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Como lidar com a perda de um filho durante a gravidez (34 semanas) | Carol Oliva


Olá pessoal, tudo bem? Conforme prometido, vou contar minha história. Minha história não é nada fácil e mexe muito com meus sentimentos, pois ela traz à tona muitos momentos que vivi em maio de 2012.
Eu procurei o ginecologista para fazer um exame de rotina, como o papanicolau. Relatei para a médica que sentia muitas dores tanto para evacuar quanto quando estava menstruada, e isso me fazia ter uma sensação esquisita e dolorida. Ela logo suspeitou de endometriose, visto que eu apresentava 8 dos 10 sintomas da doença.
Fiquei desesperada e comecei a investigar o problema. Como eu e meu marido queríamos ter filhos, o médico disse para suspender o anticoncepcional e fazer os exames necessários. Se fosse para ser, seria… Caso contrário, relaxaria e faria o tratamento adequado.
Para minha surpresa, engravidei no mês seguinte. Eu já me considerava mãe a partir do momento em que recebi o positivo no teste de gravidez. Comecei a criar um vínculo com o serzinho que crescia dentro de mim, mesmo que ainda fosse uma semente.
Tive uma gestação tranquila até por volta das 24 semanas, quando comecei a sentir muitos inchaços. As pessoas comentavam e perguntavam quantos quilos eu havia engordado. Eu sentia que estavam me pressionando e criando uma expectativa que eu não podia suportar.
Porém, aos 34 semanas, percebi que o bebê não estava se mexendo como de costume. Liguei para o médico, que disse para eu não me preocupar, pois ele estava grande e não tinha mais espaço para se movimentar tanto. No entanto, no dia seguinte, não senti mais nada…
Fui ao médico para fazer uma ultrassom, mas não percebi nenhum movimento. O médico não encontrou o batimento cardíaco do bebê e constatou que ele havia falecido. Para mim, foi como se um filho meu que estaria nos meus braços dentro de um mês tivesse morrido.
Eu tive que fazer um trabalho de parto que durou 22 horas e, no final, tive meu filho nos braços. João era lindo, tinha os pés da minha mãe e um rosto que eu jamais esquecerei. Eu queria ver como ele era formado, queria ver os traços dele e tudo isso.
Hoje, consigo falar sobre tudo isso graças a Deus e a uma obstetra que me acompanhou depois, a doutora Beatriz. Ela me liberou para engravidar novamente e, dois meses mais tarde, engravidei novamente e tive o meu segundo filho, o Rafael, que significa “cura”.
Fonte: Perdi meu filho com 8 meses de gravidez (34 semanas) | Carol Oliva por Carol Oliva