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T3 e T4: Fisiologia da glândula tireoide na Medicina Veterinária

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O metabolismo pode ser definido como um conjunto de reações químicas que acontecem nas células, sendo que essas reações requerem gasto energético. O gasto mínimo de energia necessário para manter as funções vitais em um estado de repouso é chamado de metabolismo basal. O controle do metabolismo basal é dado pelos hormônios produzidos e liberados pela glândula tireoide.

Na aula anterior, vimos os conceitos gerais sobre o sistema endócrino. Nesse vídeo, veremos especificamente sobre a glândula tireoide, sua síntese e secreção, e os efeitos da triiodotironina (T3) e da tiroxina (T4).

Para entender a regulação metabólica, a tireoide é sem dúvida a glândula mais importante. Ela se localiza na parte anterior do pescoço, acima da traqueia, e sua forma varia entre as espécies. Microscopicamente, consiste em folículos, que são estruturas em formato circular compostas por um epitélio cúbico simples. No interior desses folículos, fica armazenada a tireoglobulina, uma proteína que faz parte das sequências de aminoácidos e onde ficam armazenados os hormônios tireoidianos T3 e T4.

Além dos folículos, existe uma outra célula importante na glândula tireoide, chamada de célula parafolicular. Essa célula secreta a calcitonina, um hormônio que regula a atividade do cálcio.

A síntese dos hormônios tireoidianos requer algumas moléculas. A primeira molécula é o iodo, que é adquirido pela alimentação e convertido em iodeto no trato intestinal. O iodeto então é transportado para a tireoide através do sangue. A segunda molécula é a proteína chamada de tireoglobulina, que contém tirosina em sua estrutura. A tirosina é capaz de se ligar com duas moléculas de iodeto, formando a monoiodotirosina ou a diiodotirosina, dependendo de quantos iodetos se acoplam a ela.

O processo de síntese dos hormônios tireoidianos começa quando o iodeto chega à tireoide, penetrando na célula folicular por meio de um transportador. Dentro das células foliculares, o iodeto sofre uma oxidação e se liga à tireoglobulina no colóide. A partir desse momento, a tirosina e a monoiodotirosina ou a diiodotirosina se unem para formar o T3 e o T4, que ficam armazenados nos folículos até serem secretados.

Para que os hormônios tireoidianos exerçam seus efeitos, eles precisam estar livres na corrente sanguínea. No plasma, uma parte dos hormônios fica ligada a proteínas plasmáticas, como a globulina ligadora de tiroxina (TBG) e a albumina. A forma livre dos hormônios é a mais ativa.

Os hormônios tireoidianos têm diversos efeitos sobre os mecanismos corporais. Eles interferem no metabolismo de carboidratos, aumentando a absorção intestinal da glicose, estimulam o metabolismo lipídico, aumentando a absorção de LDL e diminuindo os níveis plasmáticos de colesterol. Eles também têm efeito catabólico sobre proteínas, carboidratos e lipídios, e estimulam os receptores beta-adrenérgicos, aumentando a frequência cardíaca e a força de contração.

A secreção de T3 e T4 é regulada pelo hormônio estimulador da tireoide (TSH), que é liberado pela hipófise. Quando a concentração de hormônios tireoidianos atinge níveis suficientes, ocorre um feedback negativo que inibe a secreção de TSH pela hipófise, controlando assim os níveis plasmáticos de T3 e T4.

No entanto, em algumas situações, o controle das concentrações plasmáticas de T3 e T4 pode não ocorrer corretamente. As desordens mais comuns da tireoide em cães são o hipotireoidismo, caracterizado pela redução na produção de T3 e T4, e o hipertireoidismo, caracterizado pela hiperprodução de hormônios tireoidianos em gatos. Essas condições podem causar diversos problemas de saúde e devem ser tratadas adequadamente.

E assim concluímos a aula de hoje. Espero que tenha sido útil e esclarecedora. Se você gostou do vídeo, deixe um like. Obrigado!

Fonte: Fisiologia da glândula tireoide (T3 e T4) – Medicina veterinária por FisioVets