Pular para o conteúdo

Bicho geográfico: conheça a parasitologia e biologia por trás desse problema de pele.

No lado individual do quadro na aula de hoje, vamos falar um pouquinho sobre o bicho geográfico, também conhecido como larva migrans cutânea. É uma doença causada por um nematelminto, que é o Ancylostoma brasiliense. Ele é muito parecido com o Ancylostoma caninum, que nós já vimos na aula sobre amarelão. Esse verme, na verdade, parasita cães e gatos, e o homem é um hospedeiro acidental.

Essa é uma doença muito comum em países tropicais, principalmente na região litorânea, porque as larvas vivem na areia, além da praia, elas podem ser encontradas também em tanques de areia dos parquinhos. Então, é uma doença que acontece principalmente em crianças.

Falando então do ciclo, os cães e gatos são hospedeiros definitivos desse verme. Então, nesses animais, nós encontramos a forma adulta, que faz reprodução sexuada, e normalmente o verme parasita o intestino desses animais. A forma adulta forma os ovos que serão liberados junto com as fezes. Esses ovos caem no meio ambiente e eclodem, formando larvas.

Essas larvas entram na pele dos cães e gatos, vão para o intestino e se desenvolvem em um indivíduo adulto, fechando aqui o ciclo. Porém, essas larvas também podem entrar na pele do homem. O homem é um hospedeiro acidental. A larva entra no homem, mas ela não consegue se desenvolver na forma adulta, por isso que nós não falamos que o homem é um hospedeiro definitivo e sim um hospedeiro acidental. Mas aí pessoal, muita atenção, essa é uma doença monoximetria, porque ela tem apenas um hospedeiro definitivo, que são os cães e os gatos. A transmissão da doença para o homem acontece através da penetração das larvas. Essas larvas vão estar na areia e depois que entrarem na pele, começam a se locomover e deixam um rastro na pele, semelhante a um desenho de um mapa. Por isso que essa doença é chamada de bicho geográfico.

O principal sintoma dessa doença é a ferida na pele que vai ser causada pela migração dessas larvas. Normalmente, as áreas mais afetadas são os pés e as mãos, natas às costas, que são áreas que estão em maior contato com a areia. A migração dessas larvas também pode causar inchaço, inflamação e coceira, principalmente à noite, que é quando as larvas estão ativas e ficam se locomovendo. Essas feridas são muito perigosas porque elas são portas para infecções secundárias. Em muitos casos, a larva pode liberar substâncias tóxicas na pele e isso pode provocar alergia no hospedeiro.

É importante saber que já existem tratamentos eficientes para essa doença, como por exemplo, o uso de pomadas e vermífugos. Agora falando da profilaxia do bicho geográfico, a principal medida é impedir o acesso de cães e gatos na praia e também nos parquinhos de areia. Além disso, é recomendado andar calçado nas areias das praias, sentar sempre em esteiras ou cadeiras, evitando contato com a areia. E por último, uma medida também muito importante é realizar exames em cães e gatos para detectar a presença desses vermes, e se esses vermes forem encontrados, esses animais devem ser tratados imediatamente com o uso de vermífugos.

O pessoal, fechamos por aqui com essa doença. Espero que tenham entendido e na próxima aula vamos falar sobre a filariose. Não percam até lá.

Fonte: Bicho geográfico – Parasitologia – Biologia por Kuadro Oficial