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Tratamento para câncer de mama receptor hormonal positivo.

Tenho câncer de mama Receptor hormonal positivo. Qual o tratamento indicado?

É importante a gente saber que a doença que é receptor hormonal positivo é aquela que na biópsia tem tanto receptor de estrogênio, como receptor de progesterona, numa quantidade maior do que 10% de cada um.

Depois que a gente sabe que a doença é receptor hormonal positivo, a gente precisa também subdividi-la pela idade: menores ou maiores de 50 anos, que aproximadamente significa antes ou depois da menopausa.

Então, pensando na doença receptor hormonal positivo da paciente menor de 50 anos, pré-menopausada em idade fértil:
A depender do tamanho da doença, a gente normalmente aqui, diferente da doença HER2 da doença triplo negativo, não coloca uma faixa de tamanho de tumor para operar ou não, mas dependendo do tamanho da doença, o cirurgião pode falar para a gente: “Olha, é uma doença que eu consigo operar de maneira inicial e que essa cirurgia vai conseguir ser feita de maneira tranquila.” Então, a gente tende a oferecer a cirurgia primeiro, se a doença está localizada só na mama.

Se a doença saiu da mama e foi para um linfonodo, ou gânglio axilar, a gente tende a oferecer quimioterapia neoadjuvante ou pré-operatória. E aí, depois a gente passa para cirurgia.

Depois que a gente foi para cirurgia, se a doença estava só localizada na mama, ou localizada na mama e na axila. A gente faz um tratamento pós-operatório, que é o que a gente chama de adjuvante com o nome que até faz um pouco de complicação na nossa cabeça, que a gente fala de hormonioterapia mas, na verdade, a hormonioterapia é um bloqueio do hormônio feminino. Então, seria uma anti-hormonioterapia, se a gente fosse falar do melhor jeito.

Se a doença estava só localizada na mama e a paciente tem menos do que 50 anos de idade a gente faz para ela um comprimido, via oral, por aproximadamente 5 anos.

Se a doença estava localizada na mama e no linfonodo, e a gente precisou fazer essa tal da quimioterapia neoadjuvante. A gente faz depois da cirurgia um tratamento que pode consistir só do comprimido, mas na grande maioria das vezes, ele passa também por um bloqueio ovariano. Ou seja, a gente induz a mulher à menopausa, porque o estrogênio que é o hormônio feminino, ele é quem alimenta o tumor. Então, a gente bloqueia a produção pelos ovários do estrogênio. Induz a mulher à menopausa. E associamos um comprimido anti-hormonal, e isso pode acontecer por 5, 7 ou 10 anos.É individualizado dependendo da extensão da doença.

Então, agora no contexto da paciente que tinha tanto receptor de estrogênio, quanto o receptor de progesterona positivo. Mas é uma paciente pós-menopausada, acima de 50 anos. Na grande maioria das vezes, se a cirurgia puder ser feita, a gente vai optar por fazer a cirurgia primeiro. A não ser que seja um tumor muito grande na mama, ou que muitos gânglios das axilas estejam comprometidos. A gente pode tentar fazer o tratamento neoadjuvante, ou seja, pré-operatório, com quimioterapia. Na tentativa de diminuir o tumor e permitir que a cirurgia seja melhor.

Aqui, quando a doença é receptor hormonal positivo, eu tenho menos esperança… Não esperança, mas assim, acredito que a doença vai responder menos ao tratamento. Então, aquela outra palavra de resposta completa, não é algo que eu busco. Na verdade, se a gente optar por fazer um tratamento antes é para tornar a cirurgia um pouco melhor.

E aí, depois que a gente faz a cirurgia na paciente que tem mais de 50 anos ou seja, já é menopausada. Aqui, a gente não cabe falar sobre aquele outro remédio que bloqueia a produção de ovário. Porque o ovário da mulher já não está mais produzindo o hormônio feminino.

Quem produz o hormônio feminino na mulher pós-menopausada é o tecido adiposo. Então, a gente faz um comprimido que a gente chama de hormonioterapia mas é um anti-hormônio, ou bloqueio hormonal, que é uma medicação que tenta impedir a conversão ou seja, a transformação de gordura em hormônio feminino. E isso pode ser também por 5, 7, ou até 10 anos dependendo de cada caso. Aqui também no cenário da doença avançada, ou metastática incurável.

A gente precisa separar entre as pacientes pré-menopausadas e as pós-menopausadas. Mas simplesmente para explicar que as pré-menopausadas precisam ser colocadas na menopausa. Então, o tratamento acaba que é feito como se toda mulher estivesse na menopausa. Quem tem menos de 50 anos é induzida de maneira medicamentosa.

É muito importante saber que o tumor de mama receptor hormonal positivo tem como maior alimento ou hormônio feminino, o estrogênio. Então, essa é a principal maneira que a gente vai tentar eliminar as células que se disseminaram. Então, a gente faz o chamado bloqueio hormonal, hormonioterapia, ou anti-hormônio, com comprimidos.

Tem maneiras diferentes da gente fazer isso, tem medicamentos diferentes para serem usados também. E de poucos anos para cá, foi-se incorporado uma nova classe de medicamentos, que se chamam inibidores de ciclina. E essas medicações elas aumentaram, de maneira bastante significativa, as chances das mulheres ficarem livres de doença que a gente consegue mensurar, ou seja, com aquela resposta completa. Ou então, livres de um próximo tratamento, que pode ser a quimioterapia ou mesmo consegue fazer com que as mulheres vivam por mais tempo.

Então, hoje em dia, o que a gente chama de primeira linha, ou seja, o primeiro tratamento para mulheres que têm tumor de mama receptor hormonal positivo, consiste em bloqueio hormonal associado a inibidor de ciclina. Existem alguns por menores que a gente pode ver no tumor, nas células tumorais. Se elas têm mutações ou não, e isso pode ensinar a gente, ou permitir a usar outras medicações que a gente chama de drogas alvos em linhas subsequentes. Mas basicamente, para quem tem receptor hormonal positivo, você tenta fazer de maneiras diferentes o bloqueio hormonal. E quando a mulher, depois de bastante tempo fazendo uso dessas medicações, tem uma doença refratária, ou seja, que cresceu a despeito do tratamento hormonal, a gente começa a fazer as linhas com quimioterapia.

No contexto de doença hormonal, a gente faz quimioterapia que a gente chama de monodroga, ou seja, com um quimioterápico só de maneira sequencial. E aí não tem uma sequência melhor, mas caso a doença seja de um volume bastante importante, ou seja, esteja causando para paciente muitos sintomas ou seja, lesões demais no fígado, que alteram o funcionamento, ou pulmonares, que alteram a respiração. A gente pode lançar mão de fazer combinações de quimioterapia mas esses são cenários um pouco mais específicos e um pouco mais graves da doença receptor hormonal positivo.

Fonte: Tenho câncer de mama Receptor hormonal positivo. Qual é o tratamento indicado? por TV Oncoguia