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Como tratar a Síndrome do Ovário Policístico sem anticoncepcionais.


Olá! Eu também tenho síndrome do ovário policístico desde os 13 anos e, por muito tempo, acreditei que o anticoncepcional era talvez o único tratamento para a SOP. Esse é o grande problema: falta de informação que gira em torno da síndrome de ovário policístico, do seu tratamento, da sua fisiopatologia, do que significa e de como a gente faz para tratar essa condição.
A realidade é que o anticoncepcional sequer é tratamento para síndrome do ovário policístico. Você não precisa do anticoncepcional para ter um tratamento da SOP. E eu quero deixar muito claro aqui que eu não sou absolutamente contra o uso de anticoncepcionais. Muitas mulheres escolhem o anticoncepcional hormonal ou a pílula como seu método contraceptivo de escolha. E nesse caso, tudo bem. Você tem esse direito e eu quero mais que você usufrua dele. Mas acreditar que o anticoncepcional é um tratamento para síndrome de ovário policístico é errado e não deve acontecer.
A gente precisa de informações corretas sobre a SOP e seu tratamento. Por que digo com essa prioridade que o anticoncepcional não trata a síndrome de ovário policístico? Porque a gente considera tratamento aquilo que resolve o problema. Vamos partir do princípio de que a síndrome de ovário policístico é uma síndrome como qualquer outra – não tem cura. A gente não consegue ser curada da síndrome do ovário policístico uma vez que você nasceu geneticamente vulnerável à SOP e desenvolve a SOP por conta dos fatores ambientais aos quais você foi exposta. Você vai conviver com a SOP para sempre.
Logo, anticoncepcional não cura o problema. Ele não trata o problema. Outra coisa que também é muito importante deixar claro nesse vídeo é que a gente considera tratamento aquilo que ou cura ou vai na raiz da questão. Na raiz do problema. Hoje, anticoncepcional também não modifica a raiz do problema da síndrome do ovário policístico que acredita-se hoje ser uma mistura da parte genética da mulher (ou seja, o que ela recebe geneticamente da mãe ou pai) e um quadro chamado de resistência à insulina combinado com um quadro chamado de disbiose. A mulher desenvolveria síndrome de ovário policístico por ser uma dificuldade na sua utilização de carboidratos e pela sua absorção e utilização de carboidratos como forma de energia em uma descompensação do intestino que faz essa mulher ter um maior aumento das bactérias gram negativas, que são aquelas bactérias que são alimentadas por carboidratos simples e refinados. Isso gera nessa mulher um quadro de desequilíbrio intestinal, causando distensão abdominal, gases, barriga mais inchada, durinha e tudo mais.
Pois bem, anticoncepcional igual a “mascaramento” de todo esse quadro. Ele não melhora a nossa resistência à insulina. Ele não favorece o equilíbrio da microbiota intestinal. Ele não causa uma melhora nesse quadro de desequilíbrio que é a disbiose e tampouco mexe na nossa genética. Logo, ele não pode ser considerado um tratamento para síndrome de ovário policístico.
O que faz muita gente acreditar que o anticoncepcional trata SOP é o fato de que, enquanto está tomando esse anticoncepcional, os nossos sintomas muitas das vezes ficam controlados ou são até extintos do corpo dessa mulher. Normalmente, sintomas estéticos como a acne, queda de cabelo e excesso de pelos tendem a melhorar com o uso dos anticoncepcionais. Porém, o anticoncepcional tá ali na verdade “mascarando” o aparecimento desses sintomas. Ele não trata a causa do problema e não evita as consequências desse problema.
Então, enquanto o seu corpo manifesta que há algo de errado através da queda de cabelo, da acne ou do excesso de pelos, você está atenta para criar o fato de que há algo errado ali que precisa de um tratamento. Quando você usa um anticoncepcional e ele acaba com esses sintomas, muitas vezes a gente até esquece que tem a SOP. Com isso, abrimos um caminho para doenças talvez até piores do que a própria SOP, como câncer de ovário, diabetes, alterações de pressão arterial e tantas outras doenças que podem ser decorrentes da SOP.
Resumindo, anticoncepcional não trata a SOP. Se você quer se ver livre do anticoncepcional para tratar a síndrome de ovário policístico, você pode fazer isso hoje mesmo, desde que o seu médico lhe conceda essa liberdade. Essa liberdade do uso do medicamento.
Você não necessariamente vai desenvolver sintomas por conta disso, mas você precisa tratar o problema. E como a gente trata? O tratamento é composto principalmente de quatro pilares: alimentação, atividade física, controle do stress e ansiedade, melhora do sono. Fazendo isso, você é muito provavelmente não vai conviver com os sintomas da SOP e ainda vai prevenir as suas possíveis consequências combinado.
Minha dica aqui é que você procure um nutricionista que de fato entenda da síndrome do ovário policístico e possa fornecer as informações necessárias para que você implemente o verdadeiro tratamento no seu dia-a-dia e, é claro, procure um médico ginecologista para que você possa fazer os exames necessários e se livrar do anticoncepcional com a autorização dele.
Combinado? Fico por aqui e a gente se vê no próximo vídeo.
Fonte: ADEUS ANTICONCEPCIONAL (Síndrome do Ovário Policístico) por Nutri Carol Faria – Saúde da Mulher