Pular para o conteúdo

Paula Fernandes superou depressão com ajuda da mãe | Recortes do Clê


Eu apenas imaginei que tinha tanta certeza de que, se eu não sei se eu falei isso em entrevista, mas eu entrei em depressão porque eu saí de casa aos 11 anos e fui para São Paulo. Quando estava completando quase 18 horas, chegou um momento em que a gente desistiu de tentar, porque eu entendi que escolher a janela é pular e minha mãe me salvou. Se você pular, eu vou pular antes, eu vou falar com alguém, não vou ficar sem você assim. E aí foi quando a coisa tipo “basta”, não tem como congelar, vamos voltar para agora. A noite com a mão na frente e outra na frente também, porque a gente não tinha um centavo no bolso, a gente não tinha conseguido nada. Eu fiquei frustrada, deprimida, doente, magérrima, perdi 7 kg de uma vez, metade do meu cabelo caiu. Isso tudo aconteceu comigo. Voltei para Minas Gerais e cada um foi morar em uma casa. Meu pai e minha mãe se separaram. Foi o início da vida, reinício, é porque eu estou contando isso, contando a trajetória da Lei. Tá, mas eu queria, perdi o fio da meada, essa é a Certeza. Então, aí eu entrei no processo de depressão. Não aceitava a depressão. Gente, até falaram isso aqui no bastidor, é mais fácil da minha cura. Foi o momento que eu aceitei que eu estava doente e que lá era químico, eu precisava tomar remédios, precisava visitar um psiquiatra. Não era coisa de doido, não era coisa de doido. E a mentira é falar que não é. E minha família falava, “ela ficou doida, cadê a cantoria?”. Gente, cantar não virou nada. Olha, eu era motivo de chacota da casa. Doente, passava o dia inteiro tremendo em cima de um sofá. Minha mãe tinha que sair para vender bucha de banho, bonequinho do gol, esse aqui para ganhar dinheiro para casa. Meu irmão menor, aprendiz, ela estava trabalhando em uma empresa que era de ferramentaria, aquela era minha cesta básica para casa, aquela coisa. A gente sobrevivia. E o dia inteiro, terminava dentro de casa, passava uma ambulância começar a passar, levava para o hospital que eu estava. A cada dia você consegue hoje olhar para trás e sabe por que isso começou. Qual foi? Eu tô fazendo o balanço, era muita responsabilidade para uma menina. Número 1, não culpo eles. Não culpo. Eu acho que eles deram o que eles tinham de melhor para mim. Era o que estava tendo alcance deles. Esse menino prodígio, a gente ficar. Se eu tivesse eu também queria investir naquilo. Se não, era olhar para mim, falar assim. “Poxa, porque que você não fez?”. Eu sabia fazer com novinha. Eu sabia muita coisa que eu eu não dá para entender de onde que veio aquilo, entendeu? Então, eu acho que eles fizeram o que liberam que eles tinham, mas o grande lance é que eles pegaram a Paula Fernandes pela mão e levaram embora para o mundo e a Paulinha ficou lá e esse fogão 18 anos.Oi, e aí que aconteceu, não tinha aquela administração de tipo, “vamos aproveitar a fazer uma viagem de férias”. E eu acho que ainda não fiz uma viagem de férias com a minha família. E aí, bom, então faça sábado, vou fazer, tem que fazer. Vamos, estamos vivos, com saúde, do outro não é preciso fazer. Tem que fazer para sair para isso aí. A coisa toda para Paula Fernandes, eu não acho que eu não posso culpá-los. É o jeito que eles sabiam que eles podiam fazer, né? Mas eu acho que isso aí foi… Base, segundo eu tenho, enxaqueca crônica. Só descobri isso agora. Então, os sintomas de quem tem enxaqueca crônica são idênticos ao quem tem depressão, porque acha que fica nada mais é que um processo. É o meu cérebro mais acelerado do que o Celso. Não sei se tem enxaqueca também. Que eu faço um tratamento, eu consigo vibrar mais devagar né? No pensamento, mais mais acelerado que o normal. Então, eu trabalho tudo, descobrir agora. Tá, podia ter evitado todo esse processo, sofrimento, tratando, tratando ou da maneira certa. Porque eu não sou, eu não sou educada, tá? Eu tomo, faço botox na cabeça, 3. É, mas eu não considero sumir. Não eu toco na cabeça. Faço uma medicação é mensal, mas não tem que tomar um tom mais analgésico, então não tem mais essas crises, e minha vida é outra. Então, nós vamos chegar nisso. Por isso que você falou para mim, senão, eu achei que você era mais sério. Não, porque você é feio, você é muito sério, mas isso é um processo. Eu tô tratando. Tem menos de um ano. Eu sou outra pessoa. Mas aí a gente vai falando mais.
Fonte: PAULA FERNANDES foi salva pela Mãe quando teve depressão | Recortes do Clê por Corredor 5