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Infecção urinária recorrente: causas, sintomas e tratamentos.

Cistites Bacterianas de Repetição

Oi gente, meu nome é Lucas Felipe Gomes e sou médico urologista da cidade de Concórdia, no estado de Santa Catarina. No vídeo de hoje, vamos comentar a respeito da cistite de repetição em mulheres.

Mas antes de começarmos o nosso assunto, não se esqueça de se inscrever no meu canal do YouTube, Toque do Lojista.

A definição dessas cistites de repetição é a seguinte: são dois episódios de infecções urinárias num período inferior a seis meses, ou três episódios de infecção urinária no período inferior a um ano (12 meses).

É uma queixa muito recorrente em nosso consultório e atrapalha sobremaneira a qualidade de vida das nossas pacientes.

Fatores relacionados à ocorrência das cistites bacterianas de repetição

Os fatores podem estar relacionados ao paciente, bem como à bactéria em si. Existem pessoas, certos indivíduos, que têm uma predisposição genética a ter infecções urinárias de repetição mais frequentemente, porque essa bactéria tem uma facilidade em se adquirir o epitélio do sistema urinário dessa pessoa. Pessoas que estão realizando tratamentos com quimioterápicos, uso de corticoides e pacientes com diabetes também têm uma facilidade maior de infecção do trato urinário inferior.

Relacionadas à bactéria, existem cepas dessas bactérias que possuem uma virulência maior, elas são mais agressivas e conseguem escapar das defesas do paciente. Elas têm uma capacidade de fixação maior na uretra, podendo chegar à bexiga mais facilmente. Logo, o tipo de bactéria também influencia a incidência das cistites de repetição.

Manejo

Como conseguimos prevenir ou fazer com que a nossa paciente não tenha mais infecções urinárias de repetição?

Nós vamos dividir esse manejo em manejo comportamental não antimicrobiano, que é a não utilização de antibióticos ou o uso de outras coisas em substituição a isso, e o uso de antimicrobianos.

Em se falando da parte comportamental que a gente pode mudar na nossa paciente, nós temos que orientar essa nossa paciente a aumentar o fluxo de urina, onde a micção faz com que aquelas bactérias que estejam aderidas, através desse jato da força da urina que passa através da uretra, façam com que essas bactérias se desprendam.

Logo, pacientes que ingerem um bom volume de líquidos podem ter uma diminuição dos episódios de cistites. Outra coisa bastante importante diz respeito à higiene após as relações sexuais. Sabe-se que pacientes que tiveram mais de um parceiro nos últimos 12 meses, pacientes com infecções urinárias antes dos 15 anos de idade e nas quais a mãe teve infecções urinárias também, através do ato sexual, estão predispostas a terem essa cistite.

Alguns advogam que a realização de duchas ou até mesmo uma higiene íntima após o ato sexual pode prevenir a recorrência dessas infecções. Outra coisa que recomendamos para essas nossas pacientes é a higiene do parceiro. Alguns recomendam que esse parceiro da nossa paciente realize uma higienização do prepúcio e do pênis na tentativa de diminuir a incidência dessas cistites.

Outra coisa é tentar corrigir a presença de resíduo pós-miccional de urina, fazendo com que essa paciente urine duas vezes ou até mais, aumentar a frequência miccional para que a quantidade de urina que fique dentro da bexiga seja uma quantidade pequena. Nós podemos, através do exame físico, verificar certas condições que podem predispor com que essa paciente tenha uma quantidade aumentada de resíduo pós-miccional, tais como a bexiga caída, se essa paciente eventualmente teve um traumatismo de coluna e a bexiga não consegue mais contrair direito ou até mesmo a presença de fístulas, que é uma comunicação anormal, por exemplo, entre o reto, que é onde passa as fezes, e a bexiga, ou até mesmo uma comunicação anormal entre a bexiga e a vagina. São condições que predispõem a infecções urinárias de repetição e devem ser corrigidas.

Parte não antimicrobiana

Quais são as coisas que a paciente pode fazer uso para prevenir essas infecções? Pode se fazer o uso de cranberry, que é um suco que se encontra nos mercados e até mesmo nas farmácias. É um adjuvante, é uma ra uma auxiliar do tratamento dessas infecções.

O uso de pomadas com estrogênio para serem aplicadas diretamente na vagina, a ingestão de lactobacilos, vitamina C para aumentar a imunidade e diminuir o pH da urina. Também podemos utilizar certas substâncias que aumentem a alcalinidade do meio vaginal, tais como alguns determinados tipos de cremes. Outras terapias empregadas são o uso de ácido hialurônico e o sulfato de condroitina intravesical que podem se aplicar dentro da bexiga.

Terapia com antimicrobianos

O uso de antibióticos pode ser realizado após as relações sexuais, antes das relações sexuais ou de maneira contínua num período de três a seis meses. Também existe uma estratégia que pacientes muito esclarecidas que, após a identificação do início dos sintomas das infecções urinárias, o médico pode deixar algum tipo de antibiótico para que essa paciente faça uso por um período curto de dois a três dias, fazendo com que ela dispense a necessidade de uma consulta médica e que gaste o seu tempo com isso.

Logo, infecções urinárias de repetição devem ser discutidas com seu médico e a melhor alternativa para o tratamento de cada episódio deve ser avaliada com você e com um médico que realiza o seu tratamento.

Eu gostaria de agradecer a todos, inscrevam-se no meu canal do YouTube, Toque de Lojista, curtam e compartilhem e deixem o seu joinha. Essa informação foi de relevância para vocês. Deixem suas dúvidas, críticas, comentários, sugestões. Um forte abraço, fiquem com Deus e até o nosso próximo vídeo.

Fonte: Infecção urinária recorrente: Doutor, eu não aguento mais isso!!! por Toque de Urologista