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Zika vírus: Sintomas e Manifestações Clínicas

Vírus Zika – Parte 3

Olá, este é o terceiro vídeo da série que nós estamos gravando sobre o vírus Zika. No primeiro, explicamos que ele surgiu na África e aí apareceram casos da infecção na África e na Ásia. O vírus migrou para aquelas ilhas do Pacífico, especialmente para Micronésia e a Polinésia, e depois veio para o nordeste do Brasil. E aí virou um vendaval, infectando pessoas no país inteiro e se espalhando pela América do Sul, América Central e chegou ao México. Em um período de 9 meses, o que é muito assustador. Porque o primeiro caso no Brasil aconteceu em abril, maio. E nesse período curto, o vírus já está lá batendo as portas dos Estados Unidos.

A doença em si não é uma doença grave. 80% das pessoas que entram em contato com o vírus não têm nada ou têm sintomas mínimos, como mal estar, um pouco de cansaço, uma dorzinha articular que a pessoa nem leva a sério porque passa rapidamente. Mesmo os 20% que têm um quadro clínico, caracterizado por febre baixa, dores no corpo e nas juntas, dores musculares, dor de cabeça, conjuntivite e um vermelhão no corpo, além de coceira, não é grave. Isso desaparece rapidamente, em 4 ou 5 dias a doença regrediu. Depois de uma semana, no máximo, você está bem, não aconteceu nada. Se fosse só isso, você diria: “Bom, entre pegar Dengue e pegar Zika, é melhor o Zika”.

O problema foi o aparecimento dos casos do vírus nas mulheres grávidas. Isso sim é que é uma grande tragédia. O caso dessas crianças que nascem com microcefalia, com a cabeça diminuída, com o cérebro comprometido, com muitas calcificações cerebrais e com outros defeitos neurológicos no nervo ótico e no nervo auditivo. Essas crianças vão ter problemas de visão e de audição. Esse é o grande problema. Uma pequena parte dos adultos, uma parte insignificante eu diria, apresenta aquilo que a gente chama de Síndrome de Guillain-Barré, que é uma ação provocada pelo próprio organismo.

O organismo para reagir contra o vírus, produz uma resposta imunológica que acaba atacando a bainha que recobre os nervos. E isso pode provocar dificuldade de movimento e até paraplegia, seguida de paralisia até de músculos respiratórios. É uma doença que regride, mas costuma levar tempo para regressão.

O grande problema mesmo são os defeitos que acontecem no feto durante a gravidez. Quando esses defeitos são mais comuns? Provavelmente nos três primeiros meses. Porque há cinco outras causas de microcefalia, o Zika não é a única causa. Rubéola na gravidez pode dar microcefalia, toxoplasmose, citomegalovírus, álcool na gravidez pode dar microcefalia, até diabetes pode provocar esse tipo de problema. Nós não sabemos se infecções que ocorrem mais tardiamente, no segundo, terceiro trimestre, podem provocar ou não, porque a doença é muito recente no Brasil. Provavelmente, menos microcefalia, menos defeitos neurológicos, mas eles não podem ser afastados. A mulher grávida corre perigo durante os nove meses da gravidez. Essa que é a realidade. O perigo provavelmente é maior no primeiro trimestre.

Qual é a alternativa que nós temos? É lógico que as mulheres que não têm pressa de engravidar podem engravidar um pouco mais tarde. Mas isto já é o assunto do nosso próximo vídeo.

Inscreva-se no nosso canal para acompanhar esta série sobre o vírus Zika.

A verdade mesmo é que nós estamos diante de um mistério. Como e por que esse vírus consegue se disseminar nessa velocidade toda?

  • O primeiro caso de Zika no Brasil aconteceu em abril ou maio
  • Em 9 meses, o vírus se espalhou pela América do Sul, América Central e chegou ao México
  • 80% das pessoas infectadas não apresentam sintomas graves
  • A maior tragédia é o aparecimento do vírus em mulheres grávidas, que pode causar microcefalia no feto
  • A Síndrome de Guillain-Barré é uma ação provocada pelo próprio organismo contra o vírus
  • Existem outras causas de microcefalia além do Zika
  • O perigo para a mulher grávida é maior no primeiro trimestre

Fonte
Zika virus | Quadro clínico por Drauzio Varella