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Risco no Tratamento da Enxaqueca: Conheça e Previna-se.



Um problema muito importante para quem sofre de enxaqueca é o fato que no exame que a pessoa faz, tanto o exame que o médico faz em uma pessoa quanto o exame que o portador de enxaqueca faz no laboratório (exame de sangue, radiografia, tomografia e líquor – que é aquele líquido que tem na coluna), todos esses exames vem normais em quem sofre de enxaqueca. Quando esses exames não vêm normais, a anormalidade que está no exame não é a causa dessa dor de cabeça que essa pessoa apresenta, então é um outro problema que acabou de ser descoberto naquele exame. Então, por definição, o exame da pessoa que sofre de enxaqueca é normal. O exame vem sempre normal em quem tem enxaqueca. Não existe exame suficientemente sofisticado para detectar esse desequilíbrio.
Você que tem um exame normal, você sofre de enxaqueca. Dói muito a cabeça e aí você vai fazer um tratamento. O tratamento à base de algum remédio. Existem vários tipos de tratamentos preventivos com remédios que podem ser dados para quem sofre. Um choque acontece, você faz o tratamento com o remédio que pode causar um problema óbvio. Não tem remédio que não cause nada. É preciso diminuir a dor de cabeça e vai ter outra ação ruim chamado efeito colateral. Esse efeito colateral pode ser mais ou menos perceptível, mais ou menos tolerável, mais ou menos perigoso, mas ele sempre vai existir. O grande problema de quem sofre de enxaqueca é muitas vezes começa sem nada no exame e às vezes aparece alguma coisa no exame.
Em função do remédio: vou explicar melhor. Alguém está tomando um remédio preventivo para enxaqueca e começa a ter uma disfunção no fígado. Os exames das enzimas hepáticas, TJGP, começa a se alterar em função do remédio a pessoa tá tomando. Ou um remédio preventivo para enxaqueca e começa a ter um problema no coração. Começa a ter uma arritmia cardíaca, podem ficar mais lento os batimentos, dependendo do remédio. Mais rápidos, a pessoa não tinha nada e começa a ter um problema no sangue por causa do remédio e assim por diante.
Então, o que acontece? O remédio começa a causar um problema que aparece no exame do indivíduo que sofre de enxaqueca que até então não tinha problema nenhum. Então, quando nós médicos escolhemos um tratamento, nós precisamos levar muito em consideração, porque um dos preceitos mais importantes da medicina é tentar não fazer mal ao paciente. O mal do paciente já é aquela doença que traz esse paciente para o consultório. O que o médico quer é melhorar a dor, mas sem necessariamente piorar outros parâmetros.
E aí que entra uma parceria entre médico e paciente. É necessária a conscientização do paciente para entender que é importante mudar hábitos e estilo de vida. Mudar o sono, mudar a alimentação, mudar o padrão de atividade física, mudar a gestão das emoções. Muito ao estilo de vida conforme até eu falo do meu livro (que você se não leu precisa ler), e aí com essas duas coisas, fazer o seu médico entrar com o tratamento, quem sabe o menos agressivo que ele encontra. Normalmente, os médicos tentam realmente isso, porque não interessa ninguém causar prejuízo em você na saúde. Mas você já está aliado. Há coisas que você pode fazer um texto de vida para que esse tratamento seja o mínimo possível, o menos agressivo possível.
Fonte: O Maior Risco do Tratamento da Enxaqueca por Alexandre Feldman