Pular para o conteúdo

Tudo sobre a Síndrome de Tourette: Tipos e Tratamentos | Vida Mental

Transtornos de Tics: O que são e como tratar

Olá, meu nome é Rodney Zílio, sou psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental pela UNIP em parceria com a Vida Mental. Hoje vou falar sobre transtornos de tics.

Popularmente conhecidos como cacoetes ou manias, os tiques são movimentos involuntários, súbitos e estereotipados classificados como motores ou vocais. Eles podem se apresentar de diversas formas e afetar uma ou várias áreas do corpo humano. Os tiques podem ser transitórios, crônicos ou nomeados como síndrome de Tourette.

Os tiques transitórios têm duração de pelo menos quatro semanas e não mais que 12 meses. A maioria dos casos acontece na infância, entre os três e dez anos. Os tiques crônicos tendem a ter duração igual ou superior a 12 meses e podem acometer crianças e adultos. Em ambos os casos, os tiques geralmente ocorrem nos olhos, face, pescoço e braço. Para serem classificados como síndrome de Tourette é necessária a presença tanto de tiques motores quanto de tiques vocais durante a evolução da doença, que não necessariamente vão ocorrer no mesmo período. Geralmente, esse transtorno começa na infância, entre 2 e 15 anos e se caracteriza pela presença de salva de tiques motores simples nos olhos, na face ou cabeça e podem progredir para os ombros, troncos e extremidades. Em alguns casos, as vocalizações incluem frases ou palavras inapropriadas, palavrões, a chamada coprolalia, que não são nem voluntárias nem intencionais. Existem também a copropraxia, que são os gestos vulgares, obscenos ou sexuais, e a ecolalia, repetição de palavras que outras pessoas disseram. Esses tiques podem acarretar prejuízos aos indivíduos, uma vez que acabam por vocalizar certos sons, como resmungos, grunhidos e gritos agudos.

O tratamento ocorre quando há uma compreensão da doença tanto por parte do paciente quanto por parte de todas as pessoas que o cercam. É importante que se compreenda a intensidade dos sintomas, o ciclo de piora e melhora e que o paciente não piora porque quer.

Podemos destacar alguns tipos de tratamento que são comumente utilizados para tratar os transtornos:

  • Medicamentoso
  • Psicoterápico
  • Psicoeducacional

No tratamento psicoterápico, o objetivo do psicólogo é trabalhar a ansiedade do portador através da conscientização dos tiques, ajudando o paciente a perceber se existe alguma sensação que antecede o tic e, claro, na aceitação do transtorno, tanto pelo paciente quanto pela família. Além disso, apesar do tratamento individual feito pelo psicólogo do paciente ser de grande valia, faz-se necessário envolver no tratamento as pessoas que fazem parte do convívio do portador. A orientação é um fator primordial para a eficácia do tratamento. A diminuição do estresse familiar, quando a compreensão da natureza dos sintomas contribuir, não só para a melhoria da qualidade de vida do paciente, como também para a melhoria do quadro clínico.

É importante também compreender que o portador precisa aliviar os tiques, é respeitar suas necessidades físicas e considerar suas necessidades emocionais que vão alavancar sua condição psicológica.

A terapia cognitivo-comportamental vem apresentando resultados satisfatórios por meio da técnica de reversão de hábito, que ensina o paciente a se perceber e, dessa forma, a suprimir ou modificar o tic. A terapia cognitivo-comportamental atua de forma que o indivíduo constrói as situações que funcionam em seu ambiente, atuando de forma direta nas capacidades de percepção, representação, raciocínio e significação, objetivando a capacidade de modular cognitivamente emoções e comportamentos.

Fonte: Síndrome de Tourette: Distúrbios de Tiques | Vida Mental por Canal Vida Mental