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Surto de coqueluche em Cachoeira do Sul: Saiba tudo aqui


Falamos agora de um assunto que volta à tona: a coqueluche é uma doença infecto-contagiosa que volta à cena, em alguns casos, inclusive um caso já confirmado em Cachoeira do Sul. É uma doença que se desenvolve em etapas, e para nos dar mais informações com relação ao tratamento, prevenção às possíveis sequelas de uma doença mal cuidada, nós vamos conversar com o doutor Lucas de Proença Dalke, médico infectologista e diretor técnico da CBB.
Doutor, queria te agradecer por receber a gente aqui e pra dar informações tão importantes de um assunto que volta à tona, principalmente pra quem é mais novo e nunca foi erradicada. A gente não teve algum tempo sem ter qualquer luz, na verdade o que se tem é uma diminuição da incidência dos novos casos de coqueluche no Rio Grande do Sul.
Em 2016, a gente teve 108 casos confirmados e ano passado, só que não tinha fechado ainda, mais de 50 casos confirmados. Então, há uma diminuição da incidência, mas não erradicação. Quais são os meios de contágio da coqueluche?
A coqueluche é uma doença infecto-contagiosa transmitida por gotículas respiratórias, ou seja, através da tosse, da fala, do espirro. É ocasionada por uma bactéria chamada Bordetella pertussis. E o meio principal de contágio é por gotículas respiratórias. Ou seja, para adquirir coqueluche, você tem que ter contato com outra pessoa está infectada.
Exatamente. O fato de haver um caso confirmado aqui em Cachoeira do Sul pode dizer que existe um foco, já que a contaminação é feita de contaminado pra quem não está contaminado, no caso,mas a necessidade de haver alguém contaminado.
A coqueluche, inicialmente, nos quadros iniciais, ela se apresenta como uma infecção de via aérea superior, como se fosse um resfriado comum. O paciente apresenta coriza e em uma tosse, pode ter uma leve dor no corpo, uma febre baixa. Na maioria das vezes, pela incidência, a gente pensa que é algum processo viral como um resfriado comum. Às vezes, se passa despercebido nesse estágio inicial que se apresenta assim.
Posteriormente, a próxima fase que a gente chama de tosse paroxística, o paciente apresenta muita tosse, acessos de tosse ininterruptos, em que o paciente tem um ruído bem característico. É causado pela bactéria da coqueluche que é uns pediatras chamam de lixo respiratório do paciente. Pode ter vômitos, pode ter desmaios após esses acessos de tosse.
A coqueluche não tratada de forma satisfatória pode deixar sequelas no paciente. Pode inclusive evoluir a óbito. O ideal é que a gente trate o quanto antes, quanto mais precoce na evolução da doença, o tratamento é mais efetivo, quanto mais precoce, a gente diminui o tempo de doença, a gente diminui severidade da doença e a gente diminui a transmissão. Existem situações em que pessoas contaminadas já numa idade mais avançada.
Sim, inclusive adolescentes e adultos ainda como fatores importantes que a gente chama de carreadores da bordetella, responsáveis pela transmissão da doença. Nos adolescentes e adultos, o quadro é um pouco diferente, não necessariamente precisa ter aquela tosse seca, aquele ruído tudo, como é tradicionalmente.
Alguém que seja detectado com coqueluche e já num estágio avançado, apenas a vacina é suficiente. Assim, o tratamento até seis semanas é o ideal é que se faça. A partir disso, a gente não tem dados. O tratamento em si é de que vai diminuir doença, tempo de doença, e taxa de transmissão, então quanto mais precoce o tratamento com o antibiótico, melhor.
No adulto e um adolescente que é outro cenário, a doença não é tão grave. É mais grave nessas faixas etárias menores. A gente lembrar que no adulto e um adolescente que é o caso que a gente teve em Cachoeira, não necessariamente precisa ter todos aqueles sintomas clássicos.
Fonte: Tudo sobre surto de coqueluche em Cachoeira do Sul por TV Cachoeira Novo Tempo