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Epivir

Como o Epivir funciona?


Epivir pertence a um grupo de medicamentos antivirais, também
conhecidos como antirretrovirais, chamado de inibidores da
transcriptase reversa análogos de nucleosídeos (ITRNs). Eles são
usados para tratar a infecção pelo HIV.

Epivir não cura a infecção pelo HIV. Este medicamento reduz a
quantidade do HIV no seu corpo, mantendo-o em níveis baixos.

Epivir também aumenta a contagem de células CD4. Essas células
são um dos tipos de glóbulos brancos do sangue e desempenham
importante papel na defesa e na manutenção do sistema imune (de
defesa), bem como no combate às infecções. Epivir demonstrou
reduzir bastante o risco de progressão da doença provocada pelo
HIV. A resposta ao tratamento, porém, varia de acordo com o
paciente. Seu médico irá monitorar a eficiência do seu
tratamento.

Contraindicação do Epivir

Não use este medicamento caso você seja alérgico à lamivudina ou
a qualquer um dos componentes de Epivir. Epivir comprimidos é
contraindicado para crianças que pesam menos de 14 kg. Para esse
grupo de pacientes é recomendado o uso da solução oral.

Este medicamento é contraindicado para uso por crianças
com menos de 14 kg.

Como usar o Epivir

Uso oral.

Use sempre Epivir exatamente como seu médico lhe receitou.
Engula o comprimido com água ou outro líquido. Os comprimidos podem
ser ingeridos com ou sem comida.

Se você é incapaz de engolir comprimidos, pode amassar e
misturar o comprimido de Epivir a uma pequena quantidade de bebida
ou comida semissólida (pastosa), ingerindo a mistura
imediatamente.

Posologia do Epivir


Adultos e adolescentes com peso de pelo menos 30
kg

A dose recomendada de Epivir é de 300 mg ao dia,
administrando-se 150 mg (1 comprimido) duas vezes ao dia, a cada 12
horas, ou dois comprimidos uma vez ao dia.

Crianças com mais de 3 meses e peso inferior a 30
kg

Crianças com peso entre 21 e 30 kg:

A dose recomendada de Epivir é metade de um comprimido ranhurado
(com uma marca no meio do comprimido) pela manhã e um comprimido
inteiro à noite.

Crianças com peso entre 14 e 21 kg:

A dose oral recomendada de Epivir é metade de um comprimido
ranhurado duas vezes ao dia.

Crianças com menos de 14 kg:

Epivir comprimidos não é indicado para uso em crianças com menos
de 14 kg. Nesses casos, é indicado o uso de Epivir solução oral, e
a dose recomendada é de 4 mg/kg, duas vezes ao dia, até um máximo
de 300 mg/dia.

Crianças com menos de 3 meses de idade

Os dados são insuficientes para se recomendar doses
específicas.

Epivir solução oral também é indicado para pacientes que não
consigam engolir comprimidos.

Pacientes com insuficiência renal

Se você tem problemas nos rins, sua dose pode ser reduzida. Por
favor, siga as instruções fornecidas pelo seu médico.

Pacientes com insuficiência hepática

Não é necessário ajustar a dose em pacientes portadores de
disfunção do fígado moderada ou grave, exceto se for acompanhada de
insuficiência renal.

Idosos

É aconselhável que se tenha cuidado especial devido a várias
alterações associadas a essa faixa etária, como diminuição da
função dos rins e alteração dos parâmetros do sangue.

O uso incorreto causa resistência do vírus e falha no
tratamento.

O tratamento com Epivir não previne o risco de transmissão do
HIV pelo contato sexual ou por contaminação sanguínea. As
precauções apropriadas devem continuar sendo tomadas.

Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os
horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu
médico.

Este medicamento não deve ser mastigado.

O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o
Epivir?


Caso você se esqueça de tomar uma dose, tome-a assim que se
lembrar. E então, continue com os horários prescritos por seu
médico. Não tome doses dobradas para repor doses perdidas.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou do seu médico ou cirurgião-dentista.

Precauções do Epivir

Epivir não é recomendado para ser usado como único medicamento
no tratamento contra o HIV.

Não pare de tomar a medicação, a não ser por orientação
médica.

Você precisa tomar Epivir todos os dias. Este medicamento ajuda
a controlar sua condição e retarda o avanço da doença, mas não cura
a infecção por HIV. Você pode continuar a desenvolver infecções e
outros males associados à doença pelo HIV. Não deixe de visitar seu
médico regularmente.

Durante o tratamento, seu médico irá recomendar a realização de
exames de sangue, para avaliar seu tratamento e monitorar as
possíveis reações adversas.

Transmissão da infecção

Atenção: O tratamento com Epivir não demonstrou reduzir o risco
de transmissão do HIV por contato sexual ou transfusão de sangue.
Você deve continuar a tomar as devidas precauções para prevenir a
transmissão do vírus, como o uso de preservativos e não
compartilhar agulhas.

Pacientes com comprometimento renal (nos
rins)

Discuta o uso de Epivir com seu médico, caso você tenha
problemas nos rins. A dose-padrão de Epivir poderá ser
reduzida.

Pancreatite

Inflamação do pâncreas (pancreatite) tem sido observada em
alguns pacientes que tomam Epivir. Entretanto, ainda não está claro
se isso se deve ao tratamento com o medicamento ou à doença
provocada pelo HIV. Os sintomas são dores abdominais, náuseas e
vômitos. Se você desenvolver esses sintomas, avise seu médico.

Acidose láctica

A classe de medicamentos à qual pertence Epivir, os ITRNs, pode
causar uma condição chamada acidose láctica (excesso de ácido
láctico no sangue), junto com o aumento do fígado. Esse efeito
colateral é raro, porém grave e pode ser fatal. A acidose láctica
ocorre com mais frequência em mulheres e nos pacientes que tinham
doença hepática antes de iniciar o tratamento. Seu médico irá
monitorar regularmente esse efeito enquanto você estiver usando
Epivir.

Lipídeos séricos e glicose sanguínea

Os níveis de gorduras e açúcar no sangue podem aumentar durante
a terapia antirretroviral. O controle da doença e alterações no
estilo de vida são também fatores contribuintes. Seu médico irá
solicitar exames de sangue para monitorar esses níveis. Caso alguma
alteração seja observada, ele irá recomendar o tratamento
adequado.

Síndrome de reconstituição imune

Dentro das primeiras semanas de tratamento com medicamentos
antirretrovirais, alguns pacientes vivendo com HIV, principalmente
os que são positivos para esse vírus há algum tempo e com histórico
de infecções oportunistas (infecções que podem ocorrer quando o
sistema imunológico está enfraquecido), podem desenvolver reações
inflamatórias (como dor, vermelhidão, inchaço e febre) que podem
assemelhar-se a infecções e causar problemas graves. Acredita-se
que essas reações sejam causadas pela recuperação parcial da
capacidade de o organismo combater infecções, anteriormente
reprimida pelo HIV. Se você ficar preocupado com qualquer novo
sintoma ou alteração na sua saúde após o início do tratamento
contra o HIV, por favor, converse com seu médico.

Infecções oportunistas

Os pacientes em tratamento com Epivir ou qualquer outro
antirretroviral ainda podem desenvolver infecções oportunistas
(infecções que podem ocorrer quando o organismo está enfraquecido),
devido a complicações da infecção pelo HIV. Portanto, o médico
deverá acompanhar rigorosamente o seu tratamento.

Coinfecção com hepatite B

Se você tem hepatite B crônica, não interrompa o tratamento sem
orientação do seu médico, pois poderá haver recorrência (retorno)
de sua hepatite. Essa recorrência poderá ser mais grave se você
tiver uma doença séria no fígado.

Reações Adversas do Epivir

Como todo medicamento, Epivir pode causar efeitos
colaterais. Durante o tratamento da infecção por HIV, nem sempre é
possível determinar se algumas reações indesejáveis são causadas
por Epivir, por outros medicamentos que você usa ao mesmo tempo ou
pela doença provocada pelo HIV. Por isso, é muito importante que
você mantenha seu médico informado sobre qualquer mudança na sua
saúde. Não se alarme com esta lista de efeitos colaterais; você
pode não desenvolvê-los.

As reações adversas estão listadas abaixo de acordo com a
frequência.

Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que
utilizam este medicamento)

  • Hiperlactemia (acúmulo lactato no sangue);
  • Dor de cabeça;
  • Náuseas, vômitos, dor estomacal, diarreia (a inflamação do
    pâncreas pode ser a causa desses sintomas);
  • Erupções na pele (manchas vermelhas e placas pelo corpo,
    coceira);
  • Queda de cabelo;
  • Dores nas juntas;
  • Distúrbios musculares;
  • Cansaço, febre, sensação generalizada de mal-estar.

 Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos
pacientes que utilizam este medicamento)

  • Anemia (redução do número de glóbulos vermelhos no sangue). Se
    a produção de seus glóbulos vermelhos diminuir, você pode sentir
    sintomas como cansaço e dificuldade para respirar;
  • Neutropenia (redução do número de glóbulos brancos no
    sangue). A redução dos glóbulos brancos no sangue pode
    deixá-lo mais propenso a infecções;
  • Redução das plaquetas (componentes do sangue responsáveis pela
    coagulação). Se sua contagem de plaquetas estiver baixa, você pode
    apresentar hematomas (manchas roxas) mais facilmente;
  • Aumento em certas enzimas do fígado.

Reações raras (ocorrem entre 0,01% e 0,1% dos pacientes
que utilizam este medicamento)

  • Acidose láctica (sangue ácido por acúmulo de ácido
    lático);
  • Inflamação do pâncreas;
  • Ruptura/lesão do tecido muscular.

Reações muito raras (ocorrem em menos de 0,01% dos
pacientes que utilizam este medicamento)

  • Anemia acentuada (diminuição acentuada das células vermelhas do
    sangue);
  • Dormência, sensação de formigamento ou sensação de fraqueza nas
    pernas.

A incidência dessa reação adversa depende de muitos fatores,
entre eles a combinação específica das drogas antirretrovirais.

Informe seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o
aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento.
Informe também a empresa através do Serviço de Atendimento ao
Consumidor (SAC) pelo telefone 0800 701 22 33.

População Especial do Epivir

Crianças com menos de 3 meses de idade

Não há doses específicas recomendadas.

Idosos

É aconselhável que se tenha cuidado especial devido a várias
alterações associadas a essa faixa etária, como diminuição da
função dos rins e alteração dos parâmetros do sangue.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar
máquinas

Não foi realizado nenhum estudo para investigar o efeito da
lamivudina sobre essas atividades. Devem ser levados em conta as
condições clínicas do paciente e o perfil de efeitos adversos deste
medicamento, quando se pretende estabelecer a capacidade de o
paciente tratado com Epivir dirigir veículos ou operar
máquinas.

Gravidez e lactação

Dados de estudos em humanos não mostraram um aumento do risco
das principais deficiências congênitas para o feto durante o uso de
lamivudina, substância ativa de Epivir. No entanto, não existem
estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas e a
segurança do uso do Epivir durante a gravidez não foi
estabelecida.

Se você está grávida, planejando ficar grávida logo ou está
amamentando, por favor, informe seu médico antes de usar este
medicamento.

De forma geral, em crianças cujas mães usaram ITRNs durante a
gravidez, é provável que o benefício da redução das chances de
transmitir o HIV seja maior do que o risco de o feto sofrer efeitos
colaterais.

É importante pesar cuidadosamente o benefício de se usar Epivir
durante a gravidez, contra a possibilidade de efeitos adversos na
criança antes ou depois do nascimento. Seu médico irá discutir
esses riscos com você.

É recomendado que, quando possível, mulheres vivendo com HIV não
amamentem seus filhos, para evitar a transmissão do HIV. Em
situações em que o uso de fórmulas infantis não é viável e o
aleitamento materno durante o tratamento antirretroviral for
considerado, seu médico deverá seguir os guias locais para
amamentação e tratamento.

As substâncias ativas de Epivir são encontradas no leite
materno.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Composição do Epivir

Apresentação

Epivir comprimidos revestidos, que contém 150 mg de lamivudina,
é apresentado em frascos com 60 comprimidos.

Uso oral.

Uso adulto e pediátrico (acima de 14kg).

Composição

Cada comprimido de Epivir contém:

Lamivudina

150 mg

Excipientes

1 comprimido

Excipientes:

celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, estearato de
magnésio, Opadry YS-1-7706-G Branco (hipromelose, dióxido de
titânio, polietilenoglicol/Macrogol 400 e polissorbato 80) e água
purificada*.

*Removida durante o processo.

Superdosagem do Epivir

A ingestão acidental de grande quantidade de
Epivir dificilmente lhe causará problemas graves. Entretanto,
você deve consultar seu médico ou farmacêutico o mais rápido
possível, ou procurar a emergência do hospital mais próximo para
aconselhamento.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001 se você precisar
de mais orientações.

Interação Medicamentosa do Epivir

É importante avisar seu médico sobre qualquer outro medicamento
que você usa.

Por isso, se você toma ou tomou recentemente algum outro
medicamento, informe isso a seu médico. Fale inclusive sobre os que
você usa sem prescrição médica. Outros medicamentos podem afetar a
ação de Epivir, assim como Epivir pode afetar a ação de outros
medicamentos. Epivir não deve ser administrado junto com
entricitabina, utilizado para o tratamento da infecção pelo
HIV.

Alguns medicamentos podem afetar a ação de Epivir ou
tornar mais provável a ocorrência de efeitos secundários,
como:

  • Medicamentos que contenham sorbitol (normalmente líquidos),
    quando usados regularmente;
  • Sulfametoxazol-trimetoprima [também conhecido como
    cotrimoxazol, um antibiótico utilizado no tratamento de pneumonia
    por Pneumocystis jiroveci (frequentemente referida como
    PCP) ou toxoplasmose].

Informe seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico.
Pode ser perigoso para a sua saúde.

Ação da Substância Epivir

Resultados de Eficácia


Lamivudina (substância ativa) reduziu em 50% a dosagem sérica do
RNA-HIV 1 em 75% dos pacientes, quando usado isoladamente, e em 94%
dos pacientes, quando usado em combinação com a
zidovudina1.

The Antiretroviral Pregnancy
Registry

O Antiretroviral Pregnancy Registry recebeu relatos
prospectivos de mais de 11.000 casos de exposição à Lamivudina
(substância ativa) durante a gravidez que resultaram em bebês
nascidos com vida. Estes compreendem mais de 4.200 exposições
durante o primeiro trimestre e mais de 6.900 exposições durante o
segundo/terceiro trimestre, sendo o número de nascimentos com
deficiências congênitas de 135 198, respectivamente. A prevalência
(IC 95%) das deficiências congênitas no primeiro trimestre foi de
3,2% (2,6; 3,7%) e no segundo/terceiro trimestre de 2,8% (2,4;
3,2%). Dentre as grávidas da população de referência, a taxa de
base das deficiências congênitas foi de 2,7%. Não houve aumento do
risco das principais deficiências congênitas para Lamivudina
(substância ativa) comparando com a taxa de base observada nos
registros (Pregnancy Registry).

Referências

1 ERON, JJ. et al. Treatment with
lamivudine, zidovudine, or both in HIV-positive patients with 200
to 500 CD4+ cells per cubic millimeter. North American HIV Working
Party. N Engl J Med, 333(25): 1662-1669, 1995.

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento
Epivir.

Características Farmacológicas


Propriedades Farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico

Análogos de nucleosídeos.

A Lamivudina (substância ativa) é um potente inibidor seletivo
da replicação de HIV-1 e HIV-2 in vitro. É também ativa
contra isolados clínicos de HIV resistentes a zidovudina. A
Lamivudina (substância ativa) é metabolizada intracelularmente ao
5’-trifosfato, a molécula ativa, cuja meia-vida intracelular é de
16-19 horas. O 5’-trifosfato de Lamivudina (substância ativa) é um
inibidor fraco das atividades dependentes do RNA e do DNA da
transcriptase reversa do HIV. Seu principal mecanismo de ação é o
término da cadeia de transcriptase reversa do HIV. Não foi
observado antagonismo in vitro com a Lamivudina
(substância ativa) e outros antirretrovirais (agentes testados:
abacavir, didanosina, nevirapina, zalcitabina e zidovudina).

A Lamivudina (substância ativa) não interfere no metabolismo dos
desoxinucleotídeos celulares e exerce pouco efeito sobre o conteúdo
de DNA de mitocôndrias e células de mamíferos.

In vitro, a Lamivudina (substância ativa) demonstra
baixa citotoxicidade em linfócitos do sangue periférico, linhagens
celulares estabelecidas de linfócitos e monócitos macrófagos e em
uma variedade de células-mãe medulares. Portanto, possui, in
vitro
, alto índice terapêutico.

A resistência do HIV-1 à Lamivudina (substância ativa) envolve o
desenvolvimento de uma alteração no aminoácido M184V próximo ao
sítio ativo da transcriptase reversa (TR) viral. Essa variante
surge tanto in vitro quanto em pacientes vivendo com HIV-1
tratados com terapia antirretroviral que contém Lamivudina
(substância ativa). Os mutantes M184V apresenta suscetibilidade
altamente reduzida à Lamivudina (substância ativa) e capacidade de
replicação viral diminuída in vitro. Estudos in
vitro
indicam que os isolados virais resistentes à zidovudina
podem tornar-se sensíveis a este fármaco quando simultaneamente
adquirem resistência à Lamivudina (substância ativa). A relevância
clínica de tais descobertas ainda não está bem definida.

A resistência cruzada conferida pela transcriptase reversa do
M184V é limitada à classe de agentes antirretrovirais inibidores de
nucleosídeos. A zidovudina e a estavudina mantêm sua atividade
antirretroviral contra o HIV-1 resistente à Lamivudina (substância
ativa). O abacavir mantém sua atividade antirretroviral contra o
HIV-1 resistente à Lamivudina (substância ativa), abrigando somente
a mutação do M184V. O M184V TR mutante apresenta suscetibilidade à
didanosina e à zalcitabina quatro vezes menor. A significância
clínica dessas descobertas permanece desconhecida. Os testes
de sensibilidade in vitro ainda não foram padronizados, e
os resultados podem variar de acordo com fatores metodológicos.

Demonstrou-se nos estudos clínicos que a Lamivudina (substância
ativa) em combinação com a zidovudina reduz a carga viral do HIV-1
e aumenta a contagem de células CD4. Os desfechos clínicos indicam
que a Lamivudina (substância ativa) em combinação com a zidovudina,
ou combinada com regimes de tratamento que contêm zidovudina,
resulta em redução significativa do risco de progressão da doença e
da mortalidade.

Relatou-se redução da sensibilidade in vitro à
Lamivudina (substância ativa) em vírus isolados de pacientes que
receberam terapia com Lamivudina (substância ativa) . Além disso,
estudos clínicos revelaram evidências de que Lamivudina (substância
ativa) mais zidovudina retardam o aparecimento de vírus isolados
resistentes à zidovudina em indivíduos que não receberam terapia
antirretroviral prévia.

A Lamivudina (substância ativa) tem sido amplamente usada como
um dos componentes da terapia antirretroviral combinada a outros
agentes da mesma classe (inibidores da transcriptase reversa
análogos de nucleosídeos) ou de classes diferentes (inibidores da
protease e inibidores da transcriptase reversa não-análogos de
nucleosídeos).

Evidências de estudos clínicos de pacientes pediátricos
recebendo Lamivudina (substância ativa) com outros fármacos
antirretrovirais (abacavir, nevirapina/efavirenz ou zidovudina)
demonstraram que o perfil de resistência observado em pacientes
pediátricos é similar ao observado em adultos, com relação às
substituições genotípicas detectadas e a frequência relativa
destas.

Crianças recebendo Lamivudina (substância ativa) solução oral em
combinação a outros antirretrovirais em solução oral desenvolveram
resistência viral com maior frequência que as crianças recebendo
comprimidos. (ver Estudos Clínicos e Propriedades Farmacocinéticas,
abaixo).

Terapias antirretrovirais múltiplas que contêm Lamivudina
(substância ativa) têm demonstrado efetividade tanto em pacientes
que nunca receberam terapia antirretroviral como naqueles que
apresentam o vírus com mutações do M184V. A relação entre a
suscetibilidade do HIV in vitro à Lamivudina (substância
ativa) e a resposta clínica à terapia ainda está em fase de
investigação.

Profilaxia pós-exposição

Diretrizes reconhecidas internacionalmente (Centro de Controle e
Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, junho de 1998) recomendam
que uma combinação de zidovudina e Lamivudina (substância ativa)
seja administrada rapidamente (preferencialmente em até duas horas)
após exposição acidental a sangue infectado por HIV (por exemplo,
perfuração com agulha). Em casos de maior risco de infecção, deve
ser incluído nesse tratamento um inibidor da protease. É
recomendável que a profilaxia antirretroviral seja mantida por
quatro semanas. Nenhum estudo clínico controlado foi realizado em
outros casos de profilaxia após exposição, e dados que apoiem essa
indicação são limitados. A soroconversão pode ocorrer, apesar do
tratamento imediato com agentes antirretrovirais.

Propriedades Farmacocinéticas

Absorção

A Lamivudina (substância ativa) é bem absorvida no nível
gastrintestinal, e a biodisponibilidade da droga por via oral em
adultos situa-se normalmente entre 80% e 85%. Após administração
oral, o tempo médio (tmáx) para atingir a concentração
sérica máxima (Cmáx) é de cerca de uma hora. Em doses
terapêuticas, isto é, 4 mg/kg/dia (em duas doses, com intervalo de
12 horas), a Cmáx é da ordem de 1-1,9 µg/mL. Não é
necessário nenhum ajuste da dose quando a Lamivudina (substância
ativa) é administrada junto com alimentos, visto não haver
alteração da sua biodisponibilidade (baseada na AUC), mesmo tendo
sido observados atraso do Tmáx e redução da
Cmáx (redução de até 47%). Não é esperado que a
administração dos comprimidos macerados, misturados com líquidos ou
com uma pequena porção de comida semissólida (pastosa), tenha
impacto na qualidade farmacêutica de Lamivudina (substância ativa)
. Portanto, não é esperada nenhuma alteração no efeito clínico.
Essa conclusão é baseada nas características físico-químicas e
farmacocinéticas da substância ativa e no comportamento da
dissolução in vitro dos comprimidos de Lamivudina
(substância ativa) em água, assumindo-se que o paciente macere e
transfira 100% do comprimido (ou da metade do comprimido, conforme
a dose recomendada) e engula imediatamente.

Exclusivo Comprimidos Revestidos

A administração de dois comprimidos de 150 mg é bioequivalente a
de um comprimido de 300 mg em relação à AUC∞, Cmáx e
Tmáx. Em adultos, a administração de comprimidos é
bioequivalente à de solução oral em relação à AUC∞ e
Cmáx. Foram observadas diferenças na absorção entre
populações de adultos e populações pediátricas.

Distribuição

Com base em estudos com o medicamento por via intravenosa,
constatou-se que o volume médio de distribuição é de 1,3 L/kg, e a
meiavida terminal média de eliminação, de cinco a sete horas. A
Lamivudina (substância ativa) exibe farmacocinética linear na faixa
de doses terapêuticas e caracteriza-se por sua baixa ligação à
principal proteína plasmática, a albumina. Dados limitados
demonstraram que a Lamivudina (substância ativa) penetra no sistema
nervoso central e atinge o líquido cefalorraquidiano (LCR). A
relação média entre a concentração de Lamivudina (substância ativa)
no LCR e no soro, dentro de duas a quatro horas após a
administração oral, foi de cerca de 0,12. O verdadeiro grau de
penetração e a relação com qualquer eficácia clínica são
desconhecidos.

Metabolismo e eliminação

O clearance sistêmico médio da Lamivudina (substância
ativa) é de aproximadamente 0,32 L/h/kg, com clearance
predominantemente renal (gt; 70%) através de secreção tubular ativa
(sistema de transporte catiônico orgânico), porém com pouco
metabolismo hepático (lt; 10%). A molécula ativa, 5’-trifosfato de
Lamivudina (substância ativa) intracelular, possui meia-vida
prolongada na célula (16 a 19 horas), em comparação à meiavida da
Lamivudina (substância ativa) plasmática (cinco a sete horas). Em
60 voluntários adultos sadios, Lamivudina (substância ativa) 300 mg
administrado uma vez ao dia demonstrou ser farmacocineticamente
equivalente, no estado de equilíbrio, a Lamivudina (substância
ativa) 150 mg administrado duas vezes ao dia, em relação à AUC24 e
à Cmáx do trifosfato intracelular.

A probabilidade de interação medicamentosa adversa entre a
Lamivudina (substância ativa) e outros medicamentos é baixa, devido
ao seu metabolismo, à limitada ligação com as proteínas plasmáticas
e à eliminação quase total da droga por via renal na sua forma
inalterada.

Farmacocinética em crianças

A biodisponibilidade absoluta de Lamivudina (substância ativa)
(aproximadamente 58% a 66%) é reduzida e mais variável em crianças
menores de 12 anos. Em crianças, a administração de Lamivudina
(substância ativa) em comprimidos coadministrada a outros
antirretrovirais em comprimidos apresentou maior AUC∞ e
Cmáx plasmática que a administração em solução oral
coadministrada a outros antirretrovirais em solução oral. As
crianças que receberam Lamivudina (substância ativa) em solução
oral, de acordo com a posologia recomendada, alcançaram uma
exposição plasmática de Lamivudina (substância ativa) com uma faixa
de valores semelhante à observada em adultos. As crianças que
receberam Lamivudina (substância ativa) em comprimidos, de acordo
com a posologia recomendada, alcançaram exposição plasmática de
Lamivudina (substância ativa) maior do que as crianças que
receberam Lamivudina (substância ativa) em solução oral. Isso
porque são administradas doses maiores por mg/kg com Lamivudina
(substância ativa) em comprimidos e esta forma farmacêutica
apresenta uma maior biodisponibilidade. Estudos farmacocinéticos em
pacientes pediátricos com as apresentações em comprimidos e solução
oral demonstraram que o esquema de dose única diária fornece
AUC0-24 equivalente ao esquema de dose em duas vezes ao dia, da
mesma dose diária total.

Existem dados farmacocinéticos limitados sobre pacientes com
menos de 3 meses. Em neonatos com uma semana de vida, o
clearance da Lamivudina (substância ativa) oral é reduzido
em comparação ao de pacientes pediátricos, provavelmente pela
função renal imatura e absorção variável.

Portanto, para alcançar uma concentração similar à de adultos e
crianças, a dose recomendada para neonatos é de 2 mg/kg, duas vezes
ao dia. Não existem dados disponíveis em neonatos acima de uma
semana de idade.

Farmacocinética em idosos

Não há dados farmacocinéticos em pacientes com mais de 65 anos
de idade.

Farmacocinética em pacientes com insuficiência
renal

Em pacientes com insuficiência renal, a concentração plasmática
da Lamivudina (substância ativa) (área sob a curva – AUC) é
aumentada devido à diminuição do clearance. A dosagem da
Lamivudina (substância ativa) deverá ser reduzida para os pacientes
com clearance da creatinina lt; 50 mL/min.

Farmacocinética em pacientes com insuficiência
hepática

Dados obtidos em pacientes com insuficiência hepática de
moderada a grave demonstram que a farmacocinética da Lamivudina
(substância ativa) não é afetada de maneira significativa pela
insuficiência hepática.

Farmacocinética durante a gravidez

A farmacocinética da Lamivudina (substância ativa) em grávidas é
similar à de mulheres adultas não-grávidas. Em humanos, de acordo
com a transmissão passiva da Lamivudina (substância ativa) através
da placenta, a concentração plasmática no recém-nascido é similar à
da mãe e à do soro do cordão umbilical no parto.

Estudos Clínicos

Uma comparação randomizada de um regime incluindo doses de
abacavir e Lamivudina (substância ativa) administradas uma vez
versus duas vezes ao dia foi realizada por um estudo multicêntrico,
randomizado, controlado de pacientes pediátricos vivendo com HIV.
Mil duzentos e seis pacientes pediátricos com idades entre 3 meses
a 17 anos foram inscritos no estudo ARROW (COL105677) e a dose foi
administrada de acordo com o peso – recomendações de faixa de
dosagem nas diretrizes de tratamento da Organização Mundial da
Saúde (Terapia antirretroviral da infecção por HIV em bebês e
crianças, 2006). Após 36 semanas de um regime incluindo abacavir e
Lamivudina (substância ativa) duas vezes por dia, 669 pacientes
elegíveis foram randomizados para continuar com a administração de
duas vezes ao dia ou para alternar com abacavir e Lamivudina
(substância ativa) uma vez ao dia, durante pelo menos 96
semanas.

Os resultados estão resumidos na tabela
abaixo:

Resposta Virológica baseada no RNA do HIV-1 com menos de
80 cópias/mL na Semana 48 e Semana 96 com administração abacavir +
Lamivudina (substância ativa) uma vez ao dia ou duas vezes
randomizados do ARROW (Estudo Observacional)

Duas vezes ao dia N (%)

Uma vez ao dia N (%)

Semana 0 (após ≥ 36 Semanas de tratamento)

RNA do HIV-1 lt; 80 cópias/mL

250/331 (76)

237/335 (71)

Diferença do risco (uma vez ao dia –
duas vezes ao dia)

4.8% (95% IC -11,5% a +1,9%),
p=0,16

Semana 48

NA do HIV-1 lt; 80 cópias/mL

242/331 (73)

236/330 (72)

Diferença do risco (uma vez ao dia –
duas vezes ao dia)

-1,6% (95% IC -8,4% a +5,2%), p=0,65

Semana 96

NA do HIV-1 lt; 80 cópias/mL

234/326 (72)

230/331 (69)

Diferença do risco (uma vez ao dia –
duas vezes ao dia)

-2,3% (95% IC -9,3% a +4,7%), p=0,52

O grupo com administração de abacavir/Lamivudina (substância
ativa) uma vez ao dia demonstrou ser não-inferior ao grupo de duas
vezes ao dia, de acordo com a margem de não-inferioridade
pré-especificada de -12%, para o objetivo primário de lt;80
cópias/mL na semana 48, bem como na semana 96 (objetivo
secundário) e todos os outros limites testados (lt;200 cópias/mL,
lt;400 cópias/mL, lt;1000 cópias/mL), os quais todos ficaram dentro
dessa margem de não-inferioridade. As análises de subgrupos de
testes para heterogeneidade da administração uma vez ao dia versus
duas vezes ao dia não demonstraram efeito significativo do sexo,
idade, ou carga viral na randomização. Conclusões suportaram a
não-inferioridade, independentemente do método de análise.

No momento da randomização para esquema de dosagem uma vez ao
dia vs duas vezes ao dia (Semana 0), os pacientes que receberam
formulação em comprimidos tiveram uma supressão da taxa de carga
viral maior que os que receberam alguma formulação em solução oral.
Essas diferenças foram observadas em cada grupo de idade diferente
estudado. As diferenças na taxa de supressão entre comprimidos e
soluções permaneceram durante a Semana 96 com o esquema de dosagem
de uma vez ao dia.

Proporção de indivíduos fazendo uso de abacavir +
Lamivudina (substância ativa) nos regimes uma vez ao dia vs duas
vezes ao dia. Randomização do Estudo ARROW com RNA do HIV-1
plasmático lt; 80 cópias/mL. Análise dos subgrupos por
formulação.

Duas vezes ao dia RNA do HIV-1 plasmático lt;80 c/mL:
n/N (%)

Uma vez ao dia RNA do HIV-1 plasmático lt;80 c/mL: n/N
(%)

Semana 0 (após 36 semanas de tratamento)

Qualquer regime em solução a qualquer
tempo

14/26 (54)

15/30 (50)

Todos os regimes com comprimidos
durante todo o tratamento

236/305 (77)

222/305 (73)

Semana 96

Qualquer regime em solução a qualquer
tempo

13/26 (50)

17/30 (57)

Todos os regimes com comprimidos
durante todo o tratamento

221/300 (74)

213/301 (71)

Análise da resistência genotípica foi realizada em amostras com
RNA do HIV-1 plasmático gt; 1000 cópias/mL. Mais casos de
resistência foram detectados entre os pacientes que receberam
Lamivudina (substância ativa) em solução oral em combinação a
outros antirretrovirais em solução, comparado com aqueles que
receberam doses similares em comprimidos. Isto é consistente com as
menores taxas de supressão antiviral observada nesses
pacientes.

Fonte: Bula do Profissional do Medicamento
Epivir.

Cuidados de Armazenamento do Epivir

Os comprimidos de Epivir devem ser armazenados em sua
embalagem original e em temperatura entre 15°C e 30ºC.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o na embalagem original.

Aspectos físicos

Comprimido branco, em forma de losango, gravado em um dos
lados.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o médico ou o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Epivir

MS: 1.0107.0236

Farm. Resp.:

Edinilson da Silva Oliveira
CRF-RJ Nº 18875

Fabricado e Embalado por:

Glaxo Operations UK Limited
Priory Street, Ware, Hertfordshire, SG12 0DJ, Inglaterra

Ou

GlaxoSmithKline Pharmaceuticals S.A.
189 Grunwaldzka Street, 60-322, Poznan, Polônia

Ou

Embalado por:

GlaxoSmithKline Brasil Ltda.
Estrada dos Bandeirantes, 8464 – Rio de Janeiro – RJ
CNPJ: 33.247.743/0001-10

Registrado e Importado por:

GlaxoSmithKline Brasil Ltda.
Estrada dos Bandeirantes, 8464 – Rio de Janeiro – RJ
CNPJ: 33.247.743/0001-10
Indústria Brasileira

Venda sob prescrição médica.

Atenção – o uso incorreto causa resistência do
virús da AIDS e falha no tratamento.

Epivir, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.