Pular para o conteúdo

Aldosterin

Aldosterin é indicado na prevenção da hipopotassemia (diminuição
dos níveis sanguíneos de potássio) e hipomagnesemia (diminuição dos
níveis sanguíneos de magnésio) em pacientes tomando diuréticos.
Aldosterin é indicado para o diagnóstico e tratamento do
hiperaldosteronismo primário (aumento dos níveis sanguíneos de
aldosterona – hormônio renal – sem causa aparente) e tratamento
pré- operatório de pacientes com hiperaldosteronismo primário.

Como o Aldosterin funciona?


O Aldosterin atua como diurético (aumenta a eliminação de água
através da urina) e como anti-hipertensivo (diminui a pressão
arterial) por este mecanismo.

Contraindicação do Aldosterin

Aldosterin é contraindicado a pacientes que apresentam
hipersensibilidade à espironolactona ou a qualquer componente da
fórmula; Aldosterin é contraindicado à pacientes com insuficiência
renal aguda (diminuição aguda da função dos rins), diminuição
significativa da função renal, anúria (perda da capacidade de
urinar), hiperpotassemia (aumento dos níveis sanguíneos de
potássio) ou doença de Addison ou com uso concomitante de
eplerenona.

Como usar o Aldosterin

Adultos:

A dose diária pode ser administrada em doses fracionadas ou em
dose única.

Hipertensão Essencial:

Dose Usual de 50 a 100 mg por dia, que nos casos resistentes ou
graves pode ser gradualmente aumentada, em intervalos de duas
semanas, até 200 mg/dia. O tratamento deve ser mantido por no
mínimo duas semanas para garantir uma resposta adequada do
tratamento. A dose deverá ser ajustada conforme necessário.

Doenças Acompanhadas por Edema:

A dose diária pode ser administrada tanto em doses fracionadas
como em dose única.

Insuficiência Cardíaca Congestiva:

Dose usual de 100 mg/dia. Em casos resistentes ou graves, a
dosagem pode ser gradualmente aumentada podendo variar entre 25 mg
e 200 mg diariamente. A dose habitual de manutenção deve ser
determinada para cada paciente.

Cirrose Hepática:

Se a relação sódio urinário/potássio urinário (Na+ / K+) for
maior que 1 (um), a dose usual é de 100 mg/dia. Se essa relação for
menor do que 1 (um), a dose recomendada é de 200 a 400 mg/dia. A
dose de manutenção deve ser determinada para cada paciente.

Síndrome Nefrótica:

A dose usual em adultos é de 100 mg/dia a 200 mg/dia. Aldosterin
não demonstrou afetar o processo patológico básico, e seu uso está
aconselhado somente se outra terapia for ineficaz.

Edema Idiopático:

Dose habitual é de 100 mg por dia.

Edema em Crianças:

A dose diária inicial é de aproximadamente 3,3 mg por kg de peso
administrada em dose fracionada. A dosagem deverá ser ajustada com
base na resposta e tolerabilidade do paciente.

Se necessário pode ser preparada uma suspensão triturando os
comprimidos de Aldosterin com algumas gotas de glicerina e
acrescentando líquido com sabor. Tal suspensão é estável por um mês
quando mantida em local refrigerado.

Hipopotassemia / hipomagnesemia:

A dosagem de 25 mg a 100 mg por dia é útil no tratamento da
hipopotassemia e/ou hipomagnesemia induzida por diuréticos, quando
suplementos orais de potássio e/ou magnésio forem considerados
inadequados.

Diagnóstico e Tratamento do Hiperaldosteronismo
Primário:

Aldosterin pode ser empregado como uma medida diagnóstica
inicial para fornecer evidência presuntiva de hiperaldosteronismo
primário enquanto o paciente estiver em dieta normal.

Teste a Longo Prazo: 

Aldosterin é administrado em uma dosagem diária de 400 mg por 3
ou 4 semanas. A correção da hipopotassemia e hipertensão revelam
evidência presuntiva ou o diagnóstico de hiperaldosteronismo
primário.

Teste a Curto Prazo:

Aldosterin é administrado em uma dosagem diária de 400 mg por 4
dias. Se o potássio sérico (sanguíneo) se eleva durante a
administração de Aldosterin, porém diminui quando é descontinuado,
o diagnóstico presuntivo de hiperaldosteronismo primário deve ser
considerado.

Tratamento Pré-operatório de Curto Prazo de
Hiperaldosteronismo Primário:

Quando o diagnóstico de hiperaldosteronismo for bem estabelecido
por testes mais definitivos, Aldosterin pode ser administrado em
doses diárias de 100 a 400 mg como preparação para a cirurgia. Para
pacientes considerados inaptos para cirurgia, Aldosterin pode ser
empregado como terapia de manutenção a longo prazo, com o uso da
menor dose efetiva individualizada para cada paciente.

Hipertensão Maligna:

Somente como terapia auxiliar e quando houver excesso de
secreção de aldosterona, hipopotassemia e alcalose metabólica
(diminuição da acidez do sangue). A dose inicial é de 100 mg/dia,
aumentada quando necessário a intervalos de duas semanas para até
400 mg/dia. A terapia inicial pode incluir também a combinação de
outros fármacos anti-hipertensivos ao Aldosterin. Não reduzir
automaticamente a dose dos outros medicamentos como recomendado na
hipertensão essencial.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os
horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o
tratamento sem o conhecimento do seu médico.

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou
mastigado.

O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o
Aldosterin?


Caso você esqueça-se de tomar Aldosterin no horário estabelecido
pelo seu médico, tome-o assim que lembrar.

Entretanto, se já estiver perto do horário de tomar a próxima
dose, pule a dose esquecida e tome à próxima, continuando
normalmente o esquema de doses recomendado pelo seu médico. Neste
caso, não tome o medicamento em dobro para compensar doses
esquecidas. O esquecimento de dose pode comprometer a eficácia do
tratamento.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Aldosterin

O uso de Aldosterin em mulheres grávidas requer a avaliação de
seus benefícios bem como dos riscos que possam acarretar à mãe ou
ao feto.

Informe ao seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do
tratamento ou após o seu término. Caso o uso de Aldosterin durante
o período da amamentação seja considerado essencial, um método
alternativo de alimentação para a criança deve ser instituído.
Informe ao seu médico se estiver amamentando.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Uma vez que Aldosterin pode causar reações como sonolência ou
tontura, sintomas esses que podem interferir nas habilidades
físicas ou psíquicas para a realização de tarefas potencialmente
arriscadas como dirigir veículos e operar máquinas, recomenda-se
que tenha cautela se estiver sob tratamento com este
medicamento.

Este medicamento pode causar
doping.

Reações Adversas do Aldosterin

É muito importante informar ao seu médico o aparecimento
de qualquer reação desagradável durante o tratamento com
Aldosterin, tais como:

Mal-estar, náuseas, dor ou nódulos nos seios, leucopenia
incluindo agranulocitose (diminuição dos glóbulos brancos no
sangue), trombocitopenia (redução do número de plaquetas no
sangue), função hepática (do fígado) anormal, distúrbios
eletrolíticos (dos minerais do sangue), hiperpotassemia, cãibras
nas pernas, tontura, alterações na libido (desejo sexual), confusão
mental, distúrbios menstruais, alopecia (perda de cabelo),
hipertricose (crescimento anormal de pelos), prurido (coceira),
rash (erupção cutânea), urticária (alergia de pele) e insuficiência
renal aguda (diminuição aguda da função do rim), distúrbios
gastrointestinais, síndrome de Steve-Johnson (SJS), necrólise
epidérmica tóxica (NET) e erupção ao medicamento com eosinofilia e
sintomas sistêmicos (DRESS).

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou
farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento.

Informe também à empresa através do seu serviço de
atendimento

Composição do Aldosterin

Apresentações:

Aldosterin de 25mg:

Embalagens contendo 200 comprimidos revestidos.

Aldosterin de 100mg:

Embalagens contendo 160 comprimidos revestidos.

Uso oral.

Uso adulto e pediátrico.

Composição:

Aldosterin 25 mg:

Cada comprimido revestido contém:

Espironolactona 25mg.

Excipientes:

sulfato diidratado de cálcio, amido de milho, lauril sulfato de
sódio, povidona, estearato de magnésio, talco, amidoglicolato de
sódio, corante amarelo óxido de ferro, hipromelose,
propilenoglicol, dióxido de titânio.

Aldosterin 100 mg:

Cada comprimido revestido contém:

Espironolactona 100mg.

Excipientes:

sulfato diidratado de cálcio, amido de milho, lauril sulfato de
sódio, povidona, estearato de magnésio, talco, amidoglicolato de
sódio, corante amarelo óxido de ferro, hipromelose,
propilenoglicol, dióxido de titânio.

Superdosagem do Aldosterin

Superdosagem aguda poderá ser manifestada por náusea, vômitos,
sonolência, confusão mental, erupção cutânea maculopapular (manchas
e/ou pequenos nódulos na pele) ou eritematosa (vermelhidão na pele)
ou diarreia. Podem ocorrer desequilíbrios eletrolíticos e
desidratação. Deverão ser tomadas medidas sintomáticas e de
suporte. Não existe nenhum antidoto específico.

O uso de Aldosterin deve ser descontinuado e a ingestão de
potássio (incluindo fontes alimentares) restringida.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você
precisar de mais orientações.

Interação Medicamentosa do Aldosterin

É muito importante informar ao seu médico caso esteja usando
outros medicamentos antes do início ou durante o tratamento com
Aldosterin.

Há casos relatados de hiperpotassemia (aumento dos níveis
sanguíneos de potássio) grave em pacientes que fazem uso de
diuréticos poupadores de potássio, incluindo Aldosterin e
inibidores da ECA (como captopril e enalapril).

A hiperpotassemia pode ser fatal. É crítico monitorar e ajustar
o potássio sérico em pacientes com insuficiência cardíaca grave
recebendo espironolactona. Evitar uso de outros diuréticos
poupadores de potássio.

Aldosterin pode potencializar o efeito de outros diuréticos e
anti-hipertensivos quando administrados concomitantemente. A dose
desses medicamentos deverá ser reduzida quando Aldosterin for
incluído ao tratamento.

Aldosterin reduz a resposta vascular à noraepinefrina
(substância estimulante do sistema cardiovascular). Devem ser
tomados cuidados com a administração em pacientes submetidos à
anestesia enquanto esses estiverem sendo tratados com
Aldosterin.

Foi demonstrado que Aldosterin aumenta à meia-vida (tempo de
permanência na corrente sanguínea) da digoxina. Foi demonstrado que
medicamentos anti-inflamatórios não esteroides como ácido
acetilsalicílico (AAS), indometacina e ácido mefenâmico
(medicamentos anti-inflamatórios não hormonais) diminuem o efeito
diurético do Aldosterin.

Aldosterin aumenta o metabolismo da antipirina.

Aldosterin pode interferir na análise dos exames de concentração
plasmática (no sangue) de digoxina. Acidose metabólica
hipercalêmica (aumento dos níveis de potássio na corrente
sanguínea) foi relatada em pacientes que receberam Aldosterin
concomitante a cloreto de amônio ou colestiramina.

Coadministração de Aldosterin e carbenoxolona podem resultar em
eficácia reduzida de qualquer uma dessas medicações.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento. Não use medicamento sem o
conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua
saúde.

Ação da Substância Aldosterin

Resultados de Eficácia


Insuficiênca cardíaca grave

O Estudo Randomizado de Avaliação de Espironolactona (substância
ativa) (RALES1) foi um estudo multinacional, duplo-cego
em pacientes com fração de ejeção ≤35%, história de insuficiência
cardíaca classe IV da New York Heart Association (NYHA) de
6 meses e insuficiência cardíaca de Classe III-IV na época da
randomização. Todos os pacientes deveriam estar tomando um
diurético de alça e, se tolerado, um inibidor da ECA. Pacientes com
creatinina gt;2,5 mg/dL na linha de base ou um aumento recente de
25% ou com potássio sérico gt;5,0 mEq/L na linha de base foram
excluídos.

Os pacientes foram randomizados 1:1 para 25 mg de
Espironolactona (substância ativa) por via oral uma vez ao dia ou
ao placebo correspondente. Consultas de seguimento e avaliações
laboratoriais (incluindo potássio sérico e creatinina) foram
realizadas a cada quatro semanas durante as primeiras 12 semanas, a
seguir a cada 3 meses durante o primeiro ano e depois a cada 6
meses. A dosagem poderia ser retida para hipercalcemia grave ou se
a creatinina no soro aumentar para gt; 4,0 mg/dL. Os pacientes
tolerantes a um comprimido diário em 8 semanas poderiam ter sua
dose aumentada para dois comprimidos diários a critério do
investigador.

O RALES envolveu 1663 pacientes em 195 centros em 15 países
entre 24 de março de 1995 e 31 de dezembro de 1996. A população do
estudo foi principalmente de brancos (87% com 7% de negros , 2% de
asiáticos e 4% de outros), do sexo masculino (73%) e idosos (idade
média de 67 anos). A fração de ejeção média foi de 0,26%. Setenta
por cento eram de classe NYHA III e 29% da classe IV. A
etiologia presumida de insuficiência cardíaca foi isquêmica em 55%
e não-isquêmica em 45%. Havia histórico de infarto do miocárdio em
28%, de hipertensão em 24% e diabetes em 22%. A creatinina sérica
basal mediana foi de 1,2 mg/dL e o clearence médio de
creatinina de base era 57mL/mim. A dose diária média no final do
estudo para os pacientes randomizados foi de 26 mg de
Espironolactona (substância ativa).

Medicações concomitantes incluíram um diurético de alça em 100%
dos pacientes e uma ACE de inibidor em 97%. Outros medicamentos
usados em qualquer momento durante o estudo inclui digoxina (78%),
anticoagulantes (58%), ácido acetilsalicílico (43%) e
beta-bloqueadores (15%). O desfecho primário do estudo RALES foi o
tempo até o evento fatal de todas as causas. O RALES foi incluído
antecipadamente, após um acompanhamento médio de 24 meses, por
causa do benefício sobre a mortalidade detectado em uma análise
intermediária planejada. As curvas de sobrevida por grupo de
tratamento são demonstradas na Figura 1.

Figura 1. Sobrevida por grupo de tratamento no estudo
RALES:

A Espironolactona (substância ativa) reduziu o risco de morte em
30% comparado ao placebo (plt;0,001; intervalo de confiança de 95%
entre 18% a 40%). A Espironolactona (substância ativa) reduziu o
risco de morte cardíaca, a morte primariamente súbita e a morte por
insuficiência cardíaca progressiva em 31% comparado ao placebo
(plt;0,001; intervalo de confiança de 95%, entre 18% a 42%).

A Espironolactona (substância ativa) também reduziu o risco de
hospitalização por causas cardíacas (definidas como piora da
insuficiência cardíaca, angina, arritmias ventriculares ou infarto
do miocárdio) em 30% (plt;0,001, intervalo de confiança 95%, entre
18% a 41%). Alterações na classe NYHA foram mais favoráveis com a
Espironolactona (substância ativa); no grupo de
Espironolactona (substância ativa), a classe NYHA no final do
estudo melhorou em 41% dos pacientes e piorou em 38% comparado com
melhora em 33% e piora em 48% no grupo placebo (P lt; 0,001).

Os índices de risco de mortalidade para alguns subgrupos são
mostrados na Figura 2. O efeito favorável da Espironolactona
(substância ativa) na mortalidade se mostrou semelhante em ambos os
sexos e em todos os grupos etários, exceto em pacientes abaixo de
55 anos; não havia não brancos em número suficiente no estudo RALES
para obter qualquer conclusão sobre efeitos diferenciais por raça.
O benefício da Espironolactona (substância ativa) se mostrou maior
em pacientes com níveis de potássio sérico baixos na linha de base
e menor em pacientes com frações de ejeção lt;0,2. Estas análises
de subgrupo devem ser interpretadas com cautela.

Figura 2. Índices de risco de mortalidade por todas as
causas por subgrupos no Rales:

Figura 2: o tamanho de cada caixa é proporcional ao
tamanho da amostra e à frequência do evento. LVEF significa fração
de ejeção ventricular esquerda, Cr Clearance significa
clearance de creatinina e ser Creatinine
significa creatinina sérica e ACEI significa inibidor da enzima
conversora de angiotensina.

A eficácia e tolerância de longo prazo de Espironolactona
(substância ativa) na hipertensão essencial foram avaliadas entre
20.812 pacientes em um estudo prospectivo conduzido por Jeunemaitre
e cols2. Em pacientes tratados com
Espironolactona (substância ativa) sozinha durante um período de
acompanhamento médio de 23 meses, uma dose média de 96,5mg reduziu
a pressão sistólica e a pressão diastólica em respectivamente, 18 e
10 mmHg abaixo dos níveis pré-tratamento. A redução da pressão
arterial foi maior com doses de 75 a 100 mg (12,4% e 12,2%) do que
com doses de 25 a 50mg (5,3 e 6,5%, p lt;0,001). O nível de
creatinina plasmática aumentou modestamente (8,3μmol/litro), assim
como o nível de potássio plasmático (0,6mmol/litro) (ambos p
lt;0,001); o nível de ácido úrico aumentou, mas não
significativamente (10,5μmol/litro). Os níveis de glicose em jejum
e de colesterol total não mudaram, os níveis de triglicérides
aumentaram ligeiramente (0,1 mmol/litro, p lt;0,05). Estas
alterações foram semelhantes em ambos os sexos e não foram
influenciadas pela duração do acompanhamento. Os autores concluíram
que a Espironolactona (substância ativa) administrada na prática
diária reduziu a pressão arterial sem induzir efeitos adversos
metabólicos.

Nishizaka e cols3 avaliaram o benefício
anti-hipertensivo de adição de baixas doses de Espironolactona
(substância ativa) a regimes de múltiplos fármacos, que incluíram
um diurético e um inibidor da enzima conversora de angiotensina
(ECA) ou um bloqueador do receptor de angiotensina (BRA) em
pacientes com hipertensão resistente com e sem aldosteronismo
primário. A Espironolactona (substância ativa) em baixas doses foi
associada com uma redução média adicional da pressão arterial de 21
± 21/10 ± 14mmHg após 6 semanas e 25 ± 20/12 ± 12 mmHg no
acompanhamento de 6 meses. A redução da pressão arterial foi
semelhante em pacientes com e sem aldosteronismo primário e foi
aditiva ao uso de inibidores da ECA, BRAs e diuréticos. Os autores
concluíram que baixas doses de Espironolactona (substância ativa)
proporcionam uma redução aditiva significativa da pressão arterial
em pacientes afroamericanos e brancos com hipertensão resistente,
com e sem aldosteronismo primário.

Saruta e cols4 avaliaram 40 pacientes
pré-operatoriamente com aldosteronismo primário devido a adenoma
examinando a gravidade da hipertensão, história familiar de
hipertensão, idade dos pacientes, duração da hipertensão, atividade
da renina plasmática, concentração da aldosterona plasmática e
eficácia de Espironolactona (substância ativa) (100mg por dia por
10 dias) na pressão arterial. Em 30 dos 40 pacientes a pressão
arterial foi reduzida para menos de 160/95mmHg dentro de um ano
após adrenalectomia (respondedores). Em outros 10 pacientes, a
pressão arterial não foi reduzida marcadamente e permaneceu acima
de 160/95mmHg (não-respondedores).

Foi observada uma redução da pressão arterial média de mais de
15 mmHg após administração de Espironolactona (substância ativa) em
29 dos 30 respondedores. O outro único paciente apresentou uma
redução de 11 mmHg da pressão arterial média. Por outro lado,
nenhum dos não-respondedores mostrou uma redução da pressão
arterial média de mais de 15 mmHg após a administração de
Espironolactona (substância ativa). A partir destes resultados os
autores concluíram que a resposta pré-operatória da pressão
arterial à administração de 100 mg por dia de Espironolactona
(substância ativa) por 10 dias representa um indicador útil para o
prognóstico pós-operatório de hipertensão em pacientes com
aldosteronismo primário devido a adenoma.

Referências

1. Pitt B, Zannad F, Remme WJ, Cody
R, Castaigne A, Perez A, Palensky J, Wittes J. The effect of
spironolactone on morbidity and mortality in patients with severe
heart failure RALES study. N Engl J Med 1999;341:709-17.
2. Jeunemaitre X(1), Chatellier G, Kreft-Jais C, Charru A. Efficacy
and tolerance of spironolactone in essential hypertension. Am J
Cardiol. 1987 Oct 1;60(10):820-5.
3. Nishizaka M K, Zaman MA, Calhoun DA. Efficacy of low-dose
spironolactone in subjects with resistant hypertension. AJH
2003;16:925-930.
4. Saruta T, Suzuki H, Saito I, Murai M, Tazaki H. Pre-operative
evaluation of the prognosis of hypertension in primary
aldosteronism owing to adenoma. Acta Endocrinol (Copenh)
1987;116:229-234.

Fonte: Bula do Profissional do
Medicamento Aldactone

Características Farmacológicas


Propriedades Farmacodinâmicas

Mecanismo de Ação

A Espironolactona (substância ativa) é um antagonista
farmacológico específico da aldosterona, atuando principalmente no
local de troca de íons sódio-potássio dependente de aldosterona,
localizado no túbulo contornado distal do rim. A Espironolactona
(substância ativa) causa aumento das quantidades de sódio e água a
serem excretados, enquanto o potássio é retido. A Espironolactona
(substância ativa) atua como diurético e como anti-hipertensivo por
este mecanismo. Ela pode ser administrada sozinha ou com outros
agentes diuréticos que atuam mais proximamente no túbulo renal.

Atividade antagonista da aldosterona

Por aumento dos níveis de mineralocorticoides, a aldosterona
está presente no hiperaldosteronismo primário e secundário. Estados
edematosos em que o aldosteronismo secundário é usualmente
envolvido incluem a insuficiência cardíaca congestiva, cirrose
hepática e a síndrome nefrótica. Pela competição com a aldosterona
pelos receptores, a Espironolactona (substância ativa) promove uma
terapia eficaz no tratamento de edema e ascites nestas condições. A
Espironolactona (substância ativa) atua contra o aldosteronismo
secundário induzido pelo volume de depleção e associado com a perda
de sódio causado pela terapia diurética.

A Espironolactona (substância ativa) é efetiva na diminuição da
pressão sanguínea sistólica e diastólica em pacientes
com hiperaldosteronismo primário. É também efetiva na maioria
dos casos de hipertensão essencial apesar do fato da secreção de
aldosterona estar dentro dos limites normais no início da
hipertensão essencial.

A Espironolactona (substância ativa) não demonstrou elevar as
concentrações séricas de ácido úrico, precipitar crises de gota, ou
alterar o metabolismo dos carboidratos.

Propriedades Farmacocinéticas

A Espironolactona (substância ativa) é rápida e extensamente
metabolizada. Produtos contendo enxofre constituem os principais
metabólitos e acredita-se serem os principais responsáveis, junto à
Espironolactona (substância ativa), pelos efeitos terapêuticos do
medicamento. Os dados farmacocinéticos foram obtidos de 12
voluntários saudáveis que receberam 100mg de Espironolactona
(substância ativa) diariamente por 15 dias. No 15o, a
Espironolactona (substância ativa) apresentou resultados
imediatamente na coleta de sangue após um café da manhã de baixa
caloria.

 

Fator de Acumulação: AUC (0-24 horas, Dia 15)/AUC (0-24
horas, Dia 1)

Pico médico na Concentração Sérica

Média (SD) Meia-vida Pós-Estado de Repouso

7-α-(tiometil) Espironolactona

1,25391 ng/mL às 3,2
horas
13,8 horas (6,4) (terminal)

6-β-hidroxi-7-α-(tiometil) Espironolactona

1,50125 ng/mL às 5,1
horas
15,0 horas (4,0) (terminal)

Canrenona

1,41181 ng/mL às 4,3
horas
16,5 horas (6,3) (terminal)

Espironolactona

1,3080 ng/mL às 2,6
horas
Aproximadamente 1,4 horas (0,5) (β
meia-vida)

A atividade farmacológica dos metabólitos da Espironolactona
(substância ativa) no homem não é conhecida. Contudo, em ratos
adrenalectomizados, as atividades antimineralocorticoides dos
metabólitos cancerona (C), 7-α-(tiometil) Espironolactona
(substância ativa) (TMS) 6-β-hidroxi-7-α-(tiometil) Espironolactona
(substância ativa) (HTMS), relativos à Espironolactona (substância
ativa), foram 1,10, 1,28 e 0,32 respectivamente. Relativo à
Espironolactona (substância ativa), sua afinidade de ligação ao
receptor de aldosterona em lâmina de rim de rato foi 0,19, 0,86 e
0,06 respectivamente.

Em humanos, a potência do TMS e do 7-α-tioEspironolactona
(substância ativa) na reversão dos efeitos do mineralocorticoide
sintético, fludrocortisona, na composição eletrolítica urinária
foram 0,33 e 0,26 respectivamente, relativo à Espironolactona
(substância ativa). Contudo, visto que as concentrações
séricas deste esteroide não foram determinadas, sua incompleta
absorção e/ou metabolismo de primeira passagem não poderia ser
excluído como uma razão para sua reduzida atividade in
vivo
.

A Espironolactona (substância ativa) e seus metabólitos são mais
de 90% ligados a proteínas plasmáticas. Os metabólitos são
excretados primariamente na urina e secundariamente na bile.

O efeito de alimentos na absorção da Espironolactona (substância
ativa) foi avaliado em estudo de dose única em nove voluntários
saudáveis que não fazem uso de medicação. O alimento aumentou a
biodisponibilidade da Espironolactona (substância ativa) não
metabolizado por aproximadamente 100%. A importância clínica deste
achado não é conhecida.

Dados de Segurança Pré-Clínicos

Carcinogênese, mutagênese e diminuição da
fertilidade

A Espironolactona (substância ativa) administrada oralmente
demonstrou ser um tumorígeno em estudos de administração na dieta
realizados com ratos, com seus efeitos proliferativos manifestados
nos órgãos endócrinos e no fígado. Em estudo de 18 meses utilizando
doses de Espironolactona (substância ativa) de 50, 150 e
500mg/kg/dia, houve um aumento estatisticamente significativo em
adenomas benignos de tireoide e testículos e, em ratos machos, um
aumento relacionado à dose nas alterações proliferativas no fígado
(incluindo hepatomegalia e nódulos hiperplásicos). Em 1 estudo de
24 meses no qual a mesma espécie de ratos recebeu doses de 10, 30,
100 e 150mg/kg/dia de Espironolactona (substância ativa), a faixa
de efeitos proliferativos incluíram um aumento significativo de
adenomas hepatocelulares e células de tumor intersticial testicular
em machos, e um aumento significativo de células de adenoma
folicular na tireoide e carcinomas em ambos os sexos. Há aumento
estatisticamente significativo também, porém, não relacionado à
dose, em pólipos estruma endometrial uterino em fêmeas.

Foi observada incidência de leucemia mielocística relacionada à
dose (acima de 20mg/kg/dia), em ratos alimentados diariamente com
doses de canrenoato de potássio (um componente quimicamente similar
a Espironolactona (substância ativa) e cujo principal metabólito,
canrenona, é também um principal produto da Espironolactona
(substância ativa) no homem), por um período de um ano. Em estudos
de 2 anos em ratos, a administração oral de canrenoato de potássio
foi associada com leucemia mielocística e hepática, tireoide e
tumores testiculares e mamários.

Nem Espironolactona (substância ativa) ou canrenoato de potássio
produziram efeitos mutagênicos em testes utilizando bactérias ou
leveduras. Na ausência de ativação metabólica, nem Espironolactona
(substância ativa) ou canrenoato de potássio se mostraram
mutagênicos em testes mamários in vitro. Na presença de
ativação metabólica, foi relatado que a Espironolactona (substância
ativa) apresenta resultados negativos em alguns testes mutagênicos
mamários in vitro e inconclusivos (mas ligeiramente
positivo) para mutagenicidade em outros testes mamários in
vitro
. Na presença de ativação metabólica, canrenoato de
potássio tem sido reportado resultados positivos para
mutagenicidade em alguns testes mamários in vitro,
inconclusivo em alguns e negativo em outros.

Em um estudo de reprodução de três gerações no qual ratas fêmeas
receberam doses diárias de 15 e 50 mg/kg/dia de Espironolactona
(substância ativa), não houve efeitos no acasalamento e
fertilidade, mas houve um pequeno aumento na incidência de filhotes
natimortos com doses de 50 mg/kg/dia. Quando injetado em ratas
fêmeas (100 mg/kg/dia por 7 dias via intraperitoneal (i.p.)) de
Espironolactona (substância ativa), parece aumentar o comprimento
do ciclo estral pelo prolongamento diestro durante o tratamento e
induzindo constante diestro durante o período de observação
pós-tratamento de duas semanas. Estes efeitos foram associados ao
retardo do desenvolvimento do folículo ovariano e uma redução dos
níveis de estrógeno circulante, que poderia ser esperado prejudicar
o acasalamento, fertilidade e fecundidade. A Espironolactona
(substância ativa) (100mg/kg/dia), administrado via i.p. em
camundongos fêmeas durante um período de duas semanas de coabitação
com machos não tratados, diminuiu o número de concebimentos do
acasalamento (este efeito mostrou ser causado pela inibição da
ovulação) e diminuição do número de embriões implantados e daqueles
que se tornaram uma gravidez (este efeito mostrou ser causado por
uma inibição da implantação), e dose de 200mg/kg, também aumentou o
período de latência para o acasalamento.

Fonte: Bula do Profissional do
Medicamento Aldactone

Cuidados de Armazenamento do Aldosterin

Aldosterin deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15
e 30oC), protegido da luz e umidade.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Aspectos físicos:

Aldosterin 25 mg:

Comprimido amarelo, circular, biconvexo e plano em ambos os
lados.

Aldosterin 100 mg:

Comprimido amarelo, com revestimento, circular, biconvexo e
plano em ambos os lados.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

 

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Aldosterin

MS – 1.3764.0040.

Farmacêutica Responsável:

Dra. Viviane L. Santiago Ferreira.
CRF-ES n° 5139.

Fabricado por:

Aspen Pharma Indústria Farmacêutica Ltda.
Av. Acesso Rodoviário, Módulo 01, Quadra 09, TIMS, Serra – ES.
CNPJ 02.433.631/0001-20.
Indústria Brasileira.

Aldosterin, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.