser diretamente comparadas às taxas dos
estudos clínicos de outro medicamento e podem não refletir as taxas
observadas na prática clínica.

Dados de estudos clínicos

Dados de estudos clínicos duplo-cegos, controlados por placebo –
reações adversas relatadas com incidência ≥ 1 %.

A segurança de haloperidol (2-20 mg/dia) foi avaliada em 566
indivíduos (dos quais 284 foram tratados com haloperidol, 282
receberam placebo) que participaram de 3 estudos clínicos
duplo-cegos, controlados por placebo, dois para o tratamento de
esquizofrenia e o terceiro no tratamento do distúrbio bipolar.

As reações adversas relatadas por ≥ 1% dos indivíduos tratados
com haloperidol nestes estudos estão na Tabela 1.

Tabela 1. Reações adversas relatadas por ≥1% dos
indivíduos tratados com haloperidol em três estudos duplo-cegos,
paralelos, controlados por placebo, com haloperidol:

Sistemas/Classes de órgãos

Reações adversas

Haloperidol (n=284)
%
Placebo (n=282) %

Distúrbios do sistema nervoso central

Distúrbios
extrapiramidais
34,28,5
Hipercinesia10,22,5
Tremor8,13,6
Hipertonia7,40,7
Distonia6,30,4
Sonolência5,31,1
Bradicinesia4,20,4

Distúrbios oftalmológicos

Distúrbios visuais1,80,4

Distúrbios gastrintestinais

Constipação4,21,8
Boca seca1,80,4
Hipersecreção
salivar
1,20,7

Dados de estudos controlados com comparador ativo – reações
adversas relatadas com incidência ≥ 1%.

Dezesseis estudos duplo-cegos controlados com comparador ativo
foram selecionados para determinar a incidência das reações
adversas. Nestes 16 estudos, 1.295 indivíduos foram tratados com
1-45 mg/dia de haloperidol para o tratamento da esquizofrenia.

As reações adversas relatadas por ≥1% dos indivíduos tratados
com haloperidol, observadas nos estudos clínicos controlados com
comparador ativo estão listadas na Tabela 2.

Tabela 2. Reações adversas relatadas por ≥1% dos
indivíduos tratados com haloperidol nos 16 estudos duplo-cegos
controlados com comparador ativo, de haloperidol:

Sistemas/Classes de órgãos

Reações adversas

Haloperidol
(n=1.295) %

Distúrbios do sistema nervoso

Tontura4,8
Acatisia2,9
Discinesia2,5
Hipocinesia2,2
Dicinesia tardia1,62

Distúrbios oftalmológicos

Crise oculógira1,24
Distúrbios
vasculares
 
Hipotensão
ortostática
6,6
Hipotensão1,47

Distúrbios do sistema reprodutivo e das
mamas

Disfunção erétil1,0

Investigações

Aumento de peso7,8

Dados de estudos controlados por placebo e com comparador ativo
– reações adversas relatadas com incidência lt; 1%.

Reações adversas adicionais que ocorreram em lt; 1% dos
indivíduos tratados com haloperidol em qualquer um dos estudos
clínicos anteriormente mencionados estão listados na Tabela 3.

Tabela 3. Reações adversas relatadas por lt; 1% dos
indivíduos tratados com haloperidol no estudo clinico controlado
com placebo ou comparador:

Distúrbios endócrinos

Hiperprolactinemia

Distúrbios psiquiátricos

Diminuição da
libido
Perda da libido
Inquietação

Distúrbios do sistema nervoso

Disfunções motoras
Contração muscular
involuntária
Síndrome neuroléptica
maligna
Nistagmo
Parkinsonismo
Sedação

Distúrbios oftalmológicos

Visão embaçada

Distúrbios cardíacos

Taquicardia

Distúrbios musculoesquelético e do tecido
conjuntivo

Trismo
Torcicolo
Rigidez muscular
Espasmo muscular
Rigidez
musculoesquelética
Contração muscular

Distúrbios do sistema reprodutivo e das
mamas

Amenorreia
Desconforto nas
mamas
Dor nas mamas
Galactorreia
Dismenorreia
Disfunção sexual
Distúrbios
menstruais
Menorragia

Distúrbios gerais e condições no local da
aplicação

Distúrbios da
marcha

Dados pós-comercialização

Eventos adversos inicialmente identificados como reações
adversas durante a experiência pós-comercialização com haloperidol
estão apresentados a seguir, por frequência da categoria estimada a
partir de taxas de relatos espontâneos. A revisão
póscomercialização foi baseada na revisão de todos os casos que
foram relatados com o uso de haloperidol (em ambos haloperidol e
decanoato de haloperidol).

Reação muito rara (lt; 1/10.000), incluindo casos
isolados:

Distúrbios do sistema sanguíneo e
linfático:

Agranulocitose, pancitopenia, trombocitopenia, leucopenia e
neutropenia.

Distúrbios do sistema imunológico:

Reação anafilática, hipersensibilidade.

Distúrbios endócrinos:

Secreção inapropriada do hormônio antidiurético.

Distúrbios do metabolismo e nutricionais:

Hipoglicemia.

Distúrbios psiquiátricos:

Transtorno psicótico, agitação, estado confusional, depressão e
insônia.

Distúrbios do sistema nervoso:

Convulsão e cefaleia.

Distúrbios cardíacos:

Torsade de Pointes, fibrilação ventricular, taquicardia
ventricular, extrassístole.

Distúrbios do mediastino, respiratório e
torácico:

Broncoespasmo, laringoespasmo, edema de laringe, dispneia.

Distúrbios gastrintestinais:

Vômito e náusea.

Distúrbios hepatobiliares:

Insuficiência hepática aguda, hepatite, colestase, icterícia,
anormalidade no teste da função hepática.

Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo:

Vasculite leucocitoclástica, dermatite esfoliativa, urticária,
reação de fotossensibilidade, erupção cutânea, prurido,
hiperidrose.

Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido
conjuntivo:

Rabdomiólise.

Distúrbios renais e urinários:

Retenção urinária.

Gravidez, puerpério e condições perinatais:

Síndrome neonatal de retirada do medicamento.

Distúrbios do sistema reprodutivo e das
mamas:

Priapismo e ginecomastia.

Distúrbios gerais e condições no local de
aplicação:

Morte súbita, edema de face, edema, hipotermia e
hipertermia.

Investigações:

Prolongamento do intervalo QT, perda de peso.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de
Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou para a
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação Medicamentosa do Haloperidol –
Legrand

Como com outros antipsicóticos, deve-se ter cautela ao
prescrever haloperidol a pacientes que utilizem medicamentos que
prolonguem o intervalo QT.

O haloperidol é metabolizado por muitas vias, incluindo
glicuronidação e por enzimas do sistema do citocromo P450
(particularmente CYP 3A4 ou CYP 2D6). A inibição destas rotas do
metabolismo por outras drogas ou a diminuição da atividade
enzimática da CYP2D6 pode resultar em um aumento das concentrações
de haloperidol e o aumento do risco de ocorrer eventos adversos,
incluindo prolongamento do intervalo QT.

Em estudos farmacocinéticos, o aumento leve ou moderado da
concentração de haloperidol foi relatado quando o haloperidol foi
administrado concomitantemente com drogas caracterizadas como
substratos ou inibidoras das isoenzimas CYP3A4 ou CYP2D6, tais
como: itraconazol, nefazodona, buspirona, venlafaxina, alprazolam,
fluvoxamina, quinidina, fluoxetina, sertralina, clorpromazina e
prometazina. A diminuição da atividade enzimática da CYP2D6 pode
resultar no aumento da concentração do haloperidol. O aumento do
QTc foi observado quando o haloperidol foi dado em associação com
os inibidores metabólicos do cetoconazol (400 mg/dia) e paroxetina
(20 mg/dia). Pode ser necessário reduzir a dose do haloperidol.

Deve-se ter cautela quando utilizar associações que causem
desequilíbrio eletrolítico.

Efeitos de outros medicamentos sobre o
haloperidol

O uso prolongado de agentes indutores enzimáticos tais como
carbamazepina, fenobarbital e rifampicina, em associação ao
haloperidol, pode reduzir significativamente os níveis plasmáticos
do haloperidol. Neste caso, a dose de haloperidol deverá ser
reajustada, quando necessário. Após interrupção do tratamento com
tais fármacos, pode ser necessária a redução das doses de
haloperidol.

O valproato de sódio, medicamento sabidamente inibidor da
glicuronidação, não afeta a concentração plasmática do
haloperidol.

Efeito do haloperidol em outros
medicamentos

Como é o caso para todos os antipsicóticos, haloperidol pode
aumentar a depressão do SNC causada por outros depressores
centrais, como bebidas alcoólicas, hipnóticos, sedativos e
analgésicos potentes. Um aumento dos efeitos centrais foi relatado
quando haloperidol é associado à metildopa.

O haloperidol pode antagonizar a ação da adrenalina e outros
agentes simpatomiméticos e reverter os efeitos hipotensores dos
agentes bloqueadores adrenérgicos, tais como a guanetidina.

O haloperidol pode prejudicar o efeito antiparkinsoniano da
levodopa.

O haloperidol é um inibidor da CYP2D6. O haloperidol inibe o
metabolismo de antidepressivos tricíclicos, aumentando os níveis
plasmáticos destes medicamentos.

Outras formas de interação

Em raros casos os seguintes sintomas foram relatados durante uso
concomitante de lítio e haloperidol: encefalopatia, sintomas
extrapiramidais, discinesia tardia, síndrome neuroléptica maligna,
distúrbios do tronco cerebral, síndrome cerebral aguda e coma.

Muitos destes sintomas foram reversíveis. Não está estabelecido
ainda se estes casos representam uma entidade clínica distinta. De
qualquer forma, recomenda-se que naqueles pacientes que estejam
sendo tratados concomitantemente com lítio e haloperidol, o
tratamento seja interrompido imediatamente no caso de ocorrência de
tais sintomas.

Antagonismo ao efeito anticoagulante da fenidiona foi
relatado.

Ação da Substância Haloperidol – Legrand

Resultados de eficácia

Um estudo duplo-cego envolvendo 105 pacientes sofrendo de
episódios graves de náusea e vômito devido a desordens
gastrintestinais foi realizado para verificar a eficácia do
haloperidol em comparação com placebo por um período de 12 horas de
estudo. Cinquenta e cinco pacientes receberam uma única injeção
intramuscular de haloperidol (1,0 mg/mL) e 50 pacientes receberam
placebo. Entre os pacientes recebendo haloperidol 89% obtiveram uma
resposta marcante ou moderada, enquanto apenas 38% daqueles
recebendo placebo obtiveram o mesmo grau de alívio.

Em um estudo duplo-cego, randomizado, controlado com placebo
durante 6 semanas (fase A), 2-3 mg/dia de haloperidol (dose
padrão), e 0,50-0,75 mg/dia de haloperidol (dose baixa), foram
comparados em 71 pacientes com doença de Alzheimer. Para os 60
pacientes que completaram a fase A, a dose padrão de haloperidol
foi eficaz e superior à dose baixa e ao placebo na Escala Breve de
Avaliação Psiquiátrica e Fatores Psicóticos e na agitação
psicomotora. A taxa de resposta de acordo com os 3 critérios foi
maior com a dose padrão (55-60%) do que com a dose baixa (25-35%) e
com o placebo (25-30%).

A eficácia do haloperidol em reduzir os sintomas exibidos por
crianças e adolescentes com distúrbios emocionais foi avaliada em
100 pacientes psiquiátricos hospitalizados (53 crianças e 47
adolescentes), em um estudo aberto controlado. Cinquenta e quatro
pacientes apresentavam retardo mental. A administração foi feita na
forma de um líquido sem sabor, cor e odor utilizando dose média
inicial de 2,0 e 1,9 mg/dia para pacientes com retardo e sem
retardo, respectivamente, por um período médio de 42 dias. A
eficácia do haloperidol foi de 95% considerando os pacientes sem
retardo e 87% para os considerados com retardo mental.

Foi realizado um estudo aberto de curta duração para avaliar a
segurança e a eficácia de haloperidol no controle dos sintomas de
esquizofrenia aguda. Foram selecionados 25 pacientes (idade média
de 26 anos) os quais receberam doses iniciais variando de 2,5- 10
mg de haloperidol por via intramuscular avaliando-se os efeitos a
cada 30 minutos. A dose média utilizada durante o período de 6
horas de estudo foi de 22,5 mg, ocorrendo melhora marcante em 6
casos, moderada em 11 e menos efetiva em 5.

Em um estudo duplo-cego com pacientes esquizofrênicos, foi
administrado haloperidol na forma de comprimidos e um
controle (placebo) por um período de 6 semanas, com um esquema
de doses variando de 1,0-6,0 mg. O haloperidol demonstrou ser
significativamente mais efetivo que o controle na melhora dos
sintomas (p entre 0,01 e 0,025).


Características farmacológicas

Mecanismo de ação

O haloperidol é um antipsicótico do grupo das butirofenonas. Ele
é um bloqueador potente dos receptores dopaminérgicos centrais,
classificado como um antipsicótico muito incisivo. O haloperidol
não tem atividade anti-histamínica ou anticolinérgica.

Propriedades farmacodinâmicas

Como consequência direta do bloqueio dopaminérgico, haloperidol
apresenta uma ação incisiva sobre os delírios e alucinações
(provavelmente a nível mesocortical e límbico) e uma ação sobre os
gânglios da base (via nigro-estriatal). O haloperidol causa sedação
psicomotora eficiente, o que explica seus efeitos favoráveis na
mania, agitação psicomotora e outras síndromes de agitação.

A atividade em nível dos gânglios da base é provavelmente
responsável pelos efeitos extrapiramidais (distonia, acatisia e
parkinsonismo).

Os efeitos antidopaminérgicos periféricos explicam a ação contra
náuseas e vômitos (via quimiorreceptores – zona do gatilho), o
relaxamento dos esfíncteres gastrintestinais e o aumento na
liberação de prolactina (através da inibição da atividade do PIF –
Fator de Inibição da Prolactina) em nível de adeno-hipófise.

Propriedades farmacocinéticas

Absorção:

Após a administração oral, a biodisponibilidade da droga é de
60% a 70%. Os níveis do pico plasmático do haloperidol ocorrem
entre 2 a 6 horas após a dose oral e cerca de 20 minutos após a
administração intramuscular.

Distribuição:

92% se ligam às proteínas plasmáticas. O volume de distribuição
no estado de equilíbrio (VDss) é grande (7,9 ± 2,5 L/kg). O
haloperidol atravessa a barreira hematoencefálica facilmente.

Metabolismo:

O haloperidol é metabolizado por muitas rotas, incluindo o
sistema enzimático do citocromo P450 (particularmente CYP3A4 ou
CYP2D6) e glicuronidação.

Eliminação:

A meia-vida plasmática (eliminação terminal) é de 24 horas
(variando de 12 a 38 horas) após a administração oral e de 21 horas
(variando de 13 a 36 horas) após a administração intramuscular. A
excreção ocorre 60% com as fezes e 40% com a urina.

Cerca de 1% do haloperidol ingerido é excretado inalterado com a
urina.

Concentração terapêutica:

Foi sugerido que a concentração plasmática de haloperidol varia
de 4 mcg/L até o limite de 20 a 25 mcg/L para se obter uma resposta
terapêutica.

Dados pré-clínicos de segurança: dados não clínicos baseados nos
estudos convencionais de toxicidade de doses repetidas,
genotoxicidade, carcinogenicidade não revelam riscos para humanos.
O haloperidol mostrou diminuir a fertilidade em roedores, limitada
teratogenicidade assim como efeitos embriotóxicos.

O haloperidol tem demonstrado bloquear os canais cardíacos de
hERG em muitos estudos in vitro publicados. Em um número de estudos
in vivo a administração EV do haloperidol em alguns modelos animais
causou prolongamento significativo do intervalo QTc nas doses de
cerca de 0,3 mg/kg, fornecendo Cmáx 3 a 7 vezes maior
que a concentração eficaz em humanos de 4 a 20 ng/mL. Essas doses
endovenosas que prolongam o intervalo QTc não causaram arritmias.
Em alguns estudos, doses maiores que 1 a 5 mg/kg de haloperidol
causaram prolongamento do intervalo QTc e/ou arritmia ventricular
com Cmáx plasmático de 19 a 68 vezes maior do que a
concentração plasmática efetiva em humanos.

Haloperidol-Legrand, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.