O Carnaval e a Sífilis

Olá pessoal! Eu sou Renato Abranger, especialista em doenças infecciosas e parasitárias, e hoje eu quero falar com vocês sobre o carnaval e a sífilis.

Vocês devem estar se perguntando: o que isso tem a ver? Então vamos tentar juntar essas duas coisas que são muito boas e muito ruins ao mesmo tempo. Sabemos que no carnaval todo mundo fica empolgado, quer sair, aproveitar e beijar na boca. E é aí que começa o problema, porque depois de beijar várias pessoas, acaba-se fazendo sexo desprotegido e é aí que entra a sífilis.

Nem todo mundo sabe, mas é muito importante usar preservativo sempre, e isso inclui o sexo oral, que pode ser uma forma de transmissão da sífilis. Por isso, precisamos conversar sobre como a doença é transmitida, como preveni-la e o que fazer em caso de diagnóstico.

Antes de mais nada, é importante mencionar que a sífilis era uma doença não obrigatória de notificação até 2010. Ou seja, os casos eram registrados apenas se os médicos quisessem notificar ao Ministério da Saúde. Mas, quando isso se tornou obrigatório, percebeu-se que os números subiram rapidamente.

No Brasil e no mundo todo, a sífilis é uma doença que está aumentando cada vez mais, com muitos casos novos todo mês. Estima-se que, por dia, ocorram cerca de 78 casos novos. Isso é extremamente preocupante porque, teoricamente, a doença poderia ser tratada e eliminada. No entanto, não é bem assim.

A sífilis é uma doença infecciosa transmitida por uma bactéria, a Treponema pallidum. Ela pode ser tratada, mas muitas pessoas não sabem que estão infectadas, pois a doença tem várias fases e muitas delas são assintomáticas.

Um período de incubação médio é de três semanas, mas pode variar de 10 a 90 dias. Então, se você teve contato sexual desprotegido no carnaval, por exemplo, pode levar aproximadamente 3 semanas para aparecer uma feridinha no local da inoculação, que não dói e parece uma afta. Essa ferida é o sinal mais comum da sífilis e pode aparecer em homens ou mulheres.

Depois de algum tempo, aparecem manchas vermelhas na pele, que são pelo corpo e parecem uma alergia. Essas manchas são a segunda fase da sífilis e geralmente levam a pessoa a procurar um dermatologista ou médico. No entanto, muitos profissionais de saúde não fazem a correlação entre as manchas e a sífilis, perdendo a chance de diagnosticar e tratar adequadamente.

Se não tratada, a sífilis pode se tornar muito grave e afetar o sistema nervoso central, o coração e outros órgãos. Além disso, a sífilis é uma doença exclusivamente humana, ou seja, não há transmissão de animais para humanos ou vice-versa.

A transmissão é basicamente por via sexual, mas também pode ocorrer por transfusão sanguínea ou transmissão vertical, da mãe para o feto durante a gestação. A sífilis é uma das principais causas de aborto espontâneo, parto prematuro e diversas anomalias no recém-nascido.

É importante destacar que há testes rápidos para sífilis, disponíveis em todos os postos de saúde e centros de testagem anônima. O tratamento consiste em antibióticos administrados por injeção intramuscular e pode durar de duas a três semanas.

É fundamental tratar também os parceiros sexuais, pois se apenas um for tratado, a doença continuará se espalhando.

Então, lembre-se: use preservativo sempre, inclusive no sexo oral. A sífilis é um problema de saúde pública e todos devem se prevenir e tratar adequadamente. Divirtam-se no carnaval, mas protejam-se!

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Fonte: Sifilis tem cura! Sintomas, características, tratamento, prevenção. Como curar sífilis? #2 por Mundo da Infectologia