Pular para o conteúdo

Infarto: identifique sintomas de dores no peito


Você sabia que aquela dor ou desconforto no peito pode ser um princípio de um infarto? Em muitos casos, os pacientes procuram uma unidade de saúde, mas nem sempre são corretamente diagnosticados. Por isso, alguns hospitais vêm adotando o protocolo de dor torácica em busca de excelência no atendimento em caso de um fato. Quem vai nos explicar melhor sobre o assunto é o cardiologista Marco Tenuta, aqui no quadro Saúde Jornal da Manhã.
Onde entra a relação entre dor torácica, ou seja, a dor no peito, e a pessoa tendo um infarto no coração? A dor torácica é uma queixa muito frequente nos prontos-socorros. A literatura estima em torno de 5% a 10% das consultas no pronto-atendimento são referentes a essa queixa, talvez constituindo a segunda queixa mais frequente nesses locais. E 30% desses pacientes, no final da investigação, vão se revelar como angina ou infarto, ou seja, já estavam tendo problemas mais graves e a dor no peito é apenas um sintoma dessa situação mais grave. E às vezes, ainda, em torno de 10% a 15% dos casos, o paciente pode ter um enfarto mesmo sem dor, chamados os sintomas de equivalentes, que têm o mesmo poder da dor, como a falta de ar e o desmaio.
No caso da dor, em que região do tórax ela pode ser localizada? A dor no tórax é uma queixa muito frequente nos prontos-socorros. O coração, embriologicamente, foi formado próximo de outras áreas, então essa dor isquêmica, por falta de sangue no coração, não pode ser irradiada tanto para a mandíbula, ombros, região do estômago ou do sul, além da região recorde ao que seria a região torácica anterior.
Essa dor torácica pode ser distinguida de outras dores na região do tórax? Existem alguns detalhes clínicos que podem indicar a AAA por algumas características da dor. Devemos lembrar que a dor característica do infarto deve contemplar três critérios: um primeiro seria a dor aparecendo com esforços físicos ou com stress emocional; segundo, essa radiação que nós dissemos agora; o terceiro, a melhora com repouso ou com o uso de alguns vasos dilatadores. No caso da radiação, pode acontecer em relação aos dois braços ou apenas um deles. É mais comum no braço esquerdo, mas pode acontecer em ambos.
Pensando em salvar vidas, se a pessoa já em casa ou no trabalho começa a sentir essa dor no tórax, a dor no peito, e colegas de trabalho, familiares, vizinhos desconfiarem que a pessoa está tendo um enfarto, quais são os primeiros procedimentos que as pessoas mais próximas devem fazer? O primeiro procedimento é acionar a emergência é o resgate, porque o atendimento subsequente é fundamental. Normalmente, esse atendimento requer medidas que só se encontram dentro de hospitais. Se houver um profissional de saúde próximo, é recomendável se houver realmente a suspeita de infarto, dar a aspirina, cuja dose é de 100 a 300 miligramas. O tratamento subsequente deve ser feito pelo resgate.
Chegando no pronto-atendimento dos hospitais, quais são os primeiros procedimentos da primeira assistência dada nesse paciente com suspeita de angina ou infarto? Esse paciente deve ser monitorado, porque uma das principais causas de óbito nessa fase é a parada cardíaca. Em segundo plano, deve ser feito um eletrocardiograma o mais rápido possível para identificar os casos mais críticos. E esses devem ser tratados contra o relógio. Nós temos um tempo muito curto, que seria um prazo de 30 minutos se for tratado com remédios e 90 minutos se for tratado com cateterismo e angioplastia. Existem algumas drogas, alguns remédios que devem ser feitos nessa fase que reduzem muito a chance de óbito.
Qualquer diferença principal entre o infarto e a angina? A diferença é fisiopatológica e clínica, mas basicamente é que o infarto é o trombo que se forma na artéria ao cloqueá-la parcialmente ou totalmente, causando uma repercussão maior. A falta de sangue de nutrição sanguínea é maior. A angina pode acontecer de ter uma agenda mais estável e não ser necessário o tratamento pleno.
Estes protocolos médicos no atendimento são os mesmos para qualquer tipo de pessoa e não dependem da idade? Os procedimentos são diferentes? Estes protocolos incluem todos os indivíduos acima de 18 anos. Se a pessoa tiver outras complicações, tais como hipertensão, diabetes, esses protocolos médicos no atendimento são os mesmos?
E a importância desse tipo de atendimento para salvar esse paciente? Tem algum estudo sobre isso? Tem um estudo que é brasileiro que foi um dos maiores trabalhos publicados na cardiologia a nível mundial, chamado Grid Raio. Este estudo foi feito junto ao Ministério da Saúde e 37 hospitais de todo o Brasil participaram, tanto em hospitais públicos como privados. Foi analisado exatamente como estávamos tratando esses pacientes, e depois, eles receberam alguns hospitais randomizados, divididos em grupos, receberam um tratamento especial com um protocolo semelhante a esse que estamos usando, e esses hospitais conseguiram uma redução de 21% na mortalidade.
Fonte: Dores no peito pode ser início de infarto por TV Vila Real – Canal 10.1