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Parasitologia: Conheça o ciclo de vida do Ascaris lumbricoides.



Aula de Parasitologia – Ascaris Lumbricoides

Aula de Parasitologia – Ascaris Lumbricoides

Olá pessoal, tudo bem? Estamos aqui para mais uma aula de Parasitologia. O tema de hoje é Ascaris Lumbricoides, a famosa lombriga. Ela é um nematóide da família Ascarid e possui uma ampla distribuição mundial, sendo extremamente abundante em países em desenvolvimento. O formato dela geralmente é longo e cilíndrico, e ela apresenta extremidades afiladas, ou seja, parecem uma cidade de chinas.

Características

Aqui nós temos um exemplo de uma fêmea e de um macho. Reparem como o macho possui a cauda enrolada: isso é bem característico de macho. Ele é facilmente visualizado nas fezes. É um verme que vive no intestino do hospedeiro e é capaz de reproduzir e eliminar milhares de ovos diariamente pelas fezes. São alvos extremamente resistentes, podendo permanecer viáveis por vários anos no solo. A ingestão dos ovos é a principal causa da parasitose, ou seja, o hospedeiro precisa ingerir os ovos para se contaminar. Mas pode acabar ocorrendo reinfecção também. Lembrando que não há imunidade, ou seja, uma vez que o hospedeiro contraiu a doença, ele pode acabar sendo contaminado novamente.

Aqui nós temos uma imagem dos ovos de Ascaris Lumbricoides e um prato de macarronada onde são representados os vermes dentro do intestino do hospedeiro.

Ciclo de vida

O ciclo de vida é monoxênico, ou seja, ele só tem um hospedeiro e não possui hospedeiro intermediário. É bem simples: os ovos são liberados nas fezes e, em temperaturas ideais, em cerca de 15 dias, transformam-se numa larva rabditóide, conhecida como L1. Essa L1, por sua vez, ainda dentro do ovo, se transforma numa L2 e, em seguida, sofre outra transformação, tornando-se um tipo L3, a forma infectante. Se o hospedeiro ingeriu uma L1 ou L2, ele não adquire parasitose, mas se ele ingeriu uma L3, ele vai desenvolver a doença. Lembrando que elas podem permanecer infectantes no solo por vários meses até serem ingeridas.

Quando o hospedeiro se alimenta da larva, ela segue pelo intestino delgado. Lá, ela vai explodir, atravessando a parede intestinal e cair na circulação linfática através de vasos linfáticos e as veias, até atingir o coração. Do coração, ela vai para o pulmão, e após 8 dias, as larvas se tornam uma outra fase, chamada L4. Essa fase L4 vai romper os capilares sanguíneos e cair nos alvéolos pulmonares, onde vão mudar para larvas L5. Então, ela sobe pela traqueia, saindo pelo pulmão através da traqueia e chega no esôfago, onde vão ser deglutidos. Eles vão parar novamente no intestino delgado, onde vão ficar de 20 a 30 dias até se transformarem novamente em uma nova larva. E após 60 dias, atingem a maturidade sexual, a partir deste momento, começam a se reproduzir e fazer o hospedeiro liberar milhares de ovos pela sua fezes, reiniciando o ciclo de vida.

Patogenia

A patogenia pode se dar por diversas formas: a migração das larvas podem causar lesões no fígado, nos pulmões, a espoliação, que é a competição por nutrientes entre elas, que vai causar deficiência nutricional nos hospedeiros. Também pode causar um quadro de manifestações gastrointestinais, que é causado justamente pela carga parasitária que está ali dentro do intestino. O estômago e o intestino vão acabar ficando deformados. Também há uma ação tóxica, causada pelos antígenos do parasita, que podem levar a um quadro de alergia. E lembrando que se a carga parasitária for muito alta, ocorre a migração ectópica, que é quando ela migra do intestino e começa a ocupar outros órgãos, e isso pode causar inflamações mais severas.

Aqui temos uma imagem de uma cirurgia removendo várias lombrigas do intestino de uma pessoa, um quadro grave de parasitose. Também temos uma larva infectando o olho, o que indica que a pessoa estava com uma carga parasitária extremamente alta.

Sintomas e diagnóstico

Os sintomas estão divididos em dois níveis. O primeiro é conhecido como síndrome de “lever”, que ocorre devido à migração das larvas durante o seu ciclo. Quando ela atinge o pulmão, ela pode causar febre por uma inflamação, tosse, bronquite e pneumonia. Geralmente, nessa fase, a pessoa que foi contaminada (hospedeiro) deve procurar um médico e ele acaba sendo feito o diagnóstico. Já os ovos adultos no intestino também não apresentam sintomas. Geralmente, há uma dor abdominal, perda de apetite, náusea, irritabilidade até aumento do volume abdominal. O diagnóstico pode ser clínico, mas geralmente o hospedeiro é assintomático ou pouco sintomático, o que dificulta avaliar se os sintomas relatados pelo paciente no médico são causados pela parasitose ou algum outro problema de saúde. Por isso, o ideal seria fazer um teste laboratorial, através de exames de fezes onde se procura os ovos, ou no caso de carga parasitária muito alta, pode ser feito um raio-x, que vai mostrar a presença do parasita no intestino.

Tratamento e profilaxia

O tratamento é comum para a maioria das parasitoses, sendo os medicamentos Albendazol e Mebendazol. Esses medicamentos impedem a captação de glicose pelo parasita, fazendo com que ele morra. Já os medicamentos mais recentes dissolvem o parasita dentro do intestino, então depois que o paciente vai fazer suas necessidades, ele não vai ter que se deparar com eles nas fezes, como se vê na imagem abaixo:

A profilaxia é como evitar a contaminação por esse parasita, e inclui:

  • Educação sanitária;
  • Saneamento básico é muito importante;
  • Higiene pessoal, como lavar as mãos, lavar os alimentos e evitar levar a mão do ânus para boca;
  • Compartilhar itens de higiene pessoal não é recomendável;
  • Evitar mexer e tratar pacientes contaminados para evitar que eles liberem mais ovos no meio;

Muito obrigado pela atenção! Esperamos que vocês tenham gostado! Não esqueça de deixar um like no canal. Abraço!

Fonte: Ascaris lumbricoides, parasitologia, ciclo de vida. por joao elisio muren