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Mucilon para bebê: por que não é indicado? | Dicas de Camila Garcia


Infelizmente, ainda carregamos muitas recomendações antigas sobre alimentação infantil que foram passadas de geração em geração, como as recomendações dos nossos avós, palpites dos pais, vizinhos e até mesmo de alguns pediatras mais antigos. Muitas vezes, sem percebermos, acabamos seguindo essas recomendações ultrapassadas para nossos próprios filhos, incluindo práticas alimentares que têm mais de 40, 50 ou até 60 anos.
Uma dessas práticas é o uso de farinhas para bebês, como o popular Mucilon e a farinha láctea. Essas farinhas surgiram no mercado como uma opção para bebês a partir de seis meses e foram amplamente recomendadas por muitas pessoas, principalmente pelos mais velhos. O motivo disso é que, antigamente, um dos principais problemas de saúde pública no Brasil e no mundo era a desnutrição infantil, e as crianças precisavam ganhar peso rapidamente.
Adicionando farinhas às refeições dos bebês, era possível enriquecer essas refeições em calorias, o que fazia com que as crianças ganhassem peso mais rapidamente e, consequentemente, ficassem mais saudáveis. Essa era uma necessidade para combater a desnutrição infantil na época. No entanto, atualmente temos uma realidade bem diferente. A obesidade infantil tem aumentado significativamente, enquanto os níveis de desnutrição têm caído no país e no mundo. Mesmo assim, algumas pessoas ainda insistem em recomendar o uso dessas farinhas para bebês ganharem peso de forma rápida.
Essa recomendação não tem mais fundamento e pode ser prejudicial para a saúde da criança. A frase “seu filho é muito magrinho, deve estar desnutrido” ou “criança gordinha é mais saudável” é um mito. A criança deve estar saudável, independentemente do seu peso ou aparência física. As farinhas contêm muita açúcar e, sabemos que o açúcar não é recomendado para crianças menores de dois anos. Além disso, muitas dessas farinhas são recomendadas para bebês a partir de seis meses, o que é preocupante.
Precisamos informar as pessoas sobre a verdadeira natureza desses alimentos. Eles não são saudáveis e podem prejudicar a alimentação do bebê, não apenas pelo ganho de peso, mas também pelo seu paladar. O consumo excessivo de açúcar pode alterar o paladar da criança, fazendo com que ela tenha mais dificuldade em aceitar alimentos saudáveis.
Por isso, é importante não cair na armadilha das recomendações antigas. Devemos oferecer alimentos saudáveis para nossos bebês e ajudá-los a desenvolver bons hábitos alimentares desde cedo. Se você quer saber mais sobre o meu método de introdução alimentar para bebês, é só clicar no link abaixo do vídeo.
Fonte: Por que não dar Mucilon ao bebê | Por Camila Garcia por Nutrinfantil