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Entenda como a hanseníase funciona e seus sintomas.


Olá, eu sou a Juliana Pina e esse é mais um episódio da série “Descomplica a Saúde” do canal do Hospital Sírio-Libanês. Hoje, os nossos especialistas trarão informações sobre hanseníase.
Então, enquanto roda a vinheta, aproveita e se inscreve no canal que eu volto já já!
Doutora Jaciara, o que é hanseníase tuberculoides?
Juliana, hanseníase tuberculoide é uma das apresentações clínicas de hanseníase. Hanseníase é uma doença com muitas caras, várias formas, e a hanseníase tuberculoide é uma dessas formas. Normalmente, nesse caso, o paciente tem poucas lesões, lesões pequenas que começam como uma mancha clara, mas clara que a pele do paciente. Uma mancha branca que vai ganhando relevo e formando uma lesão mais elevada, alta na pele, número de poucas. Às vezes, uma única lesão.
Doutor Ciro, hanseníase e lepra são a mesma coisa?
Essa denominação foi feita em 1980 por um médico aqui no Brasil que achou que com isso ele ia fazer com que a doença fosse esquecida e não fosse estigmatizante. Então ‘lepra’ é uma denominação muito estigmatizante. Mas por outro lado, esse estigma com a mudança da nomenclatura não diminuiu nem acabou. E hoje nós no Brasil somos o único lugar no mundo que chama lepra de hanseníase. O resto do mundo chama de lepra.
Jaciara, as pessoas que estão em tratamento, elas continuam transmitindo hanseníase?
Não, isso é super importante, Juliana, porque logo após as primeiras doses da medicação que cura a hanseníase, a pessoa para de transmitir. Então, hoje em dia, não tem mais necessidade de se isolar o paciente, o que era muito comum no passado. Uma das causas de se criar tanto estigma em volta da doença. Hoje, a gente não precisa isolar o paciente que está em tratamento porque logo nas primeiras doses ele já para de transmitir a doença.
E Doutor Ciro, o paciente, ele pode ter algumas sequelas e quais são elas?
Depende muito da forma de hanseníase, Doutora Jaciara já disse que existem formas polares de hanseníase, umas que são muito graves, outras que são menos graves. A forma polar tuberculoide, como a doutora falou, é uma forma que ela não é tão grave e não deixa tantas sequelas. A outra forma que é uma forma muito ruim chamada bicho Viana, ela é uma forma mais grave e que pode deixar inúmeras sequelas. As sequelas são sequelas normalmente neurológicas, que a hanseníase é uma doença neurocutânea, ela não pega só a pele, ela pega a pele e os nervos. Então a maioria das sequelas que o indivíduo fica é por alteração neurológica da doença. Então, quanto mais cedo se fizer diagnóstico, quanto mais cedo você tratar, menos sequela o indivíduo vai ter.
E Doutora Jaciara, existe vacina para hanseníase?
Existe, Juliana, existe na verdade. O panorama atual em relação às vacinas para hanseníase é o seguinte: existe uma vacina que não é específica para hanseníase, que é BCG, que ela é dada muito mais visando a proteção contra a tuberculose. Mas existem alguns estudos que mostram um grau significativo de proteção contra hanseníase também dada pela BCG. E está em estudo ainda não foi lançada, mas já está em estudo a primeira vacina específica contra hanseníase. Em 2019, foi concluída a primeira fase clínica nos Estados Unidos e atualmente a instituição norte-americana em parceria com a Fiocruz está conduzindo as fases seguintes e a gente espera algum resultado mais ou menos para 2025. Aí sim, que tudo dá certo, teremos a primeira vacina específica contra a hanseníase.
Eu gostaria de agradecer a Doutora Jaciara e o Doutor Ciro pelas respostas, pelos esclarecimentos. E nada melhor do que escutar um especialista no assunto, não é mesmo? E se você gostou desse vídeo, curta, comenta, compartilha, se inscreve no canal e aproveita, assiste os outros vídeos da série Descomplica a Saúde. Até mais!
Fonte: Hanseníase: entenda como a doença funciona por Hospital Sírio-Libanês