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Potencialidades da Síndrome de Down e Deficiência Intelectual


Hoje no Brasil, vivem aproximadamente 300 mil pessoas com síndrome de Down. Com o avanço da medicina e dos tratamentos complementares, esses brasileiros ganharam mais qualidade de vida e expectativa de vida. Em 1959, quando essa modificação genética foi identificada e diagnosticada, um brasileiro com síndrome de Down viveu no máximo até os 15 anos, porém hoje em dia, esses brasileiros podem ultrapassar os 70 anos de idade.
Através do trabalho de entidades assistenciais especializadas no atendimento às pessoas com deficiência intelectual, o cidadão com síndrome de Down consegue desenvolver suas potencialidades e conquistar certa independência, inclusive atuando no mercado de trabalho em diversas funções.
Síndrome de Down é o nome usado para descrever um conjunto de características e sintomas que se apresentam em uma pessoa que nasce com a importação dessa doença. É uma doença genética, uma alteração no cromossomo 21, em que a pessoa tem três cópias do mesmo, o que ocasiona uma série de características físicas e também no desenvolvimento da criança. Na maioria dos casos, tem associação com o desenvolvimento de deficiência mental em graus variados, dependendo de cada caso específico. Ela cursa principalmente com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.
O desenvolvimento físico e psicológico da pessoa com síndrome de Down depende fundamentalmente da família. Quanto mais cedo iniciar a estimulação neuropsicomotor, melhor será o desempenho da pessoa com deficiência intelectual no processo de inclusão social.
Toda mãe, quando está no processo de gestação, idealiza o filho perfeito. Quando soube logo após o parto que a sua filha tem síndrome de Down, qual foi a sua reação? “Na hora daquela sensação inevitável de que tiraram um chão dos seus pés. Eu sempre digo que é uma honra ter um filho perfeito, mas é como se fosse o luto desse filho perfeito”, afirma uma mãe de uma filha com síndrome de Down.
Pois bem, quando nasce um filho com síndrome de Down, a tendência é esconder por um período bem superior ao seu, pelo preconceito por falta de informação. No entanto, parece que já passou o tempo em que se escondia a pessoa com deficiência e deixava-a num canto sem melhorar a vida dessas pessoas. Hoje em dia, temos empatia e compreensão para saber que pessoas com deficiência precisam ser estimuladas para se desenvolver.
A questão de esconder parece que felizmente não passou por esse processo. Porque a nossa filha é a nossa filha, ela tem síndrome de Down, nós vamos conviver com isso e vamos fazer tudo para que ela se desenvolva da melhor forma possível para melhorar a qualidade de vida dela no dia a dia da família. Há um tratamento diferenciado, especial, que muda um pouco a rotina. Há fisioterapia, atendimento com fonoaudiólogo, estimulação — a brincadeira dela é direcionada, guiada e conduzida para que ela se desenvolva em determinadas situações com menos atraso.
Enfim, tudo é direcionado ao trabalho guiado, claro que com muita alegria de brincar normalmente. Conversamos com a criança, mas sempre buscando estimular e minimizar as dificuldades que ela possa ter. Fala-se muito hoje em inclusão da pessoa com deficiência. Como é possível imaginar que você vai contribuir para essa inclusão plena dela enquanto cidadã?
A mãe de uma filha com síndrome de Down diz que aprendeu uma coisa com a filha — que a gente precisa viver um dia de cada vez e que tem que aproveitar esse momento dela se desenvolver. “E nesse momento, ela precisa sempre de oportunidades, de envolvimento, de estimulação e de amor, e é essencial que ela receba isso. Daqui pra frente, eu só espero que ela tenha qualidade de vida, que ela possa ser feliz do jeitinho dela”, conta a mãe.
De fato, existem dificuldades. A gente tem conhecimento disso, sabe que vai ser diferente. Muito provavelmente, a vida dela não vai ser igual à minha nos caminhos, mas o meu filho mais velho também não vai ter a mesma vida que eu. Cada um vai ter o seu caminho, cada um vai ser do seu jeito que a gente quer mesmo é que ela possa ser tudo o que ela quiser ser.
A inclusão da pessoa com deficiência é importante, e elas precisam apenas de oportunidades para mostrar o seu potencial. Quando isso acontece, este cidadão supera as diferenças e contribui muito para o desenvolvimento econômico, social, esportivo e cultural do país. Afinal, a potencialidade independe de genética ou cromossomos, uma vez que a única deficiência que deve ser levada em consideração é a falta de caráter e conhecimento que geram a exclusão e coloca em risco a formação da cidadania.
Fonte: Síndrome de Down – Potencialidades das pessoas com deficiência intelectual por Kidy Passos