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Diagnóstico Molecular da Tuberculose: Pneumologia Avançada

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Fala pessoal, tudo bem? Vamos falar um pouquinho agora sobre o teste rápido molecular para tuberculose?
Vamos! Antes de começar a falar do teste rápido, vamos entender como é que se fazia o diagnóstico da tuberculose antes?
Antes, a gente fazia primeiro uma suspeita pelo exame físico. Então você está avaliando um paciente: “ah, aquela tosse há mais de 21 dias”, “aquela febre”, “sudorese noturna”… opa! Pode ser tuberculose!
Fazia o exame físico e depois fazia a baciloscopia. Depois de fazer a baciloscopia você já dava um diagnóstico. Então, era pela baciloscopia que saiu o primeiro diagnóstico. Você já indicava o tratamento, tudo isso.
E aí você fazia a cultura também daqueles escarros, enfim, do material que você colheu. Prova a baciloscopia, você colhe material também para a cultura. Na cultura, não só confirma o diagnóstico como também o perfil de sensibilidade.
Então, se há uma tuberculose resistente, né, resistente à rifampicina, vou ter que usar outra medicação. A gente vê isso pela cultura.
E além disso, há o aspecto do paciente, se tem uma cavidade, se houve gestão anterior, algum tipo de complicação. Faz um exame de imagem também.
Mas então, por que a gente não continua assim, né? Porque a gente não continua usando a baciloscopia? A baciloscopia é um exame usado há mais de 100 anos, é barato.
Só que o perfil de sensibilidade desse exame é baixo. Tem uma sensibilidade em torno de 65%. Como é a primeira linha de frente, a acessibilidade tem que ser alta. Se não, pode deixar passar ninguém que tem a doença.
Você não pode gerar um falso negativo. O falso positivo, nem tão problemático assim, porque depois você pode confirmar com um exame mais específico. Mas a sensibilidade tem que ser alta. 65% de sensibilidade significa que tem muita gente com tuberculose e a baciloscopia dá negativa. Isso não pode.
Então as pessoas começaram a pensar em um novo teste e aí surgiu o teste molecular, que é o que é um exame de PCR. É uma reação em cadeia da polimerase. Através desse exame, a gente consegue detectar o DNA do Mycobacterium tuberculosis.
Além disso, por esse teste molecular, também conseguimos saber se essa bactéria é ou não resistente à rifampicina. Então são os dois resultados que a gente quer: saber se tem Mycobacterium tuberculosis ou não e, caso tenha, se é resistente à rifampicina ou não. Isso é o que o teste molecular vai ver.
Como é que ele funciona? Você vai colher o escarro, os pacientes têm escarro. Você vai colher o escarro induzindo pelo nebulizador. Ou seja, o diagnóstico de tuberculose pulmonar ou laringea. Já contou? Avaliamos o escarro. Não estou avaliando outros tecidos, mas pode fazer de outros tecidos. Só em laboratórios especializados, pelo Ministério da Saúde.
Então, teoricamente, é um exame feito para a gente dar um diagnóstico de tuberculose pulmonar e de tuberculose laringea. Outros tipos de materiais são possíveis em laboratórios especializados.
E aí vai lá, vai colher, vai botar o exame. Em duas horas, você tem um diagnóstico. Foi uma vitória muito rápida. A baciloscopia demora um dia, a cultura demora semanas. Então aqui, o teste molecular, além de ter uma sensibilidade alta, é rápido.
Então, por isso que o nome é teste rápido. Você faz em duas horas e já tem um diagnóstico. Muito bom, muito melhor do que você fazer a baciloscopia.
E então, como é que vai ser feito? Você vai colher o paciente, tem lá o escarro reduzido e vai petava, colocar no dispositivo de PCR. Vai colocar numa câmara de refrigeração, esperar duas horas e fazer a leitura do resultado.
Fez a leitura do resultado. Pode vir: “detectado Mycobacterium tuberculosa”, “não detectado Mycobacterium tuberculosis”, “detectado resistência rifampicina”, “não detectado resistência rifampicina” ou “indeterminada resistência rifampicina”.
Qual é a conduta? Detectado, beleza. Resolveu o problema.
Não detectado, beleza. Resolveu o problema.
Indeterminado, se deu indeterminado, aí repete o exame. Se ele deu positivo mais vezes, veio positivo, beleza, tem Mycobacterium tuberculosis, tem tuberculose.
Vamos ver se a resistência é resistente à rifampicina.
Tem ou não.
Se tem resistência, não vou usar rifampicina.
Se não tem, posso usar rifampicina.
Indeterminada, repete o teste também.
Ou seja, qualquer indeterminado, você tem que repetir o exame.
Tá bom? Então, basicamente, esse é o teste molecular. A importância dele, como eu falei, a gente já passou aqui: ele tem uma alta sensibilidade, não deixa passar falso negativo, é rápido, realiza em duas horas, é feito com escarro, oscar reduzido. Ou seja, tuberculose pulmonar ou laringea. E ele pode te dar presença do Mycobacterium tuberculosis, ausência ou indeterminado.
Se foi determinado, repete. Se deu positivo, detectou Micobacterium tuberculosis. Tem tuberculose.
Vamos avaliar a resistência à rifampicina. Tem ou não?
Vou usar ou não?
Não tem?
Pode usar rifampicina.
Indeterminado, repete o teste.
Beleza?
Em relação ao teste molecular, era isso que a gente ia pra conversar pessoal.
Fonte: Pneumologia: Tuberculose – Diagnóstico Molecular por Jaleko Acadêmicos