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Infecção urinária em crianças: causas, sintomas e tratamento

Infecções do Trato Urinário em Pediatria: Identificação, Classificação e Tratamento

No período de férias, muitos estudantes aproveitam para estudar mais e, pensando nisso, o objetivo deste artigo é abordar um tema relevante em pediatria e, assim, contribuir com a aprendizagem dos estudantes. Hoje, falaremos sobre a infecção do trato urinário, uma das queixas que mais preocupa os pais, e que é comum em consultas pediátricas.

O que é Infecção do Trato Urinário?

Definimos a infecção do trato urinário (ITU) como a invasão e multiplicação bacteriana em qualquer parte do aparelho urinário. É a infecção bacteriana mais comum e afeta principalmente os bebês nos primeiros meses de vida.

Importante destacar que cerca de 50% dos casos produzem cicatrizes renais, e as infecções de repetição são ainda mais perigosas, podendo causar problemas futuros na vida adulta, como insuficiência renal crônica e hipertensão arterial.

Na epidemiologia, a ITU afeta mais meninos do que meninas na taxa de 80% no primeiro ano de vida, mas essa proporção se inverte após o primeiro ano, com 90% de afetadas do sexo feminino. Esse fato está diretamente relacionado à higiene pessoal e o início da atividade sexual dos adolescentes, quando as infecções se tornam mais frequentes.

Quanto à etiologia, a Escherichia coli é a bactéria mais comum das ITUs, responsável por 80% das infecções em meninas e 40% dos casos de meninos. O Proteus sp é específico para meninos e prefere a região do prepúcio, tendo relação com fimose e esmegma. Já a Klebsiella pode ser considerada para adolescentes e Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus sp em casos de manipulação da via direta.

Sinais e Sintomas

Os sinais da ITU variam de acordo com a localização. Na cistite, infecção contida na bexiga, os sinais incluem muitas vezes dor ou ardência ao urinar, aumento da frequência urinária, entre outros. Já na pielonefrite, infecção que pode causar cicatrizes, os sinais são mais graves, como dor nas costas, febre, entre outros.

Os sintomas também variam com a idade. Em lactentes, os sinais são pobres, e muitas vezes a única queixa da mãe é que o bebê urinou menos ou com odor fétido. Além disso, destacam-se a hiperatividade, regurgitação, vômitos, anorexia, distensão abdominal.

Já nos pré-escolares, escolares e adolescentes, os sintomas são mais parecidos com os do adulto, como a dor lombar, urgência, micção frequente, retenção urinária, enurese. Lembre-se que a distinção entre alta e baixa deve ser feita, e um sinal importante para isso é a febre.

Diagnóstico e Tratamento

Para o diagnóstico, é necessário um exame de urina, que pode ter alteração em até 80% dos casos nos primeiros surtos de ITU. Já para confirmação, é necessário um cultura de urina, que pode variar de acordo com o serviço de referência.

Para a escolha do tratamento adequado, é necessário distinguir entre ITU não complicada e ITU complicada. No primeiro caso, o tratamento é ambulatorial, com opções de sulfametoxazol, amoxicilina, nitrofurantoína, cefalexina, entre outros, por cerca de cinco dias.

Na ITU complicada, crianças menores de três meses ou um mês (dependendo da referência) e pacientes desidratados com vômitos necessitam de tratamento hospitalar por um período de sete a 14 dias com opções de tratamento via oral ou intravenosa.

Após a confirmação do diagnóstico, os pacientes são submetidos a exames de imagem, e é importante ressaltar que cerca de 50% dos pacientes podem desenvolver cicatrizes renais. Por isso, a quimioprofilaxia, ultrassom, urografia e cistografia miccional são importantes para a prevenção e tratamento das ITUs.

Fonte: ITU – INFECÇÃO URINÁRIA EM CRIANÇAS | PEDIATRIA por MEDICINA FÁCIL – O PLANTONEIRO