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Lescol XL

Colesterol e triglicérides são as gorduras mais encontradas no
sangue.

O colesterol é produzido principalmente pelo fígado, ao passo
que a maior parte dos triglicérides vem dos alimentos. Altos níveis
de colesterol de lipoproteínas de baixa densidade (LDL-C,
colesterol “ruim”) têm sido associados ao aumento do risco de
doenças do coração e infarto. Às vezes, níveis elevados de
colesterol “ruim” no sangue são acompanhados de um aumento moderado
do triglicérides e baixos índices de colesterol de lipoproteínas de
alta densidade (HDL-C, colesterol “bom”). É importante reduzir os
níveis sanguíneos, quando elevados, de colesterol “ruim” e
triglicérides. Além disso, também pode ser importante, aumentar os
níveis sanguíneos de colesterol “bom”. Seu médico deve ter sugerido
mudanças em sua dieta e estilo de vida a fim de atingir esses
objetivos. Porém, às vezes, apenas mudanças na dieta e no estilo de
vida não são suficientes. Seu médico terá, portanto, prescrito
adicionalmente um tratamento com Lescol XL.

Lescol XL pode também ser indicado para prevenção de eventos
cardíacos graves adicionais (por ex.: infarto) em pacientes que
mantenham doença cardíaca após tratamento por cateterismo.

Lescol XL deve ser utilizado somente por adultos.

Como o Lescol XL funciona?


Devido ao efeito de diminuição do colesterol, Lescol XL diminui
a progressão da aterosclerose coronariana, que causa o
estreitamento e o enrijecimento das paredes das artérias coronárias
e eventualmente seu bloqueio.

Lescol XL apresenta como substância ativa a fluvastatina, que
pertence à classe das estatinas. A fluvastatina é responsável pela
redução do colesterol sanguíneo, através do bloqueio de uma enzima
envolvida na produção do mesmo.

Contraindicação do Lescol XL

Lescol XL é contraindicado se você:

  • Tem alergia (hipersensibilidade) à fluvastatina ou a quaisquer
    outros componentes da fórmula;
  • Tem doença hepática ativa ou elevação persistente e inexplicada
    nos valores das transaminases hepáticas;
  • Está grávida ou amamentando.

Se alguma destas situações se aplicar a você, fale com seu
médico se tomar Lescol XL.

Se você acha que pode ser alérgico, fale com seu médico.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas ou que possam ficar grávidas durante o
tratamento.

Este medicamento causa malformação ao bebê durante a
gravidez.

Como usar o Lescol XL

Antes de tomar Lescol XL, seu médico recomendará uma dieta pobre
em colesterol. Você deve continuar com esta dieta durante o
tratamento com Lescol XL.

Siga cuidadosamente todas as orientações do seu médico. Elas
podem divergir das informações contidas nesta bula. Lescol XL é
indicado para crianças de 9 anos ou mais. O médico recomendará uma
dieta apropriada para a criança.

A dose usual para adultos e crianças (de 9 anos ou mais) é 80 mg
por dia (1 comprimido de Lescol XL 80 mg uma vez ao dia).

Seu médico dirá exatamente quantos comprimidos de Lescol XL você
deverá tomar.

Dependendo da sua resposta ao tratamento, seu médico poderá
sugerir uma dose maior ou menor.

Lescol XL pode ser administrado com ou sem alimentação.

Tome Lescol XL a qualquer hora do dia, durante ou após as
refeições, e engula os comprimidos inteiros com um copo de
água.

O limite máximo de administração é 80 mg/dia. A duração do
tratamento é conforme orientação médica.

Interrupção do tratamento

Lembre-se que Lescol XL não irá curar sua condição, apenas
ajudará a controlá-la. Portanto, você deverá continuar tomando
Lescol XL conforme prescrito a fim de manter os níveis de
colesterol “ruim” baixos. Seus níveis de colesterol devem ser
verificados regularmente. Para manter os benefícios do tratamento,
você não deverá interromper o tratamento com Lescol XL, a menos que
seja orientado pelo seu médico.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os
horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu
médico.

Este medicamento não deve ser partido ou
mastigado.

O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o Lescol
XL?


Se você se esquecer de tomar o medicamento, tome-o assim que
lembrar, a não ser que faltem menos de 4 horas para a próxima dose.
Nesse caso, tome apenas a próxima dose no horário usual. Não tome
uma dose dobrada para compensar a dose que você esqueceu.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Lescol XL

Tenha cuidado especial com Lescol XL se
você:

  • Tem doença hepática. Testes de função hepática serão feitos
    normalmente antes de iniciar o tratamento com Lescol XL, após
    aumento de dose e em intervalos diversos, durante o tratamento para
    verificar efeitos adversos;
  • Sofre de doenças renais;
  • Sofre de doenças tireoideanas;
  • Tem histórico de distúrbios musculares;
  • Já teve problemas musculares com outros agentes redutores de
    lipídeos;
  • Tem dor, sensibilidade ou fraqueza muscular inexplicável. Estes
    podem ser os primeiros sinais de degradação muscular
    potencialmente grave;
  • Consome álcool regularmente em grandes quantidades;
  • Tem uma infecção grave;
  • Tem pressão arterial muito baixa (sinais podem incluir tontura,
    sensação de cabeça leve);
  • Teve uma lesão recentemente;
  • Estiver prestes a realizar uma cirurgia;
  • Tiver graves distúrbios metabólicos, endócrinos ou
    eletrolíticos tais como diabetes descompensada e baixo nível
    de potássio no sangue;
  • Tiver epilepsia não controlada.

Sob estas circunstâncias, seu médico solicitará exames de sangue
antes de prescrever Lescol XL.

Se alguma dessas situações se aplicar a você, seu médico deverá
ser informado, antes de tomar Lescol XL.

Medicamentos utilizados para diminuir os níveis de
colesterol, pertencentes desta classe (estatinas), tem um efeito
sobre o metabolismo do açúcar; portanto, durante o tratamento com
Lescol XL, informe ao seu médico se voce apresentar:

  • Um histórico familiar de diabetes;
  • Sinais ou sintomas tais como sede excessiva, muita vontade de
    urinar, aumento do apetite com perda de peso ou cansaço, como
    esses podem ser sinais de alta concentração de açúcar no
    sangue.

Se durante o tratamento com Lescol XL você apresentar sinais ou
sintomas tais como náuseas, vômito, perda de apetite, olhos ou pele
amarelados, confusão, euforia ou depressão, dificuldade de
pensamento, fala arrastada, distúrbios do sono, tremores ou
hematomas ou sangramento com facilidade, estes podem ser sinais de
insuficiência hepática. Nestes casos, contate o médico
imediatamente.

Reações Adversas do Lescol XL

Informe ao seu médico sobre o aparecimento de reações
desagradáveis.

Como todos os medicamentos, pacientes tratados com Lescol XL
podem experimentar reações adversas, embora não aconteça com todos
os pacientes.

Alguns efeitos adversos raros (ocorre entre 0,01% e 0,1%
dos pacientes que utilizam este medicamento) ou muito raros (ocorre
em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento)
podem ser sérios:

  • Dor, sensibilidade ou fraqueza muscular inexplicadas, podem ser
    sinais potenciais de lesão muscular grave, que poderá ser evitada
    se seu médico interromper seu tratamento o mais rápido possível.
    Estas reações também podem ocorrer com outros fármacos da mesma
    classe do Lescol XL (estatinas);
  • Cansaço ou febre, amarelamento da pele e dos olhos,
    escurecimento da urina (sinais de hepatite);
  • Sinais de reações na pele, como erupções cutâneas
    (rash), urticária, vermelhidão, coceira, inchaço da face,
    pálpebras e lábios;
  • Inchaço, dificuldade para respirar ou tontura (sinais de uma
    reação alérgica grave);
  • Apresentar manchas roxas ou sangrar mais facilmente que o
    normal (sinais de uma redução do número de plaquetas);
  • Apresentar lesões avermelhadas ou arroxeadas na pele (sinais de
    inflamação dos vasos sanguíneos);
  • Apresentar uma erupção cutânea (rash) com vermelhidão,
    principalmente na face, que poder ser acompanhada por cansaço,
    febre, náuseas ou perda de apetite (sinais de reações semelhantes
    ao lúpus eritematoso);
  • Apresentar dor intensa na parte superior do estômago (sinais de
    uma inflamação no pâncreas).

Se você apresentar qualquer um dos efeitos acima, avise
ao seu médico imediatamente.

Comuns (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam
este medicamento)

  • Dificuldade para dormir;
  • Dor de cabeça;
  • Desconforto estomacal;
  • Dor abdominal;
  • Náuseas;
  • Valores anormais de testes sanguíneos para os músculos e
    fígado.

Muito raros (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que
utilizam este medicamento)

  • Formigamento ou dormência das mãos ou dos pés;
  • Sensibilidade alterada ou diminuída.

Outros efeitos adversos ocorreram em um pequeno número
de pessoas, mas sua frequência exata é desconhecida

  • Impotência;
  • Dor;
  • Sensibilidade ou fraqueza muscular inexplicável.

Se algum desses efeitos afetar você gravemente, avise ao seu
médico.

Se você apresentar qualquer outro efeito adverso não descrito
nesta bula, por favor, informe ao seu médico ou farmacêutico.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou
farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento.

Informe também à empresa através do seu serviço de
atendimento.

População Especial do Lescol XL

Lescol XL e idosos

Se você tiver mais que 70 anos de idade, seu médico pode querer
esclarecer se você tem fatores de risco para doenças musculares.
Isto pode precisar de exames de sangue específicos.

Lescol XL e crianças / adolescentes

Lescol XL é indicado para crianças de 9 anos ou mais. O médico
recomendará uma dieta apropriada para a criança.

Gravidez e lactação

Informe ao seu médico sobre a ocorrência de gravidez na vigência
do tratamento ou após o seu término. Se você está amamentando,
consulte seu médico antes de tomar Lescol XL.

Lescol XL é contraindicado durante a gravidez e para mães que
estejam amamentando.

Mulheres com potencial para engravidar

Tome as precauções adequadas para se prevenir de uma gravidez
durante o tratamento com Lescol XL. Se você engravidar durante o
tratamento, pare de tomar Lescol XL e procure seu médico. Seu
médico discutirá com você os potenciais riscos de tomar Lescol XL
durante a gravidez.

Dirigir veículos e/ou operar máquinas

Não há informações sobre os efeitos de Lescol XL na habilidade
de dirigir veículos e/ou operar máquinas.

Composição do Lescol XL

Apresentação

Lescol XL 80 mg – embalagens com 30 comprimidos revestidos de
liberação prolongada.

Via oral.

Uso adulto e pediátrico acima de 9 anos.

Composição

Cada comprimido de liberação prolongada de
Lescol XL contém:

84,24 mg de fluvastatina sódica equivalente a 80 mg de
fluvastatina ácido livre.

Excipientes:

estearato de magnésio, celulose microcristalina, hipromelose,
hiprolose, hidrogenocarbonato de potássio, povidona e pré-mistura
para revestimento amarelo.

Superdosagem do Lescol XL

Se você tomou acidentalmente mais Lescol XL do que deveria,
avise ao seu médico imediatamente. Você pode necessitar de auxílio
médico.

Em estudos placebo-controlados incluindo 40 pacientes com
hipercolesterolemia, doses acima de 320 mg/dia (N = 7 por grupo de
dose) administradas como comprimidos de Lescol XL 80 mg por mais de
duas semanas foram bem toleradas. Nenhuma recomendação específica a
respeito do tratamento de superdose pode ser feita.

Se uma superdose ocorrer, deverá ser tratada sintomaticamente, e
quando necessárias medidas de suporte deverão ser tomadas.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível.

Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais
orientações.

Interação Medicamentosa do Lescol XL

Informe ao seu médico ou farmacêutico sobre qualquer medicamento
que esteja utilizando, incluindo medicamentos obtidos sem
prescrição, antes do início ou durante o tratamento.

Lescol XL pode ser administrado sozinho ou com outro medicamento
redutor de colesterol prescrito pelo seu médico.

Após tomar uma resina (por ex.: colestiramina) espere pelo menos
4 horas antes de tomar Lescol XL.

Informe ao seu médico se estiver fazendo uso
de:

  • Ciclosporina (medicamento usado para suprimir o sistema
    imune);
  • Fibratos (por ex.: genfibrozila), ácido nicotínico ou
    sequestrantes de ácidos biliares (medicamentos usados para reduzir
    os níveis do colesterol “ruim”);
  • Fluconazol (medicamento usado para tratar infecções
    fúngicas);
  • Rifampicina (antibiótico);
  • Fenitoína (medicamento usado para tratar epilepsia);
  • Anticoagulantes orais como a varfarina (medicamentos usados
    para diminuir a coagulação sanguínea);
  • Glibenclamida (medicamento usado para tratar diabetes);
  • Colchicina (medicamentos utilizados no tratamento da gota e
    outras condições inflamatórias).

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está
fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use este medicamento sem o conhecimento do seu
médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Interação Alimentícia do Lescol XL

Não existem diferenças aparentes dos efeitos da fluvastatina na
redução de lipídeos quando administrada com a refeição noturna ou 4
horas após a mesma. Baseado na ausência de interações de
fluvastatina com outros substratos CYP3A4, não é esperado que a
fluvastatina interaja com suco de toranja (grapefruit).

Ação da Substância Lescol XL

Resultados da eficácia

Estudos clínicos

Em três estudos multicêntricos, duplo-cegos, ativo-controlados,
em cerca de 1.700 pacientes com hipercolesterolemia primária ou
dislipidemia mista, Fluvastatina Sódica (substância ativa) 80 mg
foi comparado a Fluvastatina Sódica (substância ativa) 40 mg
administrado na hora de dormir ou duas vezes ao dia, por mais de 24
semanas de tratamento.

As taxas de respostas no tempo em que a resposta terapêutica
máxima é atingida são ilustradas na Figura 1 para doses de
Fluvastatina Sódica (substância ativa) 40 mg (média da redução de
LDL-C de 26%) e doses de Fluvastatina Sódica (substância ativa) 80
mg (média da redução de LDL-C de 36%).

Figura 1 – Taxa de resposta por faixa de percentual de
redução de LDL-C na semana 4.(Resultados são agrupados a partir de
3 doses mais elevadas nos estudos comparativos).

Nestes estudos, Fluvastatina Sódica (substância
ativa)/Fluvastatina Sódica (substância ativa) reduziu
significativamente o total-C, LDL-C, apo-B e TG, e aumentou o HDL-C
após 24 semanas de tratamento de dose prescrita (vide Tabela
1).

Tabela 1- Porcentagem média de mudança em relação ao
basal após 24 semanas (todos pacientes)

Dos 857 pacientes randomizados para Fluvastatina Sódica
(substância ativa) 80 mg, 271 com dislipidemia primária mista
(Fredrickson Tipo IIb) definida por nível plasmático basal de
triglicérides gt; 200 mg/dL tiveram uma redução mediana no
triglicérides de 25%. Nestes pacientes, Fluvastatina Sódica
(substância ativa) 80 mg produziu um aumento significativo no HDL-C
de 13%. Este efeito foi ainda mais pronunciado naqueles pacientes
com níveis basais de HDL-C muito baixos (por ex.: lt; 35 mg/dL),
que tiveram um aumento médio no HDL-C de 16%. Também foi atingido
um decréscimo significativo no total-C, LDL-C e apo-B (vide Tabela
2). Nestes estudos, foram excluídos pacientes com triglicérides gt;
400 mg/dL.

Tabela 2 – Porcentagem média de mudança em relação ao
basal após 24 semanas (Dislipidemia primária mista).

*Porcentagem média de mudança

No Estudo de Aterosclerose Coronariana e Lipoproteína (LCAS), o
efeito da fluvastatina na aterosclerose coronariana foi avaliado
pela angiografia coronariana quantitativa em pacientes: homens e
mulheres (35-75 anos) com doença arterial coronariana e
hipercolesterolemia leve a moderada (LDL-C basal 115-190 mg/dL).
Neste estudo clínico controlado, randomizado, duplo-cego, 429
pacientes foram tratados com fluvastatina 40 mg/dia ou placebo. Os
angiogramas coronarianos quantitativos foram avaliados no estado
basal e após 2,5 anos de tratamento.

O tratamento com fluvastatina retardou a progressão das lesões
ateroscleróticas coronarianas em 0,07 mm (intervalo de confiança de
95% para diferença entre os tratamentos de -0,1222 a -0,022 mm)
após 2,5 anos, conforme medido pela alteração no diâmetro mínimo do
lúmen (fluvastatina -0,028 mm vs. placebo -0,100 mm).

No Estudo de Prevenção com Intervenção de Fluvastatina Sódica
(substância ativa) (LIPS), o efeito da fluvastatina nos eventos
cardíacos maiores (ECM) foi avaliado em pacientes: homens e
mulheres (18 a 80 anos) com doença coronariana cardíaca e uma ampla
variação dos níveis de colesterol (estado basal CT: 3,5-7,0
mmol/L). Neste estudo randomizado, duplo-cego e placebo-controlado,
administrou-se a fluvastatina (N = 844) 80 mg por dia por mais de 4
anos. O risco do primeiro evento cardíaco maior foi
significativamente reduzido em 22% (p = 0,013) quando comparado ao
placebo (N = 833). Estes efeitos benéficos foram particularmente
notáveis em pacientes diabéticos e em pacientes com doenças
multivasculares.

A terapia com fluvastatina reduziu o risco de morte cardíaca
e/ou infarto do miocárdio em 31% (p = 0,065).

Pacientes pediátricos

Em dois estudos abertos de dose titulada (ZA01 e 2301), a
eficácia e a segurança da fluvastatina 20 a 80 mg foram
investigadas durante um período de 2 anos para cada estudo, em um
total de 113 crianças e adolescentes com hipercolesterolemia
familiar heterozigótica.

Os estudos incluíram pacientes de 9 anos ou mais com um
diagnóstico estabelecido de hipercolesterolemia familiar
heterozigótica definido por:

  • Níveis de LDL-C gt; 190 mg/dL (4,9 mmol/L);
  • Ou níveis de LDL-C gt; 160 mg/dL (4,1 mmol/L) e um ou mais
    fatores de risco [histórico familiar de doenças cardíacas
    coronarianas prematuras (CHD), fumo, hipertensão, colesterol de
    lipoproteína de alta densidade (HDL-C) lt; 35 mg/dL confirmado,
    diabetes mellitus];
  • Ou defeito comprovado no ácido desoxirribonucleico (DNA) do
    receptor de LDL-C e níveis de LDL-C gt; 160 mg/dL (4,1 mmol/L) e
    níveis plasmáticos de triglicérides gt; 600 mg/dL.

Os principais critérios de exclusão foram pacientes com
hipercolesterolemia familiar homozigótica; formas secundárias de
dislipoproteinemia; níveis plasmáticos de triglicérides gt; 600
mg/dL; ALT (TGP), AST (TGO) ou níveis de creatinina gt; 1,5 x LSN;
CK plasmática ou TSH plasmático gt; 2 x LSN; IMC gt; 30
kg/m2.

A dose inicial de fluvastatina foi 20 mg para a primeira semana
e titulada (em um intervalo de 6 semanas) para 40 mg e então para
80 mg (duas vezes cápsulas de 40 mg ou comprimidos de liberação
prolongada de 80 mg) se os níveis de LDL-C fossem gt; 3,2 mmol/L ou
3,4 mmol/L respectivamente.

A fluvastatina reduziu significativamente os níveis plasmáticos
de total-C, LDL-C, TG, apo-B e aumentou HDL-C durante 2 anos de
manutenção (vide Tabela 3).

Tabela 3 – Efeito da fluvastatina na redução de lípides
em crianças e adolescentes com hipercolesterolemia familiar
heterozigótica.

Em ambos os estudos, todos os pacientes continuaram com seus
crescimentos e maturação sexual normais. A fluvastatina não foi
investigada em crianças abaixo de 9 anos.

Estes estudos não permitiram a extrapolação dos desfechos
cardiovasculares com o início precoce da terapia com estatinas em
crianças.

Características Farmacológicas

Grupo farmacoterapêutico:

inibidores da HMG-CoA redutase

Código ATC:

C10A A04.

Farmacodinâmica

A fluvastatina, agente redutor de colesterol totalmente
sintético, é inibidora competitiva da HMG-CoA redutase, a qual é
responsável pela conversão da HMG-CoA em mevalonato, um precursor
de esteróis, inclusive do colesterol. A fluvastatina exerce seu
efeito principal no fígado e é essencialmente um composto racêmico
de dois eritro-enantiômeros, sendo que um deles exerce a atividade
farmacológica. A inibição da biossíntese do colesterol reduz o
colesterol nas células hepáticas, o que estimula a síntese dos
receptores das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e, portanto,
aumenta a captação das partículas de LDL. O resultado definitivo
desses mecanismos é a redução da concentração plasmática de
colesterol.

Fluvastatina Sódica (substância ativa) reduz o colesterol total
(total-C), o colesterol LDL (LDL-C), a apolipoproteína B (apo-B) e
os triglicérides (TG); e aumenta o colesterol HDL (HDL-C) em
pacientes com hipercolesterolemia e dislipidemia mista. A resposta
terapêutica é bem estabelecida dentro de 2 semanas, e a resposta
máxima é atingida dentro de 4 semanas desde o início do tratamento
e mantida durante o tratamento crônico.

Farmacocinética

Absorção

A fluvastatina é absorvida rápida e completamente (98%) após
administração oral de uma solução em voluntários em jejum. Após a
administração oral de Fluvastatina Sódica (substância ativa) 80 mg,
e em comparação com as cápsulas, a taxa de absorção da fluvastatina
é quase 60% mais lenta, enquanto o tempo médio da permanência da
fluvastatina é aumentado em aproximadamente 4 horas. Em indivíduos
alimentados, o fármaco é absorvido em velocidade reduzida.

Distribuição

A fluvastatina exerce seu principal efeito no fígado, que é
também o órgão principal para o seu metabolismo. A
biodisponibilidade absoluta calculada a partir das concentrações
sanguíneas sistêmicas é de 24%. O volume de distribuição aparente
(Vz/f) para o fármaco é de 330 litros. Mais de 98% do
fármaco circulante está ligado a proteínas plasmáticas e essa
ligação não é afetada pela concentração de fluvastatina nem pela
varfarina, ácido salicílico ou glibenclamida.

Metabolismo

A fluvastatina é principalmente metabolizada no fígado. Os
principais componentes circulantes no sangue são a fluvastatina e o
metabólito farmacologicamente inativo ácido
N-desisopropil-propiônico. Os metabólitos hidroxilados têm
atividade farmacológica, mas não apresentam circulação sistêmica.
As vias do metabolismo hepático da fluvastatina em humanos têm sido
completamente elucidadas. Existem várias vias alternativas à via do
citocromo P450 (CYP450) para biotransformação da fluvastatina e
dessa forma o metabolismo da fluvastatina é relativamente
insensível à inibição do CYP450, a principal causa das interações
medicamentosas.

Vários estudos in vitro detalhados reportaram o
potencial inibitório da fluvastatina nas isoenzimas CYP comuns. A
fluvastatina inibiu apenas o metabolismo de compostos que são
metabolizados pelo CYP2C9. Apesar do potencial que existe para
interação competitiva entre fluvastatina e compostos que são
substratos do CYP2C9, como diclofenaco, fenitoína, tolbutamida e
varfarina, os dados clínicos indicaram que este evento é
improvável.

Eliminação

Após administração da fluvastatina-H3 em voluntários sadios, a
excreção da radioatividade é de cerca de 6% na urina e 93% nas
fezes e a fluvastatina responde por menos de 2% da radioatividade
total excretada. O “clearance” (depuração plasmática)
(CL/f) da fluvastatina no homem é calculado como sendo de 1,8 ± 0,8
L/min.

Concentrações plasmáticas em “steady-state” (estado de
equilíbrio) não indicam acúmulo de fluvastatina após administração
de 80 mg diariamente. Após a administração oral de 40 mg de
Fluvastatina Sódica (substância ativa), a meia-vida de distribuição
terminal para a fluvastatina é de 2,3 ± 0,9 horas.

Não foram observadas diferenças significativas na ASC (área sob
a curva) quando a fluvastatina foi administrada com a refeição
noturna ou 4 horas após a mesma.

Populações especiais

Idade e gênero

As concentrações plasmáticas de fluvastatina não variam em
função de idade ou sexo da população geral. Entretanto, foi
observado um aumento da resposta ao tratamento nas mulheres e
idosos.

Insuficiência hepática

Como a fluvastatina é eliminada principalmente pela via biliar e
está sujeita a metabolismo pré-sistêmico significativo, existe
potencial para o acúmulo do fármaco em pacientes com insuficiência
hepática.

Insuficiência renal

A fluvastatina é depurada pelo fígado, com menos de 6% da dose
administrada excretada na urina. A farmacocinética da fluvastatina
permanece inalterada em pacientes com insuficiência renal leve a
grave.

Dados de segurança pré-clínicos

Toxicidade aguda

O valor aproximado de DL50 de fluvastatina,
administrada por via oral, é maior que 2 g/kg em camundongos e
maior que 0,7 g/kg em ratos.

Toxicidade de dose repetida

A segurança da fluvastatina foi extensivamente investigada em
estudos de toxicidade em ratos, coelhos, cães, macacos, camundongos
e hamsters. Identificou-se uma variedade de alterações que são
comuns aos inibidores da HMG-CoA redutase, por exemplo: hiperplasia
e hiperqueratose de estômago não glandular de roedores; catarata em
cães; miopatia em roedores; alterações hepáticas leves na
maioria dos animais de laboratório, alterações na vesícula biliar
em cães, macacos e hamsters, aumento de peso da tireoide em ratos;
e degeneração testicular em hamsters. A fluvastatina não está
relacionada a alterações degenerativas e vasculares do sistema
nervoso central relatadas em cães que utilizaram outros membros
desta classe de compostos.

Carcinogenicidade

Um estudo de carcinogenicidade foi realizado em ratos,
utilizando-se dosagens de 6, 9 e 18 mg/kg por dia (atingindo a dose
de 24 mg/kg por dia após 1 ano) para estabelecer uma dose máxima
precisa de tolerabilidade. Estes níveis de dosagens levaram a
níveis de concentração plasmática de aproximadamente 9, 13 e 26 a
35 vezes a concentração plasmática média do fármaco em humanos após
uma dose oral de 40 mg. Na dose de 24 mg/kg por dia observou-se uma
baixa incidência de papiloma de células escamosas no antro gástrico
e um carcinoma na mesma região. Além disso, relatou-se um aumento
da incidência de adenomas e carcinomas das células foliculares da
tireoide em ratos machos tratados com 18 a 24 mg/kg por dia.

Um estudo de carcinogenicidade conduzido em camundongos sob
níveis de dosagem equivalentes a 0,3; 15 e 30 mg/kg por dia
revelou, assim como no estudo em ratos, um aumento estatisticamente
significativo dos papilomas das células escamosas do antro gástrico
em machos e em fêmeas sob doses de 30 mg/kg por dia e, em fêmeas,
sob doses de 15 mg/kg por dia.

Estas dosagens produziram níveis de concentração plasmática
aproximadamente 0,2; 10 e 21 vezes a concentração plasmática média
em humanos após uma dose oral de 40 mg.

O estudo de carcinogenicidade em camundongos foi repetido em
doses orais de 50, 150 e 350 mg/kg/dia. Não houve evidência de
aumento de neoplasia nessas.

As neoplasias do antro gástrico observadas em ratos e
camundongos refletem uma hiperplasia crônica causada, pela
exposição e contato direto da fluvastatina do que por um efeito
genotóxico do fármaco. O aumento da incidência de neoplasias das
células foliculares da tireoide em ratos machos sob tratamento com
fluvastatina parece ser consistente com achados espécie-específicos
com outros inibidores de HMG-CoA redutase. Contrariamente a estes
outros inibidores, não há relatos de aumentos na incidência de
adenomas ou carcinomas hepáticos relacionados ao tratamento.

Mutagenicidade

Não se observou nenhuma evidência de mutagenicidade in
vitro
, com ou sem ativação do metabolismo hepático em ratos,
nos seguintes estudos: testes mutagênicos microbianos usando cepas
mutantes de Salmonella typhimurium ou Escherichia
coli
; ensaio de transformação maligna em células de BALB/3T3;
síntese não programada de DNA em hepatócitos primários de ratos;
aberrações cromossômicas em células de hamsters chineses V79;
células de hamsters chineses HGPRT V79. E também, não houve
evidência de mutagenicidade in vivo tanto em testes de
micronúcleos de ratos quanto de camundongos.

Toxicidade reprodutiva

Em um estudo realizado em ratos com doses de 0,6; 2 e 6 mg/kg
por dia, administradas em fêmeas e doses de 2; 10 e 20 mg/kg por
dia, administradas em machos, a fluvastatina não apresentou reações
adversas na fertilidade ou no desempenho da reprodução. Os estudos
de teratologia em ratos (1, 12 e 36 mg/kg) e em coelhos (0,05; 1 e
10 mg/kg) revelaram toxicidade materna sob níveis de altas doses,
mas não houve evidência de potencial teratogênico ou embriotóxico.
Um estudo em ratas recebendo doses de 12 e 24 mg/kg por dia,
durante o período final de gestação até o desmame dos filhotes,
resultou em mortalidade materna no final da gravidez ou próximo a
este período e no pós-parto, bem como em letalidade fetal e
neonatal. Não ocorreram efeitos nas fêmeas grávidas ou nos fetos
sob a baixa dosagem de 2 mg/kg por dia.

Um segundo estudo com doses de 2; 6; 12 e 24 mg/kg por dia,
durante o término da gestação e o início da lactação, revelou
efeitos similares aos causados por cardiotoxicidade, sob
administração de doses de 6 mg/kg por dia ou acima deste valor.

Em um terceiro estudo, as ratas grávidas receberam doses de 12
ou 24 mg/kg por dia, durante o final da gestação até o desmame dos
filhotes, com ou sem a suplementação concomitante de ácido
mevalônico, um derivado da HMG-CoA que é essencial para a
biossíntese do colesterol. A administração concomitante do ácido
mevalônico preveniu completamente a cardiotoxicidade e a
mortalidade materna e neonatal. Portanto, a letalidade materna e
neonatal observada com a fluvastatina reflete seu pronunciado
efeito farmacológico durante a gravidez.

Cuidados de Armazenamento do Lescol XL

Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C).

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Características físicas

Comprimido amarelo, redondo e ligeiramente biconvexo.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança
no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Lescol XL

Reg. MS – 1.0068.0041

Farm. Resp.:

Flavia Regina Pegorer
CRF-SP 18.150

Importado por:

Novartis Biociências S.A.
Av. Prof. Vicente Rao, 90
São Paulo – SP
CNPJ: 56.994.502/0001-30
Indústria Brasileira

Fabricado por:

Novartis Farmacéutica S.A.
Barberà Del Vallès, Espanha

Embalado por:

Anovis Industrial Farmacêutica LTDA.
Taboão da Serra, SP

Venda sob prescrição médica.

Lescol-Xl, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.