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Sintomas do Coronavírus: Quando devo procurar atendimento médico?


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O coronavírus vem assustando urgentemente no mundo todo e é um momento de grande preocupação quando alguém sente que está com os sintomas da doença. Para nos ajudar com essa importante questão, participa aqui conosco o médico pneumologista Marcelo Leão. Marcelo, tudo bem? Aproveito para agradecer pela sua participação e já emendando a primeira pergunta, que é a seguinte: se eu estou com os sintomas, o que eu devo fazer logo de cara?
Primeiramente, Olá Jonathan, como vai? A questão do coronavírus é que ele se apresenta com uma síndrome gripal, ou seja, uma gripe, e no momento de diferenciar a gripe do coronavírus de outras gripes, a gente fala de alguns sintomas que são mais comuns no coronavírus. No entanto, a grande verdade é que os sintomas do coronavírus podem variar desde quadros assintomáticos em alguns pacientes ou apresentar uma forma leve de alguns sintomas de menor gravidade, às vezes, uma simples dor de cabeça, um mal-estar, uma dor muscular, uma indisposição. O sintoma mais importante realmente é a febre. A febre vai estar presente em 90% dos casos, e ela geralmente tem sido uma febre mais duradoura do que nos outros quadros gripais, e podemos chegar até mais de uma semana em alguns casos. Isso que vai preocupar. Então, diante desse quadro, qualquer síndrome gripal tem que ser valorizada. A gente sabe que alguns planos particulares, inclusive o próprio sistema único de saúde, já começaram a disponibilizar atendimento por telefone e o aplicativo para fazer um pré-diagnóstico. Isso de alguma forma ajuda o paciente num primeiro momento, e é sem dúvida, a recomendação atual é que não se vá ao pronto-socorro por qualquer motivo. Qualquer sintoma que você tenha, se você tem uma febre baixa, se você está indo bem, está sem complicações, principalmente de parte respiratória e os sintomas de alarme, é o momento de ir ao pronto-socorro é quando você passa a sentir uma falta de ar, um fôlego curto. Está mais ofegante, a respiração fica mais rápida então quando a gente vê ali é aquela pessoa com dificuldade, até interrompendo a fala para recuperar o fôlego, interrompendo as frases ou uma sensação de respiração pesada. Isso realmente é a complicação mais importante, é a falta de ar. Não é a complicação que tem mais gravidade, é quando o pulmão se afeta, quando ocorre uma pneumonia, uma inflamação do pulmão pelo coronavírus, isso vai se manifestar realmente com a falta de ar, uma tosse seca e uma febre de poucos dias, um mal-estar, uma dor no corpo, indisposição. Tudo isso são sintomas que devem ser manuseados em casa mesmo nesse contexto da teleconsulta.
A consulta à distância é um recurso muito válido porque muitas pessoas estão seguras, mesmo com essa recomendação que a gente fala genericamente. Mas é claro que existem casos individuais em que a pessoa tem algumas perguntas individuais a serem feitas. Uma coisa é o sintoma de falta de ar numa pessoa que é saudável, outra coisa já é a falta de ar com dúvida numa pessoa que tem alguma doença, no idoso. Então, muitas vezes, realmente, a teleconsulta ela pode ajudar bastante a dar mais segurança é para quem não é que não erre o momento de ir ao pronto-socorro. Não dá nem tarde demais e também não dá desnecessariamente. Mas ela agora num cenário em que um familiar, alguém que mora aí na mesma casa, apresente os sintomas, o procedimento é exatamente o mesmo?
Sim, quando alguém na casa tiver sintomas de gripe tem que realmente fazer um isolamento dessa pessoa, reservar um quarto para ela e de preferência, se possível, também reservar um banheiro para ela. Claro que algumas situações a gente não vai conseguir nem um quarto só para pessoa, às vezes não vai conseguir só um banheiro, mas é que faça um isolamento dos utensílios dessa pessoa e até os pratos, copos e utensílios de cozinha, tudo isso seja reservado para essa pessoa. A higiene do quarto tem que ser diária. Essa pessoa deve ficar no quarto com uma janela aberta para tentar eliminar o máximo possível os vírus. E ao sair, tentar evitar o máximo sair desse quarto para não contaminar os outros cômodos da casa. Essa pessoa sair do quarto deve estar de máscara para tentar não disseminar o vírus. No máximo possível, deve estar com as mãos higienizadas com álcool e lavar as mãos frequentemente, tentar o máximo realmente preservar as outras pessoas da casa dessa contaminação.
Isso é importante. Você já falou aqui que os sintomas iniciais são muito parecidos com os de uma gripe, né? Nesse caso, a pessoa deve se automedicar porque é comum às vezes aparecer uma dor de cabeça, você toma um dipirona, enfim, qual a recomendação nesse caso?
Olha, medicamentos simples, com quadro gripal, como um analgésico, um anti-inflamatório, caso tenha muita dor muscular, alguma coisa, mas é principalmente medicamentos para controlar a febre, se hidratar bastante é importante. Deve evitar uma preocupação em especial dessa da gripe para o coronavírus, em relação às outras. A preocupação sempre é com o pulmão. Então, para o pulmão, é melhor que não se fique deitado muito tempo durante o dia. É melhor que se esteja mais sentado mesmo que você esteja confinado no seu quarto. Pegue uma poltrona, fique tentando ler alguma coisa, sentado é mais vantajoso no quarto. Não fique muito deitada. Posição deitada não ajuda a expandir os pulmões, e caso haja qualquer acometimento pulmonar, isso pode ajudar a prevenir uma complicação pulmonar. Se você se movimenta mais, fica mais sentado, mais em pé, é mais vantajoso. Claro, não é ficar dormindo o dia inteiro. É super importante ter uma boa noite de sono, se alimentar bem, e fazer o exercício físico neste momento. Aí que tá com gripe, tá certo Marcelo?
Fonte: Coronavírus: estou com os sintomas, quando devo ir ao hospital? por Record News