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Estrabismo: Minha Experiência e Por que Optei por não Fazer a Cirurgia.


Oi, pessoal! O vídeo de hoje será um pouco diferente. Primeiro, porque eu vou tirar meus óculos – algo que não é muito comum – e, segundo, porque eu vou falar sobre um assunto que já tratei alguns anos atrás: o meu estrabismo. Esse vídeo é um dos mais vistos do canal e até hoje recebo mensagens de meninas que também têm estrabismo e como o meu vídeo foi importante para elas, como ele as ajudou a se aceitarem e ganhar confiança. Por isso, resolvi fazer uma nova versão do vídeo, uma 2.0, falando um pouco melhor sobre meu estrabismo, mas com uma perspectiva mais madura.
Quando gravei aquele vídeo, há uns dois ou três anos atrás, eu ainda estava no processo de aceitar meu olho, ainda cogitava uma segunda cirurgia, ainda cogitava uma correção e ainda tinha alguns incômodos com ele. Hoje, eu lido muito melhor com ele, e o que mudou foi uma coisa mágica que eu chamo de amor próprio. Ao longo desses últimos anos, eu passei por um processo de autoconhecimento, fui conhecendo a Gabriela essência, aquela que tá aqui dentro, e vi que a Gabriela por fora, esteticamente, reflete a Gabriela internamente. Comecei então a entender que operar meu olho, deixá-lo corrigido e torná-lo aceitável para os outros, mas não para mim, não seria a solução – aceitar-se era a verdadeira resposta.
O processo de amar a Gabriela estrábica não veio do dia para noite. Fui uma criança muito insegura por conta do meu olho e, consequentemente, fui uma adolescente muito insegura também. Uma adolescente que tinha internet horrível de óculos, e que não podia tirá-los, pois mesmo de lentes de contato ainda ficava algo errado. Eu não queria tirar fotos sem óculos, sempre dava um jeitinho de escondê-lo. Quando fiz minha primeira cirurgia de estrabismo, para correção, não ficou perfeito, mas melhorou um pouco. Mas eu ainda tinha muitos problemas de autoestima, problemas que me impediram de viver a vida que eu gostaria. Por exemplo, eu ia em matinês porque achava que ia passar por situações constrangedoras e não me sentia à vontade em outros tipos de eventos.
Quando fiquei mais adulta, comecei a aprender a lidar com meu estrabismo. Algumas coisas ajudaram na minha autoestima – emagrecer foi uma delas. Eu tinha muitas espinhas e tomei Roacutan para tratar. Todo esse processo foi fazendo com que, aos poucos, eu fosse me vendo mais bonita. Eu poderia fazer outra cirurgia, como cheguei a considerar. Cheguei a ir em uma oftalmo que se mostrou muito boa, mas ainda assim estava com dúvidas. Eu falei para ela que não queria outra cirurgia, que eu me amava, mesmo sendo estrábica. Eu me aceito, eu me amo e, para mim, isso é o que importa.
Quando você passa a se amar e se sentir segura, nada te derruba. Se alguém faz uma piadinha sobre você ou algo que te incomoda, você sabe que o problema não é seu, mas de quem faz isso. Não preciso que os outros me definam. Eu me defino e me aceito como sou. Quem não se relaciona bem comigo por conta disso é porque não é uma pessoa legal, não é uma pessoa que vale o meu tempo. Se estou segura e me amo, nada disso importa.
A questão não é estar dentro do padrão estético, mas sim como você se vê e como se posicionar no mundo. Quando você lida com a vida, com os relacionamentos e com o trabalho, ninguém pode derrubar você. Estar seguro e se aceitar do jeito que você é muda a vida. Eu, certamente, faria outra cirurgia que também não me faria tão feliz, então o importante é se aceitar de verdade.
Quero que as pessoas que assistem ao meu vídeo saibam que, se você tem estrabismo ou qualquer outra coisa que fuja do padrão, você não precisa buscar os outros para se aceitar. Sempre vai ter uma pessoa cruel, então você precisa se fortalecer e se sentir segura ao ponto de saber que aquilo é uma questão daquela pessoa e não sua. Quando me sinto segura, nada me abala e não me sinto menos amada. Quando estamos seguras e nos amamos, essas coisas não importam tanto.
E é isso! Espero que tenha ficado claro meu ponto de vista e minha perspectiva sobre o amor próprio. Quando as pessoas se amam, tudo muda. Obrigada por assistir e até o próximo vídeo!
Fonte: TUDO SOBRE MEU ESTRABISMO – PORQUE EU NÃO FAÇO A CIRURGIA PRA DEIXAR DE SER VESGA por Gabriela Freitas