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Pressão baixa: causas, efeitos na saúde e o que fazer.


É bem pessoal me perguntar aqui sobre pressão baixa, né? Sim, existe e pode causar algumas complicações, mas é normal isso acontecer. Não é problemático, né? Só para você entender, o que acontece normalmente é quando a pessoa tem pressão abaixo de 90/60, ou, popularmente, 9 por 6. Isso é uma pressão baixa. Só que o número não diz muita coisa para a gente, porque nós, seres humanos, apresentamos variações dentro de uma normalidade que difere de pessoa para pessoa. Muita gente até tem a pressão um pouquinho mais baixa sem apresentar sintomas. Alguns dizem “minha pressão sempre dá um pouquinho mais baixa, mas eu não sinto nada”.
Normalmente, isso não costuma ser problemático. O que o médico vai avaliar é se existe alguma outra causa. Você tem algum outro sintoma? Esse específico não preocupa tantas pessoas, mas normalmente tem pessoas que têm algumas formas, como a neurally mediated hypotension. É o que às vezes acontece quando a pessoa tem algum stress emocional, por algum problema, por alguma coisa, o sistema dela acaba agindo e a pressão da pessoa cai.
Nós vemos muito isso em crianças, por exemplo, quando elas contam, por exemplo, um susto. A pressão delas cai e elas passam mal. Como é o seu cérebro e o sistema nervoso agindo de forma errada, o equivocado, acaba dando algum sintoma. Normalmente, a pessoa sabe quais são os gatilhos, começa a entender os sintomas e coloca-se em estratégias para evitar que desmaie ou tenha alguma coisa pior. Algumas pessoas sentam logo, levantam a perna, ou veem alguma coisa que preocupa lá dentro. Tudo isso ajuda a regular a pressão e ela não vai ter algum sintoma.
Normalmente, a neuropediatra não costuma ser nada problemática. Tem um ou outra pessoa que sabe fazer investigação cardiológica, afasta arritmia, tudo isso. Mas pela história clínica, dá para perceber se ou como é que é – pessoas que por causa de alguma medicação em especial podem baixar a pressão. O médico deve ficar muito atento. Às vezes, a pessoa perde peso, controla a dieta e o remédio que ela tomava não tá precisando tanto. A pressão começa a dar mais baixa, porque o remédio ela tá tomando para baixar pressão, mas o corpo dela mudou e aquele remédio tá com dosagem que agora não tá funcionando tanto para ela. Mas só faça qualquer mudança orientada pelo seu médico.
Outra causa comum é medicamentos em especial diurético, remédio para pressão arterial. Se você toma, eles podem baixar pressão. Lembre-se: nós damos neuro, às vezes, remédio que entre as suas pode baixar pressão para outras doenças. Por exemplo, o pamelor para enxaqueca. Então você tem que ficar atento – você toma algum desses remédios que servem também para baixar a pressão para outra doença que pode baixar sua pressão de forma exagerada e te dar sintoma. Tem muitos pacientes também que acabam tendo pressão baixa por um problema cardíaco. Então as causas cardíacas também são relevantes. O próprio envelhecimento faz com que as artérias dela mudem a contratibilidade delas e, às vezes, pode também baixar a pressão.
Um outro caso comum é a hipotensão ortostática. A pessoa fica muito tempo em pé e a pressão às vezes baixa. O idoso é mais sensível para isso, por causa dessa mudança dos vasos. Então também tem que ficar atento a essas causas. Percebe-se que há muitas causas, que podem ser chamadas assim de fisiológicas – é da pessoa mesmo. Quem tem naturalmente pressão baixa, a gente vê. Por exemplo, esse atleta que só faz muitas vezes exercícios físicos, o coração dele prepara também os vasos e a pressão dá um pouquinho mais baixo do que o que consideramos normal. E muitas vezes não vai ser problemático.
Nós temos também casos graves, com risco de vida, como a sepse, mas geralmente a pessoa tem outro comprometimento infeccioso. É por sangramento, por exemplo, que a pressão baixa. Mas eles são casos mais raros, como acidente, de uma coisa assim que não vai acontecer, você chega a perguntar “mas aqui tá bom”.
Eu espero ter ajudado. Um abraço.
Fonte: PRESSÃO BAIXA: O QUE FAZER? QUAIS AS CAUSAS e EFEITOS PARA A SAÚDE por Julio Pereira – Neurocirurgião