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Infecção por ameba comedora de cérebro causa alerta nos EUA


É um caso raro de uma ameba comedora de cérebro que foi confirmado na Flórida nos Estados Unidos e, segundo as autoridades de saúde, uma pessoa contraiu essa ameba microscópica que causa uma infecção no cérebro. Ela é encontrada frequentemente na água morna. Sobre isso, eu vou conversar agora com a neurologista Ana Paula Penéias, que já aparece aqui na minha tela. Doutora, obrigado pelo tempo e disponibilidade.
Para acalmar o pessoal que foi pego de surpresa com essa notícia, eu queria que a senhora nos contassem como essa ameba tem acesso ao nosso corpo.
Bom, então vamos lá. Esse protozoário vive em ambiente de água morna, principalmente em lagos, esgoto e até em piscinas que não estão bem tratadas com cloro. Pode ocorrer que protozoários, quando agulha e ela a água, ela entra através da cavidade nasal e afeta o nervo olfatório até chegar no cérebro.
Doutora, a pessoa infelizmente acabou contraindo essa ameba. Quais são os sintomas que a pessoa começa a sentir imediatamente? O que essa ameba causa no nosso corpo?
Depois de mais ou menos cinco dias, o paciente pode desenvolver a meningoencefalite amebiana primária, que é o nome técnico dessa ameba que come o cérebro, por popularmente conhecida como a meningite que come o cérebro. O paciente passa a ter dor de cabeça, náusea, vômitos, cefaleia, pode ter convulsão, pode ter alteração de comportamento, é um quadro na mente grave. Quando esse protozoário entra ali nas meninges, ele causa uma extensa reação inflamatória com muita hemorragia e necrose, que é a morte do tecido cerebral. E daí vem esse nome “comedora de cérebro”. Infelizmente, depois do diagnóstico, a pergunta seguinte é se tem tratamento para isso. O que é oferecido por um paciente?
Infelizmente, a resposta ao tratamento é bem baixa. A gente tem uma alta taxa de mortalidade, mais ou menos noventa e cinco porcento dos pacientes vão a óbito. E imediatamente assim que diagnosticada através de exame de líquor é que se faz o diagnóstico. A gente entra com a anfotericina B, que é uma medicação para atacar esse protozoário, mas a gente tem uma baixa taxa de resposta. Então a grande maioria dos pacientes vai evoluir para óbito.
Agora, quem tem a sorte de sobreviver, imagina com tratamento tão feroz como esse, ele deixa você com a lesão cerebral causada pela meningoencefalite. Provavelmente, vai deixar alguma sequela porque como eu disse ocorre focos de hemorragia, focos de necrose e isso vai ter um impacto possivelmente com alguma sequela nos sobreviventes.
Esse caso que deu repercussão ultimamente vem na Flórida nos Estados Unidos. E se caso a pessoa teria mergulhado num água, mas existe a possibilidade dessa ameba aparecer fora de um lago? Meu caso de uma piscina, como é que tá conversando?
É sim, piscinas maltratadas aí com cloro, esgoto, riachos e até sabe aquela solução da lente de contato? Que pessoal que usa lente de contato deixa ali aquela águinha, também pode, o protozoário pode se desenvolver ali. Então é sempre um ambiente de água, o ambiente de água morna. A gente tem pouquíssimos casos relatados aqui no Brasil. É um protozoário que vive principalmente no sul dos Estados Unidos, maior o maior número de casos para lá. Mas existem casos esporádicos ocorrendo até aqui na América.
E aí, doutora, a partir desse momento, o que que a gente consegue fazer para evitar, quando para não adquirir essa mesma, eu por exemplo uso lente de contato, essa informação já me preocupou essa limpeza desse estojo. Eu acho que é mais do que necessário, mas também tem priscila, enfim, outras opções.
Então assim, para quem usa lentes de contato, manter uma tremenda higiene, não usar, se a lente de contato descartável, não reutilizar mais do que aquilo que está previsto pelo fabricante. Em relação a banhos, é de preferência não mergulhar a cabeça e entrar com o corpo só até aqui no pescoço. Porque lembrando que essa ameba, você falou que ela não transmite de pessoa para pessoa, e sim é a inalação do protozoário da água dentro da cavidade nasal.
Notícia bumbum essa semana, mas esses casos eles não… esse último que a gente citou aqui começa conversa, ele é mais recente, mas nos Estados Unidos, eles já são registrados há um certo tempo. Não é para causar temor horroroso, mas também é para manter o alerta. A gente tem casos relatados desde 1962. É uma doença de baixa incidência. Então a gente tem até hoje todo esse tempo, a gente tem menos de 200 casos relatados. É uma doença extremamente rara, graças a Deus. Porque é uma doença muito grave, mas sempre que ocorre, pela gravidade, as autoridades sanitárias elas disparam um alerta para toda a população que vive naquela região, todos os cuidados principalmente com a lente de contato.
Obrigado pelo tempo e disponibilidade para debater esse assunto. Se você gostou dessa entrevista, não esqueça de se inscrever aqui no nosso canal no youtube, clique no sininho que você está vendo aí logo embaixo, para receber todas as notificações cada conteúdo que for postado, você vai receber um alerta e levar sempre a informação para onde você for.
Fonte: Ameba ‘comedora de cérebro’: caso de infecção gera alerta nos EUA por Record News