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Gestação e Doenças Inflamatórias Intestinais: O que saber?

Gestação e medicações para doença inflamatória intestinal

Hoje eu decidi falar sobre gestação e a questão das medicações que usamos para o tratamento da doença inflamatória intestinal. Isso é muito importante, pois os pacientes com essas doenças são normalmente jovens e muitas vezes estão querendo constituir família e ter seus filhos. É importante saber o que essas medicações trazem de benefício ou risco durante a gestação.

O uso de remédios durante a gestação pode ser a pior coisa que pode acontecer, pois a maioria das medicações utilizadas para o tratamento da doença de Crohn e da colite ulcerativa são liberadas durante a gestação, o que pode levar a uma paralisação dos remédios. Isso pode provocar uma crise no primeiro trimestre, podendo ocasionar abortos espontâneos e parto prematuro no último trimestre.

O ideal é que a mulher engravide com a doença inflamatória bem controlada e mantenha seu tratamento de acordo com a orientação do médico.

Existem quatro medicações de primeira linha: azatioprina, metotrexato, corticóides e prednisona. Essas medicações são aprovadas para uso durante a gestação, pois não estão envolvidos com malformação fetal, nem com a parte da maturidade.

Em relação aos biológicos, atualmente existem basicamente quatro no mercado: o infliximabe (Remicade), o adalimumabe (Humira), o golimumabe (Simponi) e o vedolizumabe (Entyvio). Os três primeiros biológicos são passíveis de uso durante a gestação, pois não ultrapassam a barreira placentária. Já o vedolizumabe é muito novo, e ainda não existem dados de segurança completos durante a gestação.

O golimumabe tem na sua molécula uma substância chamada prelação, que é uma questão química que não permite a passagem pela barreira placentária. Isso faz com que o golimumabe tenha uma vantagem durante a gestação, ou seja, não precisa ser interrompido no terceiro trimestre e não há problema de ele passar para o bebê.

Em relação à eficácia e eficiência, as três medicações são muito parecidas, mas cada caso é um caso e deve ser analisado individualmente pelo paciente juntamente com o médico.

Para mulheres que desejam engravidar e descobrem que têm doença de Crohn, é importante que a doença esteja bem controlada antes da gestação e considerar a possibilidade de usar o golimumabe, pois essa medicação é a única que não ultrapassa a barreira placentária.

Por fim, é importante ressaltar que cada caso é único e que a decisão de usar medicamentos durante a gestação deve ser feita em conjunto com o médico e após uma análise detalhada do caso.

Fonte: Doenças Inflamatórias Intestinais e Gestação por IAD – Instituto do Aparelho Digestivo