Hepatite A: Sintomas, Prevenção e Diagnóstico

Você conhece alguém que já teve hepatite A? Sabe quais são os sintomas e como se prevenir desse vírus? Então preste atenção nesse vídeo, porque é disso que eu vou falar.

A hepatite A é mais comum do que as pessoas imaginam, principalmente em países subdesenvolvidos como é o caso do Brasil. Só para você ter uma ideia, estima-se que 1.4 milhões de pessoas no mundo pegam hepatite A todos os anos.

A infecção normalmente tem um início abrupto após um período de incubação de aproximadamente um mês. Os sintomas e sinais dessa infecção podem incluir náuseas, vômitos, diarreia, febre, dor de cabeça, perda de peso e dor abdominal. Todos esses sintomas, na verdade, podem estar presentes em várias doenças. Além disso, a hepatite A pode causar a urina escura, que chamamos de cor de coca-cola, e icterícia, que é a cor amarelada dos olhos e da pele.

A icterícia nos chama atenção para o problema no fígado e pode estar presente em até 70% dos casos de hepatite A que ocorre em indivíduos mais velhos. Nas crianças mais novas, menores de seis anos, a hepatite A normalmente não dá nenhum sintoma. O que é um grande problema, porque quando estão infectadas, essas crianças podem transmitir para outras pessoas de sua convivência.

Uma informação importante é que a hepatite A não se torna crônica e não pode levar o indivíduo a ter uma cirrose no fígado, diferente das hepatites B e C. A doença aguda geralmente não dura mais que dois meses e raramente evolui para uma forma aguda muito grave, que chamamos de hepatite fulminante, que pode levar o paciente a necessidade de transplante de fígado. Aliás, a hepatite A é a causa mais comum de transplante de fígado em crianças no Brasil.

O vírus da hepatite A pode ser encontrado nas fezes, sendo inicialmente disseminado por via fecal-oral, ou seja, material das fezes contaminando água e alimentos, e principalmente na falta de higienização das mãos. Onde alguém contaminado, que trabalha por exemplo num restaurante, pode contaminar todas as pessoas que estejam ali se alimentando. Além disso, também pode ser contraída pelo contato pessoal, até mesmo pelo aperto das mãos de uma pessoa contaminada para outra, e ainda através de crianças, por exemplo, que frequentam creches e estão brincando ali muito próximas umas das outras.

Entre outras formas de contágio, podemos ter ainda a via de contato sexual, especialmente na população de homens que fazem sexo com homens, e usuários de drogas ilícitas. Essas informações são importantes para prevenção e também para o diagnóstico.

O médico deve levar em consideração toda a história do paciente e avaliação dos seus sintomas que falei anteriormente, se existe risco aumentado de ter pego a doença, como na exposição a alimentos crus, por exemplo, ou mal cozidos, na ingestão de água não potável, ou quando existe histórico de contato direto com alguém sabidamente infectado pelo vírus.

Diante da suspeita, são necessários exames de sangue, chamados sorologia, onde medimos a presença do anticorpo IGM para hepatite A, e também das enzimas hepáticas, que se encontram normalmente bastante elevadas.

Uma vez diagnosticado, o que devemos fazer? Não existe um tratamento específico para hepatite A. Para a maioria dos casos, o tratamento é sintomático, tratamos com analgésicos, antitérmicos e não há restrição de alimentação. Mas há uma relação sim com a bebida alcoólica, que está totalmente proibida nesses pacientes. Quem está com hepatite A não deve ingerir bebida alcoólica.

Nos casos em que a hepatite A evolui de forma fulminante, o transplante hepático deve ser pensado urgentemente e o paciente deve ser transferido para um centro especializado em transplante. Um outro cuidado especial são as grávidas. Quando contraem hepatite A durante a gestação, existe maior incidência de complicações gestacionais, bem como partos prematuros, e por isso devem ser encaminhadas também a centros especializados.

Entendida a importância dessa doença, dos seus sintomas e de como fazer o diagnóstico, tem mais um ponto muito importante nesse vídeo, que é a prevenção. A medida mais importante, sem dúvida, é a vacina. Após um mês da vacina, são duas doses com diferença de seis meses, quase 100% das pessoas ficam protegidas dessa doença por toda a vida.

Quem deve se vacinar? Todas as crianças com menos de cinco anos de idade têm vacina garantida pelo nosso sistema único de saúde. A vacina está indicada também em homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas ilícitas, pessoas com risco ocupacionais, como profissionais da área de saúde, coletores de lixo, e portadores de doenças crônicas do fígado, como hepatite B e C.

Além da vacina, medidas importantes como cuidado para não ingerir água contaminada ou suspeita, o cozimento de alimentos a 85 graus centígrados por um minuto no mínimo, lavar as mãos ao manipular comidas e evitar ingerir alimentos mal cozidos são medidas que podem também reduzir a probabilidade de transmissão do vírus da hepatite A.

E é claro, se tiver qualquer suspeita de ter pego hepatite A pelos sintomas que falei, não deixe de procurar um médico. Nos casos graves, é recomendado buscar um especialista como infectologista ou hepatologista.

Se você tiver interesse, aqui no “Doutor Ajuda” tem outros vídeos que podem complementar o que falei aqui: hepatite B, hepatite C, cirrose e gordura no fígado. Esse é o objetivo do canal “Doutor Ajuda”: educação em saúde, trazer as informações em saúde e bem-estar confiáveis para você se cuidar melhor.

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Fonte: HEPATITE A: O QUE É, CAUSAS, DIAGNÓSTICO, TRANSMISSÃO E TRATAMENTO por DOUTOR AJUDA