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Toxoplasmose na gravidez: causas, sintomas e prevenção

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Surto de Toxoplasmose em São Paulo

Nos últimos dias, surgiram notícias sobre um surto de toxoplasmose na cidade de São Paulo. Essas notícias têm deixado as grávidas assustadas e preocupadas com a possibilidade de contaminação. No entanto, é importante esclarecer que o surto não é algo extremamente preocupante.

Para se ter uma ideia, foram relatados 45 casos de toxoplasmose na cidade de São Paulo. Levando em consideração que mensalmente ocorrem cerca de 15 mil partos na cidade, a probabilidade de uma mulher grávida ser infectada é baixa.

É importante ressaltar que nem sempre uma infecção aguda da toxoplasmose resultará em contaminação do feto. Muitas vezes, a infecção ocorre na mulher, mas o parasita não chega a atravessar a placenta e contaminar o feto.

Os sintomas da toxoplasmose podem ser semelhantes aos de um quadro gripal e até confundidos com os sintomas da dengue. Não é necessário ter medo dos gatos, pois a toxoplasmose não é transmitida pelos animais em si, mas sim pelas fezes contaminadas.

Os gatos podem ser contaminados pela toxoplasmose, porém, isso não significa que todas as gestantes devem se desfazer de seus gatos. O risco de contaminação está relacionado ao gato que foi contaminado e excreta o parasita pelas fezes. Gatos que vivem em apartamento e praticamente não saem não apresentam risco de contaminação.

A recomendação é que as gestantes evitem manipular as fezes do gato, utilizando luvas para trocar a areia e higienizando bem as mãos. Além disso, é importante evitar que o gato lama as mãos da gestante, pois a transmissão pode ocorrer caso a mão seja levada à boca ou aos olhos.

A principal forma de contaminação da toxoplasmose é através de alimentos e água contaminados. Os gatos são os hospedeiros naturais do parasita Toxoplasma, e alimentos que tenham tido contato com terra ou areia, podendo ter sido contaminados, podem representar um risco. Portanto, é recomendado que as grávidas evitem consumir alimentos crus e sempre lavem bem os alimentos antes de consumi-los.

Carnes cruas, como carne vermelha, ovos e frango também podem transmitir a toxoplasmose. Por isso, esses alimentos não devem ser consumidos crus ou mal passados. Ao manipular carne crua, é importante lavar bem as mãos e evitar o contato da mão com a boca ou os olhos.

É necessário esclarecer que peixe cru não transmite toxoplasmose, pois não está envolvido no ciclo do parasita. O risco ao consumir peixes crus está mais relacionado a outras doenças que podem causar diarreia, mas o risco é mínimo em restaurantes de boa origem.

A toxoplasmose possui tratamento e, caso a infecção ocorra durante a gravidez, existem medicamentos que podem ser utilizados para reduzir o risco de transmissão para o feto. Além disso, é possível fazer exames de sangue para identificar se a mulher já teve contato com a toxoplasmose anteriormente e se encontra imune.

É importante ressaltar que não há vacina contra a toxoplasmose, como existe para a rubéola e hepatite B, por exemplo. Por isso, as gestantes devem seguir todos os cuidados recomendados durante a gestação.

Espero que essas informações tenham ajudado a tranquilizar as grávidas em relação ao surto de toxoplasmose. Lembre-se de que o risco de contrair a doença é baixo, mas, como se trata de uma infecção que pode ser grave, é fundamental adotar todas as precauções durante a gestação.

Para mais informações sobre saúde e maternidade, acompanhe nosso canal “Pais e Filhos”.

Fonte: A Toxoplasmose e a Gravidez por Dr. Igor Padovesi