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Monitoramento do tumor de câncer de pulmão com biópsia líquida.

Sem cortes e sem anestesia, pacientes com câncer de pulmão vão poder trocar os exames invasivos de controle dos tumores por apenas uma amostra de sangue. É a biópsia líquida que apura as mutações genéticas sofridas pelas células.

Na biópsia líquida, uma amostra de sangue do paciente passa por uma análise em um equipamento especial. O exame identifica fragmentos de DNA do tumor na corrente sanguínea e também as mutações genéticas sofridas pelas células.

A técnica acompanha a evolução do tratamento de pacientes com câncer de pulmão sem a necessidade da biópsia convencional, em que uma mostra do tumor é retirada com anestesia. “O câncer é um processo dinâmico em que vão aparecendo mutações. Aí, a gente identifica as mutações e vai colocar um inibidor que vá contra a ação da mutação específica”, diz a geneticista Fernanda G. Caparelli, do Hospital Sírio-Libanês.

Os benefícios do exame são estudados há três anos, mas a técnica estava disponível apenas para pacientes que participavam de pesquisas científicas. Agora, a biópsia líquida já é usada mundialmente em casos de câncer de pulmão, e novos testes estão sendo feitos para tumores de mama e colo retal.

Neste centro de pesquisa de um hospital de referência do país, 60 pacientes participam do estudo e os resultados são promissores: “Além da gente conseguir detectar precocemente – dois meses antes dos exames de imagem -, a progressão da doença, nós também conseguimos identificar um novo mecanismo de resistência. Então, isso pro futuro talvez seja um novo marcador é uma nova alteração genética que pode ser utilizado para desenvolvimento de uma nova droga”, diz o oncologista Gilberto de Castro Jr. do Hospital Sírio-Libanês.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pulmão é o mais comum dos tumores malignos e um dos que mais matam. Apenas de 7% a 10% dos pacientes sobrevivem a ter cinco anos depois do diagnóstico. Por isso, a importância de tratamentos cada vez mais precisos da doença e como isso ocorre, diminuindo o risco de um diagnóstico tardio e indicando o tratamento mais preciso.

“A partir do momento que você tem resultado do exame, você não perde tempo deixando então você multiplicar de uma forma ano sem controle. É que a gente consegue detectar essa presença de resistência ao tratamento precocemente, então algum tempo antes do que o médico conseguiria ver por um exame”, diz a oncologista Ana Paula Parreira, do Hospital Sírio-Libanês.

Fonte: Pacientes com câncer de pulmão vão poder monitorar tumor com biópsia líquida por Hoje em Dia