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Hepatite B: Diagnóstico e Tratamento


Olá, hoje eu vou conversar com vocês um pouco sobre hepatite B crônica. O vírus da hepatite B pode ser totalmente prevenido através de vacinação, disponível em todas as unidades básicas de saúde e para pessoas de todas as faixas etárias. Apesar disso, diariamente ainda temos novos diagnósticos de hepatite B. E se você ou algum familiar descobriu agora ser portador do vírus, o que fazer?
Primeiramente, é importante lembrar que o vírus da hepatite B pode dar formas crônicas de hepatite, ou seja, o vírus pode permanecer no organismo por mais de seis meses, podendo estar relacionado ao desenvolvimento de cirrose. Existem três formas de transmissão: a transmissão vertical, que ocorre de mãe para filho na hora do nascimento ou no período peri-parto; através de relação sexual; e através das que chamamos de via parenteral, ou seja, contato com sangue contaminado, ferida contraída ou através de acidentes com materiais perfurocortantes.
Se a gente detecta uma pessoa com vírus hepatite B, costumamos fazer o rastreamento familiar, pesquisando na família se não existem outras pessoas também infectadas que possam ter sido contaminadas pela mesma fonte, não necessariamente da pessoa que veio consultar, e é importante fazer o acompanhamento com um médico especialista, como um hepatologista ou infectologista.
Mesmo que a pessoa consiga eliminar o vírus completamente, um pedacinho do código genético do vírus pode permanecer no fígado da pessoa infectada, pois o vírus da hepatite B é um vírus DNA. Isso significa que o fígado fica geneticamente modificado pelo vírus e que não existe uma cura completa para esse vírus.
Então, quem deve receber tratamento? Isso depende da carga viral e da lesão hepática, e o médico especialista conseguirá fazer essa avaliação. É importante que a pessoa que tem a hepatite B faça exames de rotina no intervalo máximo de um ano.
Além disso, é importante tomar cuidados em relação a hábitos de vida saudável, atividade física e controle do peso. O uso de bebida alcoólica é contra-indicado para quem tem hepatite B, assim como a manutenção de hábitos saudáveis.
Por fim, é importante ressaltar que a hepatite B pode ter diferenças em termos de evolução e risco de câncer e cirrose conforme o genótipo da hepatite B. No entanto, o tratamento atualmente não muda e o exame para identificar o genótipo não é disponibilizado amplamente para a população.
Espero que tenham aproveitado essas informações sobre hepatite B crônica. Se tiverem alguma sugestão de tema para um novo podcast, é só mandar nos comentários!
Fonte: Tenho Hepatite B. E agora? por Dra. Raquel Scherer de Fraga