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Recormon

  • Para o tratamento da anemia (falta de glóbulos vermelhos)
    associada com insuficiência renal crônica (anemia renal) nos
    pacientes em diálise;
  • Para o tratamento de anemia renal sintomática em pacientes que
    ainda não foram submetidos à diálise;
  • Para a prevenção da anemia em crianças prematuras de baixo
    peso, pesando por ocasião do nascimento entre 750 g a 1.500 g e com
    idade gestacional inferior a 34 semanas;
  • Para o tratamento de anemia sintomática (com sintomas
    característicos) em pacientes adultos que recebem quimioterapia
    para doenças malignas não mieloides (câncer), caso o valor de
    hemoglobina (Hb) seja gt; 11 g/dL (6,83 mmol/L);
  • Para o aumento da produção de sangue autólogo (sangue doado
    pelo próprio paciente antes de uma cirurgia ou de um procedimento)
    de pacientes em programa de doação prévia (autotransfusão).

Seu uso nessa indicação deve ser comparado com o risco aumentado
de eventos tromboembólicos (formação de coágulos que podem obstruir
vasos sanguíneos).

O tratamento deve ser administrado somente a pacientes com
anemia moderada (Hb 10 – 13 g/dL [6,21 – 8,07 mmol/L], sem
deficiência de ferro) se os procedimentos de conservação de sangue
não estiverem disponíveis ou forem insuficientes quando uma
cirurgia eletiva de grande porte planejada requerer grande volume
de sangue (quatro ou mais unidades de sangue para mulheres ou cinco
ou mais unidades para homens).

Como o Recormon funciona?


Recormon pertence ao grupo de medicamentos antianêmicos e
age estimulando a formação dos glóbulos vermelhos do sangue.

Contraindicação do Recormon

Você não deve usar Recormon caso possua pressão alta mal
controlada ou hipersensibilidade conhecida a qualquer um dos
componentes do medicamento.

Na indicação para aumento da produção de sangue autólogo,
Recormon não deve ser usado em pacientes que, no mês anterior ao
tratamento, tenham sofrido infarto do miocárdio ou acidentes
vasculares cerebrais (por exemplo, derrame), pacientes com angina
pectoris instável (sensação de angústia e dor no peito) ou
pacientes que se encontram sob risco aumentado de trombose venosa
profunda (formação de coágulos nas veias), tais como aqueles com
história de doença tromboembólica venosa (fechamento de uma veia
resultante de excessivos coágulos).

Como usar o Recormon

Recormon deve ser administrado por via intravenosa, durante,
aproximadamente, dois minutos, ou por via subcutânea, de acordo com
a posologia.

Para evitar a incompatibilidade ou perda da atividade, não
misturar com outros medicamentos ou soluções para infusão.

Dependendo da natureza de sua doença, de seu peso corpóreo e de
sua resposta individual ao tratamento com Recormon, seu médico
prescreverá a dose que lhe será adequada.

Instruções de manuseio

  • Lave as mãos antes de manusear o produto para aplicação;
  • Retire uma seringa da embalagem e verifique se a solução é
    límpida, incolor e praticamente livre de partículas visíveis.
    Retire a tampa da seringa;
  • Retire uma agulha da embalagem, fixe-a na seringa e retire sua
    tampa protetora;
  • Elimine o ar da seringa com agulha, colocando a seringa na
    posição vertical e pressionando delicadamente o êmbolo da seringa
    para cima. Mantenha o êmbolo pressionado até que fique na seringa
    apenas a quantidade prescrita de Recormon;
  • Limpar a pele no local da injeção utilizando compressa com
    álcool.

Via subcutânea

Forme uma prega na pele usando os dedos polegar e indicador.
Segure o corpo da seringa em local próximo à agulha e insira a
agulha na dobra de pele com movimento rápido e firme. Injete a
solução de Recormon. Retire a agulha rapidamente e faça pressão
sobre o local da injeção com uma gaze seca e estéril.

Considerando que foram observadas reações alérgicas graves em
casos isolados, recomenda-se que a primeira dose seja administrada
sob supervisão médica. Nas doses subsequentes, se ocorrerem
reações, você deve procurar orientação médica.

Tratamento de pacientes anêmicos com insuficiência renal
crônica

Em caso de administração intravenosa, a solução deve ser
injetada durante, aproximadamente, dois minutos, por exemplo, nos
pacientes em hemodiálise, por meio da fístula arteriovenosa, ao
final da diálise.

Para pacientes não submetidos à hemodiálise, sempre deve ser
preferida a administração subcutânea para evitar a punção das veias
periféricas.

Em pacientes com insuficiência renal crônica, o objetivo do
tratamento é atingir um nível-alvo de hemoglobina de 10 – 12 g/dL
(não se deve exceder o nível de 12 g/dL). Se o aumento da
hemoglobina for superior a 2 g/dL (1,3 mmol/L) em quatro semanas,
redução adequada da dose deve ser considerada.

Na presença de pressão alta ou existência de doença
cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica, o aumento
semanal da hemoglobina e o seu valor alvo devem ser determinados
individualmente considerando o quadro clínico. Os pacientes devem
ser monitorados de perto para garantir o emprego da menor dose de
Recormon para o controle dos sintomas da anemia.

O tratamento com Recormon está dividido em dois
estágios

Fase de correção

Administração subcutânea

A dose inicial é 20 UI/kg de peso corpóreo, três vezes por
semana. A dose pode ser aumentada a cada quatro semanas, caso o
aumento da hemoglobina não seja adequado (lt; 0,25 g/dL por
semana), com incrementos de 20 UI/kg de peso corpóreo, três vezes
por semana.

A dose semanal também pode ser dividida em doses diárias.

Administração intravenosa

A dose inicial é de 40 UI/kg de peso corpóreo, três vezes por
semana. A dose pode ser aumentada após quatro semanas para 80 UI/kg
de peso corpóreo, três vezes por semana. Caso sejam necessários,
incrementos adicionais de 20 UI/kg de peso corpóreo, três vezes por
semana, podem ser feitos mensalmente.

Para ambas as vias de administração, a dose máxima não deve
exceder 720 UI/kg de peso corpóreo por semana.

Fase de Manutenção

Para manter um valor desejado de hemoglobina de,
aproximadamente, 10 – 12 g/dL , a dose é inicialmente reduzida à
metade da quantidade previamente administrada. Depois disso, a dose
de manutenção deverá ser ajustada caso a caso, em intervalos de
duas a quatro semanas.

No caso da aplicação subcutânea, a dose semanal pode ser
administrada em dose única, uma vez por semana, ou dividida em
doses aplicadas três ou sete vezes por semana. Os pacientes
estáveis com esquema de uma dose por semana podem passar para
administração a cada duas semanas. Nesse caso, pode ser necessário
aumentar a dose.

Recormon não deve ser utilizado em crianças menores de 2 anos,
para tratamento de pacientes anêmicos com insuficiência renal
crônica.

Prevenção de anemia em prematuros

A solução é administrada por via subcutânea com dose de 250
UI/kg de peso corpóreo, três vezes por semana.

O tratamento com betaepoetina deve ser iniciado o mais cedo
possível, de preferência em torno do terceiro dia de vida.
Prematuros que já receberam transfusão de sangue antes do
tratamento com Recormon obtiveram menor benefício terapêutico em
comparação aos que não tinham recebido transfusões. O tratamento
deve ser mantido durante seis semanas.

Tratamento de anemia sintomática para pacientes em
quimioterapia para câncer

A solução é administrada por via subcutânea, em dose única
semanal, ou dividida em três a sete doses por semana.

A dose inicial recomendada é de 30.000 UI por semana
(correspondente a, aproximadamente, 450 UI/kg de peso corpóreo por
semana, com base em um paciente de peso médio). Os níveis de
hemoglobina não devem exceder 13 g/dL (8,07 mmol/L).

Se, após quatro semanas de terapia, o valor de hemoglobina
aumentar em, pelo menos, 1 g/dL (0,62 mmol/L), a dose atual deve
ser mantida. Se o valor da hemoglobina não aumentar em, pelo menos,
1 g/dL (0,62 mmol/L), a dose semanal poderá ser duplicada. Se, após
oito semanas de terapia, o valor de hemoglobina não aumentar em,
pelo menos, 1 g/dL (0,62 mmol/L), é improvável que seja obtida uma
resposta, e o tratamento deve ser descontinuado.

A terapia deverá ser mantida durante até quatro semanas ao final
da quimioterapia.

A dose máxima não deve exceder 60.000 UI por semana.

Uma vez atingido o objetivo terapêutico para determinado
paciente, a dose deve ser reduzida em 25% a 50% para manter o valor
de hemoglobina naquele nível. Se necessário, a dose poderá ser
novamente reduzida para assegurar que o valor de hemoglobina não
exceda 13 g/dL. Caso o aumento de hemoglobina seja maior que 2 g/dL
(1,3 mmol/L) em quatro semanas, a dose deve ser reduzida em 25% a
50%.

Recormon não deve ser utilizado na população pediátrica
para tratamento de anemia sintomática em pacientes em quimioterapia
para câncer.

Tratamento para aumentar a quantidade de sangue
autólogo

Recormon é administrado duas vezes por semana, durante
quatro semanas.

A dose deve ser determinada pela equipe médica para cada
paciente individualmente, em função da quantidade necessária de
sangue pré-doado e da reserva de glóbulos vermelhos que o paciente
tem dentro de si

  • A quantidade necessária de sangue pré-doado depende da perda de
    sangue prevista, do uso de procedimentos para conservação do sangue
    e da condição física do paciente. A quantidade de sangue pré-doado
    deve ser suficiente para evitar transfusões de sangue de outras
    pessoas;
  • A capacidade de doar sangue depende, predominantemente, do
    volume sanguíneo do paciente e do hematócrito basal (quantidade de
    glóbulos vermelhos em relação ao volume total de sangue).

A dose máxima não deve exceder 1.600 UI/kg de peso corpóreo por
semana para administração por via intravenosa ou 1.200 UI/kg de
peso corpóreo por semana para administração por via subcutânea.

Recormon não deve ser utilizado na população pediátrica para
tratamento para aumentar a quantidade de sangue autólogo.

Uso em idosos

Nenhum estudo específico com pacientes idosos foi realizado,
embora grande proporção desses pacientes tenha sido incluída nos
estudos clínicos com Recormon.

Não foi identificada a necessidade de adaptações especiais de
dosagem para essa população.

Uso pediátrico

Resultados de estudos clínicos em crianças e adolescentes
mostram que, em média, quanto mais jovem o paciente, maior é a dose
de Recormon necessária. Entretanto, deve ser seguida a
posologia recomendada, pois não é possível prever a resposta
individual.

Uso em pacientes com insuficiência hepática

Não foram realizados estudos clínicos específicos em pacientes
com insuficiência hepática (do fígado).

Interrupção do tratamento

A duração da terapia varia, dependendo de sua doença e de sua
resposta individual ao tratamento. O tratamento com Recormon é
geralmente uma terapia a longo prazo. Seu médico lhe informará
quando você deverá parar o tratamento com Recormon.

Seu médico poderá solicitar que você interrompa o tratamento com
Recormon durante algum tempo ou receba uma dose menor do mesmo.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os
horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu
médico.

O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o
Recormon?


Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Recormon

Antes de iniciar o tratamento com Recormon, informe ao
seu médico sobre as seguintes situações:

  • O seu histórico médico, ou seja, as doenças que você tem ou
    teve e tratamentos que está realizando (medicamentos que toma,
    dietas, etc.);
  • Alergias que já apresentou, especialmente aquelas relacionadas
    ao uso de medicamentos.

A substituição de Recormon  por qualquer outro
medicamento biológico exige o consentimento do médico
prescritor.

Recormon deve ser usado com cuidado na presença de anemia que
não responde a tratamento e com excesso de glóbulos brancos
anormais em transformação, convulsões, aumento de plaquetas
(fragmentos celulares presentes no sangue que contribuem para a
coagulação) e doença crônica do fígado.

É preciso ter certeza de que você não está com deficiências de
ácido fólico e de vitamina B12, porque essas deficiências podem
reduzir a eficácia de Recormon.

Para garantir a produção efetiva de glóbulos vermelhos, deve-se
avaliar se existe ferro suficiente em seu organismo antes e durante
o tratamento e pode ser necessária a reposição de ferro, que deve
ser feita de acordo com as orientações do seu médico.

O número de plaquetas e os níveis de hemoglobina devem ser
monitorados em intervalos regulares durante o tratamento com
Recormon em todos os pacientes.

Efeitos sobre crescimento tumoral

Epoetinas são fatores de crescimento que estimulam
principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Receptores de
eritropoietinas podem estar presentes na superfície de uma
variedade de células tumorais. Como acontece com todos os fatores
de crescimento, existe a preocupação de que as epoetinas possam
estimular o crescimento de qualquer tipo de doença maligna.

Um estudo clínico controlado no qual betaepoetina foi
administrada a pacientes com câncer de cabeça e pescoço mostrou
menor sobrevida livre de progressão da doença nos pacientes que
receberam betaepoetina. Outro estudo clínico em câncer de mama,
desenhado para mostrar um efeito positivo da betaepoetina em termos
de sobrevida global, em comparação a controles não tratados, não
mostrou efeitos estatisticamente significativos em termos de
sobrevida global ou progressão do tumor.

Além disso, dados de uma meta-análise (análise do conjunto dos
resultados de vários estudos), a partir de estudos clínicos
randomizados e controlados sobre betaepoetina no tratamento da
anemia em pacientes com câncer (12 estudos, 2.301 pacientes,
incluindo os dois estudos citados anteriormente), não mostraram
nenhum efeito negativo, estatisticamente significativo, na
sobrevida ou progressão do tumor.

Insuficiência Renal Crônica

Em pacientes com insuficiência renal crônica e também em
quimioterapia para câncer, pode ocorrer aumento da pressão arterial
(episódios hipertensivos) ou agravamento da hipertensão existente,
principalmente em casos de aumento rápido da hemoglobina. Os
aumentos da pressão arterial podem ser tratados com fármacos
anti-hipertensivos. Caso os aumentos da pressão arterial não possam
ser controlados por meio de terapia medicamentosa, recomenda-se a
interrupção temporária da terapia com Recormon.

Especialmente no início da terapia, recomenda-se o monitoramento
regular da pressão arterial, inclusive entre as diálises em
pacientes com anemia renal. Nos pacientes com insuficiência renal
crônica, crise hipertensiva com sintomas semelhantes à
encefalopatia (comprometimento das funções cerebrais) também pode
ocorrer, inclusive em pacientes que sempre apresentaram pressão
arterial normal ou baixa. Isso requer atendimento médico imediato e
cuidados médicos intensivos. Deve ser dedicada especial atenção ao
aparecimento repentino de sintomas semelhantes à enxaqueca como
possíveis sinais de advertência.

A sobrecarga severa de alumínio, devido ao tratamento de
insuficiência renal, pode comprometer a eficácia de Recormon.

Em pacientes com insuficiência renal crônica, é frequentemente
necessário aumento da dose de heparina durante a hemodiálise no
curso do tratamento com Recormon, por causa do aumento da
hemoglobina. É possível ocorrer a oclusão do sistema de diálise se
a heparinização não for ideal.

Em pacientes com insuficiência renal crônica com risco de
trombose das derivações, deve-se considerar a revisão precoce das
derivações e a profilaxia de trombose, por meio da administração de
ácido acetilsalicílico, por exemplo.

Em pacientes com insuficiência renal crônica, pode haver aumento
dependente da dose na contagem de plaquetas dentro dos limites da
normalidade durante o tratamento com Recormon, especialmente após
administração intravenosa, que regride durante a manutenção do
tratamento. Recomenda-se que a contagem de plaquetas seja
monitorada regularmente durante as primeiras oito semanas de
tratamento.

Autotransfusão

Em pacientes em programa de pré-doação de sangue autólogo, pode
haver aumento da contagem de plaquetas, principalmente dentro dos
limites da normalidade. Portanto, para esses pacientes,
recomenda-se que a contagem de plaquetas seja realizada, pelo
menos, uma vez por semana. Se houver aumento de plaquetas de mais
de 150 x 109/L ou se as plaquetas aumentarem acima do
intervalo normal, o tratamento com Recormon deve ser
descontinuado.

Quando Recormon é usado em um programa de
pré-doação autólogo, devem ser consideradas as diretrizes oficiais
sobre princípios de doação sanguínea, em especial

  • Somente pacientes com Ht (hematócrito, que mede a quantidade
    glóbulos vermelhos em relação ao volume total do sangue) gt; 33%
    (hemoglobina gt; 11 g/dL [6,83 mmol/L]) devem ser
    doadores;
  • Cuidados especiais devem ser tomados com pacientes que
    apresentam peso corpóreo inferior a 50 kg;
  • O volume individual coletado não deve exceder, aproximadamente,
    12% do volume sanguíneo estimado do paciente.

O tratamento deve ser reservado para pacientes nos quais é
considerado de especial importância evitar a transfusão de sangue
homólogo (proveniente de doadores), levando em consideração a
avaliação do risco / benefício para transfusões homólogas.

Em pacientes tratados para a anemia da prematuridade, pode haver
um discreto aumento na contagem de plaquetas, particularmente nos
primeiros 12 a 14 dias de vida. Portanto, a quantidade de plaquetas
deve ser monitorada regularmente.

A indicação para tratamento de pacientes nefroescleróticos (com
estreitamento dos vasos sanguíneos do rim) que ainda não tenham
sido submetidos à diálise, com Recormon, deve ser definida
individualmente, considerando que a possível aceleração da
progressão da insuficiência renal, com certeza, não pode ser
excluída.

Ausência de efeito

As razões mais comuns para a resposta incompleta para ESAs
(agentes estimuladores da eritropoiese, isto é, da formação de
glóbulos vermelhos no sangue) são deficiência de ferro e inflamação
crônica (por exemplo, causada pelo acúmulo de ureia no sangue ou
câncer metastático avançado).

As seguintes condições também podem comprometer a eficácia da
terapia ESAs perda crônica de sangue, fibrose (substituição
por tecido fibroso) de medula óssea, sobrecarga severa de alumínio,
causada pelo tratamento de insuficiência renal, deficiências de
ácido fólico ou vitamina B12 e hemodiálise.

Se todas as condições mencionadas forem excluídas e o paciente
apresentar queda súbita de hemoglobina associada com
reticulocitopenia (redução de células sanguíneas denominadas
reticulócitos) e anticorpos antieritropoietina, o exame da medula
óssea para o diagnóstico de aplasia (ausência de formação) pura de
glóbulos vermelhos (APGV) deve ser considerado. Se APGV for
diagnosticada, o tratamento com betaepoetina deve ser descontinuado
e os pacientes não devem ser tratados com outra ESA.

Aplasia pura de glóbulos vermelhos causada por anticorpos
neutralizantes antieritropoietina foi relatada em associação à
terapia com eritropoietinas, incluindo Recormon. Esses anticorpos
mostraram reagir de forma cruzada com todas as proteínas
eritropoiéticas, e pacientes com suspeita ou confirmação de possuir
anticorpos neutralizantes à eritropoietina não devem ter o
tratamento substituído por Recormon.

Abuso e dependência de medicamentos

O uso inadequado deste medicamento por pessoas não anêmicas pode
provocar aumento excessivo da hemoglobina. Isso pode estar
associado a complicações potencialmente fatais do sistema
cardiovascular.

Não há relatos sobre dependência quando se utiliza
betaepoetina.

O uso inadequado por pessoas sadias pode causar alterações no
sangue. Isso pode estar associado a complicações cardíacas e
vasculares (nos vasos), com risco de morte.

Atenção fenilcetonúricos: contém
fenilalanina.

Este medicamento pode causar
doping.

Principais interações medicamentosas

Nenhum estudo clínico específico de interação foi realizado. Os
resultados dos estudos clínicos obtidos até o momento não indicam
potencial interação de Recormon com outras substâncias.

Estudos em animais mostraram que a betaepoetina não aumenta a
toxicidade de medicamentos citostásticos, tais como etoposídeo,
cisplatina, ciclofosfamida e fluoruracila.

Exames laboratoriais

O tratamento com Recormon pode provocar algumas alterações
no sangue. Por isso, você deve fazer um controle laboratorial
periódico, conforme as instruções fornecidas por seu médico.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico.
Pode ser perigoso para a sua saúde.

Reações Adversas do Recormon

Pacientes anêmicos devido à insuficiência renal
crônica:

Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que
utilizam este medicamento)

Hipertensão e cefaleia (dor de cabeça).

Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que
utilizam este medicamento)

Crise hipertensiva.

Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que
utilizam este medicamento)

Trombose nas fístulas (formação de coágulos no procedimento de
diálise).

Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos
pacientes que utilizam este medicamento)

Trombocitose (aumento das plaquetas, fragmentos celulares que
contribuem para a coagulação do sangue).

As reações comuns, particularmente durante a fase inicial do
tratamento com Recormon, são eventos hipertensivos, incluindo
hipertensão, crise hipertensiva com ou sem sintomas semelhantes à
encefalopatia (distúrbio das funções cerebrais), por exemplo,
cefaleias e estado de confusão, disfunção sensorial motora – como
distúrbio da fala ou marcha cambaleante até convulsões
tônico-clônicas (caracterizadas por rigidez muscular e contrações
rítmicas).

Esses aumentos da pressão arterial podem ocorrer em pacientes
que tinham a pressão arterial normal ou podem ser um agravamento de
hipertensão já existente.

Podem ocorrer tromboses nas fístulas, especialmente em pacientes
que apresentam tendência à hipotensão (queda da pressão arterial)
ou cuja fístula arteriovenosa apresente complicações, por exemplo,
estenose (estreitamento), aneurisma (dilatação).

Na maioria dos casos, observa-se queda dos valores de ferritina
sérica simultaneamente com o aumento da hemoglobina. Portanto,
recomenda-se a substituição de ferro oral de 200 para 300 mg
Fe2+/dia, para todos os pacientes com valores de
ferritina sérica inferiores a 100 mcg/L ou saturação de
transferrina inferior a 20%.

Em casos isolados, foram observados aumentos temporários dos
níveis séricos de potássio e de fosfato. Esses parâmetros devem ser
monitorados regularmente.

Pacientes com anemia sintomática em quimioterapia para
câncer

Reação comum (gt; 1/100 e lt; 1/10)

Hipertensão, evento tromboembólico (coágulos que podem obstruir
vasos sanguíneos) e cefaleia (dor de cabeça).

Eventos hipertensivos são reações comuns, particularmente
durante a fase inicial do tratamento.

Em alguns pacientes, observa-se redução dos parâmetros de ferro
sérico. Portanto, recomenda-se a substituição de ferro oral de 200
para 300 mg Fe2+/dia para todos os pacientes com valores
de ferritina sérica inferiores a 100 µg/L ou saturação de
transferrina inferior a 20%.

Os estudos clínicos mostraram frequência mais elevada de eventos
tromboembólicos nos pacientes com câncer tratados com Recormon, em
comparação aos do grupo de controle não tratados ou tratados com
placebo. Nos pacientes tratados com Recormon, essa incidência é de
7%, em comparação a 4% no grupo de controle (ambos com frequência
comum (gt;1/100 e lt;1/10)). Isso não está associado a nenhum
aumento na mortalidade tromboembólica, em comparação com os
controles.

Pacientes no programa de pré-doação autóloga de
sangue

Reação comum (gt; 1/100 e lt; 1/10)

Cefaleia (dor de cabeça).

Foi relatado que os pacientes em um programa de doação prévia de
sangue autólogo apresentaram frequência ligeiramente maior de
eventos tromboembólicos. Porém, não foi possível estabelecer
relação causal com o tratamento com Recormon.

Considerando que existem indicações de deficiência temporária de
ferro, os pacientes devem ser tratados por via oral com 300 mg
Fe2+/dia, a partir do início do tratamento com Recormon
até a normalização dos valores de ferritina.

Todavia, se, apesar da substituição do ferro oral, desenvolve-se
deficiência de ferro (ferritina inferior ou igual a 20 mcg/L ou
saturação de transferrina inferior a 20%), deve ser considerada a
administração adicional de ferro por via intravenosa.

Crianças prematuras

Reação muito comum (gt; 1/10)

Queda nos valores de ferritina sérica.

O tratamento com ferro oral deve ser iniciado o mais cedo
possível em pacientes com queda nos valores de ferritina sérica
(mais tardar, no 14º dia de vida), com 2 mg Fe2+/dia. A
dosagem de ferro poderá ser modificada de acordo com o nível de
ferritina sérica. Caso a ferritina sérica se encontre abaixo de 100
mcg/L ou caso se apresentem outros sinais de deficiência de ferro,
a administração de Fe2+ deve ser aumentada de 5 para 10
mg Fe2+/dia. A terapia com ferro deve ser continuada até
desaparecerem os sinais de deficiência de ferro.

Considerando que poderá ser constatado ligeiro aumento da
contagem de plaquetas, especialmente até o 12º ou 14º dia de vida,
a quantidade de plaquetas deve ser monitorada regularmente.

Todas as indicações

Reação rara (gt; 1/10.000 e lt; 1/1.000)

Erupção cutânea, prurido, urticária ou reações no local de
aplicação da injeção.

Reação muito rara (lt; 1/10.000)

Reações anafilactoides (que se assemelham à anafilaxia, que é
uma reação alérgica sistêmica intensa e rápida) e sintomas
semelhantes aos de gripe (calafrios, febre, cefaleia, mal-estar e
dor óssea).

Em estudos clínicos controlados, não foi encontrada incidência
aumentada de reações de hipersensibilidade (alérgicas).

Os sintomas semelhantes aos de gripe ocorreram principalmente no
início do tratamento. Esses sintomas foram de intensidade leve a
moderada e desapareceram dentro do período de algumas horas a
alguns dias.

Experiência pós-comercialização

Foram descritos casos isolados de aplasia (ausência de formação)
pura de eritrócitos (PRCA) mediada por anticorpos neutralizantes
antieritropoietina associada à terapia com Recormon. Com exceção da
aplasia pura de eritrócitos mediada por anticorpos
antieritropoietina (APGV), os dados de segurança recolhidos durante
a experiência pós-comercialização refletem o perfil de eventos
adversos esperados nessas populações, assim como o da
betaepoetina.

Atenção: Este produto é um medicamento que possui nova
indicação terapêutica no país e, embora as pesquisas tenham
indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e
utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos
imprevisíveis ou desconhecidas. Nesse caso, informe seu
médico.

População Especial do Recormon

Uso pediátrico

Estudos clínicos para registro foram realizados em crianças e
adolescentes com anemia causada por insuficiência renal crônica e
em recém-nascidos para prevenção de anemia da prematuridade.
Recormon é indicado para a prevenção de anemia em
prematuros.

No caso de anemia causada por insuficiência renal crônica,
Recormon não deve ser utilizado em crianças menores de 2
anos.

Já no tratamento da anemia em pacientes em quimioterapia para
câncer e no tratamento para o aumento da quantidade de sangue
autólogo (para autodoação), Recormon não é indicado para a
população pediátrica.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar
máquinas

Não foram realizados estudos a respeito dos efeitos sobre a
capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas. No entanto, não
são esperados efeitos baseando-se no mecanismo de ação e no perfil
de segurança conhecido de Recormon.

Gestação e lactação

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do
cirurgião-dentista.

Não existe experiência adequada em gravidez e lactação em
humanos. Recormon somente deve ser usado durante a gravidez e
lactação se o benefício potencial justificar o risco potencial.

Estudos em animais não revelaram efeitos nocivos diretos ou
indiretos em relação à gravidez, desenvolvimento embrionário /
fetal, parto ou desenvolvimento pós-natal. Não foi detectada
alteração de fertilidade.

Para a betaepoetina, todas as informações de segurança que dizem
respeito à exposição a Recormon durante a gravidez, trabalho
de parto e parto foram adquiridas a partir da experiência
pós-comercialização. Uma revisão dos dados disponíveis não mostrou
evidência de relação causal entre os efeitos prejudiciais com
respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário / fetal, trabalho
de parto ou desenvolvimento pós-natal e o tratamento com
Recormon.

Também não foram observadas evidências de efeitos prejudiciais
em relação ao trabalho de parto e parto. No entanto, na ausência de
dados oriundos de estudos clínicos, deve-se ter cuidado ao
prescrevê-lo a mulheres grávidas e em trabalho de parto.

Foi obtida apenas uma experiência limitada em lactação humana.
Eritropoietina endógena (produzida pelo próprio organismo) é
excretada no leite materno e facilmente absorvida pelo trato
gastrointestinal do recém-nascido.

A decisão sobre continuar ou interromper a amamentação ou
continuar ou interromper a terapia com betaepoetina deve ser tomada
considerando o benefício da amamentação para criança e o benefício
da terapia com betaepoetina para a paciente.

Composição do Recormon

Apresentações

Recormon 10.000 UI é apresentado em caixa com 6 seringas
pré-enchidas + 6 agulhas de 27G1/2.

Via subcutânea ou intravenosa.

Uso adulto e pediátrico.

Composição

Cada seringa pré-enchida de Recormon 10.000 UI
contém:

10.000 unidades internacionais (UI) (equivalentes a 83 mcg) de
betaepoetina em 0,6 mL de água para injeção.

Excipientes:

Ureia, cloreto de sódio, polissorbato 20, fosfato de sódio
monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de cálcio, glicina,
leucina, isoleucina, treonina, ácido glutâmico, fenilalanina e água
para injetáveis.

Superdosagem do Recormon

A faixa terapêutica de betaepoetina é muito ampla e a resposta
individual à terapia deve ser considerada quando se inicia o
tratamento com Recormon. Superdose pode resultar em manifestações
de exacerbação (aumento) dos efeitos normais da betaepoetina, por
exemplo, produção excessiva de glóbulos vermelhos, que pode estar
associada com complicações fatais do sistema cardiovascular. Em
casos de níveis altos de hemoglobina, o uso de Recormon deve ser
temporariamente suspenso.

Se clinicamente indicado, pode ser executada a flebotomia
(retirada de sangue).

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você
precisar de mais orientações.

Interação Medicamentosa do Recormon

Nenhum estudo clínico específico de interação foi realizado. Os
resultados dos estudos clínicos obtidos até o momento não indicam
potencial interação de Betaepoetina (substância ativa) com outras
substâncias.

Estudos em animais mostraram que a betaepoetina não aumenta a
mielotoxicidade de medicamentos citoestásticos, tais como
etoposídeo, cisplatina, ciclofosfamida e fluoruracila.

Exames laboratoriais

Em pacientes com insuficiência renal crônica, foi relatada
elevação de potássio sérico em pacientes que recebem Betaepoetina
(substância ativa), apesar de não ter sido estabelecida a
causalidade.

Caso seja observado nível de potássio elevado ou crescente, deve
ser considerada a interrupção da administração de Betaepoetina
(substância ativa) até que o nível seja corrigido.

Ação da Substância Recormon

Resultados de Eficácia

Os estudos clínicos realizados com a betaepoetina demonstraram
em pacientes com doenças malignas linfoides resposta de até 78%,
sendo que a resposta foi definida como um aumento absoluto ≥ 6% no
hematócrito, ≥ 2g/L no nível de hemoglobina e / ou eliminação da
necessidade de transfusão. Do mesmo modo, índices de resposta de
até 80% foram relatados em estudos de pacientes com tumores
sólidos.

Os resultados agrupados de dois estudos multicêntricos,
randomizados, duplos-cegos, controlados com placebo e que envolviam
229 pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à
hemodiálise demonstraram superioridade na eficácia da betaepoetina
intravenosa (até 150 UI/kg, três vezes por semana, por até 82
dias), em comparação com o placebo. O tratamento com betaepoetina
foi associado com aumento significativamente maior nos níveis
médios de hemoglobina em relação ao basal (54%) que o placebo
(19%). 

Com relação à anemia associada a tratamento quimioterápico, a
betaepoetina subcutânea (dose inicial de 450 UI/kg/semana ou 2.000
– 10.000 UI/dia) melhorou a anemia (aumentou os níveis de
hemoglobina) e reduziu as necessidades de transfusão de sangue em
estudos randomizados duplos-cegos ou abertos de 12 – 24 semanas de
duração que envolviam 121 – 343 pacientes avaliáveis que estavam
recebendo quimioterapia. A betaepoetina subcutânea (450 UI/semana)
melhorou significativamente a qualidade de vida, especialmente nos
pacientes que responderam ao tratamento com betaepoetina.

A betaepoetina mostrou-se eficaz no tratamento da anemia
associada a câncer de próstata avançado resistente a tratamento
hormonal.O uso pré-operatório de eritropoietina juntamente com
doação autóloga pré-operatória reduz a necessidade para transfusão
alogeneica de sangue associada com artroplastia total articular
(quadril ou joelho) de modo mais eficiente que a administração de
eritropoietina ou de doação prévia isoladamente, conforme
demonstrado em um estudo de 240 pacientes, divididos em três
grupos de tratamento. No grupo tratado com a associação de
eritropoietina recombinante humana e doação autóloga
pré-operatória, o índice de transfusão alogeneica foi de 11%,
enquanto, no grupo tratado com eritropoietina isoladamente, o
índice foi de 28%, e, no grupo tratado somente com doação
pré-operatória autóloga, o índice foi de 33%.

Um estudo multicêntrico controlado, cego, em 241 recém-nascidos
prematuros de peso muito baixo mostrou que a necessidade de
transfusão nos prematuros tratados com betaepoetina foi de 0,87, em
comparação com 1,25 no grupo de controle (p = 0,013). O índice de
sucesso definido como ausência da necessidade de transfusão e
hematócrito nunca inferior a 32%, foi de 4,1% no grupo de controle,
em comparação com 27,5% no grupo tratado com betaepoetina (p =
0,008).

Pacientes com anemia devido à doença renal
crônica

Um estudo aberto e randomizado utilizando betaepoetina foi
realizado com 605 pacientes pré-diálise (CREATE), com ligeira a
moderada anemia (nível Hb: 11 – 12,5 g/dL). O objetivo primário foi
investigar se a alta correção de Hb (13 – 15 g/dL) reduziria a
morbidade cardiovascular (CV) em comparação com o tratamento padrão
de anemia (Hb-alvo 10,5 – 11,5 g/dL). Não foi observado benefício
com alta correção de Hb comparado a correção padrão de anemia e, ao
contrário do que se esperava, houve menos eventos no grupo de
tratamento padrão (47 versus 58 eventos, HR 0,78, p =
0,20). A diferença de tempo para início da diálise foi observada
favorecendo o grupo de correção padrão de anemia (111 e 127
eventos, tempo médio de diálise 41 meses e 36 meses, teste log rank
p = 0,034, respectivamente), embora nenhuma diferença na mediana do
clearance de creatinina entre os dois grupos tenha sido
observada ao longo do tempo. A qualidade de vida, avaliada pelo
Questionário de Avaliação em Saúde SF-36, melhorou
significativamente (p = 0,003) no grupo de Hb-alvo alto no primeiro
ano.

Em outro estudo aberto e randomizado realizado com 172 pacientes
com nefropatia diabética precoce (ACORD), foram investigados o
efeito da alta correção de Hb (Hb-alvo 13 – 15 g/dL) e a correção
padrão de Hb (Hb-alvo 10,5 – 11,5 g/dL) na estrutura e função
cardíaca. No final do estudo, não houve diferença significativa
entre os dois grupos no que diz respeito ao parâmetro primário, o
índice de massa ventricular esquerda ajustado para o valor basal (p
= 0,88). Entre os grupos de tratamento, não houve diferença
estatisticamente significativa em relação ao valor basal no
clearance de creatinina calculado, no tempo até a
duplicação da creatinina sérica ou na análise de progressores
rápidos. A pontuação geral de saúde de avaliação de qualidade de
vida (via Questionário de Avaliação em Saúde SF-36) melhorou
significativamente (p = 0,04) no grupo de Hb-alvo alto.

Pacientes com câncer com anemia sintomática por tumores
sólidos

Em um estudo placebo controlado que utilizou betaepoetina em 351
pacientes com câncer de cabeça e pescoço (ENHANCE), o fármaco em
estudo foi administrado para manter os níveis de hemoglobina em 14
g/dL nas mulheres e 15 g/dL nos homens. A sobrevida livre de
progressão locorregional foi significativamente menor nos pacientes
que receberam betaepoetina (HR = 1,62, p = 0,0008). Os resultados e
a interpretação desse estudo foram influenciados pela falta de
equilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente com relação
à localização do tumor, histórico de tabagismo e à heterogeneidade
da população submetida ao estudo.

Um estudo controlado, aberto e randomizado que utilizou
betaepoetina em 463 doentes com câncer de mama metastático que
recebiam quimioterapia (BRAVE), desenhado para mostrar uma melhoria
significativa na sobrevida, não demonstrou nenhuma diferença
estatisticamente significativa entre os braços de controle e
betaepoetina com respeito à sobrevida global (p = 0,52) ou ao tempo
até a progressão do tumor (p = 0,45). Um maior número de pacientes
do braço de controle (64/232; 27,6%) apresentou ocorrências de
transfusão e anemia severa, em comparação com o braço de
betaepoetina (40/231; 17,3%) (p = 0,009), refletindo a eficácia do
tratamento com betaepoetina no que diz respeito a evitar
transfusões através de aumento efetivo da hemoglobina.

Uma percentagem maior de pacientes tratados com betaepoetina
sofreu eventos tromboembólicos (ETEs) durante o estudo, em
comparação com o braço de controle (13% versus 6%), e
observou-se um tempo menor de ETE para o braço de tratamento com
betaepoetina em relação ao controle (p = 0,008). No entanto, a
porcentagem de pacientes que sofreram um ETE grave (3% controle
versus 4% betaepoetina) ou que levou à morte (2% em cada
braço) foi comparável.

Um estudo controlado, aberto e randomizado com o uso de
betaepoetina em 74 doentes com câncer de colo do útero que recebiam
radioquimioterapia (MARCH) não apresentou uma correlação entre o
aumento da hemoglobina e a redução dos insucessos do tratamento
(resposta à radioquimioterapia). Portanto, decidiu-se não
prosseguir com a segunda fase desse estudo.

Foi realizada uma meta-análise que incluiu todos os estudos
clínicos controlados em pacientes anêmicos e com câncer tratados
com betaepoetina (12 estudos com um total de 2.301 pacientes). Os
resultados desse estudo confirmam a conhecida eficácia de
betaepoetina no que diz respeito ao aumento nos níveis de
hemoglobina e na redução do risco de transfusão de sangue.

Na população em geral, incluindo também pacientes com níveis
iniciais de hemoglobina de até 13 g/dL, não foi detectado nenhum
aumento estatisticamente significativo de risco de morte no grupo
de betaepoetina, em comparação com o grupo de controle (HR: 1,13,
95% CI 0,87 a 1,46, p = 0,34). Nos pacientes com valor basal de
hemoglobina ≤ 11 g/dL, o HR para sobrevida global foi de 1,09 (95%
CI 0,80 a 1,47, p = 0,58). Para tempo até a progressão da doença, o
HR foi 0,85 (IC 95%: 0,72 a 1,01, p = 0,07) na população de
pacientes em geral. Quando a análise foi restrita a pacientes com
hemoglobina basal ≤ 11 g/dL, o HR foi 0,80 (CI 95% 0,65 a 0,99, p =
0,04). Essa meta-análise também confirmou o aumento da porcentagem
descrita de eventos tromboembólicos (ETE) com taxa de ETE de
7% no grupo de betaepoetina, comparado a 4% com o grupo
controle.

Características Farmacológicas

Farmacodinâmica

Em sua composição de aminoácidos e carboidratos, a betaepoetina
é idêntica à eritropoietina isolada da urina de pacientes anêmicos.
A eritropoietina é uma glicoproteína que, como fator de
crescimento, estimula a formação de eritrócitos, a partir de seus
precursores na medula óssea. Age como fator estimulante da mitose e
como hormônio de diferenciação.

A eficácia biológica de betaepoetina foi demonstrada in
vivo
após a administração intravenosa e subcutânea em vários
animais de laboratório (ratos normais e urêmicos, camundongos
policitêmicos e cães). Após a administração de betaepoetina, o
número de eritrócitos, os valores de hemoglobina e as contagens de
reticulócitos aumentaram, como também a taxa de incorporação de
59Fe. Em um estudo in vitro, foi encontrada uma
incorporação aumentada de 3Htimidina nas células eritroides
nucleadas do baço (cultura celular do baço do camundongo) após
incubação com betaepoetina. As pesquisas em culturas de células da
medula óssea humana demonstraram que a betaepoetina estimula
especificamente a eritropoiese e não afeta a leucopoiese. Não foram
detectadas ações citotóxicas de betaepoetina sobre a medula óssea
ou sobre as células da pele humana.

Após a administração de dose única de betaepoetina, não foram
observados efeitos sobre o comportamento ou sobre a atividade
locomotora do camundongo e sobre a função circulatória ou
respiratória de cães.

Farmacocinética

Absorção

Após a administração subcutânea de betaepoetina para pacientes
urêmicos, a absorção prolongada resulta em um patamar de
concentração sérica, enquanto a concentração máxima é atingida, em
média, após 12 a 28 horas.

A biodisponibilidade da betaepoetina após sua administração
subcutânea encontra-se entre 23% e 42%, quando comparada com a
administração intravenosa.

Distribuição

Pesquisas farmacocinéticas com voluntários sadios e pacientes
urêmicos demonstraram que o volume de distribuição corresponde a
uma ou duas vezes o volume plasmático. Resultados análogos foram
encontrados em experiências com animais, em ratos urêmicos e
normais.

Eliminação

Pesquisas farmacocinéticas com voluntários sadios e com
pacientes urêmicos demonstraram que a meia-vida da betaepoetina
administrada por via intravenosa encontra-se entre 4 e 12
horas.

Após a administração por via subcutânea da betaepoetina a
pacientes urêmicos, a meia-vida terminal é maior que após a
administração intravenosa, com média de 13 a 28 horas.

Farmacocinética em populações especiais

Nenhum estudo formal do efeito da insuficiência hepática na
farmacocinética da betaepoetina foi conduzido.

Dados de segurança pré-clínicos

Toxicidade aguda

A administração intravenosa de uma dose única de 60.000 UI/kg de
peso corpóreo de betaepoetina em cachorros e doses de 3, 30, 300,
3.000 ou 30.000 UI/kg de peso corpóreo em ratos não mostrou nenhum
efeito tóxico detectável.

Carcinogenicidade

Um estudo de carcinogenicidade com eritropoietina homóloga em
camundongos não revelou nenhum sinal potencial proliferativo ou
tumorogênico.

Outros

Dados pré-clínicos não revelam nenhum perigo especial para o
homem com base em estudos convencionais de segurança farmacológica,
toxicidade de doses repetidas, genotoxicidade e toxicidade
reprodutiva.

Cuidados de Armazenamento do Recormon

Recormon deve ser armazenado sob refrigeração (entre 2°C e
8 ºC). Manter o produto dentro de sua embalagem externa para
protegê-lo da luz.

Para uso ambulatorial (fora do hospital), o produto poderá ser
retirado dessa temperatura durante um único período de, no máximo,
três dias, nos quais deve ser mantido em temperatura ambiente (até
25 ºC).

Número de lote e datas de fabricação e validade: Vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Características físicas

As seringas pré-enchidas de Recormon são prontas para uso.
Somente seringas que contêm soluções que sejam transparentes ou
ligeiramente opalescentes (opacas), incolores e isentas de
partículas visíveis podem ser usadas. Recormon é um produto estéril
e não contém conservantes.

Sendo assim, o conteúdo da seringa deve ser utilizado uma única
vez.

Descarte

Os itens mencionados a seguir devem ser seguidos
estritamente no descarte de seringas e outros materiais
cortantes

  • Agulhas e seringas não devem ser reutilizadas;
  • Deposite todas as agulhas e seringas em recipiente para objetos
    perfurocortantes;
  • Mantenha este recipiente fora do alcance de crianças;
  • A colocação do recipiente de descarte no lixo doméstico deve
    ser evitada;
  • O descarte de recipientes de perfurocortantes deve seguir as
    regulamentações locais vigentes ou de acordo com as instruções
    fornecidas pelo médico.

Descarte de medicamentos não utilizados e/ou com data de
validade vencida

O descarte de medicamentos no meio ambiente deve ser minimizado.
Os medicamentos não devem ser descartados no esgoto e o descarte em
lixo doméstico deve ser evitado. Descarte conforme orientações do
sistema de coleta local, caso disponíveis.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Recormon

MS-1.0100.0559

Farm. Resp.:

Tatiana Tsiomis Díaz
CRF-RJ nº 6942

Fabricado para:

F.Hoffman-La Roche Ltd, Basileia, Suíça
por Roche Diagnostics GmbH, Mannheim, Alemanha

Registrado, importado e distribuído no Brasil
por:

Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A.
Est. dos Bandeirantes, 2020 – CEP 22775-109
Rio de Janeiro – RJ
CNPJ 33.009.945/0023-39

Serviço Gratuito de Informações – 0800 7720
289

Recormon, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.