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Saiba mais sobre a Toxoplasmose e seus sintomas


Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma zoonose de ampla distribuição mundial. Esta doença é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, do filo Apcomplexa e do gênero Toxoplasma. Esse protozoário infecta gatos e inúmeras outras espécies de animais homeotérmicos.
Agente etiológico
O Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular obrigatório e, dependendo do hospedeiro, pode se apresentar sob diversas formas, como cisto tecidual e zoécia. Hospedeiros definitivos são membros da família Felícia e um exemplo típico é o gato doméstico. Hospedeiros intermediários são espécies de mamíferos, como cachorro, coelho, porco, ovelha, rato e o ser humano, e as espécies de aves são galinha e pombo.
Ciclo biológico
O ciclo inicia-se quando um gato alimenta-se de camundongos que têm uma toxoplasmose aguda ou crônica. O tecido do camundongo apresenta cistos e os cistos alcançam o estômago e intestino delgado do gato. O Toxoplasma gondii penetra nas células epiteliais do intestino e começa a multiplicar-se assexuadamente, podendo repetir-se em ciclo muitas vezes. Alguns Toxoplasma diferenciam-se em gametas, produzindo macrogametas e microgametas que vão se unir e formar um zigoto que, após se segregar paredes, dá origem a um cisto e, assim, termina o ciclo sexuado. Os oocistos formados deixam as células epiteliais antes de completarem o seu desenvolvimento e saem para o exterior com as fezes. No meio externo, esses oocistos amadurecem e apresentam em seu interior dois esporos, cada um com quatro porositos. Quando maduros, os oocistos passam a ser infectantes quando ingeridos pelos hospedeiros intermediários ou por outro gato. No organismo dos hospedeiros, o parasita agora denominado taquizoita pode infectar e replicar por processo assexuado no interior das células. Em hospedeiros com infecção aguda, os taquizoítos multiplicam-se dentro das células para citadas em um espaço limitado por membrana, denominado vacúolo parasitóforo, que forma um pseudo-cisto. Ao atingir uma certa dimensão, ele rompe-se, liberando taquizoítos para invadir outras células. Em hospedeiros com infecção crônica, os toxoplasmas reproduzem-se também por processo sexuado e formam aglomerados parasitários que se agregam a envoltórios císticos. Os parasitas que se encontram dentro desses cistos são denominados bradizoítos. O ciclo se reinicia quando o gato se alimenta de hospedeiro intermediário, como rato, por exemplo. Os cistos presentes no tecido do rato contêm o Toxoplasma gondii que é liberado no intestino do gato hospedeiro definitivo.
Transmissão
Os gatos sem infecção principalmente caçando pequenos roedores parasitados, mas pode infectar-se ao lamber patas ou pela contaminação com os oocistos de origem fecal. Os oocistos eliminados nas fezes embrião um solo em poucos dias e mantém-se viáveis durante muitos meses. A dispersão acontece pela chuva e pelo vento ou pela fauna local. Assim, os gatos asseguram a poluição do domicílio e do peridomicílio onde devem ser feitos os animais domésticos, crianças e adultos. Já o gado pode contaminar-se através das pastagens e do feno poluído pelos felinos.
Infecção humana
As crianças podem se contaminar ao brincar em parques que contenham areia contaminada com as fezes dos gatos. A transmissão pode ocorrer também através da ingestão de carne crua ou mal cozida de gato ou de caça, inglesa e presunto, que contém os cistos do Toxoplasma gondii. A transmissão congênita ocorre quando mulheres se infectam durante a gravidez.
Sintomas e sinais clínicos
Toxoplasmose congênita ou neonatal: mulheres com infecção crônica não contaminam seus filhos durante o desenvolvimento intrauterino. Já as mulheres que contraíram toxoplasmose durante o período de gestação estão sujeitas a riscos de alta gravidade. O curso da doença parece depender da idade em que ocorreu a gestação, da fase da infecção e da capacidade que possam ter os anticorpos maternos para proteger o feto. Quando a infecção materna ocorre entre a concepção e o sexto mês de gestação, costuma haver um quadro agudo ou subagudo. Os parasitas invadem todos os órgãos fetais, mas prevalecem as lesões do sistema nervoso e da retina. No último trimestre, a doença tende a ser branda ou assintomática.
Toxoplasmose pós-natal: A maioria dos casos adquiridos na segunda infância ou na idade adulta é assintomática ou não existe um quadro clínico definido. Os casos sintomáticos mais frequentes podem ser agrupados nas seguintes categorias: forma subclínica sem febre ou outras queixas, formas com adenopatia sem febre, formas febris condicionados a batida e, em alguns casos, sintomáticos predominam a sensação de fadiga. Outros sintomas que acompanham são mal-estar, mialgias, cefaleia e anorexia.
Toxoplasmose em pacientes imunodeficientes: A toxoplasmose é extremamente grave em pacientes com imunodeficiência em pessoas com doenças diversas. A toxoplasmose pode assumir caráter oportunista que se manifesta com gravidade sempre que o paciente venha a sofrer um processo de imunodeficiência.
Prevenção e controle
Para prevenir a toxoplasmose, devem-se adotar alguns cuidados: não se deve ingerir carnes cruas ou mal cozidas; lavar bem as frutas e verduras antes de consumi-las; lavar as mãos depois do contato com os gatos; os gatos domésticos devem receber alimentos secos, enlatados ou fervidos e não devem permitir que caçem ou comam carne em decomposição. Eles devem ser examinados para ver se eliminam ou cistos suas fezes, e o material de forração de seus leitos deve ser eliminado diariamente. Os tanques de areia para recreação das crianças devem ser cobertos quando não estão em uso ou cercados de modo a impedir o acesso aos gatos. O exame e o acompanhamento sorológico das gestantes, além de identificar as pacientes em situação de risco, pode permitir o reconhecimento de uma toxoplasmose aguda materna e recomendar o tratamento específico.
Portanto, a importância da toxoplasmose decorre do fato de ser uma infeccão cosmopolita, estar muito difundida, atingir fetos e crianças pequenas e constituir uma infecção oportunista que se manifesta com gravidade sempre que o paciente venha a sofrer um processo de imunodeficiência.
Fonte: Toxoplasmose por Educação, Ciência e Saúde