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Cirurgia de medula: Entrevista com Dr. Nucelio Lemos

Para falar sobre essa boa notícia, um pouco mais sobre os benefícios desta cirurgia, nós conversamos agora com o médico que trouxe a técnica para o Brasil. Dr. Sérgio Lemos é responsável pelo setor de neuro disfunções pélvicas da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP.

Boa noite, obrigado pela presença e queria que começasse explicando como é feita essa cirurgia e como são implantados esses eletrodos.

Boa noite Márcia, obrigado por me receber aqui. A cirurgia, como a matéria falou, é feita por videolaparoscopia. A videolaparoscopia é aquela via de acesso onde nós colocamos uma câmera no umbigo, mas outras três incisões aqui na parte inferior do abdômen e é por onde são introduzidos os instrumentais cirúrgicos. E ela para o copia permite um excelente acesso aos nervos que controlam as pernas e a bexiga que nenhuma outra via da e é uma vida minimamente invasiva então pela para os campi. Nós inserimos esses eletrodos que são colocados em contato com o nervo. Eles ficam encostados, mas não podem ser presos ao nervo. Nós os presos à parede abdominal e ficam aqui em contato com o nervo.

São conectados a este geradorzinho que fica aqui logo abaixo da pele, um centímetro abaixo da pele, nessa gordurinha que é o súmmum e esse gerador que vai mandar os estímulos elétricos para os nervos. Ele gera o estímulo que é conduzido pelo eletrodo e entregue por esses pólos aqui. Agora, em quanto tempo o paciente começa a dar respostas a esses estímulos?

Bom, ele consegue mexer a perna imediatamente após o implante. Já então com um controle remoto e ativa o aparelho e consegue esticar a perna. O Francisco é ele tinha perdido os movimentos da perna. Qual era a situação do Francisco?

Francisco sofreu um acidente de snowboard. Ele teve um trauma na quinta vértebra cervical e, em termos de perda, ele perdeu o movimento das mãos e boa parte do movimento dos braços e conseguia mexer os braços só para cima, não conseguia forçar muito para baixo, o movimento das mãos prendiam em garra. O braço não passava dos ombros. As pernas e o tronco, ele não tinha o momento nenhum. Não conseguia ficar sentado sem apoio e os primeiros passos com a ajuda com auxílio de um andador ele deu durante esta semana. A cirurgia foi em dezembro de 14 de dezembro e na quinta-feira passada que foi dia 5 de junho. Aqui a imagem de 10 primeiros passos. Ele vai voltar a andar sem auxílio de um andador.

Provavelmente não, quase nenhum paciente volta a andar sem auxílio de um andador porque o aparelho faz é manter a perna rígida, na hora que ele quer e consegue esticar as pernas e aí ele anda com o andador e o quadril.

Quais são os pacientes que podem ser beneficiados por essa técnica?

São praticamente todos os pacientes com uma lesão medular torácica, que ficam paraplégicos. Eles mantêm o controle do tronco e dos braços e têm as pernas e a bexiga espástica.

Essas quatro cirurgias feitas no Brasil na UNIFESP Escola Paulista de Medicina aqui em São Paulo foram financiados por convênios médicos. Qual é a expectativa em relação a essa técnica ser adotada no SUS (Sistema Único de Saúde)?

Isso é um processo mais longo na Câmara Técnica do SUS. Nós precisamos ainda construir um modelo de atendimento ao SUS e oferecer a proposta. Então, nós ainda estamos viabilizando essa parte burocrática.

Fonte: Dr. Nucelio Lemos fala sobre a cirurgia da medula por Jornalismo TV Cultura