Distúrbios Alimentares no Brasil

Eu tenho a sensação de que os nove, dez anos que passei no Brasil foram muito interessantes na minha vida porque descobri uma série de coisas. Por exemplo, eu percebi que tinha transtornos alimentares quando a Mel nasceu. Esses distúrbios já existiam desde os meus 15 anos, mas eu não sabia que eram tão graves.

Eu comprava um frango inteiro e comia tudo quando chegava em casa.
Eu tinha compulsão alimentar.
Na gravidez, tive dificuldade em regular minha alimentação.
Eu tinha uma mensagem na cabeça dizendo que precisava emagrecer para ser atriz.

Essa pressão estética vem desde a adolescência, quando eu fui a uma agência de modelos e me disseram que eu precisava emagrecer. Para mim, tudo se resumia à silhueta e eu queria ser atriz. Comecei a mentir para o meu pais e a desmaiar por falta de comida.

Quando meu filho nasceu, fiz terapia online por dois anos e foi um processo de autoconhecimento muito grande. A terapeuta me falou sobre a relação com a mãe e como isso pode afetar a alimentação inconscientemente.

O Brasil foi uma experiência muito forte na minha vida e me ajudou a entender meus distúrbios alimentares.

Fonte: Mafalda Rodiles: lidar com os distúrbios alimentares | Goucha por TVI