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Betaferon

Esclerose Múltipla Recorrente-Remitente (EMRR), aquela em que há
surtos e depois diminuição da intensidade da doença
(remissões).

Redução da frequência e gravidade das exacerbações clínicas em
pacientes ambulatoriais (p. ex., pacientes que podem andar por seus
próprios meios) portadores de Esclerose Múltipla por surtos de
exacerbação-remissão, caracterizada pela ocorrência de, pelo menos,
dois episódios de disfunção neurológica durante o período
precedente de 2 anos, seguidos de recuperação completa ou
incompleta.

Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP) Redução da
frequência e gravidade das exacerbações clínicas e diminuição da
progressão da doença.


Como o Betaferon funciona?

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença do Sistema Nervoso
Central (SNC) (i.e. cérebro e medula espinhal) e a sua causa exata
é desconhecida. É suposto que uma resposta anormal do sistema imune
desempenha um importante papel no processo que danifica o SNC.

Foi demonstrado que a betainterferona 1b modifica a resposta do
sistema imune.

O tratamento com Betaferon deve ser realizado com a supervisão
de um médico experiente no tratamento da Esclerose Múltipla. Siga
cuidadosamente as orientações do seu médico. Qualquer reação
inesperada deve ser comunicada imediatamente ao médico.

Contraindicação do Betaferon

Betaferon é contraindicado em pacientes com história de
hipersensibilidade (alergia) à betainterferona natural ou
recombinante ou a qualquer excipiente do produto.

Como usar o Betaferon

A aplicação do produto pode ser feita pelo médico, por um
assistente, ou pelo próprio paciente, desde que este tenha sido
cuidadosa e suficientemente orientado e treinado.

Para a autoadministração de Betaferon, siga as instruções
detalhadas, em anexo, para a preparação da solução e para a
autoinjeção subcutânea.

Incompatibilidade

Na ausência de estudos de incompatibilidade, a solução de
Betaferon não deve ser misturada com outros medicamentos.

Reconstituição

Para reconstituição do liofilizado, injetar 1,2 mL do diluente
fornecido (cloreto de sódio 0,54%) no frasco-ampola de Betaferon.
Dissolver completamente o liofilizado sem agitar.

Inspeção antes do uso

Não utilize frascos-ampola que apresentarem rachaduras.
Inspecionar visualmente a solução antes do uso. Se apresentar
material particulado ou alteração de cor, a solução deve ser
descartada.

Posologia

O tratamento com Betaferon deve ser iniciado com a supervisão de
um médico experiente no tratamento da Esclerose Múltipla.

A dose recomendada de Betaferon é de 0,25 mg (8 milhões de
UI), contida em 1 mL da solução reconstituída (ver, em anexo,
instruções detalhadas para preparação e administração), devendo ser
injetada por via subcutânea, em dias alternados.

Geralmente, recomenda-se ajuste da dose no início do
tratamento.

Deve-se iniciar o tratamento com 0,0625 mg (0,25 mL), por via
subcutânea, em dias alternados, e aumentar a dose gradualmente para
0,25 mg (1,0 mL), em dias alternados. O período de ajuste tem
duração de acordo com a tolerabilidade individual.

No estudo em pacientes com um único evento clínico, a dose foi
aumentada como mostra a Tabela A.

Tabela A: Esquema posológico de ajuste da dose
*

Dia de TratamentoDoseVolume
1, 3, 50,0625 mg0,25 mL
7, 9, 110,125 mg0,5 mL
13, 15, 170,1875 mg0,75 mL
≥ 190,25 mg1,0 mL

*Esquema de ajuste da dose como usado no estudo em pacientes com
um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla. O período
de ajuste pode ser modificado de acordo com a tolerabilidade de
cada paciente.

Dose máxima diária recomendada: 0,25 mg.

Duração do Tratamento

Até o momento, não se sabe por quanto tempo o tratamento com
Betaferon deve durar. A eficácia do tratamento para períodos de até
3 anos foi demonstrada em um ensaio clínico controlado. Existem
dados de acompanhamento de estudos clínicos realizados sob
condições controladas em pacientes com Esclerose Múltipla
recorrente-remitente de até 5 anos e em pacientes com Esclerose
Múltipla secundária progressiva de até 3 anos. Existem dados de
acompanhamento não-controlado de pacientes com Esclerose Múltipla
secundária progressiva de até 4,5 anos.

Para Esclerose Múltipla recorrente-remitente, os dados
disponíveis de até 5 anos sugerem que a eficácia é mantida durante
todo o período de tratamento com Betaferon.

Para Esclerose Múltipla secundária progressiva, a eficácia do
tratamento durante um período de 2 anos, com dados limitados para
um período de até 3 anos de tratamento, foi demonstrada em estudos
clínicos sob condições controladas.

Em pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose
Múltipla, a eficácia foi demonstrada por um período de 5 anos.

A duração do tratamento será decidida por seu médico.

Crianças e adolescentes

A eficácia e a segurança de Betaferon não foram investigadas
sistematicamente em crianças e adolescentes com idade inferior a 18
anos. Portanto, Betaferon não deve ser administrado a este grupo
etário.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os
horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o
tratamento sem o conhecimento do seu médico.


O que devo fazer quando eu me esquecer de usar
o Betaferon?

Se ocorrer esquecimento da aplicação de uma injeção, deve-se
aplicá-la tão logo o fato seja lembrado. A injeção seguinte deve
ser administrada 48 horas mais tarde.

Não administre uma dose dobrada para compensar doses individuais
esquecidas.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico
ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Betaferon

Distúrbios psiquiátricos

Podem ocorrer distúrbios depressivos e ideias suicidas como
efeitos secundários do tratamento, devendo-se comunicar
imediatamente ao médico a ocorrência desses sintomas. Em casos
raros, esses sintomas podem resultar em tentativa de suicídio.

Como não se pode excluir, mesmo através de estudos clínicos, que
o tratamento com Betaferon possa estar associado à ocorrência
de depressão e ideias suicidas em determinados pacientes, o
medicamento deve ser administrado com cuidado caso você possua
histórico ou diagnóstico de distúrbios depressivos ou com ideias
suicidas. Deve-se considerar a interrupção do tratamento com
Betaferon se esses eventos se desenvolverem durante a
terapia.

Este produto contém albumina humana (derivado do sangue humano)
e, portanto, existe um risco extremamente remoto de transmissão de
doenças virais. O risco teórico para a transmissão da doença de
Creutzfeld-Jacob (demência rapidamente progressiva e fatal) é
considerado também extremamente remoto. Nenhum caso de transmissão
de doença viral ou doença de Creutzfeld-Jacob foi identificado para
a albumina.

Betaferon deve ser administrado com cautela se você possui
histórico de convulsões.

Testes laboratoriais

Seu médico pode solicitar, além dos exames de laboratório
requeridos normalmente para o monitoramento da Esclerose Múltipla,
a realização dos seguintes exames antes do início do tratamento, no
período durante o tratamento em intervalos regulares e depois
periodicamente na ausência de sintoma: hemograma completo e
leucograma diferencial, contagem de plaquetas e bioquímica do
sangue, incluindo testes de função hepática (para mais informações,
consulte seu médico).

Caso você possua histórico de disfunção da tireoide ou com
indicação clínica, seu médico pode solicitar testes periódicos da
função tireoidiana. Se você está com anemia, trombocitopenia
(diminuição das plaquetas no sangue), leucopenia (diminuição dos
glóbulos brancos no sangue) isolada ou em conjunto com outras
alterações, seu médico pode requerer monitoramento mais intenso da
contagem diferencial de células sanguíneas e da contagem de
plaquetas.

Distúrbios hepatobiliares

Existem casos muito frequentes de elevações assintomáticas de
transaminases no sangue, na maior parte das vezes leve e
transitória, em pacientes tratados com Betaferon.

Assim como para outras betainterferonas, foram relatados casos
de lesão hepática grave, incluindo falência hepática. Os eventos
mais graves frequentemente ocorreram em pacientes que utilizavam
outros medicamentos ou substâncias que comprometem as funções do
fígado ou na presença de doenças clínicas graves simultâneas (p.
ex.: doença maligna com metástase, abuso de bebidas alcoólicas,
infecção grave e septicemia).

O seu médico deve monitorá-lo quanto aos sinais de lesão no
fígado. A ocorrência de elevação dos níveis de transaminases no
sangue deve ser investigada e monitorada minuciosamente pelo seu
médico. Se os níveis se tornarem significativamente elevados ou se
existirem sintomas clínicos associados, como desenvolvimento de
icterícia, o seu médico deve considerar a interrupção do tratamento
com Betaferon. Na ausência de evidência clínica de lesão no fígado
e após a normalização das enzimas do fígado, seu médico pode
considerar a reintrodução do tratamento com acompanhamento
apropriado da função do fígado.

Distúrbios cardíacos

Este medicamento deve ser utilizado com cuidado se você possui
doenças do coração preexistentes, como insuficiência cardíaca
congestiva, doença coronária arterial ou arritmias. Enquanto não há
evidência de que Betaferon compromete diretamente o coração, seu
médico deve monitorá-lo em relação ao agravamento de suas condições
cardíacas. Isso se aplica no início do tratamento com Betaferon,
quando sintomas parecidos com os da gripe, geralmente associados às
betainterferonas, demandam maior esforço do coração por meio de
febre, calafrios e aceleração da frequência cardíaca. Isto pode
agravar os sintomas cardíacos em pacientes que possuem doenças do
coração preexistentes.

Durante o período de pós-comercialização, foram recebidos
relatos muito raros sobre o agravamento das condições cardíacas em
pacientes com doenças cardíacas significativas preexistentes,
temporariamente associados ao início da terapia com Betaferon.

Foram relatados casos de cardiomiopatia (doença do músculo
cardíaco): caso isto ocorra e haja suspeita de que esteja
relacionado com o uso de Betaferon, o tratamento deve ser
interrompido.

Distúrbios gastrintestinais

Foram relatados casos de inflamação do pâncreas, frequentemente
associada ao aumento de triglicerídeos no sangue, com o uso de
Betaferon.

Investigações / Imunogenicidade

Consulte seu médico para mais esclarecimentos.

Distúrbios no sistema imunológico

A administração de citocinas aos pacientes com gamopatia
monoclonal (doença do grupo do mieloma múltiplo, um câncer que se
desenvolve na medula óssea) preexistente associou-se ao
desenvolvimento de síndrome de extravasamento capilar sistêmico,
com sintomas que se assemelham ao choque (colapso cardiovascular) e
desfecho fatal.

Distúrbios gerais e reações no local de
aplicação

Podem ocorrer reações graves de alergia (reações agudas e graves
tais como fechamento dos brônquios, reação anafilática e
urticária).

Foi observada necrose (morte de tecido) no local da injeção em
pacientes tratados com Betaferon. Esta necrose pode ser extensa e
pode envolver a capa dos músculos, assim como tecido gorduroso e,
portanto, pode resultar em formação de cicatriz. Ocasionalmente, é
necessária limpeza cirúrgica do local e, menos frequentemente,
enxerto de pele; o restabelecimento pode levar até 6 meses.

Consulte seu médico antes de continuar com as injeções de
Betaferon se apresentar qualquer ruptura na pele que possa estar
associada com inchaço ou drenagem do líquido no local da
injeção.

Caso haja lesões múltiplas, o seu médico deve orientá-lo a
interromper o tratamento com Betaferon até que o restabelecimento
tenha ocorrido. Consulte seu médico para mais esclarecimentos.

Para minimizar o risco de necrose no local da injeção orienta-se
a:

  • Utilizar técnica asséptica de injeção;
  • Alternar os locais de injeção a cada aplicação.

O procedimento de autoadministração deve ser revisto
periodicamente pelo seu médico, especialmente se houver ocorrido
reações no local da injeção.

Este medicamento contém menos que 1 mmol de sódio (23 mg) por
mL, ou seja, é essencialmente livre de sódio.

Microangiopatia Trombótica

Durante o tratamento pode ocorrer formação de coágulos em
pequenos vasos sanguíneos. Estes coágulos podem afetar seus rins.
Isto pode ocorrer depois de semanas a anos após iniciar o uso de
Betaferon. Se necessário, o médico poderá solicitar exames de
sangue (contagem de plaquetas), da função dos seus rins e verificar
sua pressão sanguínea. Caso você note sangramentos ou hematomas
(manchas roxas), diminuição na quantidade de urina, inchaço nas
pernas, ou desenvolvimento de pressão sanguínea alta, reporte
imediatamente estes sintomas ao seu médico.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico.
Pode ser perigoso para a sua saúde.

Reações Adversas do Betaferon

Frequentemente foram observados sintomas semelhantes aos gripais
(febre, calafrios, dores nas articulações, indisposição, suor
excessivo, dor de cabeça ou dores musculares). A incidência destes
sintomas diminuiu com o passar do tempo.

É recomendado, de modo geral, um ajuste gradual da dose a ser
tomada no início do tratamento, a fim de que o Betaferon seja mais
bem tolerado. Sintomas semelhantes aos gripais também podem ser
reduzidos com a administração de um anti-inflamatório que não seja
da classe dos corticosteroides.

Reações no local de injeção (p. ex.: vermelhidão, inchaço,
alteração de cor, inflamação, dor, alergia, necrose e reações não
específicas) ocorreram frequentemente após a administração de
Betaferon.

De modo geral, a incidência de reações no local de injeção
diminuiu com o passar do tempo. A incidência de reações no local de
injeção pode ser reduzida com o uso de um autoinjetor.

As frequências das reações adversas ao medicamento (RAMs)*
reportadas com Betaferon estão resumidas abaixo.

As frequências são classificadas como muito comum (gt; 10%) e
comum (gt; 1% a lt; 10%).

As reações adversas identificadas somente durante a vigilância
na pós-comercialização, e para as quais uma frequência não pode ser
estimada, estão listadas a seguir em “frequência desconhecida”.

Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes
que utilizam este medicamento):

Contagem diminuída de linfócitos (um tipo de glóbulo branco)
(lt; 1500/mm3 )x, contagem diminuída de
células brancas (lt; 3000/mm3 )x, contagem
absoluta diminuída de neutrófilos (um tipo de glóbulo branco) (lt;
1500/mm3 ) x, dor de cabeça, insônia, falta de
coordenação, dor abdominal, aumento de alanina aminotransferase
(enzima relacionada com a função do fígado – ALAT (TGP) gt; 5 vezes
o valor basal)x, erupção cutânea, distúrbio na pele,
dores musculares, contração muscular, perda involuntária de urina,
reações no local de injeção (vários tiposo ), sintomas
semelhantes aos gripais (complexo§), dor, febre,
calafrios, inchaço das extremidades, falta de ânimo.

Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que
utilizam este medicamento):

Aumento dos linfonodos (antigamente chamados gânglios), que
também podem ser dolorosos, hipertensão, falta de ar, aumento de
aspartato aminotransferase (enzima relacionada com a função do
fígado – ASAT (TGO) gt; 5 vezes o valor basal)x,
impotênciab, metrorragiaa (sangramento
menstrual prolongado), necrose no local de injeção, dor no peito,
indisposição.

Reação de frequência desconhecida:

Anemia, diminuição das plaquetas, diminuição dos glóbulos
brancos, microangiopatia trombótica (coágulos nos pequenos vasos
sanguíneos, os quais podem afetar os seus rins), reações alérgicas
(anafiláticas), síndrome do extravasamento capilar sistêmico em
gamopatia monoclonal preexistente, distúrbios na tireoide,
hipertireoidismo (excesso de funcionamento da tireoide),
hipotireoidismo (diminuição da função da tireoide), aumento de
triglicérides no sangue, perda grave de apetite levando a perda de
peso (anorexia), redução de peso, aumento de peso, depressão,
tentativa de suicídio, confusão, ansiedade, instabilidade
emocional, convulsão, tontura, cardiomiopatia (doença do músculo
cardíaco), aumento da frequência cardíaca, palpitação, dilatação
dos vasos, broncoespasmo (fechamento dos brônquios), náusea,
vômito, pancreatite, diarreia, aumento de bilirrubina no sangue,
aumento da gamaglutamiltransferase, lesão no fígado (incluindo
hepatite), falência do fígado, urticária, queda de cabelos,
coceira, alteração de cor na pele, dor nas articulações, lúpus
eritematoso induzido pelo medicamento, distúrbio menstrual,
menstruação longa e intensa, suor excessivo.

* “Reações adversas ao medicamento” foram definidas
baseadas em incidências comparativas: qualquer evento adverso que
ocorreu em pacientes tratados com Betaferon com uma frequência de
pelo menos 2% acima do observado em pacientes tratados com placebo
foi considerado possivelmente relacionado à Betaferon, independente
da causalidade originalmente associada nos relatórios de caso
individuais.

x Anormalidade laboratorial.

a Mulheres na pré-menopausa.

b Homens.

o “Reação no local de injeção (vários tipos)”
compreende todos os eventos adversos que ocorrem no local de
injeção (exceto necrose no local de injeção), p. ex. os seguintes
termos: reação no local de injeção, hemorragia no local de injeção,
reação alérgica no local de injeção, inflamação no local de
injeção, intumescimento no local de injeção, dor no local de
injeção, edema no local de injeção e atrofia no local de
injeção.

§Complexo de sintomas semelhantes aos gripais”
denota a síndrome gripal e/ou uma combinação de pelo menos duas
reações adversas de febre, calafrios, dores musculares,
indisposição e transpiração excessiva.

Investigações / Imunogenicidade

Como ocorre com todas as proteínas com finalidade terapêutica, o
seu corpo pode produzir anticorpos neutralizantes contra o
princípio ativo de Betaferon. Em estudos clínicos controlados,
foram coletadas amostras de soro a cada 3 meses (no estudo com
pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose
Múltipla, a cada 6 meses) para monitorar o desenvolvimento de
anticorpos contra o Betaferon, e isto precisa ser monitorado pelo
seu médico.

Em diferentes estudos clínicos controlados, observou-se que
entre 23% e 41% dos pacientes desenvolveram atividade neutralizante
à betainterferona 1b do soro, confirmada ao menos por dois títulos
positivos consecutivos; destes pacientes, entre 43% e 55% foram
convertidos, de maneira estável, ao status negativo para anticorpo
(baseado em dois títulos negativos consecutivos) durante o período
de observação subsequente do respectivo estudo.

Em estudo com pacientes com um único evento clínico sugestivo de
Esclerose Múltipla, a atividade neutralizante medida a cada 6 meses
foi observada pelo menos uma vez em 32% (89 pacientes) dos
pacientes imediatamente tratados com Betaferon; destes, 60% (53
pacientes) retornaram ao status negativo baseado na última análise
disponível dentro do período de 5 anos. Dentro do período de estudo
de 5 anos, o desenvolvimento da atividade neutralizante não foi
associado com redução da eficácia clínica (no que diz respeito ao
tempo para chegar a Esclerose Múltipla clinicamente definida –
EMCD, tempo para a progressão confirmada da escala expandida do
grau de incapacidade – EDSS e índice de remissão).

Não foi demonstrado qualquer efeito atenuador consistente nos
resultados clínicos, relacionado à presença de anticorpos
neutralizantes no decorrer dos estudos, parâmetros de eficácia,
diferentes abordagens estatísticas e diversas definições de status
positivo para o anticorpo neutralizante. Os eventos adversos não
foram associados com o desenvolvimento da atividade
neutralizante.

A decisão de continuar ou interromper o tratamento deve ser
tomada pelo seu médico.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou
farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do
medicamento. Informe também a empresa através do seu serviço de
atendimento.

População Especial do Betaferon

Efeitos na capacidade de dirigir veículos ou operar
máquinas

Os efeitos na capacidade de dirigir e operar máquinas não foram
investigados.

Em pacientes suscetíveis, os efeitos adversos relacionados ao
SNC (Sistema Nervoso Central) associados com o uso de Betaferon
podem influenciar a capacidade de dirigir e utilizar máquinas.

Gravidez 

Não é conhecido se Betaferon pode causar lesão fetal quando
administrado às mulheres grávidas ou se pode afetar a capacidade
reprodutiva humana. Em estudos clínicos controlados, foram
observados abortamentos espontâneos em pacientes com Esclerose
Múltipla. Mulheres em idade fértil devem adotar
medidas contraceptivas apropriadas. Caso ocorra a gravidez ou
planeja-se engravidar durante a administração de Betaferon,,
deve-se consultar um médico sobre os riscos potenciais e o mesmo
deve recomendar a suspensão do tratamento.

Lactação

Não se sabe se a betainterferona 1b é excretada com o leite
materno humano. Devido à ocorrência potencial de reações adversas
graves nos lactentes (crianças sendo amamentadas), seu médico vai
decidir entre a interrupção da amamentação ou do tratamento com
Betaferon.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres
grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. (Categoria
C).

Composição do Betaferon

Cada frasco-ampola com o liofilizado é formulado de
maneira a conter:

0,3 mg (9,6 milhões de UI) de betainterferona 1b recombinante
mais os excipientes albumina humana e manitol.

Excipientes:

albumina humana e manitol.

Diluente:

solução de cloreto de sódio 0,54%.

Após a reconstituição, cada mL da solução contém 0,25 mg (8
milhões de UI) de betainterferona 1b recombinante.

Cada seringa preenchida com diluente contém 1,2 mL de solução de
cloreto de sódio 0,54% para a reconstituição de Betaferon.

Superdosagem do Betaferon

A betainterferona 1b foi administrada em pacientes adultos com
câncer, em doses individuais de até 5,5 mg (176 milhões de UI), por
via IV, 3 vezes por semana, sem que fossem observados eventos
adversos graves que comprometessem as funções vitais.

Caso ocorra superdose acidental, deve-se consultar o médico.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento,
procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você
precisar de mais orientações.

Interação Medicamentosa do Betaferon

Não foram realizados estudos sistematizados de interação de
Betainterferona 1b (substância ativa) com outros medicamentos.

Não se conhece o efeito de Betainterferona 1b (substância ativa)
no metabolismo de medicamentos em pacientes com Esclerose Múltipla.
A terapêutica das recidivas com corticosteroides ou ACTH, por
períodos de até 28 dias, tem sido bem tolerada nos pacientes em
tratamento com Betainterferona 1b (substância ativa).

Não foi estudada a administração concomitante de Betainterferona
1b (substância ativa) com outros imunomoduladores além dos
corticosteroides ou ACTH.

Foi relatado que as interferonas reduzem a atividade de enzimas
hepáticas dependentes do citocromo P450 em seres humanos e nos
animais. Deve-se ter cautela quando Betainterferona 1b (substância
ativa) é administrado em combinação com medicamentos que apresentam
estreita margem terapêutica e são largamente dependentes do
sistema hepático citocromo P450 para a sua depuração. Deve-se ter
cuidado na administração concomitante de medicamentos que tenham
efeito sobre o sistema hematopoiético.

Ação da Substância Betaferon

Resultados de eficácia

Pacientes portadores da forma secundária progressiva tratados
com Betainterferona 1b (substância ativa) apresentaram retardamento
de até 12 meses na progressão da incapacidade, mesmo considerando o
período para atingir estágios altamente incapacitantes, ou seja,
aqueles onde o paciente depende de cadeira de rodas para qualquer
locomoção. Este retardamento no avanço da incapacidade foi
observado em pacientes com ou sem exacerbações e em todos os níveis
de incapacidade investigados (EDSS – escala expandida do grau de
incapacidade – 3 a 6,5).

Tanto os pacientes portadores de Esclerose Múltipla
recorrente-remitente quanto os portadores de Esclerose Múltipla
secundária progressiva que receberam Betainterferona 1b (substância
ativa) apresentaram redução na frequência (30%) e na gravidade das
exacerbações clínicas, bem como um prolongamento do intervalo sem
surtos. O número de hospitalizações e a utilização de esteroides
devido à doença foram reduzidos.

Adicionalmente, tanto na Esclerose Múltipla
recorrente-remitente, quanto na forma secundária progressiva,
Betainterferona 1b (substância ativa) demonstrou efeito benéfico
significativo sobre a extensão das lesões (avaliado por Imagem por
Ressonância Magnética – IRM, ponderada em T2) e novas lesões ativas
tanto em pacientes que apresentam EMRR (avaliado a cada 6 semanas
por IRM) quanto em pacientes que apresentam EMSP (avaliado
mensalmente por IRM ponderada em T1, realçada por gadolínio, do 1o
ao 6o mês e do 19o ao 24o mês de tratamento). Sabe-se que existe
correlação entre o aumento da extensão das lesões avaliadas por IRM
e o aumento da incapacidade avaliada pela escala expandida do grau
de incapacidade (EDSS).

Características Farmacológicas

Grupo Farmacoterapêutico:

citocinas, interferonas.

Código ATC:

L03AB08.

Farmacodinâmica

As interferonas pertencem à família das citocinas (proteínas
naturais) e possuem pesos moleculares em torno de 15.000 a 21.000
daltons. Os três grupos principais de interferonas foram
classificados em alfa, beta e gama. Alfainterferona,
betainterferona e gamainterferona apresentam atividades biológicas
que se sobrepõem, apesar de serem, também, distintas. As atividades
biológicas da Betainterferona 1b (substância ativa) são restritas à
espécie e, portanto, as informações farmacológicas mais pertinentes
baseiam-se em estudos efetuados em culturas de células humanas ou
em estudos in vivo em seres humanos.

Foi demonstrado que a Betainterferona 1b (substância ativa)
possui atividade antiviral e imunorreguladora. Os mecanismos pelos
quais a Betainterferona 1b (substância ativa) exerce sua ação na
Esclerose Múltipla não estão totalmente esclarecidos. Entretanto,
sabe-se que as propriedades da Betainterferona 1b (substância
ativa), como modificador de resposta biológica, são mediadas pela
sua interação com receptores celulares específicos encontrados na
superfície de células humanas. A ligação da Betainterferona 1b
(substância ativa) a estes receptores induz a expressão de certo
número de produtos de genes, os quais se acredita serem os
mediadores das ações biológicas da Betainterferona 1b (substância
ativa). Alguns destes produtos foram avaliados no soro e em frações
celulares de sangue colhido de pacientes tratados com
Betainterferona 1b (substância ativa). A Betainterferona 1b
(substância ativa) diminui a afinidade de ligação e aumenta a
interiorização e degradação do receptor de gamainterferona. A
Betainterferona 1b (substância ativa) também aumenta a atividade
supressora das células mononucleares do sangue periférico.

Não foram realizadas investigações isoladas com referência à
influência de Betainterferona 1b (substância ativa) sobre o sistema
cardiovascular, respiratório e sobre a função de órgãos
endócrinos.

Farmacocinética

Os níveis séricos de Betainterferona 1b (substância ativa) foram
avaliados em pacientes e em voluntários por meio de ensaio
biológico não completamente específico. Após a administração
subcutânea da dose recomendada de 0,25 mg, as concentrações séricas
de Betainterferona 1b (substância ativa) são baixas ou não
detectáveis. Portanto, não há informações disponíveis sobre a
farmacocinética de Betainterferona 1b (substância ativa) em
pacientes que apresentam EM (Esclerose Múltipla) tratados com a
dose recomendada.

Níveis séricos máximos de aproximadamente 40 UI/mL foram
encontrados após 1 a 8 horas de injeção subcutânea de 0,5 mg de
Betainterferona 1b (substância ativa) em voluntários sadios.
Pelos resultados de vários ensaios efetuados com administração
intravenosa de Betainterferona 1b (substância ativa), estimou-se
que a média da taxa de depuração e da meia-vida da fase de
eliminação do soro seriam de, no máximo, 30 mL/min/kg e de 5 horas,
respectivamente.

As injeções de Betainterferona 1b (substância ativa) em dias
alternados não promovem aumento no nível sérico e a farmacocinética
não parece ser alterada durante a terapia. 

Após administração subcutânea em voluntários sadios de 0,25 mg
de Betainterferona 1b (substância ativa), em dias alternados, os
níveis de marcadores de resposta biológica (neopterina,
microglobulina beta-2 e a citocina imunossupressora IL-10)
aumentaram significativamente acima dos níveis da linha de base
dentro de 6 a 12 horas após a primeira dose de Betainterferona
1b (substância ativa). Os níveis de marcadores de resposta
biológica alcançaram pico entre 40 e 124 horas e
permaneceram elevados acima da linha de base durante os 7 dias
(168 horas) do período de estudo. A relação entre os níveis séricos
de Betainterferona 1b (substância ativa) ou os níveis de
marcadores de resposta biológica induzida e o mecanismo pelo qual
Betainterferona 1b (substância ativa) exerce seus efeitos na
Esclerose Múltipla é desconhecido.

Dados de segurança pré-clínica

Não foram realizados estudos de toxicidade aguda. Uma vez que
roedores não reagem à betainterferona humana, a avaliação do risco
foi baseada em estudos de doses repetidas realizados em
macacos Rhesus. Foi observada hipertermia transitória, assim como
elevação transitória significativa nos linfócitos e diminuição
transitória significativa em trombócitos e neutrófilos segmentados.
Não foram conduzidos estudos de longa duração.

Os estudos reprodutivos em macacos Rhesus mostraram
toxicidade materna e aumento na taxa de abortamento. Não ocorreu
malformação nos animais sobreviventes. Não foram conduzidas
investigações sobre a fertilidade. Não foi observada influência no
ciclo estral em macacos. Em um único estudo de genotoxicidade
(teste de Ames) não foram observados efeitos mutagênicos. Não foram
realizados estudos de carcinogenicidade. Em um teste de
transformação celular in vitro não houve indicação de potencial
tumorigênico.

Cuidados de Armazenamento do Betaferon

O medicamento, antes de ser reconstituído, deve ser guardado em
sua embalagem original e mantido sob refrigeração (temperatura
entre 2°C e 8°C). Não congelar. Variações na temperatura de
armazenagem, que estejam dentro do intervalo de 2°C a 25°C também
são permitidas, o que pode facilitar a utilização pelo paciente
quando for necessário, como por exemplo, para transportar o
medicamento, pois o produto é estável em temperatura de até 25°C
durante seu prazo de validade (24 meses).

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide
embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde-o em sua embalagem original.

Se após a reconstituição Betaferon não for injetado
imediatamente, a solução reconstituída pode ser guardada em
refrigerador (não congelar) por até 3 horas.

Características

Betaferon é formulado como um liofilizado, branco a quase
branco, estéril. O diluente é composto por um líquido límpido e
incolor.

Não utilize Betaferon se houver presença de material particulado
ou alteração de cor após reconstituição.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso
ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no
aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá
utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das
crianças.

Dizeres Legais do Betaferon

Venda sob prescrição médica.

MS-1.7056.0053

Farm. Resp.:

Dra. Dirce Eiko Mimura
CRF-SP nº 16532

Fabricado por:

Boehringer Ingelheim RCV GmbH amp; Co. KG
Viena – Áustria e
Boehringer Ingelheim Pharma GmbH amp; Co. KG
Biberach An Der Riss – Alemanha

Embalado por:

Embalagem primária:
Boehringer Ingelheim Pharma GmbH amp; Co. KG
Biberach An Der Riss – Alemanha
Embalagem secundária:
Bayer Pharma AG Berlim – Alemanha

Diluente fabricado por:

Bayer Pharma AG
Berlim – Alemanha

Importado por:

Bayer S.A.
Rua Domingos Jorge, 1100
04779-900 – Socorro – São Paulo – SP
C.N.P.J. no 18.459.628/0001-15

Betaferon, Bula extraída manualmente da Anvisa.

Remedio Para – Indice de Bulas A-Z.